19 ABRIL - SÁBADO SANTO - VIGÍLIA PASCAL


1. BENÇÃO DO FOGO NOVO

O fogo é imagem de Jesus Cristo, que disse: Eu sou a Luz do mundo. E na santa noite do Natal veio Ele ao mundo para iluminar os que estavam imersos nas trevas; mas as trevas não compreenderam a Luz. Para a bênção do fogo. o clero e o povo se encaminham para as portas da igreja, onde da pedra se extrai o fogo, que é abençoado pelo Celebrante, o qual benze também os cinco grãos de incenso que significam as cinco chagas de Nosso Senhor, e serão fixados no Círio pascal.

2. BENÇÃO DO CÍRIO PASCAL

Terminada a bênção do novo fogo, o acólito ou um dos ministros leva o Círio pascal ao meio, colocando-o diante do Sacerdote, que com um estilete grava uma cruz entre os pontos das extremidades destinados à inscrição dos grãos de incenso. 

3. SOLENE PROCISSÃO E PRECÔNIO PASCAL

O Diácono entra na igreja, seguido da procissão e carregando o Círio aceso. Por três vezes ergue mais o Círio e canta mais alto o “Lumen Christi”, a que todos, ajoelhando-se, respondem “Deo gratias”. Na primeira vez acende o Celebrante a sua vela; na segunda, o clero; na terceira, o povo e toda a igreja. O diácono canta o solene Precônio pascal, exsultet.

4. LEITURAS

São tiradas da Sagrada Escritura e nos falam da criação e do governo do mundo, da força das águas e da regeneração interior. Estas leituras foram escolhidas para servir de instrução aos catecúmenos que iam receber os sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia. A nós lembram a graça batismal recebida e nos animam a conservá-la e renová-la.

Primeira Leitura (Gn 1, 1-31 e 2, 1-2)
No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra era, porém, informe e vazia, e as trevas cobriam a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre as águas. E Deus disse: Faça-se a luz. E a luz foi feita. Viu Deus que a luz era boa, e separou a luz das trevas. À luz chamou Dia e às trevas Noite. Da tarde e da manhã se fez o primeiro dia. Disse também Deus: Faça-se o firmamento no meio das águas, para separar uma das outras. E fez Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam acima do firmamento. E assim se fez. Ao firmamento chamou Deus Céu; e da tarde e da manhã se fez o segundo dia. Disse Deus ainda: Juntem-se em um lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento árido. E assim se fez. E Deus chamou ao elemento árido Terra, e ao conjunto das águas deu o nome de Mar. E viu Deus que era bom tudo quanto havia feito. E disse: Produza a terra erva verde, que dê semente, e árvores frutíferas, que deem frutos conforme a sua espécie, e contenham dentro de si a sua semente para se reproduzir sobre a terra. E assim se fez. A terra produziu erva verde, que dá semente segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto, contendo cada uma delas a sua semente própria, segundo a sua espécie. E viu Deus que isto era bom. E da tarde e da manhã se fez o terceiro dia. Disse, então, Deus: Façam-se os luminares no firmamento do céu para distinguir o dia da noite; sirvam eles de sinais para marcarem os tempos, as estações, os dias e os anos, e brilhem no firmamento do céu e iluminem a terra. E assim se fez. Formou Deus dois grandes luminares, o maior para presidir ao dia e o menor, para presidir à noite; e fez também as estrelas, colocando-as no firmamento do céu, para que resplandecessem sobre a terra, presidissem ao dia e à noite, e separassem a luz das trevas. E viu Deus que isto era bom. E da manhã e da tarde se fez o quarto dia. Disse também Deus: Produzam as águas animais vivos que nadem nas águas, e aves que voem sobre a terra, debaixo do firmamento do do céu e iluminem a terra. E assim se fez. Formou Deus dois grandes luminares, o maior para presidir ao dia e o menor para presidir à noite; e fez também as estrelas, colocando-as no firmamento do céu, para que resplandecessem sobre a terra, presidissem ao dia e à noite, e separassem a luz das trevas. E viu Deus que isto era bom. E da manhã e da tarde se fez o quarto dia. Disse também Deus: Produzam as águas animais vivos que nadem nas águas, e aves que voem sobre a terra, debaixo do firmamento do céu. Criou então Deus os grandes peixes e todos os animais que vivem e se movem, produzidos pelas águas, segundo as suas espécies, e todas as aves, segundo a sua espécie. E Deus viu que tudo isto era bom, e abençoou a tudo, dizendo: Crescei e multiplicai-vos e enchei as águas do mar; e multipliquem-se as aves sobre a terra. E da tarde e da manhã se fez o quinto dia. E Deus continuou: Produza a terra animais vivos, em cada gênero: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies. E assim se fez. E criou Deus os animais selvagens da terra, cada um segundo a sua espécie, e todos os animais domésticos e todos os répteis terrestres, segundo a sua espécie. E viu Deus que tudo isto era bom. E por fim disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança; domine ele os peixes do mar, as aves do céu, os animais selvagens, e toda a terra e todo réptil que se move sobre a terra. E Deus criou o homem à sua imagem. Ele o criou à imagem de Deus; e criou-os, homem e mulher. Então Deus os abençoou e lhes disse: Crescei e multiplicai-vos: enchei a terra, sujeitai-a e dominai os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem sobre a terra. E Deus acrescentou: Eis que vos dei todas as ervas que produzem sementes sobre a terra e todas as árvores que dão sementes de sua espécie para que vos sirvam de alimento e a todos os animais da terra e a todas as aves do céu e a todos os animais vivos que se movem sobre a terra, e tenham sopro de vida, a fim de que se possam alimentar. E assim se fez. E Deus viu todas as coisas que tinha feito; e viu que todas eram boas. E da tarde e da manhã se fez o sexto dia. Ficaram pois acabados os céus e a terra, e todos os seus ornatos. E completou Deus no sétimo dia as obras que havia feito; e descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que havia concluído.

