Uma análise de uma perspectiva contemporânea que classifica como "mito antissemita" e "teoria da conspiração" a ideia de que a nação judaica exerceu uma influência determinante em movimentos revolucionários como o comunismo e a maçonaria, com o objetivo de dominação mundial. Esta visão sustenta que a narrativa do "judeu-bolchevismo" foi uma criação propagandística de movimentos anticomunistas e, posteriormente, do nacional-socialismo alemão. No entanto, uma análise aprofundada, baseada na teologia da história e na natureza da ordem social, revela que esta interpretação secularizada falha em compreender a verdadeira raiz do conflito que molda a era moderna. O debate não se centra em raça ou em conspirações secretas, mas sim num antagonismo fundamental e teológico entre dois programas irreconciliáveis para a organização do mundo.
✝️ O Antagonismo Fundamental: Não uma Conspiração, mas um Programa
A noção de que a influência judaica nos movimentos revolucionários é uma mera "teoria da conspiração" ignora a realidade central da história desde o Calvário. O conflito não é secreto, mas sim a consequência lógica e inevitável de uma escolha feita há dois milénios. A nação judaica foi confrontada com uma bifurcação histórica: aceitar o Messias Sobrenatural, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Seu plano para uma ordem mundial supranacional e sobrenatural através do Seu Corpo Místico, a Igreja Católica; ou rejeitá-Lo em favor de um messianismo naturalista, que busca a redenção do mundo através da imposição da sua própria forma nacional sobre todas as outras nações (Fahey, 1953, p. 48, 121-122).
Ao rejeitar o Messias verdadeiro, a nação judaica, como entidade organizada, comprometeu-se objetivamente com o programa oposto. Este programa não é uma "conspiração" no sentido de um plano oculto sem lógica, mas sim uma agenda aberta, proclamada e perseguida com uma tenacidade notável. O seu objetivo é a eliminação da ordem sobrenatural da vida pública para preparar o caminho para o seu Messias natural. Como tal, qualquer estrutura social, política ou religiosa que se baseie no Reinado de Cristo é vista como um obstáculo a ser removido. A Revolução Francesa, com a sua Declaração dos Direitos do Homem, não foi um evento isolado, mas um marco na destruição do "Estado Cristão", abrindo caminho para que esta agenda naturalista se infiltrasse nas estruturas das nações (Fahey, 1953, p. 34, 60).
🌐 A Realidade Histórica: O Comunismo como Instrumento
Classificar a ligação entre figuras judaicas proeminentes e o bolchevismo como um "mito" é ignorar factos históricos documentados, interpretando-os através de uma lente puramente materialista que obscurece o seu significado teológico. O marxismo, longe de ser um sistema alheio ao pensamento judaico, pode ser entendido como uma forma secularizada do messianismo judaico. O próprio Karl Marx, um "talmudista claro e lúcido", herdou o materialismo hebraico que sonha com um paraíso na terra, rejeitando a esperança de uma vida sobrenatural (Fahey, 1953, p. 98).
O comunismo, na sua essência, serve como um poderoso instrumento de destruição. O seu objetivo de abolir a propriedade privada, desmantelar as nações e erradicar a religião alinha-se perfeitamente com a necessidade de demolir a ordem social cristã. Esta é a "renovação do mundo... por baixo, pela orientação judaica da revolução" (Fahey, 1953, p. 145). Figuras proeminentes no financiamento da Revolução Bolchevique, como Jacob Schiff e os irmãos Warburg, demonstram que esta ligação não foi acidental, mas sim parte de um plano mais vasto, onde o bolchevismo e o capitalismo internacional são duas faces da mesma moeda, ambas utilizadas para os fins do nacionalismo judaico (Fahey, 1953, p. 155-156). Portanto, a questão não é se os líderes eram judeus, mas sim que o movimento em si serve ao propósito maior de desmantelar a Cristandade.
⚖️ A Distinção Crucial: Oposição ao Naturalismo versus Ódio Racial
A acusação de "antissemitismo" é frequentemente utilizada para silenciar qualquer oposição legítima ao programa naturalista da nação judaica. É imperativo fazer uma distinção clara, que a própria Igreja Católica sempre manteve.
Por um lado, a Igreja condena de forma inequívoca o ódio à raça judaica, o chamado antissemitismo. Tal ódio é abominável, especialmente porque Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo a carne, era judeu, nascido da Casa de David (Fahey, 1953, p. 79). A Igreja, num decreto do Santo Ofício de 1928, reitera que "condena o ódio ao povo outrora escolhido por Deus, nomeadamente aquele ódio comumente designado como 'Antissemitismo'" (Fahey, 1953, p. 75).
Por outro lado, é um dever fundamental de todo o católico defender o Reinado Social de Cristo. Isto implica necessariamente opor-se a qualquer força organizada que procure eliminar a influência da vida sobrenatural da sociedade. Combater o "Naturalismo Judaico" não é um ato de ódio racial; é um ato de fidelidade a Cristo Rei. É a defesa da ordem divina contra a desordem organizada (Fahey, 1953, p. 80). A estratégia de ampliar o termo "antissemitismo" para incluir qualquer forma de oposição aos objetivos nacionalistas judaicos é uma tática para paralisar a defesa da Cristandade, fazendo com que os católicos temam defender os direitos de Deus por medo de serem rotulados com um epíteto odioso (Fahey, 1953, p. 125). A verdadeira questão é teológica: a aceitação ou rejeição do único plano divino para a ordem mundial.
📖 Referências
Fahey, Denis. The Kingship of Christ and The Conversion of the Jewish Nation. Dublin: Regina Publications, 1953.