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terça-feira, 20 de agosto de 2024

Maçonaria - denúncia de Leão XIII

A encíclica Humanum Genus, emitida pelo Papa Leão XIII em abril de 1884, é um documento que aborda a postura da Igreja Católica em relação à Maçonaria e outras sociedades secretas da época. O Papa inicia a encíclica delineando uma visão dualista da humanidade, dividida em dois campos opostos: de um lado, o reino de Deus na terra, representado pela Igreja Católica, e, do outro, o reino de Satanás, no qual se enquadram as sociedades secretas como a Maçonaria.

Leão XIII denuncia a Maçonaria, acusando-a de promover uma visão de mundo naturalista que rejeita a revelação divina e propõe uma moral puramente baseada na natureza humana, sem qualquer referência a Deus. Esta posição é associada ao ateísmo e ao panteísmo, ambos considerados perigosos pela Igreja, pois ou negam a existência de Deus ou o identificam com o próprio universo, dissolvendo a ideia de um Deus transcendente.

Além disso, o documento critica a Maçonaria por desafiar a autoridade eclesiástica, promovendo a separação entre Igreja e Estado e defendendo ideais liberais como a liberdade de culto, a liberdade de expressão e a educação laica. Essas ideias são vistas como uma ameaça à ordem social e moral que a Igreja se esforça para manter.

No decorrer da encíclica, Leão XIII exorta os bispos a alertarem os fiéis sobre os perigos que a Maçonaria representa, incentivando-os a fortalecer sua fé católica em resposta a essas ameaças. Ele reafirma a proibição aos católicos de se juntarem à Maçonaria ou a quaisquer outras sociedades secretas, sob o risco de excomunhão, destacando que essa adesão é incompatível com a fé católica.

Por fim, o Papa encoraja o desenvolvimento de associações católicas que possam servir como alternativas às sociedades secretas, oferecendo aos fiéis uma maneira de se organizarem e defenderem seus valores dentro dos limites da doutrina católica. A encíclica, portanto, não só condena a Maçonaria como também propõe medidas para proteger e fortalecer a influência da Igreja Católica em um mundo que, segundo o Papa, está cada vez mais se distanciando dos princípios cristãos.

Outros documentos

Encíclica "Quo Graviora" (1825) – Emitida pelo Papa Leão XII, é uma reafirmação das bulas anteriores, condenando novamente a Maçonaria e suas atividades subversivas.

Encíclica "Humanum Genus" (1884) - acima detalhada

Encíclica "Praeclara Gratulationis Publicae" (1894) – Também de Leão XIII, esta encíclica continua a denunciar os perigos das sociedades secretas, incluindo a Maçonaria, para a sociedade e para a fé católica.
Encíclica "Annum Ingressi Sumus" (1902) – Emitida pelo Papa Leão XIII, menciona novamente os perigos da Maçonaria e exorta a Igreja a permanecer vigilante contra a influência maçônica.


Citações

"Com gente suspeita de pertencer à maçonaria ou sodalícios a esta agregados, que cada um procure não ter amizade ou familiaridade: por seus frutos os conheça e fuja deles. E não apenas daqueles que, descaradamente ímpios e libertinos, ostentam em suas testas o caráter da seita, mas se evite o trato familiar com aqueles que se ocultam SOB A MÁSCARA DA TOLERÂNCIA UNIVERSAL, DO RESPEITO POR TODAS AS RELIGIÕES, da ânsia de querer conciliar as máximas do Evangelho e as máximas da revolução, Cristo e Belial, a Igreja de Deus e o Estado sem Deus." (Papa Leão XIII, Custodi di quella Fede, 1892)