03 JULHO - S. LEÃO II, Papa e Confessor


Missa Comum dos sumos Pontífices

Nascido na Sicília, São Leão II viveu no século VII, numa era de grandes desafios para a Igreja. Foi elevado ao pontificado em 17 de agosto de 681, sucedendo o Papa Santo Agatão, e governou a Igreja até sua morte em 3 de julho de 683, um breve papado de menos de dois anos. Antes de sua eleição, destacou-se como presbítero em Roma, conhecido por sua erudição, piedade e habilidade no canto litúrgico. Sua memória é celebrada no dia 3 de julho, conforme o rito tridentino, em honra ao seu serviço à Igreja e à sua santidade exemplar.

São Leão II, com coração ardente pela verdade divina, foi um pastor incansável na defesa da fé ortodoxa. Confirmou os decretos do Terceiro Concílio de Constantinopla (680-681), que condenou a heresia monotelita, reafirmando a doutrina das duas vontades de Cristo, divina e humana. Sua fluência em grego permitiu-lhe fortalecer os laços entre o Ocidente e o Oriente, promovendo a reconciliação entre os cristãos divididos. Homem de profunda humildade, dedicou-se à reforma do clero, combatendo abusos e promovendo a santidade na vida eclesiástica. Sua piedade se manifestava no amor pela liturgia, especialmente no canto sacro, que ele enriqueceu com fervor, elevando as almas ao Criador.

"Ó irmãos, contemplai a figura de Leão, este pastor vigilante, cuja vida foi um reflexo da luz de Cristo! Como sucessor de Pedro, ele não buscou glória terrena, mas, com humildade, guiou a Igreja por caminhos de verdade. Enfrentando as trevas da heresia, ele ergueu a voz para confirmar a fé verdadeira, unindo o que estava dividido e restaurando a paz no Corpo de Cristo. Sua sabedoria, forjada na oração e no estudo, foi um farol para os fiéis, e seu amor pela liturgia elevou os corações ao céu. Que seu exemplo nos ensine a viver para a glória de Deus, servindo com caridade e defendendo a fé com coragem!" Homilia atribuída a São Beda, o Venerável, adaptada de seus escritos sobre os santos papas.

Cristãos, guardai com zelo o depósito da fé, pois nenhuma herança é mais preciosa à Igreja do que a verdade íntegra recebida dos Apóstolos. Nos tempos em que o erro se infiltra até por silêncio cúmplice dos que deveriam confirmar os irmãos, sede vós firmes na confissão reta, pois não basta calar diante da heresia - é preciso denunciá-la e proclamar com clareza o que a Igreja sempre creu. Como pastor, confirmei o Concílio de Constantinopla para que ficasse claro ao mundo que Pedro não falha, mas seus sucessores podem falhar quando traem seu mandato por omissão. Não vos assusteis com as tempestades, pois a barca de Pedro permanece, desde que ancorada na fé verdadeira e nas promessas de Cristo. Fugi do veneno da ambiguidade e sede fiéis ao Verbo, cuja luz dissipa toda confusão.

† Leão II