O artigo critica a atual separação entre Igreja e Estado, argumentando que a doutrina tradicional da realeza social de Cristo foi enfraquecida na era moderna. Segundo o autor, a Igreja deveria afirmar com mais vigor que Cristo não é apenas Rei dos corações individuais, mas também das sociedades e governos. A secularização do poder político, impulsionada pelo liberalismo moderno, teria marginalizado a influência da Igreja na vida pública, resultando em leis e políticas contrárias à moral cristã.
O texto sugere que os líderes católicos evitam reafirmar essa doutrina por receio de serem rotulados como antiliberais ou antidemocráticos. Essa omissão, segundo o autor, teria levado à aceitação passiva da laicização dos Estados, enfraquecendo a autoridade moral da Igreja no mundo contemporâneo.
O artigo também critica como, ao longo do tempo, o Estado passou a assumir um papel que antes era da Igreja na definição da moralidade pública. Em vez de reconhecer a autoridade da Igreja em questões morais, os governos modernos estabeleceram seus próprios padrões éticos, muitas vezes em contradição com a doutrina cristã. O autor argumenta que isso levou a uma inversão perigosa: em vez de a Igreja influenciar o Estado na promoção do bem comum, é o Estado que agora dita normas morais baseadas em ideologias seculares.
Essa mudança seria especialmente visível em temas como casamento, família, sexualidade e direitos humanos, onde as leis civis muitas vezes contradizem os ensinamentos católicos. O artigo sugere que, ao abandonar a ideia de Cristo como Rei das nações, a Igreja permitiu que o Estado se tornasse uma nova autoridade moral, promovendo valores relativistas que desestabilizam a ordem natural e cristã da sociedade.
O artigo sugere que a solução exigiria uma reafirmação ousada da doutrina tradicional da Igreja, especialmente no que se refere à realeza social de Cristo. Isso significaria que os líderes católicos teriam que desafiar abertamente a separação estrita entre Igreja e Estado e reafirmar que a moralidade pública deve estar enraizada nos princípios cristãos, não em ideologias seculares.
No entanto, o autor parece reconhecer que essa mudança é improvável no curto prazo, pois muitos clérigos temem represálias políticas, sociais e até legais. Além disso, o próprio ecumenismo moderno e a postura mais conciliadora da Igreja desde o Concílio Vaticano II dificultam uma guinada nesse sentido.
Ainda assim, a esperança sugerida no artigo está na resistência de fiéis e clérigos que continuam defendendo a doutrina tradicional. Se um número suficiente de católicos e bispos se levantar contra a secularização da moral, poderia haver uma reversão gradual desse processo, restaurando a influência da Igreja sobre a sociedade.
Segundo o artigo, o Papa Francisco vê o sedevacantismo como uma ameaça menor em comparação com outras formas de tradicionalismo dentro da Igreja. O texto sugere que Francisco não está particularmente preocupado com os sedevacantistas porque eles já estão à margem da estrutura eclesial, sem influência significativa dentro da Igreja institucional.
Por outro lado, o artigo dá a entender que Francisco estaria mais preocupado com grupos tradicionalistas que ainda reconhecem sua autoridade, mas resistem às suas reformas. Esses grupos, ao permanecerem dentro da Igreja, desafiam seu pontificado de maneira mais direta e representam um obstáculo às mudanças que ele pretende implementar.
Enfim, parece obvio mas o artigo não diz claramente, que os líderes da Igreja Católica não estão apenas com medo, mas sim seguindo deliberadamente uma agenda de modernização que busca adaptar a Igreja aos padrões e valores do mundo moderno. Esse movimento, que pode ser visto em ações como o ecumenismo, a relativização da moralidade tradicional e a aproximação com o secularismo, está progressivamente abandonando os ensinamentos e a estrutura da Igreja Católica tradicional.
Essa "modernização" está em desacordo com a verdadeira missão da Igreja, que sempre foi a de manter e defender os dogmas imutáveis, como a realeza social de Cristo e a verdade moral eterna. Ao se afastar dessas doutrinas, os líderes católicos estariam não apenas cedendo ao medo da controvérsia, mas assumindo uma postura de conformismo com a cultura contemporânea, em detrimento da verdadeira identidade da Igreja.
Em vez de resistir às pressões externas e reafirmar sua autoridade moral, a liderança da Igreja parece estar, na visão do autor, abraçando um processo de secularização, que resulta no enfraquecimento da Igreja como uma força transformadora no mundo. Esse abandono da "velha e verdadeira Igreja Católica" é interpretado como uma traição ao legado histórico da Igreja, que sempre se opôs ao relativismo moral e ao secularismo dominante.