Livro - O Século das Trevas: Rumo à Revolução Maçônica na França, por Alain Pascal


Le Siècle des Ténèbres: vers la révolution maçonnique en France é o terceiro tomo da série La Conspiration des Philosophes do ensaísta francês Alain Pascal, especialista em história oculta, gnosticismo e maçonaria. Publicado em 2019 pela Ed. des Cimes, o livro de 596 páginas desafia a narrativa tradicional do Iluminismo, rebatizando o "Século das Luzes" como o "Século das Trevas". Pascal argumenta que as chamadas "Luzes" do século XVIII, longe de serem fontes de progresso, derivam de influências esotéricas, como a Rosa-Cruz e a Cabala, e culminaram na preparação da Revolução Francesa, um movimento que ele considera anticristão e maçônico por essência. Abaixo está um resumo detalhado dos principais temas, argumentos e estrutura da obra, com base nas informações disponíveis.

Pascal propõe uma revisão radical da história do século XVIII, rejeitando a ideia de que o Iluminismo trouxe progresso racional. Ele afirma que a verdadeira luz vem de Deus, enquanto as "luzes" do século XVIII são herdeiras de correntes esotéricas e anticristãs, como a Rosa-Cruz "iluminada" pela Cabala. O autor enxerga a maçonaria como uma força central na gestação da Revolução Francesa, utilizando a Encyclopédie de Diderot e outros meios para disseminar ideias subversivas. A obra conecta a maçonaria a movimentos filosóficos e políticos que, segundo Pascal, levaram à crise da consciência francesa e à ascensão do gauchismo e do mundialismo modernos, vistos como frutos dessas "trevas". O livro é estruturado com uma tabela de conteúdos detalhada, índices de nomes e palavras-chave, sendo uma ferramenta de pesquisa robusta.

Pascal argumenta que a Revolução Francesa não foi um movimento espontâneo, mas o resultado de um complô organizado por sociedades secretas, especialmente a maçonaria e os Illuminati. Ele destaca a Loge des Neuf Sœurs, uma loja maçônica francesa influente, como um epicentro da preparação revolucionária. A narrativa oficial do Iluminismo é questionada, com Pascal afirmando que o racionalismo proclamado era um disfarce para um misticismo cabalístico e anticristão.

Primeira Parte: Os Iluminados e a Marcha para a Revolução Maçônica
 
Capítulo I: Os Iluminados, a Maçonaria e o Convento de Wilhelmsbad
Pascal explora o Convento de Wilhelmsbad (1782), um evento maçônico que, segundo ele, consolidou a influência dos Illuminati de Adam Weishaupt na maçonaria europeia. Ele conecta as seitas de Iluminados na França e na Alemanha à preparação ideológica da Revolução.

Capítulo II: A Conjuração dos Iluminados e o Complô Maçônico
O autor detalha como a maçonaria, aliada a correntes esotéricas, articulou um plano para subverter a ordem cristã, com foco no anticatolicismo. Ele cita a Revolução Americana como um "ensaio" para a Revolução Francesa, sugerindo uma coordenação internacional.

Capítulo III: A Revolução Americana como Banco de Ensaios
Pascal argumenta que a Revolução Americana foi um experimento maçônico, com figuras como Benjamin Franklin (membro do Hell Fire Club) desempenhando papéis centrais.

Conclusão da Parte I
A maçonaria, segundo Pascal, agiu como um "centro de união" para as seitas esotéricas, unificando-as em um projeto revolucionário global contra o cristianismo.

Segunda Parte: A Revolução Maçônica e os Direitos do Homem contra Deus
 
Introdução: A Revolução "Francesa" como Antifrancesa
Pascal sustenta que a Revolução Francesa foi um movimento contrário aos interesses da França cristã, promovendo uma agenda maçônica que substituiu a fé pela ideologia dos "Direitos do Homem", que ele considera anticristã.

Capítulo I: A História Secreta da Revolução e a Maçonaria Anticristã
O autor analisa a influência de figuras como Mirabeau, La Fayette e o duque d’Orléans (grão-mestre do Grande Oriente da França), todos maçons, na execução da Revolução. Ele cita a votação do duque d’Orléans pela morte do rei como exemplo da traição maçônica.

