1. BENÇÃO DO
FOGO NOVO
O fogo é imagem de Jesus Cristo, que disse: Eu sou a Luz do mundo. E na santa noite do Natal veio Ele ao mundo para iluminar os que estavam imersos nas trevas; mas as trevas não compreenderam a Luz. Para a bênção do fogo. o clero e o povo se encaminham para as portas da igreja, onde da pedra se extrai o fogo, que é abençoado pelo Celebrante, o qual benze também os cinco grãos de incenso que significam as cinco chagas de Nosso Senhor, e serão fixados no Círio pascal.
2. BENÇÃO DO CÍRIO PASCAL
Terminada a bênção do novo fogo, o acólito ou um dos ministros leva o Círio pascal ao meio, colocando-o diante do Sacerdote, que com um estilete grava uma cruz entre os pontos das extremidades destinados à inscrição dos grãos de incenso.
3. SOLENE PROCISSÃO E PRECÔNIO PASCAL
O Diácono entra na igreja, seguido da procissão e carregando o Círio aceso. Por três vezes ergue mais o Círio e canta mais alto o “Lumen Christi”, a que todos, ajoelhando-se, respondem “Deo gratias”. Na primeira vez acende o Celebrante a sua vela; na segunda, o clero; na terceira, o povo e toda a igreja. O diácono canta o solene Precônio pascal, exsultet.
4. LEITURAS
São tiradas da Sagrada Escritura e nos falam da criação e do governo do mundo, da força das águas e da regeneração interior. Estas leituras foram escolhidas para servir de instrução aos catecúmenos que iam receber os sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia. A nós lembram a graça batismal recebida e nos animam a conservá-la e renová-la.
São tiradas da Sagrada Escritura e nos falam da criação e do governo do mundo, da força das águas e da regeneração interior. Estas leituras foram escolhidas para servir de instrução aos catecúmenos que iam receber os sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia. A nós lembram a graça batismal recebida e nos animam a conservá-la e renová-la.
Primeira Leitura (Gn 1, 1-31 e 2, 1-2)
No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra era, porém, informe e
vazia, e as trevas cobriam a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia
sobre as águas. E Deus disse: Faça-se a luz. E a luz foi feita. Viu Deus que a
luz era boa, e separou a luz das trevas. À luz chamou Dia e às trevas Noite.
Da tarde e da manhã se fez o primeiro dia. Disse também Deus: Faça-se o
firmamento no meio das águas, para separar uma das outras. E fez Deus o
firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que
estavam acima do firmamento. E assim se fez. Ao firmamento chamou Deus Céu; e
da tarde e da manhã se fez o segundo dia. Disse Deus ainda: Juntem-se em um
lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento árido. E assim
se fez. E Deus chamou ao elemento árido Terra, e ao conjunto das águas deu o
nome de Mar. E viu Deus que era bom tudo quanto havia feito. E disse: Produza
a terra erva verde, que dê semente, e árvores frutíferas, que deem frutos
conforme a sua espécie, e contenham dentro de si a sua semente para se
reproduzir sobre a terra. E assim se fez. A terra produziu erva verde, que dá
semente segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto, contendo cada uma
delas a sua semente própria, segundo a sua espécie. E viu Deus que isto era
bom. E da tarde e da manhã se fez o terceiro dia. Disse, então, Deus: Façam-se
os luminares no firmamento do céu para distinguir o dia da noite; sirvam eles
de sinais para marcarem os tempos, as estações, os dias e os anos, e brilhem
no firmamento do céu e iluminem a terra. E assim se fez. Formou Deus dois
grandes luminares, o maior para presidir ao dia e o menor, para presidir à
noite; e fez também as estrelas, colocando-as no firmamento do céu, para que
resplandecessem sobre a terra, presidissem ao dia e à noite, e separassem a
luz das trevas. E viu Deus que isto era bom. E da manhã e da tarde se fez o
quarto dia. Disse também Deus: Produzam as águas animais vivos que nadem nas
águas, e aves que voem sobre a terra, debaixo do firmamento do do céu e
iluminem a terra. E assim se fez. Formou Deus dois grandes luminares, o maior
para presidir ao dia e o menor para presidir à noite; e fez também as
estrelas, colocando-as no firmamento do céu, para que resplandecessem sobre a
terra, presidissem ao dia e à noite, e separassem a luz das trevas. E viu Deus
que isto era bom. E da manhã e da tarde se fez o quarto dia. Disse também
Deus: Produzam as águas animais vivos que nadem nas águas, e aves que voem
sobre a terra, debaixo do firmamento do céu. Criou então Deus os grandes
peixes e todos os animais que vivem e se movem, produzidos pelas águas,
segundo as suas espécies, e todas as aves, segundo a sua espécie. E Deus viu
que tudo isto era bom, e abençoou a tudo, dizendo: Crescei e multiplicai-vos e
enchei as águas do mar; e multipliquem-se as aves sobre a terra. E da tarde e
da manhã se fez o quinto dia. E Deus continuou: Produza a terra animais vivos,
em cada gênero: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as
suas espécies. E assim se fez. E criou Deus os animais selvagens da terra,
cada um segundo a sua espécie, e todos os animais domésticos e todos os
répteis terrestres, segundo a sua espécie. E viu Deus que tudo isto era bom. E
por fim disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança; domine ele os
peixes do mar, as aves do céu, os animais selvagens, e toda a terra e todo
réptil que se move sobre a terra. E Deus criou o homem à sua imagem. Ele o
criou à imagem de Deus; e criou-os, homem e mulher. Então Deus os abençoou e
lhes disse: Crescei e multiplicai-vos: enchei a terra, sujeitai-a e dominai os
peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem sobre a terra. E
Deus acrescentou: Eis que vos dei todas as ervas que produzem sementes sobre a
terra e todas as árvores que dão sementes de sua espécie para que vos sirvam
de alimento e a todos os animais da terra e a todas as aves do céu e a todos
os animais vivos que se movem sobre a terra, e tenham sopro de vida, a fim de
que se possam alimentar. E assim se fez. E Deus viu todas as coisas que tinha
feito; e viu que todas eram boas. E da tarde e da manhã se fez o sexto dia.
