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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Líderes maçons no Brasil - Século XIX

No século XIX, a maçonaria teve uma grande influência na vida política, social e intelectual do Brasil. Muitos dos líderes proeminentes que moldaram o país nesse período eram maçons e utilizaram a fraternidade como espaço para debater e promover ideais progressistas, como a independência, a república, a abolição da escravatura, e a modernização do Estado. Aqui está uma lista de algumas dessas figuras:

José Bonifácio de Andrada e Silva (1763–1838)
Papel: Um dos principais articuladores da independência do Brasil, conhecido como o "Patriarca da Independência". Além de maçom, foi o mentor de Dom Pedro I. Contribuição: José Bonifácio teve papel fundamental na transição do Brasil de colônia para império, promovendo ideias de liberdade e soberania nacional.

André Rebouças (1838–1898)
Papel: Engenheiro, militar e abolicionista, André Rebouças foi uma das figuras mais importantes no movimento pela abolição da escravatura no Brasil. Contribuição: Filho de uma família de origem negra e rica, Rebouças lutou não apenas pela abolição, mas também por reformas que permitissem a inclusão dos libertos na sociedade brasileira, promovendo o acesso à terra e à educação.

Rui Barbosa (1849–1923)
Papel: Jurista, político, abolicionista e um dos principais intelectuais da República Velha. Foi um dos autores da Constituição de 1891. Contribuição: Defensor fervoroso das liberdades civis, Barbosa foi uma voz forte contra a escravidão e trabalhou em prol da separação entre Igreja e Estado e do federalismo.

Dom Pedro I (1798–1834)
Papel: Primeiro imperador do Brasil e maçom. Ele foi iniciado na maçonaria em 1822 e participou ativamente das lojas maçônicas que apoiavam a independência do Brasil. Contribuição: Dom Pedro I declarou a independência do Brasil em 1822, com o famoso "Grito do Ipiranga", e estabeleceu a primeira Constituição em 1824, inspirada por ideias liberais que circulavam entre os maçons da época.

Duque de Caxias (1803–1880)
Papel: Marechal e patrono do Exército Brasileiro, Duque de Caxias foi também maçom.mContribuição: Ele teve um papel importante na defesa da integridade territorial do Brasil durante as diversas rebeliões internas e participou na Guerra do Paraguai, promovendo a estabilidade durante o Segundo Reinado.

Visconde de Mauá (Irineu Evangelista de Sousa) (1813–1889)
Papel: Empresário e político brasileiro, o Visconde de Mauá foi um dos maiores pioneiros da industrialização no Brasil e também maçom. Contribuição: Mauá promoveu a modernização do Brasil com investimentos em ferrovias, navegação e outros empreendimentos industriais, buscando transformar o Brasil em um país mais desenvolvido economicamente.

Bento Gonçalves da Silva (1788–1847)Papel: Líder da Revolução Farroupilha (1835–1845), Bento Gonçalves foi maçom e um dos principais nomes da luta republicana no sul do Brasil. Contribuição: Ele liderou o movimento republicano e separatista no Rio Grande do Sul, buscando maior autonomia para a província, o que acabou se tornando uma importante guerra civil.

8. Francisco Gê Acaiaba de Montezuma (Visconde de Jequitinhonha) (1794–1870)Papel: Advogado, político, diplomata e maçom, o Visconde de Jequitinhonha foi um dos principais defensores do liberalismo e da abolição da escravatura. Contribuição: Montezuma esteve envolvido na formulação de importantes reformas políticas e sociais no Brasil Imperial, promovendo ideias de igualdade jurídica e combate à escravidão.

D. Pedro II (1825–1891)
Papel: Segundo imperador do Brasil, D. Pedro II manteve uma relação ambígua com a maçonaria, mas sua política liberal e abolicionista foi apoiada por muitos maçons. Contribuição: D. Pedro II foi um monarca progressista, apoiando a abolição da escravatura e incentivando a educação, a ciência e a cultura, contribuindo para a modernização do Brasil.

Joaquim Gonçalves Ledo (1781–1847)
Papel: Jornalista, político e maçom, Gonçalves Ledo foi um dos principais articuladores da independência do Brasil. Contribuição: Sua atuação nas lojas maçônicas ajudou a impulsionar o movimento de independência, e ele foi um dos responsáveis por redigir documentos fundamentais para a separação do Brasil de Portugal.

Luís Alves de Lima e Silva (Barão de Mauá) (1803–1880)Papel: O Barão de Mauá foi um grande empresário, político e também um maçom ativo. Contribuição: Ele foi um defensor da industrialização e do desenvolvimento econômico do Brasil, atuando em setores estratégicos como transporte, finanças e infraestrutura.

José Clemente Pereira (1787–1854)Papel: Político e maçom, foi um dos líderes da Revolução do Porto no Brasil. Contribuição: Ele contribuiu para a proclamação da Independência do Brasil e atuou em favor da criação de instituições democráticas e modernas.

Manuel Deodoro da Fonseca (1827–1892)Papel: Marechal do Exército Brasileiro e líder do movimento que proclamou a República em 1889, Deodoro era maçom. Contribuição: Foi o primeiro presidente do Brasil, instaurando o regime republicano e abrindo caminho para a modernização do Estado brasileiro.

Não foram membros da maçonaria

No Brasil do século XIX, apesar de muitos líderes políticos e intelectuais importantes terem sido maçons, houve também figuras proeminentes que não foram membros da maçonaria. Notadamente:

Dom João VI (1767–1826)
Papel: Rei de Portugal e, posteriormente, rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Foi o monarca que transferiu a corte portuguesa para o Brasil em 1808, estabelecendo o Rio de Janeiro como a capital do Império Português. Contribuição: Dom João VI teve um papel central na modernização do Brasil, incentivando o desenvolvimento econômico e cultural durante sua estadia no país. Embora tenha governado em um período de tensões entre a Igreja e a maçonaria, ele não foi associado a movimentos maçônicos.

Princesa Isabel (1846–1921)
Papel: Regente do Brasil em diversas ocasiões e responsável pela assinatura da Lei Áurea (1888), que pôs fim à escravidão no país. Contribuição: Isabel foi uma católica devota e não teve ligação com a maçonaria. Sua atuação política foi marcada pelo apoio à causa abolicionista, mas sempre dentro de uma ótica cristã, em sintonia com a Igreja Católica.

Fonte: “A Maçonaria no Brasil” - Lúcio Costa.