pesquisa blog

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Maçonaria - movimentos contra a Igreja Católica

A relação entre a maçonaria e a Igreja Católica foi marcada por desconfianças e conflitos ao longo dos séculos. Embora a maçonaria afirme pregar a tolerância e o respeito pelas diferentes crenças, há eventos históricos que indicam atritos entre os dois grupos, alguns dos quais podem ser interpretados como tentativas da maçonaria de agir contra a influência da Igreja, embora de maneira discreta.
Aqui estão alguns eventos históricos que ilustram esse conflito:

A Revolução Francesa (1789)

A Revolução Francesa é um dos momentos mais citados no contexto da tensão entre a maçonaria e a Igreja. Muitos dos revolucionários franceses eram maçons, e o movimento revolucionário foi responsável por uma reviravolta completa nas instituições religiosas e políticas da França, incluindo a Igreja Católica.
Abolição dos privilégios do clero: Durante a revolução, a Igreja foi alvo de ataques severos. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que era influenciada por ideais iluministas e liberais, defendia a separação entre Igreja e Estado. A maçonaria, que na época promovia esses valores de liberdade e igualdade, foi vista como uma força por trás da disseminação dessas ideias, o que enfraqueceu o poder da Igreja.
Confisco de propriedades da Igreja: Em 1790, a Assembleia Nacional Constituinte confiscou as propriedades da Igreja, e o clero teve que jurar fidelidade ao Estado, separando-o ainda mais de sua lealdade ao Papa.

Unificação Italiana (Risorgimento)

A maçonaria desempenhou um papel importante no movimento pela unificação italiana, que culminou na criação do Reino da Itália em 1861 e na diminuição do poder temporal do Papa.
Giuseppe Garibaldi, uma figura chave no Risorgimento, era maçom e anticlerical. Ele ajudou a liderar movimentos para unificar os estados italianos, enfraquecendo o poder político do Papado e promovendo uma Itália laica.
Em 1870, com a captura de Roma pelas tropas italianas, o poder temporal do Papa foi efetivamente destruído, e o Papa ficou confinado ao Vaticano, o que simbolizava uma grande perda de influência política da Igreja.

Criação de Estados Laicos no Século XIX

Muitas constituições liberais do século XIX, inspiradas por ideais maçônicos e iluministas, foram implementadas em diferentes países da Europa e da América Latina, separando a Igreja do Estado e restringindo o poder da Igreja sobre a sociedade civil.
México: Durante o século XIX, a maçonaria teve uma influência considerável nos círculos liberais do México. A Reforma Liberal de Benito Juárez, um maçom, levou a uma série de leis que restringiram a Igreja Católica, incluindo a nacionalização de suas propriedades e a separação total entre Igreja e Estado.
Portugal: A Primeira República Portuguesa, instaurada em 1910, foi profundamente anticlerical e laicizou muitas das instituições do país. A maçonaria desempenhou um papel importante no movimento republicano que destronou a monarquia e implementou reformas anticlericais, como a proibição do ensino religioso nas escolas públicas e a dissolução de ordens religiosas.

A Revolução Liberal de 1820 em Portugal

A Revolução Liberal em Portugal, liderada por maçons, resultou em uma constituição que limitou significativamente o poder da Igreja e promoveu a secularização das instituições. A influência maçônica foi evidente nas reformas políticas e sociais que reduziram o poder do clero, alinhando-se com as tendências liberais da época.

Leis Anticlericais na Terceira República Francesa

A Terceira República Francesa (1870-1940) foi marcada por uma série de reformas anticlericais. Embora nem todos os políticos envolvidos fossem maçons, muitos eram, e os valores maçônicos de laicismo foram profundamente incorporados nas políticas da República. Em 1905, a França promulgou a Lei da Separação das Igrejas e do Estado, que consolidou o caráter laico da República e limitou significativamente o poder da Igreja Católica.