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Gustavo Corção, um tradicionalista que resistiu aos abusos da igreja pós-vaticano II

Gustavo Corção foi um escritor, engenheiro, ensaísta e jornalista brasileiro, nascido em 17 de dezembro de 1896 no Rio de Janeiro e falecido em 6 de julho de 1978 na mesma cidade. Ele é conhecido por suas obras sobre política, conduta e religião, além de ser um expoente do pensamento católico e conservador no Brasil.

Além de sua carreira literária, Corção foi um dos fundadores do movimento Permanência, uma associação cultural católica que surgiu para militar contra os inimigos da Igreja e promover estudos e vida católica através de publicações, cursos e atividades diversas.

Gustavo Corção foi um crítico ferrenho do Concílio Vaticano II. Ele acreditava que as reformas introduzidas pelo Concílio, especialmente aquelas relacionadas à liturgia e à ecumenismo, representavam uma ruptura com a tradição da Igreja Católica. Corção via essas mudanças como uma ameaça à integridade da fé e à unidade da Igreja. Ele expressou suas preocupações em vários escritos e artigos, defendendo a preservação da doutrina e dos ritos tradicionais da Igreja.

Gustavo Corção, apesar de ser um tradicionalista, foi influenciado por Jacques Maritain, que tinha uma abordagem mais progressista em alguns aspectos. Essa aparente contradição pode ser entendida considerando que Corção valorizava certos aspectos do pensamento de Maritain, especialmente sua defesa da filosofia tomista e sua crítica ao materialismo e ao secularismo. Maritain, embora fosse mais aberto a algumas ideias modernas, também defendia a importância da fé e da razão, algo que ressoava com as convicções de Corção. Assim, Corção pôde integrar elementos do pensamento de Maritain em sua própria visão, sem abandonar seu compromisso com a tradição católica.

Gustavo Corção foi um crítico severo do Papa João XXIII, especialmente em relação às reformas introduzidas pelo Concílio Vaticano II. Corção acreditava que as reformas de João XXIII representavam uma forma contemporânea de modernismo, que ele via como uma ameaça à integridade da fé católica. Ele criticou a abertura da Igreja ao diálogo com o mundo moderno e outras religiões, promovida por João XXIII, vendo isso como uma concessão perigosa que poderia diluir a doutrina católica. Corção foi particularmente crítico das reformas litúrgicas, que ele acreditava que estavam desfigurando a tradição litúrgica da Igreja.

Gustavo Corção também foi crítico do Papa Paulo VI, especialmente em relação às reformas litúrgicas e doutrinárias implementadas durante seu pontificado. Corção foi particularmente crítico das mudanças na liturgia, incluindo a introdução da Missa Nova (Novus Ordo Missae). Ele acreditava que essas reformas desfiguravam a tradição litúrgica da Igreja e comprometiam a sacralidade da Missa. Corção criticou a abordagem ecumênica de Paulo VI, vendo-a como uma concessão perigosa que poderia diluir a doutrina católica e enfraquecer a identidade da Igreja. Ele via as reformas de Paulo VI como uma forma de modernismo, que ele considerava uma ameaça à integridade da fé católica.

Gustavo Corção também foi crítico do Papa João Paulo II, embora suas críticas fossem menos intensas em comparação com aquelas dirigidas a João XXIII e Paulo VI. Corção criticou a abordagem ecumênica de João Paulo II, especialmente suas iniciativas de diálogo inter-religioso, como os encontros de Assis. Corção via elementos de modernismo em seu pontificado, especialmente em relação à aplicação das reformas do Concílio Vaticano II. Corção continuou a criticar as reformas litúrgicas que foram implementadas e mantidas durante o pontificado de João Paulo II, acreditando que elas desfiguravam a tradição litúrgica da Igreja.

Mesmo com essas críticas, Corção manteve-se fiel à hierarquia da Igreja e nunca declarou que a Sé de Pedro estava vacante.

Publicações

O Século do Nada (1973) - Uma crítica contundente à crise espiritual e moral do século XX.
Progresso e Progressismo (1970) - Analisa e critica o progressismo, defendendo os valores tradicionais.
O Desconcerto do Mundo (1965) - Uma reflexão crítica sobre a sociedade moderna e a perda de valores tradicionais.
Dois Amores, Duas Cidades (1967) - Comparação entre a cidade terrena e a cidade celestial, inspirada em Santo Agostinho, com críticas à secularização.