Francisco e sua proximidade com ideais maçônicos


O pontificado do Papa Francisco, encerrado em 2025, tem sido objeto de intensos debates, especialmente entre setores tradicionalistas da Igreja Católica. Um artigo publicado em 23 de abril de 2025 no InfoVaticana, intitulado “Cuando la Logia aplaude: el Papa que hizo las delicias de la masonería” (InfoVaticana, 2025), oferece uma perspectiva contundente sobre a relação entre Francisco e a maçonaria, com base em um comunicado laudatório da Gran Loggia d’Italia após sua morte. 

O artigo da InfoVaticana destaca o comunicado da Gran Loggia d’Italia, que celebra Francisco como um líder cuja visão ressoa com os princípios maçônicos de liberdade, igualdade e fraternidade. A encíclica Fratelli Tutti é descrita como um “manifiesto” que ecoa esses valores, enquanto o Gran Maestro Luciano Romoli louva Francisco por superar divisões ideológicas (InfoVaticana, 2025). Essa homenagem é interpretada como um “diagnóstico” preocupante, dado o histórico de condenações da Igreja à maçonaria, desde a bula In Eminenti (1738) de Clemente XII até a encíclica Humanum Genus (1884) de Leão XIII, que denunciou a maçonaria como promotora do indiferentismo religioso e do relativismo moral.

Essa afinidade percebida não é um evento isolado. Em 2023, o Catholic Family News publicou um artigo intitulado “Freemasonry and the Catholic Church: A Growing Convergence?” (2023), que questionava gestos de Francisco, como sua ênfase em um ecumenismo amplo e sua relutância em condenar abertamente ideologias seculares. O texto apontava que a ausência de críticas explícitas à maçonaria durante seu pontificado contrastava com a postura firme de papas anteriores. A aproximação de figuras eclesiásticas, como o Cardeal Gianfranco Ravasi, que defendeu o diálogo com os “irmãos maçons” (InfoVaticana, 2025), reforça a percepção de uma ruptura com a tradição.

As encíclicas Laudato Si e Fratelli Tutti são frequentemente citadas como pontos de convergência com ideais maçônicos, especialmente por sua ênfase na fraternidade universal e na cooperação inter-religiosa. Embora esses documentos abordem questões legítimas, como a crise ambiental e a desigualdade social, críticos argumentam que sua linguagem ambígua permite interpretações que diluem a especificidade da fé católica. O artigo da InfoVaticana sugere que Fratelli Tutti, ao promover uma fraternidade desvinculada da centralidade de Cristo, ressoa com o universalismo maçônico, que historicamente rejeita dogmas em favor de uma ética humanista (InfoVaticana, 2025).

Um artigo de 2020 da The Remnant, “Fratelli Tutti: A Masonic Blueprint for a New World Order?” (2020), aprofunda essa crítica, argumentando que a encíclica reflete uma visão de mundo alinhada com foros globalistas, como o Fórum Econômico Mundial, que Francisco frequentemente endossou. A ausência de referências explícitas à salvação em Cristo e a ênfase em valores seculares são vistas como um afastamento do magistério tradicional, ecoando as preocupações do InfoVaticana sobre a recepção positiva da maçonaria.

A Igreja Católica sempre manteve uma postura de desconfiança em relação à maçonaria, considerando-a uma ameaça à fé. A Congregação para a Doutrina da Fé, em 1983, sob o Cardeal Joseph Ratzinger, reafirmou que a filiação à maçonaria é incompatível com a pertença à Igreja, devido às suas raízes no racionalismo e no indiferentismo religioso. O pontificado de Francisco, no entanto, é percebido por críticos como uma tentativa de reconciliar a Igreja com a modernidade, muitas vezes às custas da ortodoxia.

O InfoVaticana aponta que Francisco buscou aplausos do “mundo” – incluindo elites globalistas e organizações seculares – em detrimento da fidelidade à tradição (InfoVaticana, 2025). Essa crítica é corroborada por um artigo de 2024 da Crisis Magazine, “The Bergoglian Legacy: A Church Divided” (2024), que argumenta que as ambiguidades doutrinárias de Francisco, como sua abordagem em relação à moral sexual e ao diálogo inter-religioso, criaram uma Igreja fragmentada, com setores tradicionalistas sentindo-se alienados.

O artigo da InfoVaticana observa a ausência de multidões espontâneas na Praça de São Pedro durante o rosário por Francisco, interpretando isso como um sinal de indiferença tanto dos fiéis quanto do “mundo” que ele buscou agradar (InfoVaticana, 2025). Essa solidão é vista como o resultado de um pontificado que, segundo críticos, priorizou a popularidade midiática em vez da clareza doutrinal. A Crisis Magazine (2024) reforça essa ideia, sugerindo que a popularidade inicial de Francisco com a mídia secular não se traduziu em um fortalecimento da fé católica, mas sim em uma percepção de concessões excessivas ao espírito do tempo.

Além disso, a nomeação de cardeais alinhados com sua visão pastoral levanta preocupações sobre o próximo conclave. O InfoVaticana expressa temor de que um colégio cardinalício “heterodoxo” perpetue os erros de Francisco (InfoVaticana, 2025). Essa preocupação é compartilhada por um artigo de 2025 da OnePeterFive, “The Conclave of 2025: A Battle for the Soul of the Church” (2025), que alerta para a possibilidade de um Papa ainda mais progressista, caso a influência de Francisco prevaleça.

Referências

InfoVaticana. (2025). “Cuando la Logia aplaude: el Papa que hizo las delicias de la masonería”. Disponível em: https://infovaticana.com/2025/04/23/cuando-la-logia-aplaude-el-papa-que-hizo-las-delicias-de-la-masoneria/.
Catholic Family News. (2023). “Freemasonry and the Catholic Church: A Growing Convergence?”.
The Remnant. (2020). “Fratelli Tutti: A Masonic Blueprint for a New World Order?”.
Crisis Magazine. (2024). “The Bergoglian Legacy: A Church Divided”.
OnePeterFive. (2025). “The Conclave of 2025: A Battle for the Soul of the Church”.