Bento XVI introduziu a figura do "Papa Emérito", uma novidade que rompeu com as tradições canônicas da Igreja. A distinção entre munus (o ser papa) e ministerium (o exercer o papado) gerou confusão entre teólogos e fiéis. Mons. Viganò critica essa separação, considerando-a artificial e contrária à doutrina católica, pois a renúncia do pontificado deveria implicar a abdicação completa do papel. Essa novidade, aliada às reformas promovidas por Francisco, contribuiu para a fragmentação interna da Igreja e para o enfraquecimento de sua identidade histórica e espiritual.
Outro ponto controverso envolve as correspondências mencionadas por Mons. Nicola Bux, que alegadamente contêm explicações de Bento XVI sobre sua renúncia. Contudo, a falta de divulgação integral desses documentos apenas alimenta teorias e especulações, exacerbando o clima de incerteza.
Para Mons. Viganò, a renúncia de Bento XVI deve ser compreendida dentro de um contexto mais amplo: o processo revolucionário iniciado pelo Concílio Vaticano II. Esse processo busca reformular o papado com ênfase na colegialidade e no ecumenismo, enfraquecendo sua estrutura monárquica tradicional. Segundo o autor, a eleição do Papa Francisco seria um desdobramento deste movimento, possivelmente influenciado por grupos progressistas infiltrados na Igreja.
Enfim, Mons. Viganò destaca a necessidade de maior transparência e de um retorno às tradições canônicas como forma de preservar a integridade da Igreja frente às forças secularizantes que ameaçam sua essência.
Fonte: Fondazione EXSURGE DOMINE