Dom Daniel Dolan foi uma figura proeminente no movimento católico tradicionalista, particularmente conhecido por sua oposição às reformas introduzidas pelo Concílio Vaticano II. Faleceu em 2022. Abaixo estão algumas das principais controvérsias associadas a ele:
Dom Dolan começou sua carreira sacerdotal associado à Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), uma organização tradicionalista fundada por Dom Marcel Lefebvre. No entanto, Dolan se distanciou da FSSPX devido a divergências sobre como lidar com a situação da Igreja pós-Vaticano II. A FSSPX, embora crítica das reformas do Concílio Vaticano II, não adotou oficialmente a posição sedevacantista, o que levou a um rompimento entre Dolan e a organização.
Em 1993, Dom Dolan foi ordenado bispo por Dom Mark Pivarunas, outro líder sedevacantista. Esta ordenação foi realizada sem o mandato papal. Além disso, Dom Dolan, por sua vez, ordenou outros bispos, perpetuando uma linha de episcopado que opera fora da estrutura oficial da Igreja Católica Romana.
Dom Dolan foi um crítico vocal da Missa Novus Ordo, introduzida após o Concílio Vaticano II. Ele considerava essa forma de liturgia uma ruptura com a tradição da Igreja e promovia exclusivamente a celebração da Missa Tridentina, na forma pré-Vaticano II. Sua posição crítica em relação à nova liturgia foi um dos principais pilares de sua oposição ao Concílio Vaticano II.
Dentro do movimento sedevacantista, que já é uma posição teológica minoritária e controversa dentro do catolicismo tradicionalista, existem várias facções e lideranças que muitas vezes discordam entre si. Dom Daniel Dolan esteve no centro de várias dessas disputas, que envolveram tanto questões doutrinárias quanto de autoridade episcopal.
Uma das disputas foi com Dom Donald Sanborn, outro bispo sedevacantista que, assim como Dolan, se separou da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) devido a desacordos teológicos. Sanborn e Dolan foram originalmente ordenados sacerdotes pela FSSPX, mas se separaram do grupo devido à sua recusa em adotar uma postura abertamente sedevacantista. Ambos foram consagrados bispos por Dom Mark Pivarunas, mas logo surgiram divergências entre eles. Essas divergências eram sobre a abordagem teológica do sedevacantismo, a administração de suas respectivas dioceses e as práticas litúrgicas.
Outro ponto de conflito dentro do movimento sedevacantista foi com a Congregação de Maria Imaculada Rainha (CMRI), liderada por Dom Mark Pivarunas. A CMRI é uma das maiores organizações sedevacantistas nos Estados Unidos, e apesar de Dolan ter sido consagrado bispo por Pivarunas, ele eventualmente seguiu um caminho distinto. Diferenças em questões de administração, liderança e a interpretação de como aplicar a doutrina sedevacantista contribuíram para a separação entre Dolan e a CMRI.
Dom Robert McKenna foi outro bispo sedevacantista que, como Dolan, se envolveu na consagração de outros bispos sem a aprovação do Vaticano. McKenna e Dolan compartilhavam muitas das mesmas crenças, mas também houve tensões ocasionais sobre questões de jurisdição e autoridade.
Essas disputas dentro do movimento sedevacantista enfraqueceram a coesão do movimento e dificultaram a formação de uma frente unida contra as reformas pós-Vaticano II. As divisões entre figuras como Dolan, Sanborn, Pivarunas, e McKenna mostram as complexidades e desafios de manter uma visão tradicionalista rigorosa sem uma estrutura de autoridade central.