20 JULHO - VI DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES


Introito (Sl 27, 8-9 | ib., 1) (Áudio)
Dóminus fortitudo plebis suæ, et protéctor salutárium Christi sui est... O Senhor é a força de seu povo, e o guarda das bênçãos de seu Ungido. Salvai o vosso povo, Senhor, e abençoai a vossa herança; regei-os até a eternidade. Sl. Por Vós, Senhor, eu clamo; não silencieis para comigo, meu Deus; pois se não me responderdes, serei semelhante aos que descem ao túmulo. ℣. Glória ao Pai…

Epístola (Rm 6, 3-11)
Irmãos: Todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo, batizados fomos em sua morte. E assim nós fomos sepultados com Ele, pelo batismo para a morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos em uma vida nova. Realmente se fomos a plantados juntamente com Ele na semelhança de sua morte, [pelo Batismo] também o seremos na semelhança de sua Ressurreição. Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que seja destruído o corpo do pecado e ao pecado nunca mais sirvamos. O que está morto desse modo, justificado está do pecado. Ora, se somos mortos com o Cristo, cremos que com o Cristo também viveremos, pois sabemos que o Cristo, ressuscitado dentre os mortos, já não morre, nem a morte O dominará mais. Porque, a sua morte foi morte para o pecado uma só vez, mas o que diz respeito à sua vida, vive para Deus. Assim, tende-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, no Cristo Jesus, Nosso Senhor.

Gradual (Sl 89, 13 e 1 | Sl 30, 2-3) (Vídeo) (Vídeo-aleluia)
Voltai-Vos um pouco para nós, Senhor, e tende piedade de vossos servos. ℣. Senhor, Vós sois o nosso refúgio de geração em geração.Aleluia, aleluia. ℣. Em Vós espero, Senhor; não serei confundido eternamente. Por vossa justiça livrai-me e salvai-me; inclinai para mim os vossos ouvidos; apressai-Vos em livrar-me. Aleluia.

Evangelho (Mc 8, 1-9)
Naquele tempo, estava com Jesus uma grande multidão; e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e lhes disse: Tenho compaixão deste povo; porque já estão comigo há três dias e não têm o que comer. Se eu os mandar em jejum para as suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe. Seus discípulos responderam-Lhe: De onde poderá alguém fartá-los de pão, aqui no deserto? Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Responderam: Sete. Então Ele ordenou à multidão que se assentasse no chão. E tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os distribuíssem ao povo. Havia também alguns peixinhos, e Ele os abençoou e mandou que os distribuíssem. Comeram pois, e ficaram fartos, e dos pedaços que tinham sobrado, levantaram sete cestos. E os que comeram eram cerca de quatro mil. Depois Jesus os despediu.

Reflexões
  1. A multidão faminta não busca apenas pão terreno, mas a verdadeira comida que é a Palavra de Deus, que sacia a alma para a eternidade (Santo Agostinho, Sermão 80).
  2. A compaixão de Cristo ao multiplicar os pães revela a abundância da graça divina, que excede toda necessidade humana (Santo Ambrósio, Comentário sobre o Evangelho de Lucas, Livro VI).
  3. A morte para o pecado, descrita por Paulo, é o fundamento da vida nova, onde o cristão vive para Deus, não para si mesmo (Santo Tomás de Aquino, Comentário à Epístola aos Romanos, Cap. 6).
  4. Os sete pães simbolizam a plenitude dos dons do Espírito Santo, distribuídos à Igreja para sua santificação (Santo Beda, o Venerável, Homilia sobre Marcos 8).
  5. Mateus 14, 13-21: A narrativa da primeira multiplicação dos pães enfatiza a retirada de Jesus para um lugar deserto, destacando Sua busca por solidão antes do milagre.
  6. Lucas 9, 10-17: Lucas menciona que Jesus ensinava a multidão antes de alimentá-la, sublinhando a primazia da instrução espiritual sobre o sustento físico.
  7. João 6, 1-15: João conecta o milagre ao discurso do Pão da Vida, apontando para a Eucaristia como o verdadeiro alimento eterno.
  8. 1 Coríntios 10, 16-17: Paulo relaciona o pão partido na Eucaristia à unidade do corpo de Cristo, sugerindo que o milagre dos pães prefigura o sacramento.
  9. Gálatas 2, 20: A vida nova em Cristo, mencionada em Romanos, é aprofundada com a ideia de que o cristão vive pela fé no Filho de Deus, que o amou e se entregou por ele.
  10. Efésios 4, 22-24: Paulo exorta a abandonar o velho homem e revestir-se do novo, reforçando a transformação espiritual iniciada no batismo, descrita em Romanos 6.
  11. Concílio de Trento, Sessão VI, Cânon 9 (1547): A justificação não é apenas remissão dos pecados, mas também santificação interior, ecoando a vida nova em Cristo de Romanos 6.
  12. Catecismo Romano (1566): A Eucaristia, prefigurada no milagre dos pães, é o alimento espiritual que fortaleça a alma para a vida eterna.
  13. Encíclica Mystici Corporis Christi (1943): A Igreja, como corpo de Cristo, é nutrida pela Eucaristia, que multiplica a graça assim como os pães foram multiplicados para a multidão.