🌅 Fim da Modernidade:
Guardini observa que a modernidade, iniciada com o Renascimento e consolidada pelo Iluminismo, baseou-se na centralidade do homem autônomo, na razão como ferramenta suprema e na ciência como solução para todos os problemas. No entanto, ele argumenta que essa visão levou a uma desumanização, com o homem se tornando vítima de suas próprias criações (tecnologia, sistemas políticos opressivos, etc.). A Primeira e a Segunda Guerra Mundial são exemplos concretos do colapso dessa confiança ingênua no progresso.
🤔 A Crise do Homem Moderno:
O autor aponta que o homem moderno perdeu a conexão com o transcendente (Deus, valores espirituais) e vive uma existência fragmentada, dominada por abstrações e pela lógica utilitária. Isso resulta em alienação, niilismo e uma sensação de vazio existencial.
🌄 A Nova Era:
Guardini sugere que o fim da modernidade abre espaço para uma nova era, mas alerta que ela pode ser tanto perigosa quanto promissora. Ele prevê um mundo dominado pela tecnologia e por estruturas de poder impessoais, onde o indivíduo pode ser esmagado por sistemas coletivistas ou totalitários. Contudo, também vê a possibilidade de renovação espiritual, caso o homem redescubra sua relação com Deus e com valores éticos.
✝️ Perspectiva Cristã:
Como teólogo, Guardini propõe que a resposta à crise moderna está na fé cristã, que oferece um equilíbrio entre a liberdade individual e a responsabilidade perante o transcendente. Ele enfatiza a necessidade de uma nova antropologia cristã, que reconheça a dignidade humana sem cair no antropocentrismo arrogante da modernidade.
🔭 Desafios Futuros:
O autor destaca que a nova era exigirá do homem uma postura de vigilância e discernimento. A tecnologia, embora poderosa, deve ser subordinada a valores éticos e espirituais. Guardini apela por uma educação que forme pessoas conscientes de sua responsabilidade perante Deus, os outros e o mundo.
📖 Sobre o autor
A influência de Romano Guardini no Concílio Vaticano II foi sobretudo indireta, mas decisiva: sua obra O Espírito da Liturgia (1918) e seus escritos sobre a formação cristã moldaram toda uma geração de teólogos e pastores que atuaram como peritos conciliares, entre eles Joseph Ratzinger, Karl Rahner e Yves Congar. Guardini enfatizava que a liturgia não era uma devoção privada, mas a ação pública da Igreja, na qual Cristo continua a atuar sacramentalmente e o fiel participa ativamente como membro de um corpo vivo. Essa visão, ao propor uma redescoberta da dimensão comunitária e objetiva do culto, ofereceu fundamentos para a Sacrosanctum Concilium, especialmente em sua insistência na “participação plena, consciente e ativa” dos fiéis (SC 14), expressão que ecoa diretamente preocupações guardinianas. Embora Guardini não tenha redigido documentos do Concílio, seu pensamento funcionou como uma espécie de matriz espiritual e intelectual para a renovação litúrgica oficializada em 1963.
A influência de Romano Guardini no Concílio Vaticano II foi sobretudo indireta, mas decisiva: sua obra O Espírito da Liturgia (1918) e seus escritos sobre a formação cristã moldaram toda uma geração de teólogos e pastores que atuaram como peritos conciliares, entre eles Joseph Ratzinger, Karl Rahner e Yves Congar. Guardini enfatizava que a liturgia não era uma devoção privada, mas a ação pública da Igreja, na qual Cristo continua a atuar sacramentalmente e o fiel participa ativamente como membro de um corpo vivo. Essa visão, ao propor uma redescoberta da dimensão comunitária e objetiva do culto, ofereceu fundamentos para a Sacrosanctum Concilium, especialmente em sua insistência na “participação plena, consciente e ativa” dos fiéis (SC 14), expressão que ecoa diretamente preocupações guardinianas. Embora Guardini não tenha redigido documentos do Concílio, seu pensamento funcionou como uma espécie de matriz espiritual e intelectual para a renovação litúrgica oficializada em 1963.