Ficaram pois acabados os céus e a terra, e todos os seus ornatos. E completou
Deus no sétimo dia as obras que havia feito; e descansou no sétimo dia de toda
a sua obra, que havia concluído.
Segunda Leitura - Gênesis 5; 6; 7 e 8
Segunda Leitura - Gênesis 5; 6; 7 e 8
Noé, com quinhentos anos, gerou Sem, Cam e Jafé. E, tendo os
homens começado a se multiplicar sobre a terra e gerado filhas, os filhos de
Deus, vendo que as filhas dos homens eram belas, tomaram-nas por esposas,
escolhendo-as entre todas. Disse Deus: “Meu espírito não permanecerá para
sempre no homem, porque é carne; e seus dias serão de cento e vinte anos”.
Havia gigantes na terra naqueles dias. Pois, quando os filhos de Deus se
uniram às filhas dos homens e elas geraram filhos, estes foram os poderosos de
outrora, homens famosos. Vendo, porém, Deus que a malícia dos homens era
grande na terra, e que todos os pensamentos do seu coração se inclinavam ao
mal em todo tempo, arrependeu-se de ter feito o homem na terra. E, tocado pela
dor no coração, disse: “Exterminarei da face da terra o homem que criei, desde
o homem até os animais, desde os répteis até as aves do céu, pois me arrependo
de tê-los feito”. Mas Noé encontrou graça diante do Senhor. Estas são as
gerações de Noé: Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; ele andava
com Deus. E gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. A terra, porém, estava
corrompida diante de Deus e cheia de iniquidade. E, vendo Deus que a terra
estava corrompida (pois toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a
terra), disse a Noé: “O fim de toda carne chegou diante de mim; a terra está
cheia de iniquidade por causa deles, e eu os destruirei com a terra. Faze para
ti uma arca de madeira polida; farás compartimentos na arca e a untarás com
betume por dentro e por fora. E a farás assim: trezentos côvados será o
comprimento da arca, cinquenta côvados a largura e trinta côvados a altura.
Farás uma janela na arca, e a terminarás a um côvado do topo; a porta da arca
porás ao lado; farás nela compartimentos inferiores, segundos e terceiros. Eis
que trarei as águas do dilúvio sobre a terra, para destruir toda carne em que
há espírito de vida debaixo do céu. Tudo o que há na terra será consumido. Mas
estabelecerei meu pacto contigo; e entrarás na arca, tu, teus filhos, tua
mulher e as mulheres de teus filhos contigo. E de todos os seres viventes de
toda carne, farás entrar na arca dois de cada espécie, para que vivam contigo,
macho e fêmea. Das aves segundo a sua espécie, dos gados segundo a sua
espécie, e de todo réptil da terra segundo a sua espécie; dois de cada um
entrarão contigo, para que vivam. Tomarás contigo de todos os alimentos que se
podem comer, e os levarás contigo; e servirão de alimento para ti e para
eles”. E Noé fez tudo o que Deus lhe ordenara. Noé tinha seiscentos anos
quando as águas do dilúvio inundaram a terra. Romperam-se todas as fontes do
grande abismo, e as cataratas do céu se abriram; e a chuva caiu sobre a terra
por quarenta dias e quarenta noites. No mesmo dia, entraram na arca Noé, Sem,
Cam e Jafé, seus filhos, sua mulher e as três mulheres de seus filhos com
eles; eles, e todo animal segundo a sua espécie, todo gado segundo a sua
espécie, tudo o que se move sobre a terra segundo a sua espécie, e toda ave
segundo a sua espécie. E a arca foi levada sobre as águas. As águas
prevaleceram grandemente sobre a terra, e todos os montes altos debaixo de
todo o céu foram cobertos. Quinze côvados acima dos montes subiram as águas,
cobrindo-os. E foi consumida toda carne que se movia sobre a terra: aves,
animais, bestas e todos os répteis que rastejam sobre a terra. Somente Noé
restou, e os que estavam com ele na arca. E as águas cobriram a terra por
cento e cinquenta dias. Mas Deus se lembrou de Noé e de todos os animais
e gados que estavam com ele na arca; e fez passar um vento sobre a terra, e as
águas diminuíram. As fontes do abismo e as cataratas do céu se fecharam, e a
chuva do céu cessou. As águas voltaram da terra, indo e vindo, e começaram a
diminuir após cento e cinquenta dias. Passados mais quarenta dias, Noé abriu a