Segunda Leitura  - Gênesis 5; 6; 7 e 8
Noé, com quinhentos anos, gerou Sem, Cam e Jafé. E, tendo os homens começado a se multiplicar sobre a terra e gerado filhas, os filhos de Deus, vendo que as filhas dos homens eram belas, tomaram-nas por esposas, escolhendo-as entre todas. Disse Deus: “Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque é carne; e seus dias serão de cento e vinte anos”. Havia gigantes na terra naqueles dias. Pois, quando os filhos de Deus se uniram às filhas dos homens e elas geraram filhos, estes foram os poderosos de outrora, homens famosos. Vendo, porém, Deus que a malícia dos homens era grande na terra, e que todos os pensamentos do seu coração se inclinavam ao mal em todo tempo, arrependeu-se de ter feito o homem na terra. E, tocado pela dor no coração, disse: “Exterminarei da face da terra o homem que criei, desde o homem até os animais, desde os répteis até as aves do céu, pois me arrependo de tê-los feito”. Mas Noé encontrou graça diante do Senhor. Estas são as gerações de Noé: Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; ele andava com Deus. E gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. A terra, porém, estava corrompida diante de Deus e cheia de iniquidade. E, vendo Deus que a terra estava corrompida (pois toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra), disse a Noé: “O fim de toda carne chegou diante de mim; a terra está cheia de iniquidade por causa deles, e eu os destruirei com a terra. Faze para ti uma arca de madeira polida; farás compartimentos na arca e a untarás com betume por dentro e por fora. E a farás assim: trezentos côvados será o comprimento da arca, cinquenta côvados a largura e trinta côvados a altura. Farás uma janela na arca, e a terminarás a um côvado do topo; a porta da arca porás ao lado; farás nela compartimentos inferiores, segundos e terceiros. Eis que trarei as águas do dilúvio sobre a terra, para destruir toda carne em que há espírito de vida debaixo do céu. Tudo o que há na terra será consumido. Mas estabelecerei meu pacto contigo; e entrarás na arca, tu, teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo. E de todos os seres viventes de toda carne, farás entrar na arca dois de cada espécie, para que vivam contigo, macho e fêmea. Das aves segundo a sua espécie, dos gados segundo a sua espécie, e de todo réptil da terra segundo a sua espécie; dois de cada um entrarão contigo, para que vivam. Tomarás contigo de todos os alimentos que se podem comer, e os levarás contigo; e servirão de alimento para ti e para eles”. E Noé fez tudo o que Deus lhe ordenara. Noé tinha seiscentos anos quando as águas do dilúvio inundaram a terra. Romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as cataratas do céu se abriram; e a chuva caiu sobre a terra por quarenta dias e quarenta noites. No mesmo dia, entraram na arca Noé, Sem, Cam e Jafé, seus filhos, sua mulher e as três mulheres de seus filhos com eles; eles, e todo animal segundo a sua espécie, todo gado segundo a sua espécie, tudo o que se move sobre a terra segundo a sua espécie, e toda ave segundo a sua espécie. E a arca foi levada sobre as águas. As águas prevaleceram grandemente sobre a terra, e todos os montes altos debaixo de todo o céu foram cobertos. Quinze côvados acima dos montes subiram as águas, cobrindo-os. E foi consumida toda carne que se movia sobre a terra: aves, animais, bestas e todos os répteis que rastejam sobre a terra. Somente Noé restou, e os que estavam com ele na arca. E as águas cobriram a terra por cento e cinquenta dias. Mas Deus se lembrou de Noé e de todos os animais e gados que estavam com ele na arca; e fez passar um vento sobre a terra, e as águas diminuíram. As fontes do abismo e as cataratas do céu se fecharam, e a chuva do céu cessou. As águas voltaram da terra, indo e vindo, e começaram a diminuir após cento e cinquenta dias. Passados mais quarenta dias, Noé abriu a janela da arca que havia feito e soltou um corvo, que saía e não voltava até que as águas secassem sobre a terra. Soltou também uma pomba, para ver se as águas haviam cessado sobre a face da terra. Mas, não encontrando a pomba onde pousar o pé, voltou para ele na arca, pois as águas ainda cobriam toda a terra. Ele estendeu a mão, tomou-a e a trouxe para dentro da arca. Esperou ainda outros sete dias e tornou a soltar a pomba da arca. E a pomba voltou a ele ao entardecer, trazendo no bico uma folha verde de oliveira. Então Noé soube que as águas haviam cessado sobre a terra. Esperou ainda outros sete dias e soltou a pomba, que não mais voltou a ele. Falou Deus a Noé, dizendo: “Sai da arca, tu, tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos contigo. Todos os animais que estão contigo, de toda carne, aves, bestas e todos os répteis que rastejam sobre a terra, faze-os sair contigo, para que cresçam e se multipliquem sobre a terra”. Saiu, pois, Noé, seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos com ele. E todos os animais, gados e répteis que rastejam sobre a terra, segundo a sua espécie, saíram da arca. Noé edificou um altar ao Senhor; e, tomando de todos os animais e aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar. E o Senhor aspirou o suave odor.

