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Liturgia Diária – 29 jan - S. FRANCISCO DE SALES

Festa de 3ª Classe- Missa “In medio”, com Coleta própria

São Francisco de Sales 
nasceu em 21 de agosto de 1567, no castelo de Sales, na Sabóia (atual França), e faleceu em 28 de dezembro de 1622, em Lyon. Bispo de Genebra e doutor da Igreja, destacou-se por sua profunda espiritualidade baseada na doçura e no amor de Deus, tornando-se um dos maiores mestres da vida devota. Fundou, junto com Santa Joana de Chantal, a Ordem da Visitação de Santa Maria, voltada à vida contemplativa. Autor da célebre obra Introdução à Vida Devota, ensinou que a santidade é acessível a todas as pessoas, independentemente de seu estado de vida. Com seu carisma e escritos, influenciou profundamente a espiritualidade cristã, sendo proclamado padroeiro dos jornalistas e escritores católicos. Mereceu grande glória pela defesa da Religião contra o calvinismo.

PRÓPRIO DO DIA

Introito (Eclo 15, 5 | Sl 91, 2)
In medio Ecclesiae aperuit os ejus... No meio da Igreja, o Senhor o fez falar; encheu-o do Espírito de sabedoria e inteligência, e revestiu-o com uma túnica de glória. Sl. É bom louvar ao Senhor e cantar salmos a vosso Nome, ó Altíssimo. 

Leituras do dia 27 janeiro

Citando São Francisco de Sales:

O Senhor, criando o universo, ordenou às árvores que produzissem frutos, cada uma segundo a sua espécie; e ordenou do mesmo modo a todos os fiéis, que são as plantas vivas de sua Igreja, que fizessem dignos frutos de piedade, cada um segundo o seu estado e vocação. Diversas são as regras que devem seguir as pessoas na sociedade, os operários e os plebeus, a mulher casada, a solteira e a viúva. A prática da devoção tem que atender à nossa saúde, às nossas ocupações e deveres particulares. Na verdade, Filotéia, seria porventura louvável se um bispo fosse viver tão solitário como um cartuxo? Se pessoas casadas pensassem tão pouco em ajuntar para si um pecúlio, como os capuchinhos? Se um operário frequentasse tanto a igreja como um religioso o coro? Se um religioso se entregasse tanto as obras de caridade como um bispo? Não seria ridícula uma tal devoção, extravagante e insuportável? Entretanto, é o que se nota muitas vezes; e o mundo, que não distingue nem quer distinguir a devoção verdadeira da imprudência daqueles que a praticam desse modo excêntrico, censura e vitupera a devoção, sem nenhuma razão justa e real.

Não, Filotéia, a verdadeira devoção nada destrói; ao contrário, tudo aperfeiçoa. Por isso, caso uma devoção impeça os legítimos deveres da vocação, isso mesmo denota que não é uma devoção verdadeira. A abelha, diz Aristóteles, tira o mel das flores sem as murchar, e as deixa intactas e frescas como as achou; a devoção verdadeira ainda faz mais, porque não só em nada estorva o cumprimento dos deveres dos diversos estados e ocupações da vida, mas também os torna mais meritosos e lhes confere o mais lindo ornamento. Diz-se que, lançando-se uma pedra preciosa no mel, esta se torna mais brilhante e viçosa, sem perder a sua cor natural; assim, na família em que reina a devoção, tudo melhora e se torna mais agradável: diminuem os cuidados pelo sustento da família, o amor conjugal é mais sincero, mais fiel o serviço do Príncipe, e mais suaves e eficazes os negócios e ocupações.


Primeira Parte, Capítulo 3 da "Introdução à Vida Devota" / "Filoteia"