janela da arca que havia feito e soltou um corvo, que saía e não voltava até
que as águas secassem sobre a terra. Soltou também uma pomba, para ver se as
águas haviam cessado sobre a face da terra. Mas, não encontrando a pomba onde
pousar o pé, voltou para ele na arca, pois as águas ainda cobriam toda a
terra. Ele estendeu a mão, tomou-a e a trouxe para dentro da arca. Esperou
ainda outros sete dias e tornou a soltar a pomba da arca. E a pomba voltou a
ele ao entardecer, trazendo no bico uma folha verde de oliveira. Então Noé
soube que as águas haviam cessado sobre a terra. Esperou ainda outros sete
dias e soltou a pomba, que não mais voltou a ele. Falou Deus a Noé, dizendo:
“Sai da arca, tu, tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos
contigo. Todos os animais que estão contigo, de toda carne, aves, bestas e
todos os répteis que rastejam sobre a terra, faze-os sair contigo, para que
cresçam e se multipliquem sobre a terra”. Saiu, pois, Noé, seus filhos, sua
mulher e as mulheres de seus filhos com ele. E todos os animais, gados e
répteis que rastejam sobre a terra, segundo a sua espécie, saíram da arca. Noé
edificou um altar ao Senhor; e, tomando de todos os animais e aves limpas,
ofereceu holocaustos sobre o altar. E o Senhor aspirou o suave odor.
Terceira leitura - Gênesis 22, 1-19
Terceira leitura - Gênesis 22, 1-19
Naqueles dias, Deus tentou Abraão e lhe disse: “Abraão, Abraão”.
E ele respondeu: “Eis-me aqui”. Disse-lhe Deus: “Toma teu filho, teu único, a
quem amas, Isaac, e vai à terra da visão; e lá o oferecerás em holocausto
sobre um dos montes que te mostrarei”. Levantando-se Abraão de noite, preparou
seu jumento, levando consigo dois servos e Isaac, seu filho. Cortou a lenha
para o holocausto e partiu para o lugar que Deus lhe indicara. No terceiro
dia, levantando os olhos, viu o lugar de longe e disse aos servos: “Esperai
aqui com o jumento; eu e o menino iremos até lá; após adorarmos, voltaremos a
vós”. Tomou a lenha do holocausto e a pôs sobre Isaac, seu filho; ele próprio
levava nas mãos o fogo e a faca. Enquanto caminhavam juntos, Isaac disse a seu
pai: “Meu pai”. Ele respondeu: “Que queres, filho?” Disse Isaac: “Eis o fogo e
a lenha, mas onde está a vítima para o holocausto?” Abraão respondeu: “Deus
proverá a vítima para o holocausto, meu filho”. E seguiram juntos. Chegaram ao
lugar que Deus lhe mostrara; ali Abraão edificou um altar, arrumou a lenha,
amarrou Isaac, seu filho, e o colocou sobre o altar, sobre a lenha. Estendeu a
mão e tomou a faca para imolar seu filho. Mas eis que o Anjo do Senhor o
chamou do céu, dizendo: “Abraão, Abraão”. Ele respondeu: “Eis-me aqui”. Disse
o Anjo: “Não estendas a mão sobre o menino, nem lhe faças nada; agora sei que
temes a Deus, pois não poupaste teu filho, teu único, por minha causa”. Abraão
levantou os olhos e viu, atrás de si, um carneiro preso pelos chifres entre os
espinhos; tomou-o e o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho. E chamou
aquele lugar de “O Senhor vê”. Por isso, até hoje se diz: “No monte, o Senhor
proverá”. O Anjo do Senhor chamou Abraão pela segunda vez do céu,
dizendo: “Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: porque fizeste isso e não
poupaste teu filho, teu único, por minha causa, eu te abençoarei e
multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia que
está na praia do mar; tua descendência possuirá as portas de seus inimigos, e
em tua descendência serão benditas todas as nações da terra, porque obedeceste
à minha voz”. Abraão voltou aos seus servos, e foram juntos para Bersabeia,
onde habitou.
Quarta leitura (Ex 14, 24-31 e 15, 1)
Naqueles dias, chegada a vigília da manhã, vendo o Senhor a coluna de
fogo e de nuvem sobre o acampamento dos Egípcios, destroçou-lhes o exército,
despedaçou-lhes as rodas dos carros, e eles foram arrojados ao fundo do mar.
Disseram então os Egípcios: Fujamos dos Israelitas, porque o Senhor peleja por
eles contra nós. E disse Deus a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para
que as águas voltem sobre os Egípcios, sobre os seus carros e a sua cavalaria.