Terceira leitura - Gênesis 22, 1-19
Naqueles dias, Deus tentou Abraão e lhe disse: “Abraão, Abraão”. E ele respondeu: “Eis-me aqui”. Disse-lhe Deus: “Toma teu filho, teu único, a quem amas, Isaac, e vai à terra da visão; e lá o oferecerás em holocausto sobre um dos montes que te mostrarei”. Levantando-se Abraão de noite, preparou seu jumento, levando consigo dois servos e Isaac, seu filho. Cortou a lenha para o holocausto e partiu para o lugar que Deus lhe indicara. No terceiro dia, levantando os olhos, viu o lugar de longe e disse aos servos: “Esperai aqui com o jumento; eu e o menino iremos até lá; após adorarmos, voltaremos a vós”. Tomou a lenha do holocausto e a pôs sobre Isaac, seu filho; ele próprio levava nas mãos o fogo e a faca. Enquanto caminhavam juntos, Isaac disse a seu pai: “Meu pai”. Ele respondeu: “Que queres, filho?” Disse Isaac: “Eis o fogo e a lenha, mas onde está a vítima para o holocausto?” Abraão respondeu: “Deus proverá a vítima para o holocausto, meu filho”. E seguiram juntos. Chegaram ao lugar que Deus lhe mostrara; ali Abraão edificou um altar, arrumou a lenha, amarrou Isaac, seu filho, e o colocou sobre o altar, sobre a lenha. Estendeu a mão e tomou a faca para imolar seu filho. Mas eis que o Anjo do Senhor o chamou do céu, dizendo: “Abraão, Abraão”. Ele respondeu: “Eis-me aqui”. Disse o Anjo: “Não estendas a mão sobre o menino, nem lhe faças nada; agora sei que temes a Deus, pois não poupaste teu filho, teu único, por minha causa”. Abraão levantou os olhos e viu, atrás de si, um carneiro preso pelos chifres entre os espinhos; tomou-o e o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho. E chamou aquele lugar de “O Senhor vê”. Por isso, até hoje se diz: “No monte, o Senhor proverá”. O Anjo do Senhor chamou Abraão pela segunda vez do céu, dizendo: “Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: porque fizeste isso e não poupaste teu filho, teu único, por minha causa, eu te abençoarei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; tua descendência possuirá as portas de seus inimigos, e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra, porque obedeceste à minha voz”. Abraão voltou aos seus servos, e foram juntos para Bersabeia, onde habitou.

