A notícia publicada pela InfoVaticana em 16 de junho de 2025, intitulada "La prefecta Brambilla lanza su primer movimiento contra las abadías tradicionales", relata que o Dicasterio para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, sob a liderança da Irmã Simona Brambilla e da Irmã Tiziana Merletti, ordenou uma visita apostólica à Abadia de Heiligenkreuz, na Áustria, uma comunidade cisterciense conhecida por sua vitalidade e fidelidade à tradição monástica. A notícia sugere que essa ação é o início de uma campanha contra mosteiros tradicionais, motivada por um viés progressista das novas líderes do dicasterio, que seriam hostis a formas tradicionais de vida religiosa.
Os ventos do progressismo continuam a soprar com força nos corredores do Vaticano, agora sob a batuta da Irmã Simona Brambilla, a nova "prefecta" do Dicasterio para a Vida Consagrada. A decisão de lançar uma visita apostólica à Abadia de Heiligenkreuz, um bastião da vida monástica tradicional, não é apenas um movimento administrativo. É um ato de guerra contra o que resta da verdadeira espiritualidade católica, um ataque calculado contra uma comunidade que ousa florescer em meio ao deserto espiritual do pós-Vaticano II.
Primeiro, consideremos os fatos. Heiligenkreuz, uma abadia cisterciense com séculos de história, é um exemplo vivo de fidelidade à Regra de São Bento, à oração litúrgica e à disciplina monástica. Sua vitalidade é inegável: vocações abundantes, liturgia reverente e uma influência espiritual que contrasta com o colapso generalizado das ordens religiosas, que perderam, em média, 45% de seus membros desde os anos 60, como a própria InfoVaticana documenta. E qual é a resposta do Dicasterio de Brambilla? Não louvor, não apoio, mas uma visita apostólica, um mecanismo que, na prática moderna, muitas vezes serve como prelúdio para intervenções draconianas, destituições de superiores ou até a supressão de comunidades. É o mesmo modus operandi usado contra os Franciscanos da Imaculada, cuja única "culpa" foi sua ortodoxia e crescimento.
Agora, quem são os agentes dessa inquisição? A Irmã Brambilla e sua secretária, Irmã Tiziana Merletti, são descritas como formadas em um "clima ideológico claramente progressista". Aqui está a chave da questão. O progressismo, herdeiro direto do modernismo condenado por São Pio X, não tolera a vitalidade da tradição. Ele não suporta ver mosteiros cheios de jovens monges que rezam em latim, vivem a Regra com rigor e rejeitam o espírito secularizante do mundo. Para os modernistas, o sucesso de Heiligenkreuz é uma afronta, uma lembrança de que a "primavera" do Vaticano II produziu apenas frutos podres: igrejas vazias, seminários desertos e ordens religiosas à beira da extinção.
A notícia levanta uma questão pertinente: se a Santa Sé tem "razões suficientes e sérias" para tal visita, como sugere um comentarista, por que não as revela? A falta de transparência é típica do novo regime eclesial, que opera com acusações vagas e processos opacos. Cita-se o exemplo de escândalos como os dos Legionários de Cristo ou do Sodalicio, mas onde está a evidência de abusos em Heiligenkreuz? Sem provas concretas, a visita apostólica parece mais um pretexto para intimidar uma comunidade que incomoda por sua fidelidade. É a mesma tática usada contra qualquer grupo que resista à agenda modernista: rotule-os de "suspeitos", envie inspetores e, se necessário, desmantele tudo sob o pretexto de "renovação".
E não nos enganemos: essa "renovação" é um eufemismo para a destruição da tradição. Como o Concílio de Trento e os grandes papas do passado ensinaram, a vida monástica é o coração pulsante da Igreja, um farol de santidade que sustenta a fé dos leigos. Atacar mosteiros como Heiligenkreuz é atacar a própria Igreja em suas raízes. A pergunta do artigo é devastadora: "Se se castiga o florecimento dos mosteiros fiéis à Regra e à tradição, que tipo de renovação se pretende?" A resposta é clara: uma renovação que troca a cruz pela ideologia, a oração pela burocracia, e a verdade pela conformidade com o espírito do mundo.
Não é surpresa que Brambilla, cuja nomeação já foi questionada por violar o direito canônico (pois um prefeito de dicasterio deveria ser ordenado, capaz de exercer a potestas sacra), lidere essa cruzada. Seu mandato, iniciado sob o pontificado de Francisco, reflete a mentalidade sinodal que busca "abrir" a Igreja ao mundo, mesmo que isso signifique esmagar o que resta de sua identidade católica. E o que dizer do cardeal Ángel Fernández Artime, o "pro-prefecto" que supostamente a supervisiona? Sua presença é apenas um verniz para legitimar uma nomeação escandalosa, um paliativo para acalmar os que ainda respeitam o direito da Igreja.
Referência
INFOVATICANA. La prefecta Brambilla lanza su primer movimiento contra las abadías tradicionales. InfoVaticana, 16 jun. 2025. Disponível em: https://infovaticana.com/2025/06/16/la-prefecta-brambilla-lanza-su-primer-movimiento-contra-las-abadias-tradicionales/. Acesso em: 18 jun. 2025.