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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Modernismo - combate de Pio XII às novas teologias e filosofias

A encíclica Humani Generis, publicada por Pio XII em 1950, tratou de uma série de questões teológicas e filosóficas emergentes que o Papa considerava ameaçadoras à fé católica e visava a preservação da unidade doutrinal da Igreja.

Por isto Pio XII condenou o que chamou de "novas teologias", que reinterpretavam doutrinas fundamentais da Igreja de maneiras que ele considerava problemáticas. O Papa criticou especialmente as abordagens teológicas que tentavam revisar dogmas fundamentais, como a Trindade, a encarnação de Cristo e a doutrina da graça. Também atacou a "nova exegese" bíblica que utilizava métodos históricos e críticos para interpretar as Escrituras de forma que poderia comprometer a inerrância bíblica e os ensinamentos dogmáticos.

A encíclica também repreendeu o uso de filosofias como o existencialismo e o historicismo, que ele considerava relativistas e incompatíveis com a doutrina católica. Pio XII argumentou que essas filosofias ameaçavam a objetividade e a imutabilidade da verdade revelada por Deus. 

Entre os teólogos cujas ideias foram implicitamente condenadas, estavam Henri de Lubac, que discutia a relação entre natureza e graça de forma considerada ambígua; Pierre Teilhard de Chardin, cujas teorias sobre evolução e teologia eram vistas como próximas do panteísmo; e Karl Rahner, cujas ideias sobre revelação e conhecimento teológico também foram alvo de crítica.

Além disso, a Humani Generis abordou a questão da evolução. Embora permitisse discussões teológicas sobre a evolução do corpo humano, a encíclica rejeitou qualquer teoria que negasse a criação direta da alma humana por Deus, protegendo, assim, doutrinas centrais como a do pecado original. O poligenismo, a ideia de que a humanidade poderia ter surgido de múltiplos ancestrais, rejeitou-se essa noção como incompatível com a doutrina católica do pecado original, que afirma que todos os seres humanos descendem de um único casal (Adão e Eva) e, portanto, herdaram o pecado original. Segundo o Papa, o poligenismo colocaria em risco a compreensão da transmissão desse pecado e, consequentemente, a própria base da redenção oferecida por Cristo.