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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Reforma litúrgica - Papel da mulher na igreja católica

O impedimento da participação de mulheres em funções litúrgicas, especialmente no altar, tem raízes históricas e foi reafirmada por diversos Papas ao longo dos séculos. Aqui estão outros exemplos de manifestações papais condenando essa prática:

Papa Bento XIV em 1755: O Papa Gelásio em sua nona carta (cap. 26) aos bispos de Lucania condenou a má prática que havia sido introduzida de mulheres servindo ao sacerdote na celebração da Missa. Como esse abuso havia se espalhado para os gregos, Inocêncio IV o proibiu estritamente em sua carta ao bispo de Tusculum: ‘As mulheres não devem ousar servir no altar. Traga outros exemplos de manifestacoes papais condenando essa pratica nova.

Papa Sírico (384-399): Embora não especificamente sobre servir ao altar, o Papa Sírico emitiu decretos que reforçavam a ideia de papéis distintos para homens e mulheres dentro da Igreja, reforçando a separação de funções litúrgicas.

Papa Leão IV (847-855): Em uma de suas cartas, ele proibiu a prática de mulheres entrarem no presbitério ou se aproximarem do altar, mesmo que não estivessem exercendo funções litúrgicas, para evitar qualquer desordem ou confusão de papéis.

Papa Inocêncio III (1198-1216): Ele reafirmou em várias ocasiões que as mulheres não poderiam exercer funções litúrgicas ou sacramentais. Ele é conhecido por sua carta "In terris", onde reafirma que o serviço no altar deve ser exclusivamente realizado por homens, conforme a tradição apostólica.

Papa Gregório IX (1227-1241): Em suas decretais, Gregório IX também reforçou a proibição de mulheres servirem no altar e participarem de atividades ligadas à celebração eucarística, consolidando normas canônicas sobre a separação de gêneros nas funções litúrgicas.

Esses exemplos mostram que a exclusão das mulheres de certos serviços litúrgicos é um tema que tem sido abordado repetidamente ao longo dos séculos, refletindo uma prática que buscava preservar o ritual da Igreja conforme instituída por nosso Senhor Jesus Cristo.

O progressismo e a agenda feminista pós-vaticano II

A partir do Concílio Vaticano II (1962-1965), houve mudanças significativas na liturgia e na participação dos leigos, incluindo as mulheres. Embora a exclusão formal de mulheres de certas funções litúrgicas tenha sido mantida em alguns casos, diversas permissões foram concedidas, permitindo maior envolvimento delas nas celebrações litúrgicas. Abaixo estão exemplos de permissões concedidas após o Vaticano II:

Participação de Leigos na Liturgia (Sacrosanctum Concilium - 1963):
O documento "Sacrosanctum Concilium", sobre a reforma litúrgica, abriu portas para uma maior participação dos leigos nas celebrações litúrgicas. Embora o texto não faça uma menção direta e específica às mulheres, ele estabelece uma base para a ampliação de seu papel nas funções litúrgicas.

Ministério de Leitor e Acólito (Instrução Inter Oecumenici - 1964):
Inicialmente, as funções de leitor e acólito eram reservadas aos homens, mas depois do Concílio, as mulheres foram gradualmente autorizadas a ler as leituras que não fossem o Evangelho durante a missa e a servir como acólitas em algumas circunstâncias, como em missas locais. Essa mudança começou de forma tímida e foi posteriormente consolidada.

Pontifício Instrução "Immensae Caritatis" (1973):
Esse documento deu permissão para que leigos, incluindo mulheres, pudessem distribuir a Comunhão como ministros extraordinários da Eucaristia. Isso representou um avanço significativo na participação das mulheres em funções litúrgicas, permitindo que elas pudessem, em casos de necessidade, distribuir a Eucaristia.

Serviço no Altar - Instrução de 1994:
Em 1994, o Vaticano, por meio de uma instrução da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, deu permissão formal para que meninas e mulheres pudessem servir como ministrantes (acólitas) no altar durante a celebração da Missa. Antes disso, essa função era exclusiva dos homens. Essa mudança foi deixada a critério dos bispos locais, permitindo que cada diocese decidisse se autorizaria ou não a prática.

Papa Francisco e o Ministério de Leitor e Acólito para Mulheres (2021):
Em janeiro de 2021, o Papa Francisco promulgou a carta apostólica "Spiritus Domini", que alterou o Código de Direito Canônico para permitir que mulheres fossem formalmente instituídas nos ministérios de leitor e acólito. Embora já fosse prática comum em muitas partes do mundo as mulheres exercerem essas funções, a carta de Francisco oficializou e universalizou essa possibilidade no Direito Canônico.

Papa Francisco e o Ministério de Catequista (2021):
No mesmo ano, Francisco instituiu o ministério formal de catequista para leigos, incluindo mulheres, por meio do motu proprio "Antiquum Ministerium". Isso permite que mulheres sejam oficialmente reconhecidas como ministras em um papel que historicamente sempre desempenharam, mas agora com uma estrutura formal de ministério.

Embora as mulheres ainda não possam ser ordenadas ao sacerdócio na Igreja Católica, parece haver todo um esforço para seguir nesta direção.

Movimento feminista

1949 - Publicação de "O Segundo Sexo":
Este ano é fundamental para o feminismo teórico. A obra "O Segundo Sexo" da filósofa francesa Simone de Beauvoir foi publicada, fornecendo uma análise profunda sobre a condição das mulheres na 

1963 - Publicação de "A Mística Feminina":
Betty Friedan publicou o livro "A Mística Feminina", que desencadeou a segunda onda do feminismo nos Estados Unidos. O livro discutiu o sentimento de insatisfação generalizada entre as donas de casa americanas e é creditado por dar voz ao feminismo na luta contra os papéis tradicionais de gênero.1975 

1975 - Ano Internacional da Mulher
Declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU), 1975 marcou um ano de conscientização global sobre a igualdade de gênero, e o início da Década da Mulher (1975-1985). Nesse ano, ocorreu a primeira Conferência Mundial sobre a Mulher no México.