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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Sociedade corrompida - Pós-modernismo e Niilismo

Pós-modernismo

Em 1971 foi publicado o  livro "A Condição Pós-Moderna" por Jean-François Lyotard: Este livro, publicado originalmente em francês como "La condition postmoderne: rapport sur le savoir", é considerado um texto fundador do pós-modernismo como movimento filosófico.
Lyotard apresentou nesta obra uma crítica às "grandes narrativas" ou "metanarrativas", um conceito central do pensamento pós-moderno.
O livro teve um impacto significativo nos círculos acadêmicos, estimulando debates e discussões sobre a natureza do conhecimento e da sociedade na era pós-industrial.
A publicação coincidiu com mudanças sociais, políticas e tecnológicas significativas, refletindo e teorizando sobre essas transformações.
Embora o termo "pós-moderno" já existisse antes, este livro ajudou a consolidá-lo e a definir mais claramente o que significava em termos filosóficos e culturais.

Corrupção dos valores 

O pós-modernismo questiona verdades absolutas, desconstrói normas e tradições, e relativiza valores morais, o que pode ser interpretado como uma forma de corroer os fundamentos éticos e espirituais de uma sociedade.

Além do pós-modernismo, movimentos culturais e sociais como o niilismo também são frequentemente associados à ideia de uma sociedade que perde seu sentido de moralidade e direção, promovendo uma visão de que os valores tradicionais não têm mais validade ou relevância.

Outro exemplo seria o movimento transgressivo na arte, que se propõe a desafiar normas culturais e morais, buscando romper com limites estabelecidos por meio de temas chocantes ou tabu, como a violência, sexualidade e crítica às instituições religiosas. Esses movimentos artísticos e intelectuais são, às vezes, vistos como promotores de uma "corrupção" cultural, especialmente quando confrontam valores religiosos ou tradicionais.

Niilismo 

1862 é frequentemente considerada um marco importante na definição do termo niilismo:
Publicação de "Pais e Filhos": Neste ano, o escritor russo Ivan Turgenev publicou seu romance "Pais e Filhos" (em russo: "Отцы и дети", "Otsy i deti").
Popularização do termo: Este romance foi fundamental para popularizar o termo "niilismo" e introduzir o conceito ao público mais amplo.
Personagem Bazarov: O protagonista do romance, Yevgeny Bazarov, é frequentemente citado como o primeiro "niilista" retratado na literatura. Ele encarna muitas das ideias associadas ao niilismo.
Contexto histórico: A publicação coincidiu com um período de mudanças sociais e filosóficas significativas na Rússia, refletindo e influenciando debates contemporâneos.
Impacto cultural: O livro gerou intenso debate e controvérsia, ajudando a estabelecer o niilismo como um tópico de discussão filosófica e cultural.

É uma corrente filosófica que defende a negação ou ausência de significado, valores ou propósito intrínseco na vida. O termo vem do latim "nihil", que significa "nada", e está associado à ideia de que, no universo, não há fundamentos objetivos para a moralidade, a verdade, ou qualquer sentido transcendente. Essa visão muitas vezes sugere que todas as crenças, sejam religiosas, morais ou políticas, são essencialmente infundadas.

Negação de valores absolutos: Niilistas rejeitam a ideia de que existam valores morais, éticos ou religiosos universais que regem a conduta humana. Para eles, as crenças e normas sociais são construções humanas e, portanto, não possuem validade objetiva.

Ausência de propósito: O niilismo postula que a vida e a existência não têm um propósito maior ou sentido intrínseco. Isso significa que qualquer tentativa de encontrar um "significado" ou uma verdade última no mundo pode ser ilusória ou sem fundamento.

Crítica às instituições: Historicamente, o niilismo foi usado para criticar as instituições religiosas e políticas, especialmente durante o século XIX na Rússia, onde muitos intelectuais questionavam os fundamentos da sociedade e do Estado. Filósofos como Friedrich Nietzsche associaram o niilismo ao declínio das crenças religiosas e à crise dos valores tradicionais no Ocidente.

Niilismo passivo vs. niilismo ativo: Nietzsche diferenciou entre o niilismo passivo e o ativo. O niilismo passivo caracteriza-se pela resignação e desesperança, ao aceitar que a vida não tem sentido. Já o niilismo ativo busca transformar essa ausência de significado em uma oportunidade para criar novos valores e redefinir o propósito da existência humana.

Influência cultural: O niilismo teve grande impacto na literatura, arte e filosofia contemporâneas, influenciando autores como Dostoiévski e Kafka. Em muitos casos, é retratado como uma força destrutiva que questiona todas as convenções, mas que também pode levar a uma renovação criativa.

Uma sociedade corrompida 

O niilismo vai além de apenas questionar ou desconstruir estruturas de poder ou valores, como faz o pós-modernismo. Ele implica uma completa perda de significado e valor moral, o que pode levar à ideia de uma degeneração ou corrupção total de uma sociedade. Quando se fala de corrupção no sentido ético e moral, o niilismo, com sua rejeição de qualquer fundamento moral ou espiritual, apresenta uma visão de uma sociedade onde os princípios fundamentais estão destruídos, resultando em desordem e falta de propósito.

No entanto, o pós-modernismo também pode abarcar essa ideia, mas de maneira menos direta. Ele desconstrói e relativiza as normas e valores sociais, o que pode ser interpretado como contribuindo para a corrupção moral ou ética, ao remover a crença em uma verdade ou moralidade absoluta. A ideia de uma "sociedade corrompida" no pós-modernismo seria vista como a consequência de uma desintegração de certezas, verdades e valores, levando ao caos ou ao vazio moral.