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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Livro - Prometeu, a Religião do Homem - Padre Álvaro Calderón

Este livro aborda temas como o humanismo e o Concílio Vaticano II, oferecendo uma crítica detalhada e profunda.

Calderón argumenta que o Concílio Vaticano II tentou promover um humanismo católico, que ele vê como uma tentativa de conciliar a fé cristã com os valores humanistas modernos. Ele utiliza a figura de Prometeu, um personagem da mitologia grega que desafiou os deuses para trazer o fogo à humanidade, como uma metáfora para descrever o que ele considera ser a tentativa do Concílio de elevar o homem ao nível de Deus.

Segundo Calderón, o humanismo, desde seu surgimento no século XIV, sempre esteve em contraste com o cristianismo. Ele vê o Concílio Vaticano II como o ápice desse esforço, uma manobra de prudência humana realizada por uma hierarquia de origem divina, que desviou para os homens o incenso antes reservado somente a Deus.

O livro é uma crítica ao que Calderón considera ser uma mudança fundamental na direção da Igreja Católica, afastando-se da tradição cristã em favor de um humanismo que ele vê como incompatível com a verdadeira fé cristã.

Sobre o autor

Padre Álvaro Martín Calderón nasceu em 22 de outubro de 1956, em Mendoza, Argentina. Ele ingressou no Seminário de La Reja e foi ordenado sacerdote em 1986.

Após sua ordenação, ele serviu como vigário no Priorado de Zapotiltic, México, e depois no Priorado da Cidade do México, permanecendo um ano em cada cargo12. Posteriormente, foi nomeado professor no seminário, onde leciona há mais de 25 anos.

Padre Calderón é autor de vários livros, incluindo “A Candeia Debaixo do Alqueire” (2009), “Prometeu” (2010) e “Umbrais da Filosofia” (2011). Ele também exerce as funções de subdiretor e prefeito de saúde no seminário, além de ministrar aulas de Teologia Dogmática, Metafísica, Filosofia da Natureza, Lógica e Teologia da Natureza.

Sobre o humanismo

Século XIV: Início do movimento humanista na Itália, com figuras como Dante Alighieri (1265-1321), Francesco Petrarca (1304-1374) e Giovanni Boccaccio (1313-1375).

Século XV: Expansão do humanismo pela Europa, influenciando a educação, a arte e a filosofia. Lorenzo Valla (1407-1457) e Marsilio Ficino (1433-1499) são exemplos de humanistas deste período.

Século XVI: Desenvolvimento do humanismo cristão com Erasmo de Roterdã (1466-1536) e Tomás Morus (1478-1535). Este século também viu a disseminação das ideias humanistas através da imprensa, inventada por Johannes Gutenberg em 1440.

Século XVII: O humanismo continua a influenciar o pensamento europeu, embora comece a ser desafiado pelo surgimento do racionalismo e do empirismo, com figuras como René Descartes (1596-1650) e Francis Bacon (1561-1626).

Um dos nomes mais importantes do humanismo é Francesco Petrarca (1304-1374). Ele é frequentemente considerado o “pai do humanismo” devido à sua influência na redescoberta e valorização da literatura e filosofia clássicas. Petrarca foi um poeta e estudioso italiano cujas obras, como o “Cancioneiro” e “Triunfo”, ajudaram a moldar o pensamento humanista e a promover a ideia de que o estudo das humanidades poderia enriquecer a vida humana.

O humanismo é um movimento cultural e intelectual que surgiu no Renascimento, enfatizando a importância do ser humano, da razão e da busca pelo conhecimento. Ele valoriza a dignidade humana, a liberdade individual e a capacidade de autodesenvolvimento. O humanismo renascentista, por exemplo, promoveu a redescoberta dos textos clássicos e a valorização das artes e ciências.

O imanentismo, por outro lado, é uma corrente filosófica que busca compreender a realidade a partir de uma perspectiva imanente, ou seja, sem recorrer a entidades transcendentes ou divinas. Ele se opõe ao transcendentalismo, que defende a existência de uma realidade além do mundo físico e acessível apenas por meio da fé ou da intuição.

Conexões entre Humanismo e Imanentismo
Valorização do Mundo Natural: Ambos os conceitos compartilham uma valorização do mundo natural e da experiência humana. O humanismo renascentista, por exemplo, promoveu a ideia de que o conhecimento e a verdade podem ser encontrados na natureza e na experiência humana, em vez de apenas em textos religiosos ou revelações divinas.
Racionalismo e Empirismo: Tanto o humanismo quanto o imanentismo enfatizam a importância da razão e da observação empírica como meios de compreender o mundo. Essa abordagem racionalista e empirista foi fundamental para o desenvolvimento da ciência moderna3.
Autonomia Humana: O humanismo celebra a autonomia e a dignidade do ser humano, enquanto o imanentismo rejeita a necessidade de entidades transcendentes para explicar a realidade, focando na capacidade humana de entender e moldar o mundo ao seu redor.