Embora o Papa Francisco tenha recebido apoio por sua iniciativa de "desmasculinizar" a Igreja, críticas e debates emergiram em torno do tema. Por exemplo, a teóloga Linda Pocher aponta que o conceito de "princípio mariano-petrino", proposto pelo teólogo Hans Urs von Balthasar, embora destinado a valorizar as diferenças, na prática pode marginalizar as mulheres ao idealizá-las, legitimando privilégios e injustiças. Ela argumenta que é necessário criar uma cultura do 'nós', que valorize a complexidade, a interconexão e a liberdade na diferença.
A Igreja Católica tem uma tradição milenar fundamentada em símbolos e estruturas que refletem uma ordem teológica específica. A natureza hierárquica e os símbolos masculinos da Igreja não são construções sociais arbitrárias, mas refletem verdades teológicas fundamentais.
Cristo, sendo homem, escolheu apóstolos homens não por acaso ou convenção cultural, mas por um desígnio divino específico. A figura do sacerdote, nesta perspectiva, representa in persona Christi - Cristo como noivo da Igreja. Esta simbologia nupcial, onde a Igreja é a noiva e Cristo o noivo, é considerada central para a compreensão da relação entre Deus e Seu povo.
Tentar "desmasculinizar" a Igreja seria descaracterizar não apenas uma estrutura administrativa, mas uma realidade sacramental e teológica profunda. Valorizar os aspectos masculinos da hierarquia eclesiástica não diminui o papel das mulheres na Igreja. Figuras femininas fundamentais como a Virgem Maria, Santa Teresa d'Ávila e Santa Catarina de Siena, exerceram papéis cruciais sem necessidade de alteração das estruturas sacramentais.
Tentativas de "desmasculinização" representariam uma ruptura com a Tradição Apostólica e uma concessão ao zeitgeist contemporâneo, mais do que uma autêntica evolução da doutrina. A verdadeira renovação da Igreja viria através de uma redescoberta de sua identidade tradicional, não de sua desconstrução.