Livro - Orientações sobre o Espiritismo, de Pe. Michael Müller (Editora Padre Pio, 2024)


O livro é um opúsculo extraído do capítulo 3 da obra original de Pe. Michael Müller, Triumph of the Blessed Sacrament, publicado pela Editora Padre Pio, em 2024. Apresenta uma crítica teológica e pastoral do espiritismo, defendendo a tese de que suas manifestações não provêm de almas de falecidos, mas de demônios.
  1. Prefácio (por Equipe Christo Nihil Præponere) - O prefácio, escrito pela editora, estabelece o tom da obra. Ele afirma que o espiritismo é uma prática perigosa e um pecado grave, pois vai contra uma proibição divina explícita no Antigo Testamento. A frase central é: "Os que adentram a casa do diabo arriscam ser enganados por suas maquinações e subjugados ao seu domínio". O texto lamenta a popularidade do espiritismo no Brasil e cita o exorcista Pe. Francesco Bamonte, que descreve o "espiritismo moderno" como "satanismo". O prefácio conclama os católicos a não apenas evitarem as práticas espíritas, mesmo por curiosidade, mas também a denunciá-las abertamente, orientando outras pessoas sobre seus perigos
  2. Introdução ao Espiritismo (Páginas 8-10) O autor, Pe. Müller, começa reconhecendo a realidade de muitos fenômenos espíritas, descartando a ideia de que tudo seja truque ou fraude. Ele argumenta que a ciência moderna é incapaz de explicá-los porque se recusa a admitir a existência do sobrenatural. No entanto, ele rejeita a explicação dos próprios espíritas (de que são almas de falecidos), pois os próprios adeptos admitem que os espíritos frequentemente mentem. A tese central do livro é então apresentada: a verdadeira fonte dessas manifestações é o Inferno. O autor afirma categoricamente que "o espiritismo moderno nada mais é do que satanismo" e se propõe a provar isso através de sete argumentos.
  3. Capítulo 1: O espiritismo contra a santidade de Deus e de seus anjos - O argumento é simples e teológico: Deus, seus anjos e os santos são sublimes e sagrados demais para se envolverem em "diversões frívolas" como as sessões espíritas. Como os bons espíritos amam o que Deus ama e odeiam o que Ele odeia, eles jamais participariam de algo que é uma abominação a Deus. Portanto, a origem dessas manifestações só pode ser de espíritos malignos: Satanás e seus companheiros.
  4. Capítulo 2: As respostas dos próprios espíritos denunciam o espiritismo - Este capítulo foca na natureza das comunicações. O autor argumenta que os espíritos se autoincriminam ao darem respostas ambíguas e, muitas vezes, mentiras manifestas. Como as almas santas no céu não podem mais pecar (e mentir é um pecado), os espíritos mentirosos devem ser, por definição, malignos. Satanás é o "pai da mentira" e suas previsões são apenas conjecturas, ao contrário das profecias claras e precisas de Deus.
  5. Capítulo 3: Natureza de tais visitas e manifestações de espíritos - Aqui, o autor contrasta as características das manifestações divinas com as diabólicas.Visitas Divinas: Trazem paz, doçura, calma e serenidade. Iluminam o entendimento e fortalecem a alma sem perturbações físicas. Manifestações Espíritas (Diabólicas): Caracterizam-se pela violência, distorção, tremor, perturbação e desordem. Demonstram "poder sem amor, força sem bondade, conhecimento sem gentileza", o que, segundo o autor, é a marca do espírito maligno.
  6. Capítulo 4: Princípios e moral dos espíritas - Este capítulo ataca as doutrinas e a moralidade promovidas pelo espiritismo. O autor afirma que os espíritos ensinam "doutrinas de demônios" (1Tm 4, 1), como: Negação do Inferno, dos demônios e da ressurreição do corpo. A ideia de que o cristianismo está ultrapassado e que eles trazem uma nova religião "mais sublime". A moralidade ensinada é considerada imoral e revoltante, especialmente por atacar a indissolubilidade do casamento e promover o "amor livre". O autor menciona que os espíritos podem, às vezes, dar bons conselhos, mas isso é apenas um ardil para enganar e ganhar a confiança de suas vítimas.
