🗓️28 JULHO - Ss. NAZÁRIO e CELSO, Mártires, S. VITOR I, Papa e Mártir, S. INOCÊNCIO I, Papa e Confessor


  1. Santos Nazário e Celso: Mártires na perseguição de Nero, em Milão, por volta do ano 68 d.C. Nazário, um pregador fervoroso, e Celso, seu jovem discípulo, enfrentaram torturas e morte por professarem a fé cristã. Sua coragem inspirou a Igreja primitiva, sendo venerados como exemplos de fidelidade inabalável.
  2. São Vítor I: Papa de 189 a 198 d.C., natural da África. Enfrentou desafios como a controvérsia sobre a data da Páscoa, defendendo a uniformidade litúrgica. Seu martírio reflete sua dedicação à unidade da Igreja, mesmo sob pressão de divisões internas e perseguições externas.
  3. São Inocêncio I: Papa de 401 a 417 d.C., conhecido por sua firmeza doutrinária. Combateu heresias como o pelagianismo e reforçou a autoridade da Sé Apostólica. Sua vida como confessor destaca sua sabedoria pastoral e compromisso com a ortodoxia.
Introito (Sl 78, 11. 12 e 10 | ib., 1)
Intret in conspectu tuo, Dominie; gemitus compeditorum... Chegue à vossa presença, Senhor, o gemido dos cativos. Retribuí a nossos vizinhos, em seu íntimo, sete vezes cada injúria que eles Vos fizeram. Vingai o sangue de vossos Santos, que foi derramado. Sl. Ó Deus, os gentios invadiram a vossa herança, profanaram o vosso santo templo e reduziram Jerusalém a ruínas. ℣. Glória ao Pai.

Coleta
Fortaleça-nos, Senhor, o glorioso martírio de vossos Santos Nazário, Celso, Vítor e Inocêncio e nos alcance misericordioso auxílio para a nossa fragilidade. Por N. S.

Epístola (Sb 10, 17-20)
Deus concedeu aos justos a recompensa de seus trabalhos. Conduziu-os por admirável caminho; serviu-lhes de nuvem protetora durante o dia e de luz de estrelas durante a noite. Ele os conduziu pelo Mar Vermelho e fê-los passar no meio de águas profundas. Sepultou os inimigos deles no mar e retirou seu povo do fundo dos abismos. Por isso os Justos tomaram os despojos dos ímpios: enalteceram, Senhor, o vosso santo Nome e louvaram todos juntos vossa mão vitoriosa, ó Senhor, Deus nosso.

Gradual (Ex 15, 11, 6 | Eclo 44, 14)
Deus é glorioso em seus Santos, admirável em sua Majestade, operando prodígios. ℣. A força de vossa Destra, ó Senhor, manifestou-se; vossa Destra esmagou o inimigo.Aleluia, aleluia. ℣. Os corpos dos Santos foram sepultados em paz, mas seus nomes vivem de geração em geração. Aleluia.

Evangelho (Lc 21, 9-19)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Quando ouvirdes falar de guerras e de sedições, não vos assusteis. É necessário que estas coisas aconteçam primeiro; mas não virá logo o fim. E então dizia-lhes: Levantar-se-á nação contra nação e reino contra reino. Haverá grandes terremotos em vários lugares, pestes e fomes, e também coisas espantosas e no céu grandes sinais. Mas, antes de tudo isso, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa de meu Nome. Isto vos será ocasião de dardes testemunho. Proponde, pois, em vossos corações não premeditar como haveis de responder. Porque eu vos darei palavras e sabedoria a que todos os vossos inimigos não poderão resistir nem contradizer. Sereis entregues até por vossos país, irmãos, parentes e amigos. Farão morrer muitos de vós e sereis odiados por todos por causa de meu Nome. Mas não se perderá um só cabelo de vossa cabeça. Por vossa perseverança salvareis as vossas almas.

Reflexões
  1. A dor dos mártires, como o gemido dos cativos no Introito, é um sacrifício que clama ao céu, unindo-se ao sangue de Cristo, que transforma a injustiça em redenção, pois Deus não abandona os que sofrem por Ele. (Santo Agostinho, Sermão 304, Sobre os Mártires)
  2. A Epístola revela que a providência divina guia os justos, não apenas protegendo-os, mas transformando suas provações em louvor, pois a vitória de Deus se manifesta na fraqueza dos santos que confiam em Sua mão. (São Leão Magno, Sermão 82, Sobre a Fé)
  3. No Evangelho, a promessa de sabedoria aos perseguidos é o Espírito Santo agindo nos corações, capacitando os mártires a testemunharem com ousadia, pois a verdade de Cristo prevalece sobre a resistência humana. (Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de Lucas, Livro 10)
  4. Em Mateus 10, 28-30, Jesus enfatiza não temer aqueles que matam o corpo, mas não a alma, complementando Lucas 21 ao destacar a proteção divina sobre a alma dos mártires, além da preservação física prometida com “nenhum cabelo se perderá”.
  5. Marcos 13, 11 reforça a inspiração divina nas palavras dos perseguidos, mas adiciona que o Espírito Santo falará diretamente por eles, sugerindo uma ação mais imediata do Espírito, não mencionada explicitamente em Lucas.
  6. João 16, 2-3 conecta a perseguição ao desconhecimento de Deus pelos perseguidores, oferecendo uma explicação teológica para o ódio descrito em Lucas 21, aprofundando a raiz espiritual do conflito.
  7. Em Romanos 8, 35-39, Paulo assegura que nada separa os fiéis do amor de Cristo, nem perseguições, complementando Lucas 21 ao enfatizar a vitória espiritual sobre todas as adversidades, não apenas a preservação física.
  8. 2 Coríntios 4, 8-10 descreve os sofrimentos dos apóstolos como uma participação na morte de Cristo, que gera vida, adicionando à ideia de Lucas uma dimensão de união mística com o sacrifício de Jesus.
  9. Filipenses 1, 29 destaca que sofrer por Cristo é uma graça concedida, enriquecendo a perspectiva de Lucas 21 ao sugerir que a perseguição é um privilégio espiritual, não apenas uma provação.
  10. A Encíclica Ad Caeli Reginam (1954) de Pio XII exalta Maria como rainha dos mártires, que intercede pelos perseguidos, complementando Lucas 21 ao sugerir a proteção mariana como sustento para a perseverança dos fiéis.
  11. O Concílio de Trento (Sessão 25, 1563) afirma que os mártires, por sua morte, imitam Cristo e intercedem por nós, adicionando à narrativa de Lucas a ideia de que o testemunho dos mártires tem eficácia intercessória no céu.