Quarta leitura (Ex 14, 24-31 e 15, 1)
Naqueles dias, chegada a vigília da manhã, vendo o Senhor a coluna de fogo e de nuvem sobre o acampamento dos Egípcios, destroçou-lhes o exército, despedaçou-lhes as rodas dos carros, e eles foram arrojados ao fundo do mar. Disseram então os Egípcios: Fujamos dos Israelitas, porque o Senhor peleja por eles contra nós. E disse Deus a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas voltem sobre os Egípcios, sobre os seus carros e a sua cavalaria. E havendo Moisés estendido a mão sobre o mar, voltou ao amanhecer a água ao lugar que ocupava. Quando os Egípcios fugiram, encontraram-se com as águas e o Senhor os envolveu no meio das ondas. Tornaram-se a juntar as águas, e cobriram os carros e a cavalaria de todo o exército de Faraó, que perseguindo os Israelitas haviam entrado no mar; e nenhum dos Egípcios escapou. Mas os filhos de Israel passaram a pé enxuto pelo meio do mar, servindo-lhes as águas como de muro, à direita e à esquerda. Assim livrou o Senhor naquele dia a Israel das mãos dos Egípcios. E os Israelitas viram os Egípcios mortos na praia do mar e o castigo que a mão poderosa do Senhor havia executado contra eles. O povo temeu, pois, ao Senhor e n’Ele acreditou assim como em Moisés, seu servo. Então Moisés e os filhos de Israel entoaram este cântico ao Senhor:

Quinta Leitura - Isaías 54, 17; 55, 1-11
Esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça está comigo, diz o Senhor. Vós todos que tendes sede, vinde às águas; e vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, comprai e comei; vinde, comprai sem dinheiro e sem troca vinho e leite. Por que gastais dinheiro com o que não é pão, e vosso trabalho com o que não sacia? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e vossa alma se deleitará em abundância. Inclinai vosso ouvido e vinde a mim; ouvi, e vossa alma viverá; e farei convosco um pacto eterno, as misericórdias fiéis de Davi. Eis que o dei como testemunha aos povos, como chefe e mestre das nações. Eis que chamarás uma nação que não conhecias, e as nações que não te conheciam correrão a ti, por causa do Senhor, teu Deus, e do Santo de Israel, porque ele te glorificou. Buscai o Senhor enquanto pode ser encontrado; invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem iníquo os seus pensamentos, e volte-se ao Senhor, que terá misericórdia dele, e ao nosso Deus, porque é grande em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos são os meus caminhos, diz o Senhor. Pois, como os céus se elevam acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos vossos caminhos, e os meus pensamentos acima dos vossos pensamentos. E como a chuva e a neve descem do céu e não voltam para lá, mas regam a terra, a fazem germinar e produzir, dando semente ao que semeia e pão ao que come, assim será a minha palavra que sai da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei, diz o Senhor onipotente.

Sexta leitura - Baruc 3, 9-38
Ouve, Israel, os mandamentos da vida; escuta com atenção, para que conheças a prudência. Que é isto, Israel, que estás na terra dos inimigos? Envelheceste em terra estranha, foste contaminado com os mortos, foste contado entre os que descem ao inferno. Abandonaste a fonte da sabedoria. Pois, se tivesses andado no caminho de Deus, certamente habitarias em paz para sempre. Aprende onde está a prudência, onde está a força, onde está a inteligência, para que saibas ao mesmo tempo onde está a longevidade da vida e o sustento, onde está a luz dos olhos e a paz. Quem encontrou o seu lugar? E quem entrou nos seus tesouros? Onde estão os príncipes das nações, e os que dominam sobre as bestas que estão sobre a terra? Os que brincam com as aves do céu, os que acumulam prata e ouro, em que os homens confiam, e cuja aquisição não tem fim? Os que fabricam prata e são diligentes, mas cujas obras não se encontram? Foram exterminados e desceram aos infernos, e outros surgiram em seu lugar. Os jovens viram a luz e habitaram sobre a terra, mas ignoraram o caminho da disciplina, nem compreenderam as suas sendas, nem seus filhos a receberam; ela foi feita longe deles. Não foi ouvida na terra de Canaã, nem vista em Temã. Também os filhos de Agar, que buscam a prudência que vem da terra, os mercadores de Merrã e Temã, os narradores de fábulas e os que buscam prudência e inteligência, não conheceram o caminho da sabedoria, nem se lembraram das suas sendas. Ó Israel, quão grande é a casa de Deus, e quão vasto o lugar da sua posse! É grande e não tem fim; é alto e imenso. Ali estiveram aqueles gigantes famosos, que desde o princípio foram de grande estatura, peritos na guerra. Não foi a estes que o Senhor escolheu, nem encontraram o caminho da disciplina; por isso pereceram. E, porque não tiveram sabedoria, morreram por causa da sua insensatez. Quem subiu ao céu, tomou-a e a trouxe das nuvens? Quem atravessou o mar e a encontrou? Quem a trouxe por ouro escolhido? Não há quem possa conhecer os seus caminhos, nem quem busque as suas sendas. Mas aquele que sabe todas as coisas a conhece e a encontrou com a sua prudência; aquele que preparou a terra para o tempo eterno e a encheu de gados e quadrúpedes; aquele que envia a luz, e ela vai; chamou-a, e ela lhe obedeceu com tremor. As estrelas, porém, deram luz em suas vigílias e se alegraram; foram chamadas e disseram: “Eis-nos aqui”; e brilharam com alegria para aquele que as fez. Este é o nosso Deus, e nenhum outro será comparado a ele. Ele encontrou todo o caminho da disciplina e o entregou a Jacó, seu servo, e a Israel, seu amado. Depois disso, foi visto na terra e conversou com os homens.

