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quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Syllabus Errorum defendeu a fé católica dos males decorrentes da revolução francesa e do Iluminismo

O Syllabus Errorum, publicado em 1864 pelo Papa Pio IX, é uma lista de 80 proposições que a Igreja Católica considerou como erros perigosos para a fé e a moral da época. Esse documento foi um anexo à encíclica Quanta Cura e é considerado uma resposta às ideias e movimentos que surgiram com a Revolução Francesa e o Iluminismo. 

1. Rejeição do Racionalismo e do Naturalismo
Racionalismo: O Syllabus condena a ideia de que a razão humana, sem o auxílio da revelação divina, é suficiente para entender toda a verdade. O racionalismo coloca a razão como a única fonte de conhecimento, o que, para a Igreja, diminui a necessidade da fé e da autoridade religiosa.
Naturalismo: Este ponto é a rejeição da visão de que a natureza humana e o mundo natural são autossuficientes, sem necessidade de intervenção ou orientação divina. A Igreja se opôs à ideia de que as leis naturais pudessem substituir a moralidade e a religião revelada.

2. Crítica ao Liberalismo Político
Separação Igreja-Estado: O Syllabus condena a ideia de que a Igreja deve ser separada do Estado e que os governos devem operar sem influência ou orientação religiosa. A Igreja defendia que a religião deveria ter um papel central na vida pública e nas decisões políticas.
Liberdade Religiosa: Pio IX rejeita a noção de que todos têm o direito de escolher e praticar a religião de sua preferência. O documento afirma que apenas a religião católica deveria ter liberdade plena, enquanto outras religiões não deveriam ter direitos iguais.
Indiferença Religiosa: O Syllabus condena a crença de que todas as religiões são iguais e que o Estado deve tratar todas com a mesma neutralidade.

3. Rejeição do Socialismo e do Comunismo
Crítica ao Socialismo: O Syllabus rejeita os princípios do socialismo, que defendem a igualdade material e a abolição da propriedade privada. A Igreja considerava essas ideias contrárias à ordem natural e à justiça, argumentando que a propriedade privada é um direito natural e que as diferenças sociais são parte da ordem divina.
Comunismo: Pio IX condena o comunismo, vendo-o como uma ideologia que promove a revolução contra a ordem social estabelecida e a destruição das bases morais da sociedade, particularmente em relação à família e à propriedade.

4. Oposição ao Modernismo e à Secularização
Laicismo: O Syllabus critica o laicismo, a ideia de que a vida pública e as instituições do Estado devem ser completamente separadas da influência religiosa. A Igreja via essa tendência como uma tentativa de excluir a religião da vida pública, o que enfraqueceria a moralidade e a coesão social.
Progresso e Relativismo Moral: O documento condena a crença de que o progresso humano pode ocorrer sem referência à religião e à moralidade tradicional. Pio IX se opunha ao relativismo moral, que sugere que os princípios morais podem mudar com o tempo e as circunstâncias.

5. Rejeição à Liberdade de Expressão e Imprensa
Liberdade de Imprensa: O Syllabus condena a liberdade de imprensa irrestrita, que permite a circulação de ideias contrárias à fé católica. A Igreja argumentava que a imprensa deveria ser regulada para evitar a propagação de erros e heresias.
Liberdade de Expressão: De maneira similar, o documento critica a ideia de que as pessoas devem ter liberdade total para expressar suas opiniões, especialmente quando essas opiniões contradizem os ensinamentos da Igreja.

6. Defesa do Poder Temporal do Papa
Estados Pontifícios: O Syllabus defende a legitimidade do poder temporal do Papa sobre os Estados Pontifícios, rejeitando as ideias que promoviam a unificação da Itália e a abolição do domínio papal sobre esses territórios.
Infalibilidade Papal: O documento também reafirma a infalibilidade do Papa em questões de fé e moral, condenando qualquer tentativa de diminuir sua autoridade espiritual e temporal.

7. Condenação da Educação Secular
Educação Sem Controle Religioso: Pio IX rejeita a ideia de que o Estado deve controlar o sistema educacional sem a supervisão da Igreja. Ele argumentava que a educação deveria ser orientada pelos princípios católicos para garantir a formação moral e espiritual adequada das crianças.