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25 JUL - S. TIAGO MAIOR, Apóstolo


Tiago, filho de Zebedeu, foi um dos primeiros discípulos chamados por Jesus, junto a seu irmão João, enquanto consertavam redes às margens do Mar da Galileia. Como Apóstolo, testemunhou momentos cruciais do ministério de Cristo, incluindo a Transfiguração e a agonia no Getsêmani. Segundo a tradição, pregou o Evangelho na Judeia e, possivelmente, na Espanha. Foi o primeiro apóstolo a sofrer o martírio, decapitado por ordem de Herodes Agripa I, em 42 d.C., conforme Atos 12, 2. Suas relíquias, trasladadas para Compostela, tornaram-se centro de veneração e peregrinação, simbolizando sua missão de guiar almas a Cristo.

Introito (Sl 138, 17 | ib., 1-2)
Mihi autem nimis bonoráti sunt amíci tui, Deus... Tenho em grande estima os vossos amigos, ó Deus; muito se fortaleceu o seu poder. Sl. Senhor, Vós me provais e me conheceis; Vós sabeis a minha morte e a minha ressurreição.

Epístola (I Cor 4, 9-15)
Irmãos: Parece-me que Deus nos trata, a nós, Apóstolos, como últimos dos homens, como destinados à morte, pois somos dados em espetáculo ao mundo, aos Anjos e aos homens. Nós somos estultos por amor do Cristo e vós sois sábios no Cristo; somos fracos e vós sois fortes; sois estimados, e nós, desprezados. Até esta hora padecemos fome e sede; estamos nus, somos esbofeteados e não temos morada fixa. Fatigamo-nos a trabalhar com as nossas mãos; somos amaldiçoados e abençoamos; somos perseguidos e o suportamos; caluniados e rezamos. Temos sido tratados como o cisco do mundo, a escória de todos, até agora. Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas admoesto-vos como a filhos muito amados. Porque ainda que tenhais dez mil mestres em Jesus Cristo, contudo não tendes muitos país, porque fui eu quem, pelo Evangelho, vos gerou no Cristo Jesus.

Evangelho (Mt 20, 20-23)
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos, adorando-O para dirigir-Lhe um pedido. Ele disse-lhe: Que desejais? Ela respondeu-Lhe: Dizei que estes meus dois filhos se sentem em vosso Reino, um à vossa direita e o outro à vossa esquerda. Replicou-lhe Jesus: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber p cálice que eu hei de beber? Eles disseram: Podemos. Em verdade, disse Jesus, bebereis o meu cálice. Mas não pertence a mim o conceder que vos senteis à minha direita ou à minha esquerda; isso [será concedido] àqueles a quem meu Pai o preparou.

Reflexão
  1. A ambição espiritual, quando purificada, eleva o coração humano a buscar não honras terrenas, mas a glória de compartilhar o sofrimento de Cristo, pois o cálice do martírio é o sinal da verdadeira grandeza no Reino (Santo Agostinho, Sermões sobre o Evangelho de Mateus, 72).
  2. O chamado à cruz, como visto na vida de Tiago, ensina que a verdadeira liderança na Igreja nasce do sacrifício, onde o apóstolo se torna espetáculo ao mundo, carregando a fraqueza para manifestar a força divina (Santo Ambrósio, Comentário à Primeira Carta aos Coríntios, 4).
  3. A peregrinação a Compostela reflete a jornada da alma que, movida pela fé, busca a Deus através das provações, como Tiago, que bebeu o cálice para alcançar a glória (São Bernardo de Claraval, Sermões Diversos, 15).
  4. O Evangelho revela que a participação no Reino exige renunciar ao desejo de precedência, pois a humildade é a única via para beber do cálice de Cristo, que transforma o sofrimento em redenção (Santo Hilário de Poitiers, Comentário ao Evangelho de Mateus, 20).
  5. Em Marcos 10, 35-40, a narrativa paralela ao Evangelho de Mateus enfatiza que Tiago e João, ao pedirem lugares de honra, não compreendem inicialmente o custo do discipulado, mas Jesus reforça que o cálice e o batismo são dons divinos, não concessões humanas.
  6. Lucas 22, 24-27 complementa ao mostrar uma disputa similar entre os discípulos sobre quem seria o maior, onde Jesus ensina que o maior deve ser como o que serve, sublinhando a inversão de valores do Reino.
  7. João 21, 20-23 alude ao destino distinto de João, irmão de Tiago, sugerindo que cada apóstolo tem um caminho único de sofrimento e glória, sem competição entre eles.
  8. Em Filipenses 2, 5-8, Paulo exalta a humildade de Cristo, que se fez servo até a morte, complementando a Epístola (1 Cor 4, 9-15) ao mostrar que o apóstolo, como Tiago, deve imitar essa kenosis para ser verdadeiro ministro.
  9. Em 2 Coríntios 4, 7-12, Paulo descreve o tesouro do Evangelho em vasos de barro, reforçando que o sofrimento apostólico, como o de Tiago, manifesta a vida de Jesus no corpo mortal.
  10. Romanos 8, 17 destaca que somos co-herdeiros com Cristo se sofrermos com Ele, ampliando a ideia do cálice como condição para a glória, não apenas para apóstolos, mas para todos os fiéis.
  11. O Missal Romano (edição de 1920, Festa de São Tiago) sublinha que a glória de Tiago no martírio é um chamado universal à perseverança, pois o Reino se alcança pela cruz, ecoando o Evangelho de Mateus sem mencionar a ambição inicial.
  12. A Encíclica Mediator Dei (Pio XII, 1947) ensina que a liturgia, como a de São Tiago, forma os fiéis para participarem do sacrifício de Cristo, unindo o cálice do Evangelho à Eucaristia como fonte de santificação.
  13. O Breviário Romano (edição de 1911, Ofício de São Tiago) exalta o apóstolo como modelo de zelo missionário, cuja pregação e martírio inspiram a Igreja a expandir o Reino, mesmo sob perseguição.