Sétima leitura - Ezequiel 37, 1-14
Naqueles dias, a mão do Senhor esteve sobre mim, e ele me levou em espírito e me colocou no meio de um vale cheio de ossos; e me fez passar ao redor deles em círculo. E eram muito numerosos sobre a face do vale e extremamente secos. E disse-me: “Filho do homem, achas que estes ossos viverão?” Respondi: “Senhor Deus, tu o sabes”. Disse-me: “Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. Porei sobre vós nervos, farei crescer carne sobre vós, estenderei pele sobre vós, e vos darei espírito, e vivereis; e sabereis que eu sou o Senhor”. E profetizei como me fora ordenado; e, enquanto profetizava, houve um ruído, e eis um movimento; e os ossos se juntaram, cada um ao seu lugar. E vi, e eis que sobre eles subiram nervos e carne, e a pele se estendeu sobre eles; mas não tinham espírito. E disse-me: “Profetiza ao espírito, profetiza, filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor Deus: Vem, espírito, dos quatro ventos, e sopra sobre estes mortos, para que revivam”. Profetizei como me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram; e puseram-se de pé, um exército extremamente grande. E disse-me: “Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eles dizem: ‘Nossos ossos secaram, nossa esperança pereceu, estamos perdidos’. Por isso, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que abrirei vossos túmulos e vos farei sair de vossos sepulcros, ó meu povo, e vos conduzirei à terra de Israel. E sabereis que eu sou o Senhor, quando abrir vossos sepulcros e vos tirar de vossos túmulos, ó meu povo. E porei em vós o meu espírito, e vivereis, e vos farei repousar em vossa terra, diz o Senhor onipotente”.

Oitava leitura - Isaías 4, 1-6
Naquele dia, sete mulheres tomarão um só homem, dizendo: “Comeremos nosso próprio pão e nos cobriremos com nossas próprias vestes; apenas deixa-nos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio”. Naquele dia, o rebento do Senhor será magnífico e glorioso, e o fruto da terra será sublime e motivo de alegria para os que forem salvos de Israel. E será que todo aquele que restar em Sião e ficar em Jerusalém será chamado santo, todo aquele que estiver inscrito para a vida em Jerusalém. Quando o Senhor tiver lavado a imundície das filhas de Sião e purificado o sangue de Jerusalém do seu meio, pelo espírito de julgamento e pelo espírito de ardor, o Senhor criará sobre todo o lugar do monte Sião e onde for invocado, uma nuvem de dia, e fumo e o brilho do fogo flamejante de noite; pois sobre toda a glória haverá uma proteção. E haverá um tabernáculo para sombra de dia contra o calor, e para segurança e refúgio contra a tempestade e a chuva.