  7. Capítulo 5: Os espíritos diante dos poderes sobrenaturais - Este capítulo argumenta que os espíritos malignos são fracos e fogem na presença do poder sagrado da Igreja Católica. Vários exemplos são dados para provar este ponto: Poder da oração: Relata a história bíblica de Simão Mago, cujo poder falhou diante da oração de São Pedro e São Paulo. Narra também o caso de um padre que, ao rezar secretamente em uma sessão, impediu qualquer manifestação. Poder das relíquias: Conta a história do Imperador Juliano, o Apóstata, que não conseguiu obter respostas de um oráculo pagão porque as relíquias de São Bábilas estavam por perto. Poder dos sacramentais: Descreve um padre que aspergiu água benta em um local de sessão espírita, fazendo com que a médium fosse incapaz de "trabalhar". Poder do sinal da cruz: Menciona como o General Lamoricière frustrou uma sessão por ter um crucifixo e como São Gregório Taumaturgo expulsou e depois readmitiu demônios de um templo pagão com o sinal da cruz para provar seu poder sobre eles.
  8. Capítulo 6: O espiritismo e as Sagradas Escrituras - O argumento aqui é que a Bíblia condena explicitamente o espiritismo sob o nome de "necromancia" (a evocação dos mortos). O autor afirma que essa prática é classificada como uma abominação aos olhos de Deus. Os espíritas modernos, ao afirmarem se comunicar com os falecidos, são, portanto, necromantes e praticam algo que o mundo cristão sempre considerou ilícito e um trato com demônios.
  9. Capítulo 7: Consequências nefastas do espiritismo - Este capítulo foca nos resultados práticos e destrutivos do envolvimento com o espiritismo. Renascimento do paganismo: O espiritismo é visto como a tática de Satanás para restabelecer a adoração a demônios no mundo cristão, substituindo os ídolos e oráculos antigos por mesas e médiuns. Consequências na história sagrada: Cita exemplos bíblicos de reis (Ocozias, Saul, Acab) que foram punidos com a morte por consultarem médiuns e falsos profetas. Consequências em nossos dias: O autor afirma que a prática do espiritismo leva à perturbação demoníaca, à loucura e ao suicídio. Ele relata o caso de um médico que foi atormentado por espíritos após frequentar sessões e cita notícias de jornais do século XIX sobre pessoas internadas em manicômios ou que cometeram suicídio por causa do espiritismo. O capítulo termina citando a condenação formal do espiritismo pelo II Concílio Plenário de Baltimore (1866).
  10. Apêndice – Alucinações e perigos do espiritismo - O apêndice é uma transcrição direta de um decreto do II Concílio Americano de Baltimore, apresentado como uma voz de autoridade da Igreja. As ideias principais são: Reconhecimento e Negação: O Concílio reconhece que muitos fenômenos são fraude, mas insiste que "ao menos alguns deles devem ter origem em intervenções satânicas". Ação do Demônio: Afirma que o diabo, nos "últimos dias", busca reintroduzir a magia sob novas formas para levar os homens à ruína, transformando-se em "anjo de luz" para enganar. Vulnerabilidade: Cita os Padres da Igreja (Santo Agostinho) para argumentar que o demônio é como um "cão acorrentado" que só pode morder aqueles que se aproximam dele voluntariamente. Pessoas que não são purificadas pelo Batismo ou que vivem no pecado estão mais vulneráveis. Rejeição a Cristo: Os bispos afirmam que os espíritas rejeitam Cristo e sua religião, buscando uma "verdadeira e mais alta filosofia" em revelações demoníacas. Exortação Final: O Concílio termina com uma forte advertência aos católicos para que não promovam o espiritismo de forma alguma e nunca assistam às suas sessões, nem por curiosidade, para não serem enganados e subjugados pelo demônio.