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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Encontro de Assis - Relativismo Religioso - Papa João Paulo II


O Encontro em 1986, foi um evento chamado de Dia Mundial de Oração pela Paz, ocorreu em Assis, Itália, e contou com a participação de líderes de diversas religiões do mundo, como cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, hindus e outros. Seu principal objetivo era promover a paz e a compreensão entre as religiões.

Em 27 de outubro de 1986, mais de 120 líderes religiosos de várias partes do mundo se reuniram. Cada grupo religioso realizou orações e rituais de acordo com suas próprias tradições, mas o enfoque estava na ideia de que as religiões podem contribuir juntas para a paz global. O Papa João Paulo II afirmou que o encontro não visava o sincretismo religioso (a fusão de diferentes crenças), mas sim um respeito mútuo às diversas tradições espirituais e uma busca comum pela paz.

Sincretismo e Relativismo Religioso

A principal crítica veio de grupos católicos tradicionalistas, que temiam que o evento promoveria um relativismo religioso, isto é, a ideia de que todas as religiões teriam o mesmo valor ou verdade. Poderia comprometer a exclusividade da fé católica e minar a centralidade de Cristo como o único mediador entre Deus e os homens. A presença de líderes de outras religiões no mesmo espaço promoveria um enfraquecimento da mensagem da unicidade da Igreja Católica.

Teólogos conservadores e tradicionalistas, como o então cardeal Joseph Ratzinger (futuro Papa Bento XVI), expressaram receios sobre o formato do encontro, especialmente quanto à participação conjunta em atos de oração, temendo que isso pudesse dar a impressão de que todas as religiões fossem igualmente válidas no plano da salvação. Grupos como os seguidores do arcebispo Marcel Lefebvre, da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), condenaram o evento como uma traição ao ensino católico tradicional e como um ato de "modernismo" que diluía a doutrina.

O Papa Bento XVI, que sucedeu João Paulo II, foi mais cauteloso em relação a eventos desse tipo, limitando a participação conjunta em orações entre diferentes religiões e reforçando a distinção entre o diálogo inter-religioso e a oração pública comum.

Não somente cultos não-cristãos foram publicamente celebrados, mas também se colocaram lugares de culto católicos à disposição das falsas religiões. Quando se pensa que uma igreja católica é um lugar santo, consagrado unicamente ao culto da Santíssima Trindade, percebe-se a gravidade da situação.

João Paulo II justificou repetidamente a reunião de Assis, com destaque para seus discursos aos Cardeais em 22 de dezembro de 1986. O aspecto mais notável desse discurso específico é a surpreendente frequência com que o Papa menciona o Concílio Vaticano II - 35 vezes ao todo - sem fazer referência a qualquer outro texto magisterial. Ele enfatiza particularmente que "a chave apropriada de leitura para um tão grande acontecimento surge do ensinamento do Concílio Vaticano II", demonstrando assim a centralidade desse Concílio em sua interpretação e justificativa do evento de Assis.

Fonte: https://www.saiamodesta.com.br/estudo/o-heretico-e-escandaloso-encontro-ecumenico-em-assis-de-joao-paulo-ii