Omnes gentes, pláudite mánibus... Vós, povos todos, batei palmas; celebrai a Deus com cânticos de júbilo. Sl. Porque sublime é o Senhor e grande é o seu poder: Rei supremo sobre toda a terra. ℣. Glória ao Pai…
Coleta
Ó Deus, cuja Providência não falha em suas disposições, humildemente Vos suplicamos afasteis de nós tudo quanto nos prejudique, e nos concedais quanto nos possa ser proveitoso para nossa vida. Por N. S.
Epístola (Rm 6, 19-23)
Irmãos: Humanamente falo, atendendo à fraqueza de vossa carne. Como oferecestes os vossos membros para servirem à impureza e a malícia para a iniquidade, assim agora, fazei-os servir á justiça para a vossa santificação. Pois, quando éreis escravos do pecado, não servistes à justiça. E que fruto tivestes então daquelas coisas de que agora vos envergonhais ? O fim de tudo aquilo é a morte. Agora, porém, livres do pecado e feitos servos de Deus, tendes por vosso fruto a santidade, e por fim, a vida eterna. Porque o soldo do pecado é a morte; mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, Senhor nosso.
Gradual (Sl 33, 12 e 6 | Sl 46, 2) (Vídeo) (Vídeo-aleluia)
Vinde, filhos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor. ℣. Aproximai-vos d’Ele: irradiai de alegria, e as vossas faces não se cobrirão de confusão.Aleluia, aleluia. ℣. Vós, povos todos, batei palmas: glorificai a Deus com cânticos de júbilo. Aleluia.
Evangelho (Mt 7, 15-21)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Acautelai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós sob peles de ovelhas, e por dentro, no entanto, são lobos vorazes. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas, de espinhos, ou figos, de cardos ? Assim toda a árvore boa dá bons frutos; e a árvore má dá frutos maus. Não pode a boa árvore dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto, será cortada e lançada ao fogo. Portanto, por seus frutos é que conhecereis os homens. Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, e sim, o que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é que entrará no Reino dos céus.
Reflexão
A alegria dos povos expressa no introito manifesta a universalidade da salvação, que convida todos a louvar a Deus com coração puro, pois a verdadeira adoração nasce da alma ordenada à sua vontade soberana, e não de meras exterioridades (Santo Agostinho, Sermo 21).
A Epístola exorta à transformação da vida, pois a liberdade do pecado não é mera libertação, mas um chamado à servidão à justiça, que purifica a alma para a santidade, sendo esta a verdadeira preparação para a eternidade (Santo Ambrósio, De Sacramentis, Livro VI).
O Evangelho ensina que a autenticidade da fé se revela nas obras, pois o coração humano, como árvore, só pode produzir conforme sua natureza interior, sendo a obediência à vontade divina o critério último do juízo (Santo Hilário de Poitiers, Commentarius in Matthaeum, Cap. 7).
O Evangelho de Mateus 12, 33-37 complementa a ideia de que as palavras do homem refletem o coração, assim como os frutos revelam a árvore, destacando que a fala também será julgada, um aspecto não abordado diretamente em Mateus 7.
Lucas 6, 43-45 reforça a metáfora da árvore e seus frutos, mas adiciona que o homem tira do tesouro do coração tanto o bem quanto o mal, enfatizando a interioridade como origem das ações, um ponto menos explícito em Mateus 7.
João 15, 1-8 aprofunda a imagem da árvore ao apresentar Cristo como a videira verdadeira, indicando que os frutos bons dependem da união vital com Ele, um elemento relacional ausente no texto de Mateus.
Em Gálatas 5, 16-25, Paulo lista os frutos do Espírito, como amor, alegria e paz, contrastando-os com as obras da carne, oferecendo uma descrição concreta dos “frutos bons” que Mateus 7 menciona apenas em termos gerais.
Em 1 Coríntios 12, 4-11, Paulo destaca que os dons espirituais variam, mas todos provêm do mesmo Espírito, sugerindo que os frutos bons podem se manifestar de formas diversas, um aspecto não detalhado no Evangelho.
Filipenses 2, 12-13 enfatiza que Deus opera na vontade e no agir do homem, complementando Mateus 7 ao indicar que a capacidade de fazer a vontade do Pai vem da graça divina, e não apenas do esforço humano.
O Concílio de Trento, Sessão VI, Decreto sobre a Justificação, Capítulo XI, ensina que a fé sem obras é morta, reforçando que a entrada no Reino, mencionada em Mateus 7, exige a cooperação ativa com a graça, um ponto implícito no Evangelho.
A Didascalia Apostolorum (séc. III) adverte contra falsos mestres que desviam os fiéis com aparente piedade, complementando Mateus 7 ao especificar que tais lobos muitas vezes se disfarçam com práticas ascéticas exteriores.