O padre Bonneterre examina como o Movimento Litúrgico começou de forma legítima e com boas intenções no século XIX, especialmente na Abadia de Solesmes, na França.
Fundadores como o Dom Prosper Guéranger buscavam revitalizar a vida litúrgica da Igreja. Ele restaurou a vida monástica em Solesmes (França) no século XIX e focou na valorização da liturgia como expressão central da fé católica. Trabalhou para recuperar o uso do canto gregoriano e promover a Missa Tridentina, resgatando a tradição litúrgica após os distúrbios causados pela Revolução Francesa e o jansenismo. Ele via a liturgia como um meio essencial de catequese e santificação, sendo sua obra L’Année Liturgique (O Ano Litúrgico) uma grande contribuição para a compreensão popular da liturgia.
São Pio X (1835–1914), embora não tenha fundado o Movimento Litúrgico, ele é considerado uma figura fundamental para sua consolidação e expansão. São Pio X foi um grande promotor da reforma litúrgica. Sua encíclica Tra le Sollecitudini (1903) enfatizou a importância do canto gregoriano e da música sacra como parte integral da liturgia. Ele promoveu a participação ativa dos fiéis na liturgia, especialmente no canto e na comunhão frequente. São Pio X também combateu os erros modernistas e preservou a pureza da doutrina católica, criando um ambiente propício para a revitalização litúrgica fiel à Tradição.
O autor argumenta que, ao longo do tempo, o Movimento Litúrgico sofreu infiltrações de ideias modernistas. Ele aponta que, embora tenha iniciado como uma renovação devocional e espiritual, o Movimento foi gradualmente sendo manipulado para introduzir mudanças que enfraqueceram a liturgia tradicional.
Bonneterre descreve como os modernistas, esmagados por São Pio X no campo teológico, adotaram uma estratégia mais prática, usando a liturgia como veículo para introduzir suas ideias de forma mais sutil. Ele identifica a influência de conceitos como a "práxis" marxista, ou seja, a ideia de que a ação prática (no caso, as mudanças litúrgicas) poderia moldar a doutrina da Igreja.
O livro analisa as reformas litúrgicas que precederam e sucederam o Concílio Vaticano II, como as alterações introduzidas na Semana Santa por Pio XII e o Missal de 1969 promulgado por Paulo VI.
Bonneterre critica essas reformas como resultado do Movimento Litúrgico desviado, argumentando que elas comprometeram a integridade e a sacralidade da Missa Tridentina.
Bonneterre critica essas reformas como resultado do Movimento Litúrgico desviado, argumentando que elas comprometeram a integridade e a sacralidade da Missa Tridentina.
Um ponto central do livro é a metáfora do "cavalo de Troia", que descreve como os modernistas usaram as energias vivas da Igreja, especialmente a liturgia, para introduzir mudanças internas que, em sua visão, enfraqueceram a fé católica.
O autor conclui que as mudanças litúrgicas resultaram em uma crise na Igreja, refletida na perda de reverência pela liturgia, na diminuição das vocações sacerdotais e religiosas e na diluição da doutrina católica entre os fiéis.
No livro, ao tratar do Movimento Litúrgico no contexto da crise modernista, Bonneterre afirma: Esmagados por São Pio X, os modernistas entenderam que não podiam penetrar na Igreja pela teologia, isto é, por uma clara exposição de suas doutrinas. Recorreram à noção marxista de práxis, entendendo que a Igreja poderia tornar-se modernista através da ação, especialmente através da ação sagrada da liturgia. As revoluções sempre usam as energias vivas do próprio organismo, tomando o controle delas pouco a pouco e finalmente as usando para destruir o corpo sob ataque. É o processo bem conhecido do cavalo de Tróia.
Sobre o autor
Nasceu em 1937 e faleceu em 2015
Estudou no Seminário da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) em Écône, Suíça
Foi ordenado sacerdote em 1973 pelo Arcebispo Marcel Lefebvre
Serviu como padre na FSSPX por vários anos.
Dedicou-se principalmente ao estudo da história da liturgia católica
Realizou extensa pesquisa sobre o Movimento Litúrgico do século XX
Desenvolveu análises críticas das reformas litúrgicas pré e pós-Vaticano II
Obra Principal: "Le Mouvement Liturgique" (1980) é considerada sua obra mais importante.
Foi ordenado sacerdote em 1973 pelo Arcebispo Marcel Lefebvre
Serviu como padre na FSSPX por vários anos.
Dedicou-se principalmente ao estudo da história da liturgia católica
Realizou extensa pesquisa sobre o Movimento Litúrgico do século XX
Desenvolveu análises críticas das reformas litúrgicas pré e pós-Vaticano II
Obra Principal: "Le Mouvement Liturgique" (1980) é considerada sua obra mais importante.