Nona leitura - Êxodo 12, 1-11
Naqueles dias, disse o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito: “Este mês será para vós o princípio dos meses; será o primeiro entre os meses do ano. Falai a toda a assembleia dos filhos de Israel e dizei-lhes: No dia dez deste mês, cada um tome um cordeiro por família e por casa. Mas, se o número for pequeno para comer o cordeiro, tomará o seu vizinho que está junto à sua casa, segundo o número de pessoas que possam comer o cordeiro. O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano; segundo este rito, tomareis também um cabrito. E o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a multidão dos filhos de Israel o imolará ao entardecer. Tomarão do seu sangue e o porão nos dois umbrais e na verga das portas das casas onde o comerem. E comerão a carne naquela noite, assada ao fogo, com pães ázimos e alfaces silvestres. Não comereis dele nada cru, nem cozido em água, mas apenas assado ao fogo; comereis a cabeça com os pés e as entranhas. E não deixareis nada dele até a manhã; se algo sobrar, queimareis no fogo. E o comereis assim: cingireis vossos lombos, tereis sandálias nos pés, segurareis bordões nas mãos, e o comereis apressadamente; pois é a Páscoa (isto é, a passagem) do Senhor”.

Décima leitura - Jonas 3, 1-10
Naqueles dias, a palavra do Senhor veio a Jonas pela segunda vez, dizendo: “Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e prega nela a pregação que te falo”. Jonas levantou-se e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor. Nínive era uma cidade grande, de três dias de caminho. E Jonas começou a entrar na cidade, andando um dia, e clamou, dizendo: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída”. E os homens de Nínive creram em Deus, proclamaram um jejum e vestiram-se de sacos, desde o maior até o menor. A notícia chegou ao rei de Nínive, que se levantou do seu trono, tirou suas vestes, cobriu-se de saco e sentou-se sobre cinzas. E fez proclamar e dizer em Nínive, por decreto do rei e de seus príncipes: “Homens, gados, bois e ovelhas não provem nada, não pastem, nem bebam água. Cubram-se de sacos homens e gados, e clamem ao Senhor com força; e converta-se cada um do seu mau caminho e da iniquidade que está em suas mãos. Quem sabe se Deus se converterá, perdoará e se afastará do furor da sua ira, e não pereceremos?” E Deus viu as obras deles, que se converteram do seu mau caminho; e o Senhor, nosso Deus, teve misericórdia do seu povo.

Décima Primeira leitura - Deuteronômio 31, 22-30
Naqueles dias, Moisés escreveu o cântico e o ensinou aos filhos de Israel. E o Senhor ordenou a Josué, filho de Nun, dizendo: “Sê forte e corajoso, pois tu introduzirás os filhos de Israel na terra que lhes prometi, e eu estarei contigo”. Após Moisés ter escrito as palavras desta lei num livro e as ter completado, ordenou aos levitas que levavam a arca da aliança do Senhor, dizendo: “Tomai este livro e colocai-o ao lado da arca da aliança do Senhor, vosso Deus, para que esteja ali como testemunho contra vós. Pois conheço a vossa rebeldia e a vossa cerviz dura. Ainda em vida, enquanto estou convosco, sempre fostes rebeldes contra o Senhor; quanto mais após a minha morte? Congregai a mim todos os anciãos das vossas tribos e os Ascendentes das vossas tribos, e falarei com eles estas palavras, e invocarei contra eles o céu e a terra. Pois sei que, após a minha morte, vós agireis iniquamente e vos desviareis depressa do caminho que vos ordenei; e males vos sobrevirão nos últimos dias, quando fizerdes o mal aos olhos do Senhor, irritando-o com as obras das vossas mãos. Moisés, pois, falou, na presença de toda a assembleia de Israel, as palavras deste cântico, completando-as até o fim.