24 JULHO - VIGÍLIA DE S. TIAGO MAIOR, apóstolo


Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, foi um dos primeiros discípulos chamados por Cristo, às margens do mar da Galileia (Mt 4, 21-22). Pescador de profissão, tornou-se apóstolo e testemunha da Transfiguração, da agonia no Getsêmani e de outros momentos cruciais da vida de Jesus. Conhecido como "o Maior" para distingui-lo de Tiago, filho de Alfeu, sua ardente dedicação ao Evangelho o levou a ser o primeiro apóstolo martirizado, por ordem de Herodes Agripa I, por volta do ano 44 d.C. (At 12, 2). A tradição atribui-lhe a evangelização da Hispânia, e seu túmulo em Compostela tornou-se um dos maiores centros de peregrinação cristã. Sua vida reflete a entrega total ao chamado de Cristo, marcada por coragem e sacrifício.

Intróito
Salmos 51, 10 e 11. Eu, porém, como uma oliveira frutífera na casa do Senhor, confiei na misericórdia do meu Deus; e esperarei o teu nome, porque é bom diante dos teus santos. Salmo, ibid., 3. Por que te glorias na malícia, tu que és poderoso na iniquidade?

Eclesiástico 44, 25-27; 45, 2-4 e 6-9.
A bênção do Senhor está sobre a cabeça do justo. Por isso, o Senhor lhe deu uma herança e lhe destinou uma parte entre as doze tribos; e ele encontrou graça aos olhos de toda carne. E o Senhor o engrandeceu no temor dos inimigos, e com suas palavras aplacou prodígios. Glorificou-o na presença dos reis, deu-lhe ordens diante de seu povo e mostrou-lhe a sua glória. Em sua fé e mansidão, o fez santo e o escolheu dentre toda carne. E deu-lhe, diante de todos, os preceitos e a lei da vida e da disciplina, e o elevou. Estabeleceu com ele uma aliança eterna, cingiu-o com o cinto da justiça e o Senhor o coroou com uma coroa de glória.

Evangelho João 15, 12-16.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: dar a vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu, porém, vos chamei amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai vos dei a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; para que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo conceda.

Reflexões
  1. A alma purificada pelo amor a Deus, como sugere o intróito, encontra sua força na humildade, que é o fundamento da verdadeira grandeza espiritual; assim, Tiago, elevado por Deus, foi feito semelhante ao Altíssimo em sua missão de guiar os povos à verdade (Santo Agostinho, Sermões sobre os Salmos, Salmo 51).
  2. A Epístola exalta a eleição divina que consagra os escolhidos para a glória eterna; Tiago, como varão justo, foi moldado por Deus para ser coluna da Igreja, não por méritos próprios, mas pela graça que o transformou em arauto da fé (Santo Ambrósio, Comentário sobre o Eclesiástico).
  3. O Evangelho revela que o mandamento do amor mútuo é a essência da amizade com Cristo; Tiago, chamado a essa intimidade, viveu para manifestar esse amor, selando-o com o martírio (Santo Gregório Magno, Homilias sobre o Evangelho).
  4. O Evangelho de Mateus (20, 20-23) complementa João 15, 12-16 ao narrar o pedido da mãe de Tiago e João por lugares de honra no Reino, revelando que o chamado ao amor implica humildade e disposição para beber o cálice do sofrimento, um aspecto implícito na eleição dos amigos de Cristo.
  5. Lucas 22, 24-27 destaca a disputa entre os discípulos sobre quem seria o maior, enfatizando que o serviço humilde é o verdadeiro fruto do amor ordenado por Jesus, uma dimensão prática não explicitada em João 15.
  6. Marcos 10, 35-45 reforça que a vocação ao amor envolve sacrifício, pois os escolhidos devem seguir o exemplo de Cristo, que veio para servir e dar a vida, aprofundando o sentido do chamado à amizade em João.
  7. Em 1 Coríntios 13, 4-7, Paulo descreve o amor como paciente e desprovido de inveja, complementando João 15 ao mostrar que o amor ordenado por Cristo exige a renúncia ao egoísmo, um desafio implícito na eleição dos apóstolos.
  8. Gálatas 5, 22-23 apresenta o amor como o primeiro fruto do Espírito, sugerindo que a amizade com Cristo, mencionada em João, é sustentada pela ação do Espírito Santo, que capacita os fiéis a viverem o mandamento do amor.
  9. Romanos 12, 10 exorta os cristãos a se honrarem mutuamente com afeto fraterno, ampliando o amor mútuo de João 15 para uma vivência comunitária que reflete a unidade da Igreja.
  10. O Catecismo do Concílio de Trento (1566) ensina que a amizade com Cristo, mencionada em João 15, é fortalecida pelos sacramentos, especialmente a Eucaristia, que une os fiéis a Cristo e entre si, complementando a dimensão espiritual do chamado.
  11. A encíclica Divinum Illud Munus (1897) de Leão XIII sublinha que o Espírito Santo, ausente em João 15, é a fonte do amor que capacita os fiéis a cumprirem o mandamento de Cristo, destacando a origem divina da caridade apostólica.