🎯 Introdução: A Família como Célula e a Mulher como Coração da Sociedade Cristã
A contínua batalha entre as duas civilizações — a cristã, que eleva o homem à ordem sobrenatural, e a moderna, que o aprisiona no naturalismo — não se trava apenas nos parlamentos, nas academias ou nos campos de batalha, mas, antes de tudo, no seio da família (Delassus, 1910). A família, enquanto célula fundamental da sociedade cristã, representa a primeira e mais robusta muralha contra a dissolução revolucionária. É nela que as verdades da fé, os princípios da moral e as noções de autoridade e sacrifício são transmitidas de geração em geração. Dentro desta instituição, a mulher ocupa a posição de coração e centro educador. Sua missão não se resume à geração da prole, mas estende-se à formação das almas, sendo ela a primeira guardiã da fé e dos costumes. Por essa razão, a conspiração anticristã, em sua lógica destrutiva, identificou na mulher o alvo estratégico por excelência. Para demolir o edifício da cristandade, é imperativo minar seus alicerces; para envenenar a sociedade, é preciso primeiro corromper a fonte de onde ela bebe a vida moral.
📜 O Plano Explícito da Corrupção
A tese de que a corrupção feminina é um projeto deliberado não se baseia em meras conjecturas, mas em documentos que revelam a estratégia das sociedades secretas. Uma das instruções da Grande Loja, datada do século XIX, é explícita em seu desígnio: "Para abater o Catolicismo, é preciso começar por suprimir a mulher... posto que não podemos suprimir a mulher, corrompamo-la com a Igreja. Corruptio optimi pessima. O objetivo é suficientemente belo para tentar homens como nós... O melhor punhal para ferir a Igreja no coração é a corrupção. Ao trabalho, pois, até o fim!" (Delassus, 1910).
Esta diretriz revela a profundidade do plano. Não se trata de um ataque grosseiro e direto, mas de uma infiltração sutil e perversa. A estratégia consiste em "popularizar o vício nas multidões", fazendo com que "elas o respirem pelos cinco sentidos, que elas se saturem dele". O objetivo final, conforme confessado pelos próprios conspiradores, é "formar corações viciosos" para que, consequentemente, "não se tenha mais católicos" (Delassus, 1910). A mulher, por sua influência determinante sobre os costumes e a educação infantil, torna-se o principal vetor para essa disseminação do vício. Ao despojá-la do pudor, da modéstia e das virtudes que ornamentam seu sexo, a seita a transforma de santuário da família em agente da sua dissolução.
🛡️ A Mulher como Guardiã da Tradição e da Fé
A civilização cristã repousa sobre a transmissão contínua de um patrimônio espiritual. Essa transmissão ocorre, primariamente, no lar, através da educação materna. As virtudes de piedade, obediência, caridade e sacrifício são, com efeito, "transmitidas de coração de mãe para coração de filho". A mãe cristã é a primeira catequista, aquela que ensina a persignar-se, a rezar e a amar a Deus. É ela quem estabelece os fundamentos da vida moral sobre os quais a Igreja e a sociedade poderão, mais tarde, edificar.
A conspiração moderna compreendeu perfeitamente este mecanismo. Atacar a mulher significa, portanto, cortar a raiz da educação cristã. Uma mãe imbuída do espírito do naturalismo, que busca apenas o gozo terreno, que despreza o sacrifício e ridiculariza a pureza, não poderá gerar senão filhos à sua imagem: egoístas, materialistas e rebeldes a toda autoridade, seja ela paterna, civil ou divina (Delassus, 1910). Deste modo, a corrupção feminina garante que a própria fonte da regeneração social seque, produzindo uma geração desenraizada, pronta para abraçar a utopia revolucionária de uma sociedade sem Deus e sem lei.
⛓️ Da "Emancipação" à Dissolução Social
Um dos mais eficazes artifícios empregados pela seita para alcançar seus fins é a promoção de uma "falsa emancipação" feminina. Sob a bandeira de uma suposta "liberdade", o que se prega é a libertação não da injustiça, mas do dever. A mulher é "emancipada" de sua missão de esposa e mãe, de sua vocação ao sacrifício e de sua dignidade de guardiã do lar. Em troca, oferece-se-lhe a miragem da independência absoluta, do prazer sem limites e da rivalidade com o homem (Delassus, 1910).
Essa "emancipação" é, na verdade, a mais degradante das servidões. Ao abandonar o lar, a mulher não encontra a liberdade, mas a escravidão do trabalho assalariado e a competição desleal num mundo moldado por valores masculinos. Ao rejeitar a maternidade, ela se priva de sua mais alta glória. Ao desprezar o pudor, ela se rebaixa à condição de mero objeto de prazer. Este processo, apresentado como "progresso", nada mais é do que o retorno à barbárie pagã, onde a mulher era ou escrava ou instrumento de luxúria. A destruição do pudor e o incentivo à dissolução familiar são consequências diretas dessa subversão, que visa, em última análise, a atomização da sociedade, deixando os indivíduos isolados e indefesos diante do poder centralizador do Estado revolucionário (Delassus, 1910).
⚔️ Conclusão: A Batalha pela Alma da Sociedade
Em suma, a condição da mulher é o barômetro que mede a saúde moral de uma civilização. A cristandade floresceu quando a dignidade da mulher foi elevada à sua mais alta expressão na figura da Virgem Santíssima, modelo de pureza, sacrifício e maternidade espiritual. Em contrapartida, a civilização moderna, herdeira da Renascença pagã e da Revolução, ataca sistematicamente este modelo, pois sabe que, corrompendo a mulher, corrompe a família, e, corrompendo a família, desfere o golpe de morte em toda a ordem social cristã.
A guerra travada contra a mulher não é, portanto, um fenômeno isolado ou acidental. É a execução metódica de um plano antigo e bem articulado, cuja finalidade é a completa erradicação da influência de Cristo sobre a sociedade. Reconhecer essa estratégia é o primeiro passo para combatê-la e para trabalhar na restauração da verdadeira dignidade feminina, que é o alicerce indispensável para a reconstrução de uma sociedade verdadeiramente humana e cristã (Delassus, 1910).
📚 Referências
Delassus, Henri. A Conjuração Anticristã: O Templo Maçônico que quer se erguer sobre as ruínas da Igreja Católica. Lille: Société Saint-Augustin Desclée, De Brouwer et Cie., 1910.