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27 JULHO - VII DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES


Introito (Sl 46, 2 | ib., 3) (Áudio)
Omnes gentes, pláudite mánibus... Vós, povos todos, batei palmas; celebrai a Deus com cânticos de júbilo. Sl. Porque sublime é o Senhor e grande é o seu poder: Rei supremo sobre toda a terra. 

Epístola (Rm 6, 19-23)
Irmãos: Humanamente falo, atendendo à fraqueza de vossa carne. Como oferecestes os vossos membros para servirem à impureza e a malícia para a iniquidade, assim agora, fazei-os servir á justiça para a vossa santificação. Pois, quando éreis escravos do pecado, não servistes à justiça. E que fruto tivestes então daquelas coisas de que agora vos envergonhais ? O fim de tudo aquilo é a morte. Agora, porém, livres do pecado e feitos servos de Deus, tendes por vosso fruto a santidade, e por fim, a vida eterna. Porque o soldo do pecado é a morte; mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, Senhor nosso.

Evangelho (Mt 7, 15-21)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Acautelai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós sob peles de ovelhas, e por dentro, no entanto, são lobos vorazes. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas, de espinhos, ou figos, de cardos ? Assim toda a árvore boa dá bons frutos; e a árvore má dá frutos maus. Não pode a boa árvore dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto, será cortada e lançada ao fogo. Portanto, por seus frutos é que conhecereis os homens. Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, e sim, o que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é que entrará no Reino dos céus.

Reflexão 

A alegria dos povos expressa no introito manifesta a universalidade da salvação, que convida todos a louvar a Deus com coração puro, pois a verdadeira adoração nasce da alma ordenada à sua vontade soberana, e não de meras exterioridades (Santo Agostinho, Sermo 21).

A Epístola exorta à transformação da vida, pois a liberdade do pecado não é mera libertação, mas um chamado à servidão à justiça, que purifica a alma para a santidade, sendo esta a verdadeira preparação para a eternidade (Santo Ambrósio, De Sacramentis, Livro VI).

O Evangelho ensina que a autenticidade da fé se revela nas obras, pois o coração humano, como árvore, só pode produzir conforme sua natureza interior, sendo a obediência à vontade divina o critério último do juízo (Santo Hilário de Poitiers, Commentarius in Matthaeum, Cap. 7).

O Evangelho de Mateus 12, 33-37 complementa a ideia de que as palavras do homem refletem o coração, assim como os frutos revelam a árvore, destacando que a fala também será julgada, um aspecto não abordado diretamente em Mateus 7.

Lucas 6, 43-45 reforça a metáfora da árvore e seus frutos, mas adiciona que o homem tira do tesouro do coração tanto o bem quanto o mal, enfatizando a interioridade como origem das ações, um ponto menos explícito em Mateus 7.

João 15, 1-8 aprofunda a imagem da árvore ao apresentar Cristo como a videira verdadeira, indicando que os frutos bons dependem da união vital com Ele, um elemento relacional ausente no texto de Mateus.

Em Gálatas 5, 16-25, Paulo lista os frutos do Espírito, como amor, alegria e paz, contrastando-os com as obras da carne, oferecendo uma descrição concreta dos “frutos bons” que Mateus 7 menciona apenas em termos gerais.

Em 1 Coríntios 12, 4-11, Paulo destaca que os dons espirituais variam, mas todos provêm do mesmo Espírito, sugerindo que os frutos bons podem se manifestar de formas diversas, um aspecto não detalhado no Evangelho.

Filipenses 2, 12-13 enfatiza que Deus opera na vontade e no agir do homem, complementando Mateus 7 ao indicar que a capacidade de fazer a vontade do Pai vem da graça divina, e não apenas do esforço humano.

O Concílio de Trento, Sessão VI, Decreto sobre a Justificação, Capítulo XI, ensina que a fé sem obras é morta, reforçando que a entrada no Reino, mencionada em Mateus 7, exige a cooperação ativa com a graça, um ponto implícito no Evangelho.

A Didascalia Apostolorum (séc. III) adverte contra falsos mestres que desviam os fiéis com aparente piedade, complementando Mateus 7 ao especificar que tais lobos muitas vezes se disfarçam com práticas ascéticas exteriores.