Décima Segunda leitura - Daniel 3, 1-24
Naqueles dias, o rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, de sessenta côvados de altura e seis côvados de largura, e a colocou no campo de Dura, na província de Babilônia. Então, o rei Nabucodonosor mandou reunir os sátrapas, magistrados, juízes, chefes, tiranos, prefeitos e todos os príncipes das regiões, para que viessem à dedicação da estátua que o rei Nabucodonosor erguera. Reuniram-se, pois, os sátrapas, magistrados, juízes, chefes, tiranos, prefeitos e todos os príncipes das regiões, para a dedicação da estátua que o rei Nabucodonosor erguera. E estavam diante da estátua que o rei Nabucodonosor havia colocado. E um arauto proclamava com força: “É-vos ordenado, ó povos, tribos e línguas, que, ao ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da sambuca, do saltério, da sinfonia e de todo gênero de instrumentos musicais, vos prostreis e adoreis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor constituiu. Mas, se alguém não se prostrar e adorar, será lançado na mesma hora numa fornalha de fogo ardente”. Assim, logo que todos os povos ouviram o som da trombeta, da flauta, da cítara, da sambuca, do saltério, da sinfonia e de todo gênero de instrumentos musicais, todos os povos, tribos e línguas se prostraram e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor constituíra. Imediatamente, naquele momento, alguns homens caldeus se aproximaram e acusaram os judeus, dizendo ao rei Nabucodonosor: “Ó rei, vive para sempre! Tu, ó rei, decretaste que todo homem que ouvisse o som da trombeta, da flauta, da cítara, da sambuca, do saltério, da sinfonia e de todo gênero de instrumentos musicais se prostrasse e adorasse a estátua de ouro; e que, se alguém não se prostrasse e adorasse, fosse lançado numa fornalha de fogo ardente. Há, pois, homens judeus, que constituíste sobre as obras da região de Babilônia, Sidrac, Misac e Abdenago; esses homens, ó rei, desprezaram o teu decreto: não servem aos teus deuses, nem adoram a estátua de ouro que erigiste”. Então, Nabucodonosor, em furor e ira, ordenou que trouxessem Sidrac, Misac e Abdenago; e imediatamente foram trazidos à presença do rei. E o rei Nabucodonosor, falando, disse-lhes: “É verdade, Sidrac, Misac e Abdenago, que não servis aos meus deuses nem adorais a estátua de ouro que constituí? Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da sambuca, do saltério, da sinfonia e de todo gênero de instrumentos musicais, prostrai-vos e adorai a estátua que fiz; mas, se não a adorardes, sereis lançados na mesma hora numa fornalha de fogo ardente; e quem é o Deus que vos livrará da minha mão?” Respondendo Sidrac, Misac e Abdenago, disseram ao rei Nabucodonosor: “Não é necessário que te respondamos sobre este assunto. Eis que o nosso Deus, a quem servimos, pode nos livrar da fornalha de fogo ardente e nos libertar das tuas mãos, ó rei. Mas, se não o quiser, saiba, ó rei, que não servimos aos teus deuses, nem adoramos a estátua de ouro que erigiste”. Então, Nabucodonosor se encheu de furor, e a expressão do seu rosto se alterou contra Sidrac, Misac e Abdenago; e ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que costumava ser acesa. E ordenou aos homens mais fortes do seu exército que, amarrando os pés de Sidrac, Misac e Abdenago, os lançassem na fornalha de fogo ardente. E imediatamente aqueles homens, amarrados com suas vestes, túnicas, chapéus e roupas, foram lançados no meio da fornalha de fogo ardente; pois a ordem do rei era urgente, e a fornalha estava extremamente acesa. Mas a chama do fogo matou os homens que haviam lançado Sidrac, Misac e Abdenago. Esses três homens, Sidrac, Misac e Abdenago, caíram amarrados no meio da fornalha de fogo ardente. E caminhavam no meio das chamas, louvando a Deus e bendizendo o Senhor.

5. PRIMEIRA PARTE DAS LADAINHAS

6. BENÇÃO DA ÁGUA BATISMAL

7. RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS DO BATISMO

8. CONTINUAÇÃO DAS LADAINHAS

9. MISSA SOLENE DA VIGÍLIA

Nesta Missa notam-se algumas particularidades: Não tem Introito. Omitem-se o canto do Ofertório e o Agnus Dei. Com toda a solenidade canta-se o Glória, durante o qual tocam festivamente todos os sinos, anunciando a alegria pascal a todo o mundo. A Oração e uma suplica pelos neófitos para cumprirem bem seus deveres de Cristãos. A Epístola contém a admoestação: Se já ressuscitastes com o Cristo, procurai as coisas que são do alto. Três vezes, e cada vez em tom mais elevado, ressoa o Aleluia, expressão do júbilo e da alegria pascais.

Epístola (Col 3, 1-4)
São Paulo Apóstolo aos Colossenses.Irmãos: Se já ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas que são do alto, onde o Cristo está assentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do céu, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está oculta com o Cristo em Deus. Quando o Cristo que é vossa Vida, se manifestar, então aparecereis também com Ele na glória.℞. Demos graças a Deus.

Evangelho (Mt 28, 1-7)
Pelo fim da noite do sábado, ao alvorecer do primeiro dia da semana, foi Maria Madalena com a outra Maria visitar o sepulcro. Eis que se deu um grande terremoto. Porque um Anjo do Senhor desceu do céu e chegando-se ao sepulcro, afastou a pedra e sentou-se em cima dela. Seu aspecto era como o de relâmpago; e sua veste era branca como a neve. Os guardas quando o viram, ficaram apavorados e como mortos. O anjo, porém, disse às mulheres: Não vos amedronteis: sei que procurais a Jesus, que foi crucificado. Não está aqui, porque ressuscitou como havia dito. Vinde e vede o lugar onde fora deitado o Senhor. Ide presto dizer a seus discípulos que Ele ressuscitou; e que vos precederá na Galileia, onde O vereis. Eis que vo-lo anuncio.℞. Louvor a Vós, ó Cristo.

