Em maio de 1994 - 77 anos depois que Nossa Senhora apareceu pela primeira vez às três crianças em Fátima, Portugal - um padre francês chamado Raymond Arnette estava ouvindo um CD intitulado Mysterium Fidei, com letras em francês e cantado por coros franceses. Enquanto ouvia com devoção, de repente a música desapareceu em segundo plano e uma voz clara, que era percebida com bastante normalidade e não como uma inspiração interior, disse: "L'eglise saignera de toutes ses plaies", ou seja, "A Igreja sangrará de todas as suas feridas".
Então, seguiu-se este texto:
Haverá um conselho iníquo planejado e preparado que mudará o semblante da Igreja. Muitos perderão a Fé; a confusão reinará em todos os lugares. As ovelhas procurarão seus pastores em vão.
Um cisma rasgará a túnica sagrada do Meu Filho. Este será o fim dos tempos, predito nas Sagradas Escrituras e recordado por Mim em muitos lugares. A abominação das abominações atingirá seu ápice e trará o castigo anunciado em La Salette. O braço de Meu Filho, que não poderei mais segurar, castigará este pobre mundo, que deve expiar seus crimes.
Só se falará de guerras e revoluções. Os elementos da natureza serão desencadeados e causarão angústia mesmo entre os melhores (os mais corajosos). A Igreja sangrará de todas as Suas feridas. Felizes os que perseverarem e buscarem refúgio em Meu Coração, porque no final Meu Imaculado Coração triunfará.
Após esta mensagem, o P. Arnette teria ouvido apenas mais uma frase: "Este é o Terceiro Segredo de Fátima".
Biografia pe. Raymond Arnette
Em 1996, que já era um sacerdote respeitado e conhecido por sua defesa da liturgia tridentina, enfrentou uma controvérsia significativa que resultou na perda de seu direito à paróquia. A liturgia tridentina refere-se à forma tradicional da Missa católica romana, que foi estabelecida pelo Concílio de Trento no século XVI e utilizada até as reformas litúrgicas do Concílio Vaticano II na década de 1960.
Arnette acreditava firmemente que as mudanças introduzidas pelo Concílio Vaticano II representavam um risco para a fé católica. Ele se opôs às novas práticas litúrgicas e continuou a celebrar a Missa usando o Missal de 1962, que era a versão anterior das diretrizes litúrgicas. Essa resistência às reformas foi vista como uma violação das normas estabelecidas pela Igreja Católica após o Concílio Vaticano II.
A controvérsia em torno de suas práticas levou a uma série de investigações e discussões dentro da hierarquia da Igreja. Em muitos casos, os sacerdotes que insistem em seguir formas anteriores da liturgia sem autorização podem enfrentar sanções ou restrições em suas funções paroquiais. No caso de Arnette, isso culminou na perda de seu direito à paróquia em 1996.
Apesar dessa perda, Arnette não abandonou sua vocação sacerdotal nem deixou de celebrar missas. Ele continuou a realizar celebrações utilizando a liturgia tridentina, atraindo um grupo fiel de seguidores que apreciavam sua abordagem tradicional. Essa prática persistente pode ser vista como um ato de resistência pessoal às mudanças que ele considerava prejudiciais à essência da fé católica.
Arnette manteve essa prática até sua morte inesperada em 28 de abril de 2004.