20 JULHO - VI DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES


Introito (Sl 27, 8-9 | ib., 1) (Áudio)
Dóminus fortitudo plebis suæ, et protéctor salutárium Christi sui est... O Senhor é a força de seu povo, e o guarda das bênçãos de seu Ungido. Salvai o vosso povo, Senhor, e abençoai a vossa herança; regei-os até a eternidade. Sl. Por Vós, Senhor, eu clamo; não silencieis para comigo, meu Deus; pois se não me responderdes, serei semelhante aos que descem ao túmulo. ℣. Glória ao Pai…

Epístola (Rm 6, 3-11)
Irmãos: Todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo, batizados fomos em sua morte. E assim nós fomos sepultados com Ele, pelo batismo para a morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos em uma vida nova. Realmente se fomos a plantados juntamente com Ele na semelhança de sua morte, [pelo Batismo] também o seremos na semelhança de sua Ressurreição. Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que seja destruído o corpo do pecado e ao pecado nunca mais sirvamos. O que está morto desse modo, justificado está do pecado. Ora, se somos mortos com o Cristo, cremos que com o Cristo também viveremos, pois sabemos que o Cristo, ressuscitado dentre os mortos, já não morre, nem a morte O dominará mais. Porque, a sua morte foi morte para o pecado uma só vez, mas o que diz respeito à sua vida, vive para Deus. Assim, tende-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, no Cristo Jesus, Nosso Senhor.

Evangelho (Mc 8, 1-9)
Naquele tempo, estava com Jesus uma grande multidão; e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e lhes disse: Tenho compaixão deste povo; porque já estão comigo há três dias e não têm o que comer. Se eu os mandar em jejum para as suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe. Seus discípulos responderam-Lhe: De onde poderá alguém fartá-los de pão, aqui no deserto? Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Responderam: Sete. Então Ele ordenou à multidão que se assentasse no chão. E tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os distribuíssem ao povo. Havia também alguns peixinhos, e Ele os abençoou e mandou que os distribuíssem. Comeram pois, e ficaram fartos, e dos pedaços que tinham sobrado, levantaram sete cestos. E os que comeram eram cerca de quatro mil. Depois Jesus os despediu.

Reflexões
  1. A multidão faminta não busca apenas pão terreno, mas a verdadeira comida que é a Palavra de Deus, que sacia a alma para a eternidade (Santo Agostinho, Sermão 80).
  2. A compaixão de Cristo ao multiplicar os pães revela a abundância da graça divina, que excede toda necessidade humana (Santo Ambrósio, Comentário sobre o Evangelho de Lucas, Livro VI).
  3. A morte para o pecado, descrita por Paulo, é o fundamento da vida nova, onde o cristão vive para Deus, não para si mesmo (Santo Tomás de Aquino, Comentário à Epístola aos Romanos, Cap. 6).
  4. Os sete pães simbolizam a plenitude dos dons do Espírito Santo, distribuídos à Igreja para sua santificação (Santo Beda, o Venerável, Homilia sobre Marcos 8).
  5. Mateus 14, 13-21: A narrativa da primeira multiplicação dos pães enfatiza a retirada de Jesus para um lugar deserto, destacando Sua busca por solidão antes do milagre.
  6. Lucas 9, 10-17: Lucas menciona que Jesus ensinava a multidão antes de alimentá-la, sublinhando a primazia da instrução espiritual sobre o sustento físico.
  7. João 6, 1-15: João conecta o milagre ao discurso do Pão da Vida, apontando para a Eucaristia como o verdadeiro alimento eterno.
  8. 1 Coríntios 10, 16-17: Paulo relaciona o pão partido na Eucaristia à unidade do corpo de Cristo, sugerindo que o milagre dos pães prefigura o sacramento.
  9. Gálatas 2, 20: A vida nova em Cristo, mencionada em Romanos, é aprofundada com a ideia de que o cristão vive pela fé no Filho de Deus, que o amou e se entregou por ele.
  10. Efésios 4, 22-24: Paulo exorta a abandonar o velho homem e revestir-se do novo, reforçando a transformação espiritual iniciada no batismo, descrita em Romanos 6.
  11. Concílio de Trento, Sessão VI, Cânon 9 (1547): A justificação não é apenas remissão dos pecados, mas também santificação interior, ecoando a vida nova em Cristo de Romanos 6.
  12. Catecismo Romano (1566): A Eucaristia, prefigurada no milagre dos pães, é o alimento espiritual que fortaleça a alma para a vida eterna.
  13. Encíclica Mystici Corporis Christi (1943): A Igreja, como corpo de Cristo, é nutrida pela Eucaristia, que multiplica a graça assim como os pães foram multiplicados para a multidão.