E havendo Moisés estendido a mão sobre o mar, voltou ao amanhecer a água ao
lugar que ocupava. Quando os Egípcios fugiram, encontraram-se com as águas e o
Senhor os envolveu no meio das ondas. Tornaram-se a juntar as águas, e
cobriram os carros e a cavalaria de todo o exército de Faraó, que perseguindo
os Israelitas haviam entrado no mar; e nenhum dos Egípcios escapou. Mas os
filhos de Israel passaram a pé enxuto pelo meio do mar, servindo-lhes as águas
como de muro, à direita e à esquerda. Assim livrou o Senhor naquele dia a
Israel das mãos dos Egípcios. E os Israelitas viram os Egípcios mortos na
praia do mar e o castigo que a mão poderosa do Senhor havia executado contra
eles. O povo temeu, pois, ao Senhor e n’Ele acreditou assim como em Moisés,
seu servo. Então Moisés e os filhos de Israel entoaram este cântico ao
Senhor:
Quinta Leitura - Isaías 54, 17; 55, 1-11
Esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça está comigo, diz o Senhor. Vós todos que tendes sede, vinde às águas; e vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, comprai e comei; vinde, comprai sem dinheiro e sem troca vinho e leite. Por que gastais dinheiro com o que não é pão, e vosso trabalho com o que não sacia? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e vossa alma se deleitará em abundância. Inclinai vosso ouvido e vinde a mim; ouvi, e vossa alma viverá; e farei convosco um pacto eterno, as misericórdias fiéis de Davi. Eis que o dei como testemunha aos povos, como chefe e mestre das nações. Eis que chamarás uma nação que não conhecias, e as nações que não te conheciam correrão a ti, por causa do Senhor, teu Deus, e do Santo de Israel, porque ele te glorificou. Buscai o Senhor enquanto pode ser encontrado; invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem iníquo os seus pensamentos, e volte-se ao Senhor, que terá misericórdia dele, e ao nosso Deus, porque é grande em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos são os meus caminhos, diz o Senhor. Pois, como os céus se elevam acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos vossos caminhos, e os meus pensamentos acima dos vossos pensamentos. E como a chuva e a neve descem do céu e não voltam para lá, mas regam a terra, a fazem germinar e produzir, dando semente ao que semeia e pão ao que come, assim será a minha palavra que sai da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei, diz o Senhor onipotente.
Quinta Leitura - Isaías 54, 17; 55, 1-11
Esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça está comigo, diz o Senhor. Vós todos que tendes sede, vinde às águas; e vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, comprai e comei; vinde, comprai sem dinheiro e sem troca vinho e leite. Por que gastais dinheiro com o que não é pão, e vosso trabalho com o que não sacia? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e vossa alma se deleitará em abundância. Inclinai vosso ouvido e vinde a mim; ouvi, e vossa alma viverá; e farei convosco um pacto eterno, as misericórdias fiéis de Davi. Eis que o dei como testemunha aos povos, como chefe e mestre das nações. Eis que chamarás uma nação que não conhecias, e as nações que não te conheciam correrão a ti, por causa do Senhor, teu Deus, e do Santo de Israel, porque ele te glorificou. Buscai o Senhor enquanto pode ser encontrado; invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem iníquo os seus pensamentos, e volte-se ao Senhor, que terá misericórdia dele, e ao nosso Deus, porque é grande em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos são os meus caminhos, diz o Senhor. Pois, como os céus se elevam acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos vossos caminhos, e os meus pensamentos acima dos vossos pensamentos. E como a chuva e a neve descem do céu e não voltam para lá, mas regam a terra, a fazem germinar e produzir, dando semente ao que semeia e pão ao que come, assim será a minha palavra que sai da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei, diz o Senhor onipotente.