Capítulo II: Da República Maçônica à Terreur Maçônica
Pascal descreve a progressão da Revolução, da proclamação da República à fase do Terror, como uma escalada da agenda maçônica para destruir a Igreja Católica e a monarquia. Ele aponta a violência revolucionária como uma manifestação de "sacrifícios humanos" modernos, inspirados em cultos pagãos.

Conclusão Geral: A Atualidade do Mito Revolucionário
O autor conecta as ideias do século XVIII ao gauchismo e ao mundialismo contemporâneos, argumentando que as "trevas" do Iluminismo continuam a influenciar o mundo moderno, promovendo uma ditadura global anticristã.

Crítica ao Mito das Luzes
Pascal rejeita a visão de que o Iluminismo trouxe progresso, afirmando que filósofos como Voltaire, Rousseau, Diderot e Fénelon foram influenciados por ideias esotéricas da Rosa-Cruz e da Cabala. Ele realiza uma leitura "esotérica" desses autores para desmascarar o racionalismo como uma fachada para um misticismo anticristão.

Maçonaria como Face Oculta do Protestantismo
Como destacado no texto inicial fornecido, Pascal argumenta que a maçonaria moderna, estruturada pelas Constituições de Anderson (redigidas por James Anderson e Jean Théophile Désaguliers), foi criada para unificar as seitas protestantes em um movimento anticatólico. Ele vê a maçonaria como uma extensão do protestantismo, promovendo um deísmo newtoniano que substitui a revelação cristã por um "Grande Arquiteto" cabalístico, identificado como uma figura satânica.

Influência da Cabala e dos Illuminati
Pascal conecta a maçonaria e o Iluminismo a correntes cabalísticas e aos Illuminati de Baviera, fundados por Adam Weishaupt em 1776. Ele cita a Loge des Neuf Sœurs e o Convento de Wilhelmsbad como pontos de articulação dessas influências, que teriam preparado o terreno para a Revolução.

Revolução como Projeto Anticristão
A Revolução Francesa é apresentada como um complô maçônico para destruir a Igreja Católica e a monarquia cristã. Pascal utiliza fontes como o abade Barruel, Henry Coston e Bernard Fäy para sustentar que a Revolução foi orquestrada por sociedades secretas, com a Encyclopédie servindo como um veículo de propaganda.

Impacto no Mundo Moderno
O autor argumenta que os ideais revolucionários do século XVIII, como os "Direitos do Homem", continuam a moldar o mundo contemporâneo, levando ao gauchismo, ao mundialismo e a uma ditadura global anticristã. Ele vê esses movimentos como herdeiros diretos das "trevas" maçônicas e cabalísticas.

Fontes e Metodologia
Pascal utiliza uma abordagem de "história oculta", inspirando-se em autores como o abade Barruel (Mémoires pour servir à l’histoire du jacobinisme), Henry Coston, Monseigneur Delassus, Jean de Viguerie e até historiadores seculares como Gerschom Scholem e René Le Forestier. Ele também cita o Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie de Daniel Ligou para embasar suas análises. Sua metodologia combina análise histórica, filosófica e religiosa, com ênfase em conexões esotéricas e influências secretas.

Recepção e Contexto
O livro é elogiado em círculos católicos tradicionalistas e antimaçônicos, como os sites Livres en Famille e Chiré, por sua abordagem detalhada e documentada. É considerado uma "mina de informações" para estudiosos da história oculta, com índices detalhados que facilitam a pesquisa. No entanto, a perspectiva de Pascal é controversa, pois adota uma visão conspiracionista que atribui à maçonaria e à Cabala um papel desproporcional na história, o que pode ser questionado por historiadores acadêmicos mainstream.

Le Siècle des Ténèbres é parte de uma série mais ampla de Pascal, que inclui:
La Trahison des Initiés (1996, reeditado em 2013)
La Guerre des Gnoses (4 volumes)
La Conspiration des Philosophes (outros tomos, como Le Siècle des Rose-Croix e La Révolution des Illuminés)
La Renaissance, cette imposture (2006)
L’Intelligence du Christianisme (2023)