O caso do Padre James Martin, SJ: Evangelho segundo São Pride


Por mais que o modernismo vista batina jesuíta e fale de "misericórdia", continua sendo o velho erro condenado por São Pio X: adaptar o Evangelho ao mundo — e não o mundo ao Evangelho. O mais recente apóstolo dessa "nova boa-nova" não é outro senão o incansável Pe. James Martin, SJ, que parece convencido de que sua missão não é converter o mundo à Igreja de Cristo, mas converter a Igreja ao mundo do arco-íris.

Recentemente, em celebração do Mês do Orgulho (junho de 2025), o Pe. Martin incentivou as paróquias a se unirem às festividades, afirmando que "muito do rejeitamento que as pessoas LGBTQ sofreram foi motivado pelo cristianismo — ao menos pelo que muitos acreditam que o cristianismo ensina" (Infovaticana, 02/06/2025). Ou seja, para ele, o problema não é o pecado, mas o Evangelho. O novo catecismo segundo Martin parece reduzir-se a uma máxima: "Não julgueis — exceto se for a Tradição."

Como se não bastasse, em 2024 o padre protagonizou outra façanha: cobriu uma imagem da Virgem Maria com as cores da bandeira LGBT durante um evento em Ohio (FSSPX.News, 19/07/2024). Para os que ainda não entenderam: não é apenas uma questão de “acolhimento”, mas de apropriação simbólica — tomar o que é sagrado e inseri-lo num novo culto antropocêntrico, sentimental e autocomplacente. Já não é a Mãe de Deus que intercede pela conversão dos pecadores, mas uma “mãe inclusiva” que confirma todo mundo em seus pecados.

O Papa Francisco, por sua vez, escreveu a Martin nada menos que quatro vezes em apoio ao seu ministério "Outreach", louvando sua “proximidade” e “ternura” (Infovaticana, 02/08/2024). Mas a proximidade com quem? Com os que buscam a cruz de Cristo? Ou com aqueles que querem a cruz de cabeça para baixo, transformada em bandeira ideológica?

Seu mais recente livro, "Sal fuera", de abril de 2025, é uma tentativa espiritualizada de psicoterapia com verniz evangélico. Nele, Martin reflete sobre Lázaro e a "liberdade interior" — não para a vida de santidade, mas para sair do “armário existencial”, uma expressão que, em seus escritos, sempre flerta com a causa LGBT (GCLoyola, 2025). A ressurreição de Lázaro, no Evangelho de João, é reduzida a metáfora de autoaceitação. São João foi substituído por Carl Rogers.

O problema com o Pe. James Martin não é que ele fale de misericórdia — é que ele se esquece de que a misericórdia de Cristo começa com a verdade sobre o pecado, e termina com o chamado à conversão: “Vai, e não peques mais.” O Evangelho segundo São Pride não tem cruz, não tem penitência, não tem inferno — e, portanto, não tem salvação. O verdadeiro católico, fiel à Tradição, precisa lembrar: quando o mundo aplaude um sacerdote, é provável que ele tenha deixado de ser sal da terra e se tornado apenas açúcar do mundo.

“Se alguém vos anunciar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1,9).