Sexta leitura - Baruc 3, 9-38
Ouve, Israel, os mandamentos da vida; escuta com atenção, para que conheças a prudência. Que é isto, Israel, que estás na terra dos inimigos? Envelheceste em terra estranha, foste contaminado com os mortos, foste contado entre os que descem ao inferno. Abandonaste a fonte da sabedoria. Pois, se tivesses andado no caminho de Deus, certamente habitarias em paz para sempre. Aprende onde está a prudência, onde está a força, onde está a inteligência, para que saibas ao mesmo tempo onde está a longevidade da vida e o sustento, onde está a luz dos olhos e a paz. Quem encontrou o seu lugar? E quem entrou nos seus tesouros? Onde estão os príncipes das nações, e os que dominam sobre as bestas que estão sobre a terra? Os que brincam com as aves do céu, os que acumulam prata e ouro, em que os homens confiam, e cuja aquisição não tem fim? Os que fabricam prata e são diligentes, mas cujas obras não se encontram? Foram exterminados e desceram aos infernos, e outros surgiram em seu lugar. Os jovens viram a luz e habitaram sobre a terra, mas ignoraram o caminho da disciplina, nem compreenderam as suas sendas, nem seus filhos a receberam; ela foi feita longe deles. Não foi ouvida na terra de Canaã, nem vista em Temã. Também os filhos de Agar, que buscam a prudência que vem da terra, os mercadores de Merrã e Temã, os narradores de fábulas e os que buscam prudência e inteligência, não conheceram o caminho da sabedoria, nem se lembraram das suas sendas. Ó Israel, quão grande é a casa de Deus, e quão vasto o lugar da sua posse! É grande e não tem fim; é alto e imenso. Ali estiveram aqueles gigantes famosos, que desde o princípio foram de grande estatura, peritos na guerra. Não foi a estes que o Senhor escolheu, nem encontraram o caminho da disciplina; por isso pereceram. E, porque não tiveram sabedoria, morreram por causa da sua insensatez. Quem subiu ao céu, tomou-a e a trouxe das nuvens? Quem atravessou o mar e a encontrou? Quem a trouxe por ouro escolhido? Não há quem possa conhecer os seus caminhos, nem quem busque as suas sendas. Mas aquele que sabe todas as coisas a conhece e a encontrou com a sua prudência; aquele que preparou a terra para o tempo eterno e a encheu de gados e quadrúpedes; aquele que envia a luz, e ela vai; chamou-a, e ela lhe obedeceu com tremor. As estrelas, porém, deram luz em suas vigílias e se alegraram; foram chamadas e disseram: “Eis-nos aqui”; e brilharam com alegria para aquele que as fez. Este é o nosso Deus, e nenhum outro será comparado a ele. Ele encontrou todo o caminho da disciplina e o entregou a Jacó, seu servo, e a Israel, seu amado. Depois disso, foi visto na terra e conversou com os homens.
Sétima leitura - Ezequiel 37, 1-14
Naqueles dias, a mão do Senhor esteve sobre mim, e ele me levou em espírito e me colocou no meio de um vale cheio de ossos; e me fez passar ao redor deles em círculo. E eram muito numerosos sobre a face do vale e extremamente secos. E disse-me: “Filho do homem, achas que estes ossos viverão?” Respondi: “Senhor Deus, tu o sabes”. Disse-me: “Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. Porei sobre vós nervos, farei crescer carne sobre vós, estenderei pele sobre vós, e vos darei espírito, e vivereis; e sabereis que eu sou o Senhor”. E profetizei como me fora ordenado; e, enquanto profetizava, houve um ruído, e eis um movimento; e os ossos se juntaram, cada um ao seu lugar. E vi, e eis que sobre eles subiram nervos e carne, e a pele se estendeu sobre eles; mas não tinham espírito. E disse-me: “Profetiza ao espírito, profetiza, filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor Deus: Vem, espírito, dos quatro ventos, e sopra sobre estes mortos, para que revivam”. Profetizei como me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram; e puseram-se de pé, um exército extremamente grande. E disse-me: “Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eles dizem: ‘Nossos ossos secaram, nossa esperança pereceu, estamos perdidos’. Por isso, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que abrirei vossos túmulos e vos farei sair de vossos sepulcros, ó meu povo, e vos conduzirei à terra de Israel. E sabereis que eu sou o Senhor, quando abrir vossos sepulcros e vos tirar de vossos túmulos, ó meu povo. E porei em vós o meu espírito, e vivereis, e vos farei repousar em vossa terra, diz o Senhor onipotente”.
Oitava leitura - Isaías 4, 1-6
Naquele dia, sete mulheres tomarão um só homem, dizendo: “Comeremos nosso próprio pão e nos cobriremos com nossas próprias vestes; apenas deixa-nos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio”. Naquele dia, o rebento do Senhor será magnífico e glorioso, e o fruto da terra será sublime e motivo de alegria para os que forem salvos de Israel. E será que todo aquele que restar em Sião e ficar em Jerusalém será chamado santo, todo aquele que estiver inscrito para a vida em Jerusalém. Quando o Senhor tiver lavado a imundície das filhas de Sião e purificado o sangue de Jerusalém do seu meio, pelo espírito de julgamento e pelo espírito de ardor, o Senhor criará sobre todo o lugar do monte Sião e onde for invocado, uma nuvem de dia, e fumo e o brilho do fogo flamejante de noite; pois sobre toda a glória haverá uma proteção. E haverá um tabernáculo para sombra de dia contra o calor, e para segurança e refúgio contra a tempestade e a chuva.
Nona leitura - Êxodo 12, 1-11
Naqueles dias, disse o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito: “Este mês será para vós o princípio dos meses; será o primeiro entre os meses do ano. Falai a toda a assembleia dos filhos de Israel e dizei-lhes: No dia dez deste mês, cada um tome um cordeiro por família e por casa. Mas, se o número for pequeno para comer o cordeiro, tomará o seu vizinho que está junto à sua casa, segundo o número de pessoas que possam comer o cordeiro. O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano; segundo este rito, tomareis também um cabrito. E o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a multidão dos filhos de Israel o imolará ao entardecer. Tomarão do seu sangue e o porão nos dois umbrais e na verga das portas das casas onde o comerem. E comerão a carne naquela noite, assada ao fogo, com pães ázimos e alfaces silvestres. Não comereis dele nada cru, nem cozido em água, mas apenas assado ao fogo; comereis a cabeça com os pés e as entranhas. E não deixareis nada dele até a manhã; se algo sobrar, queimareis no fogo. E o comereis assim: cingireis vossos lombos, tereis sandálias nos pés, segurareis bordões nas mãos, e o comereis apressadamente; pois é a Páscoa (isto é, a passagem) do Senhor”.