Homilias e explicações teológicas
A ressurreição de Cristo eleva a alma a contemplar as realidades celestiais, pois, estando mortos para o pecado, somos chamados a buscar não as coisas terrenas, mas as divinas, onde Cristo reina, sendo nossa vida escondida n’Ele até sua manifestação gloriosa; assim, a visita das mulheres ao sepulcro vazio revela que a vitória sobre a morte é o fundamento da esperança cristã, pois o anjo proclama a realidade do Ressuscitado, que precede os discípulos na missão de anunciar a nova criação (Santo Agostinho, Sermão 235). A união com Cristo ressuscitado, como ensina Paulo, transforma o crente em participante de sua glória, um mistério que transcende a compreensão humana e exige uma vida orientada para o alto, enquanto o relato evangélico sublinha a iniciativa divina que rompe as barreiras do desespero, mostrando que o túmulo vazio é sinal da presença viva de Deus entre os homens (São Gregório Magno, Homilia 21 sobre os Evangelhos). A exortação de Colossenses a buscar as coisas do alto aponta para a renovação interior que antecipa a glória futura, um chamado à santidade que encontra eco na mensagem angélica de Mateus, onde o anúncio da ressurreição é um convite à alegria e à missão, pois Cristo, ao ressurgir, estabelece a Igreja como testemunha de sua vitória (Santo Ambrósio, Comentário sobre Colossenses). O mistério da ressurreição, que Paulo descreve como vida escondida em Cristo, é concretizado no evangelho pela experiência das mulheres, cuja fé as leva a encontrar o anjo e a receber a missão de proclamar a verdade pascal, mostrando que a graça divina precede e capacita o testemunho humano (São João Crisóstomo, Homilia sobre Mateus 89).

Síntese comparativa com os Evangelhos Sinóticos
O relato de Mateus 28,1-7, centrado na visita de Maria Madalena e a outra Maria ao sepulcro, é complementado pelos evangelhos sinóticos com detalhes distintos. Em Marcos 16,1-8, além das duas Marias, Salommé é mencionada como acompanhante, e o jovem vestido de branco no sepulcro enfatiza que Jesus, o Nazareno crucificado, ressuscitou, instruindo as mulheres a anunciarem aos discípulos, especialmente a Pedro, que Ele os precederá na Galileia; o texto destaca o temor e o silêncio inicial das mulheres, um aspecto emocional ausente em Mateus. Lucas 24,1-10 amplia a cena incluindo Joana e outras mulheres não nomeadas, relatando dois homens em vestes resplandecentes que relembram as palavras de Jesus sobre sua morte e ressurreição, conectando o evento à profecia de Cristo; o texto também menciona que as mulheres relataram o ocorrido aos Onze, mas foram inicialmente desacreditadas, um detalhe que adiciona a reação dos discípulos, não explicitada em Mateus. Esses elementos complementares enriquecem a narrativa mateana ao destacar a composição do grupo, a ligação com as palavras de Jesus e a resposta inicial dos discípulos.

Síntese comparativa com textos de São Paulo
O evangelho de Mateus 28,1-7, com o anúncio da ressurreição de Cristo pelo anjo às mulheres, é complementado por textos paulinos que aprofundam o significado teológico do evento. Em 1 Coríntios 15,20-22, Paulo apresenta Cristo como as primícias dos que dormem, estabelecendo a ressurreição como fundamento da vitória sobre a morte e da renovação de toda a humanidade em Cristo, um aspecto universal não explicitado no relato mateano, que foca na experiência imediata das mulheres. Em Romanos 6,4-5, Paulo liga a ressurreição à vida nova do batismo, afirmando que os cristãos, sepultados com Cristo, ressurgem para uma vida transformada, um tema que amplia a narrativa de Mateus ao conectar o evento pascal à transformação espiritual do crente. Em Filipenses 3,10-11, Paulo expressa o desejo de conhecer o poder da ressurreição de Cristo, participando de seus sofrimentos para alcançar a glória futura, introduzindo uma dimensão pessoal e escatológica ausente no texto evangélico, que se concentra na missão imediata de anunciar a ressurreição. Esses textos paulinos enriquecem Mateus ao oferecer uma visão teológica da ressurreição como fundamento da fé, transformação e esperança escatológica.