Décima leitura - Jonas 3, 1-10
Naqueles dias, a palavra do Senhor veio a Jonas pela segunda vez, dizendo: “Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e prega nela a pregação que te falo”. Jonas levantou-se e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor. Nínive era uma cidade grande, de três dias de caminho. E Jonas começou a entrar na cidade, andando um dia, e clamou, dizendo: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída”. E os homens de Nínive creram em Deus, proclamaram um jejum e vestiram-se de sacos, desde o maior até o menor. A notícia chegou ao rei de Nínive, que se levantou do seu trono, tirou suas vestes, cobriu-se de saco e sentou-se sobre cinzas. E fez proclamar e dizer em Nínive, por decreto do rei e de seus príncipes: “Homens, gados, bois e ovelhas não provem nada, não pastem, nem bebam água. Cubram-se de sacos homens e gados, e clamem ao Senhor com força; e converta-se cada um do seu mau caminho e da iniquidade que está em suas mãos. Quem sabe se Deus se converterá, perdoará e se afastará do furor da sua ira, e não pereceremos?” E Deus viu as obras deles, que se converteram do seu mau caminho; e o Senhor, nosso Deus, teve misericórdia do seu povo.
Décima Primeira leitura - Deuteronômio 31, 22-30
Naqueles dias, Moisés escreveu o cântico e o ensinou aos filhos de Israel. E o Senhor ordenou a Josué, filho de Nun, dizendo: “Sê forte e corajoso, pois tu introduzirás os filhos de Israel na terra que lhes prometi, e eu estarei contigo”. Após Moisés ter escrito as palavras desta lei num livro e as ter completado, ordenou aos levitas que levavam a arca da aliança do Senhor, dizendo: “Tomai este livro e colocai-o ao lado da arca da aliança do Senhor, vosso Deus, para que esteja ali como testemunho contra vós. Pois conheço a vossa rebeldia e a vossa cerviz dura. Ainda em vida, enquanto estou convosco, sempre fostes rebeldes contra o Senhor; quanto mais após a minha morte? Congregai a mim todos os anciãos das vossas tribos e os Ascendentes das vossas tribos, e falarei com eles estas palavras, e invocarei contra eles o céu e a terra. Pois sei que, após a minha morte, vós agireis iniquamente e vos desviareis depressa do caminho que vos ordenei; e males vos sobrevirão nos últimos dias, quando fizerdes o mal aos olhos do Senhor, irritando-o com as obras das vossas mãos. Moisés, pois, falou, na presença de toda a assembleia de Israel, as palavras deste cântico, completando-as até o fim.
Décima Segunda leitura - Daniel 3, 1-24
Naqueles dias, o rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, de sessenta côvados de altura e seis côvados de largura, e a colocou no campo de Dura, na província de Babilônia. Então, o rei Nabucodonosor mandou reunir os sátrapas, magistrados, juízes, chefes, tiranos, prefeitos e todos os príncipes das regiões, para que viessem à dedicação da estátua que o rei Nabucodonosor erguera. Reuniram-se, pois, os sátrapas, magistrados, juízes, chefes, tiranos, prefeitos e todos os príncipes das regiões, para a dedicação da estátua que o rei Nabucodonosor erguera. E estavam diante da estátua que o rei Nabucodonosor havia colocado. E um arauto proclamava com força: “É-vos ordenado, ó povos, tribos e línguas, que, ao ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da sambuca, do saltério, da sinfonia e de todo gênero de instrumentos musicais, vos prostreis e adoreis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor constituiu. Mas, se alguém não se prostrar e adorar, será lançado na mesma hora numa fornalha de fogo ardente”. Assim, logo que todos os povos ouviram o som da trombeta, da flauta, da cítara, da sambuca, do saltério, da sinfonia e de todo gênero de instrumentos musicais, todos os povos, tribos e línguas se prostraram e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor constituíra. Imediatamente, naquele momento, alguns homens caldeus se aproximaram e acusaram os judeus, dizendo ao rei Nabucodonosor: “Ó rei, vive para sempre! Tu, ó rei, decretaste que todo homem que ouvisse o som da trombeta, da flauta, da cítara, da sambuca, do saltério, da sinfonia e de todo gênero de instrumentos musicais se prostrasse e adorasse a estátua de ouro; e que, se alguém não se prostrasse e adorasse, fosse lançado numa fornalha de fogo ardente. Há, pois, homens judeus, que constituíste sobre as obras da região de Babilônia, Sidrac, Misac e Abdenago; esses homens, ó rei, desprezaram o teu decreto: não servem aos teus deuses, nem adoram a estátua de ouro que erigiste”. Então, Nabucodonosor, em furor e ira, ordenou que trouxessem Sidrac, Misac e Abdenago; e imediatamente foram trazidos à presença do rei. E o rei Nabucodonosor, falando, disse-lhes: “É verdade, Sidrac, Misac e Abdenago, que não servis aos meus deuses nem adorais a estátua de ouro que constituí? Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da sambuca, do saltério, da sinfonia e de todo gênero de instrumentos musicais, prostrai-vos e adorai a estátua que fiz; mas, se não a adorardes, sereis lançados na mesma hora numa fornalha de fogo ardente; e quem é o Deus que vos livrará da minha mão?” Respondendo Sidrac, Misac e Abdenago, disseram ao rei Nabucodonosor: “Não é necessário que te respondamos sobre este assunto. Eis que o nosso Deus, a quem servimos, pode nos livrar da fornalha de fogo ardente e nos libertar das tuas mãos, ó rei. Mas, se não o quiser, saiba, ó rei, que não servimos aos teus deuses, nem adoramos a estátua de ouro que erigiste”. Então, Nabucodonosor se encheu de furor, e a expressão do seu rosto se alterou contra Sidrac, Misac e Abdenago; e ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que costumava ser acesa. E ordenou aos homens mais fortes do seu exército que, amarrando os pés de Sidrac, Misac e Abdenago, os lançassem na fornalha de fogo ardente. E imediatamente aqueles homens, amarrados com suas vestes, túnicas, chapéus e roupas, foram lançados no meio da fornalha de fogo ardente; pois a ordem do rei era urgente, e a fornalha estava extremamente acesa. Mas a chama do fogo matou os homens que haviam lançado Sidrac, Misac e Abdenago. Esses três homens, Sidrac, Misac e Abdenago, caíram amarrados no meio da fornalha de fogo ardente. E caminhavam no meio das chamas, louvando a Deus e bendizendo o Senhor.
5. PRIMEIRA PARTE DAS LADAINHAS
6. BENÇÃO DA ÁGUA BATISMAL
7. RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS DO BATISMO
7. RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS DO BATISMO
8. CONTINUAÇÃO DAS LADAINHAS
9. MISSA SOLENE DA VIGÍLIA
Nesta Missa notam-se algumas particularidades: Não tem Introito. Omitem-se o canto do Ofertório e o Agnus Dei. Com toda a solenidade canta-se o Glória, durante o qual tocam festivamente todos os sinos, anunciando a alegria pascal a todo o mundo. A Oração e uma suplica pelos neófitos para cumprirem bem seus deveres de Cristãos. A Epístola contém a admoestação: Se já ressuscitastes com o Cristo, procurai as coisas que são do alto. Três vezes, e cada vez em tom mais elevado, ressoa o Aleluia, expressão do júbilo e da alegria pascais.
9. MISSA SOLENE DA VIGÍLIA
Nesta Missa notam-se algumas particularidades: Não tem Introito. Omitem-se o canto do Ofertório e o Agnus Dei. Com toda a solenidade canta-se o Glória, durante o qual tocam festivamente todos os sinos, anunciando a alegria pascal a todo o mundo. A Oração e uma suplica pelos neófitos para cumprirem bem seus deveres de Cristãos. A Epístola contém a admoestação: Se já ressuscitastes com o Cristo, procurai as coisas que são do alto. Três vezes, e cada vez em tom mais elevado, ressoa o Aleluia, expressão do júbilo e da alegria pascais.
Epístola (Col 3, 1-4)
São Paulo Apóstolo aos Colossenses.Irmãos: Se já ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas que são do alto, onde o Cristo está assentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do céu, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está oculta com o Cristo em Deus. Quando o Cristo que é vossa Vida, se manifestar, então aparecereis também com Ele na glória.℞. Demos graças a Deus.
São Paulo Apóstolo aos Colossenses.Irmãos: Se já ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas que são do alto, onde o Cristo está assentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do céu, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está oculta com o Cristo em Deus. Quando o Cristo que é vossa Vida, se manifestar, então aparecereis também com Ele na glória.℞. Demos graças a Deus.
Evangelho (Mt 28, 1-7)
Pelo fim da noite do sábado, ao alvorecer do primeiro dia da semana, foi Maria Madalena com a outra Maria visitar o sepulcro. Eis que se deu um grande terremoto. Porque um Anjo do Senhor desceu do céu e chegando-se ao sepulcro, afastou a pedra e sentou-se em cima dela. Seu aspecto era como o de relâmpago; e sua veste era branca como a neve. Os guardas quando o viram, ficaram apavorados e como mortos. O anjo, porém, disse às mulheres: Não vos amedronteis: sei que procurais a Jesus, que foi crucificado. Não está aqui, porque ressuscitou como havia dito. Vinde e vede o lugar onde fora deitado o Senhor. Ide presto dizer a seus discípulos que Ele ressuscitou; e que vos precederá na Galileia, onde O vereis. Eis que vo-lo anuncio.℞. Louvor a Vós, ó Cristo.
Pelo fim da noite do sábado, ao alvorecer do primeiro dia da semana, foi Maria Madalena com a outra Maria visitar o sepulcro. Eis que se deu um grande terremoto. Porque um Anjo do Senhor desceu do céu e chegando-se ao sepulcro, afastou a pedra e sentou-se em cima dela. Seu aspecto era como o de relâmpago; e sua veste era branca como a neve. Os guardas quando o viram, ficaram apavorados e como mortos. O anjo, porém, disse às mulheres: Não vos amedronteis: sei que procurais a Jesus, que foi crucificado. Não está aqui, porque ressuscitou como havia dito. Vinde e vede o lugar onde fora deitado o Senhor. Ide presto dizer a seus discípulos que Ele ressuscitou; e que vos precederá na Galileia, onde O vereis. Eis que vo-lo anuncio.℞. Louvor a Vós, ó Cristo.
Homilias e explicações teológicas
A ressurreição de Cristo eleva a alma a contemplar as realidades celestiais, pois, estando mortos para o pecado, somos chamados a buscar não as coisas terrenas, mas as divinas, onde Cristo reina, sendo nossa vida escondida n’Ele até sua manifestação gloriosa; assim, a visita das mulheres ao sepulcro vazio revela que a vitória sobre a morte é o fundamento da esperança cristã, pois o anjo proclama a realidade do Ressuscitado, que precede os discípulos na missão de anunciar a nova criação (Santo Agostinho, Sermão 235). A união com Cristo ressuscitado, como ensina Paulo, transforma o crente em participante de sua glória, um mistério que transcende a compreensão humana e exige uma vida orientada para o alto, enquanto o relato evangélico sublinha a iniciativa divina que rompe as barreiras do desespero, mostrando que o túmulo vazio é sinal da presença viva de Deus entre os homens (São Gregório Magno, Homilia 21 sobre os Evangelhos). A exortação de Colossenses a buscar as coisas do alto aponta para a renovação interior que antecipa a glória futura, um chamado à santidade que encontra eco na mensagem angélica de Mateus, onde o anúncio da ressurreição é um convite à alegria e à missão, pois Cristo, ao ressurgir, estabelece a Igreja como testemunha de sua vitória (Santo Ambrósio, Comentário sobre Colossenses). O mistério da ressurreição, que Paulo descreve como vida escondida em Cristo, é concretizado no evangelho pela experiência das mulheres, cuja fé as leva a encontrar o anjo e a receber a missão de proclamar a verdade pascal, mostrando que a graça divina precede e capacita o testemunho humano (São João Crisóstomo, Homilia sobre Mateus 89).
Síntese comparativa com os Evangelhos Sinóticos
O relato de Mateus 28,1-7, centrado na visita de Maria Madalena e a outra Maria ao sepulcro, é complementado pelos evangelhos sinóticos com detalhes distintos. Em Marcos 16,1-8, além das duas Marias, Salommé é mencionada como acompanhante, e o jovem vestido de branco no sepulcro enfatiza que Jesus, o Nazareno crucificado, ressuscitou, instruindo as mulheres a anunciarem aos discípulos, especialmente a Pedro, que Ele os precederá na Galileia; o texto destaca o temor e o silêncio inicial das mulheres, um aspecto emocional ausente em Mateus. Lucas 24,1-10 amplia a cena incluindo Joana e outras mulheres não nomeadas, relatando dois homens em vestes resplandecentes que relembram as palavras de Jesus sobre sua morte e ressurreição, conectando o evento à profecia de Cristo; o texto também menciona que as mulheres relataram o ocorrido aos Onze, mas foram inicialmente desacreditadas, um detalhe que adiciona a reação dos discípulos, não explicitada em Mateus. Esses elementos complementares enriquecem a narrativa mateana ao destacar a composição do grupo, a ligação com as palavras de Jesus e a resposta inicial dos discípulos.
Síntese comparativa com textos de São Paulo
O evangelho de Mateus 28,1-7, com o anúncio da ressurreição de Cristo pelo anjo às mulheres, é complementado por textos paulinos que aprofundam o significado teológico do evento. Em 1 Coríntios 15,20-22, Paulo apresenta Cristo como as primícias dos que dormem, estabelecendo a ressurreição como fundamento da vitória sobre a morte e da renovação de toda a humanidade em Cristo, um aspecto universal não explicitado no relato mateano, que foca na experiência imediata das mulheres. Em Romanos 6,4-5, Paulo liga a ressurreição à vida nova do batismo, afirmando que os cristãos, sepultados com Cristo, ressurgem para uma vida transformada, um tema que amplia a narrativa de Mateus ao conectar o evento pascal à transformação espiritual do crente. Em Filipenses 3,10-11, Paulo expressa o desejo de conhecer o poder da ressurreição de Cristo, participando de seus sofrimentos para alcançar a glória futura, introduzindo uma dimensão pessoal e escatológica ausente no texto evangélico, que se concentra na missão imediata de anunciar a ressurreição. Esses textos paulinos enriquecem Mateus ao oferecer uma visão teológica da ressurreição como fundamento da fé, transformação e esperança escatológica.