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Segundo Bernard Faÿ, protestantes e maçons se uniram para combater a Igreja Católica, culminando na revolução francesa

Bernard Faÿ, historiador e intelectual francês, desenvolveu ao longo de sua carreira uma interpretação polêmica sobre a relação entre o protestantismo, a maçonaria e a Revolução Francesa. Em suas obras, particularmente em La Franc-Maçonnerie et la Révolution Intellectuelle du XVIIIe Siècle (1935), Faÿ argumenta que a maçonaria foi instrumentalizada por correntes protestantes com o objetivo de promover transformações radicais que culminaram na Revolução Francesa. Essa tese reflete as preocupações de Faÿ com a secularização da sociedade e a perda de influência da Igreja Católica na Europa.

Protestantes e Maçons Unidos pela Revolução

Segundo Faÿ, o protestantismo desempenhou um papel crucial na formação e consolidação da maçonaria moderna. Ele sugere que o movimento maçônico, com sua estrutura secreta, valores universalistas e ênfase na razão, teria sido influenciado por ideias reformistas protestantes que visavam enfraquecer o poder político e espiritual da Igreja Católica. Faÿ acreditava que a maçonaria agiu como um veículo de disseminação de ideias iluministas e anticlericais, preparando o terreno para a Revolução Francesa.

Para sustentar sua tese, Faÿ destacou o papel de líderes maçônicos protestantes em disseminar uma agenda que favorecia reformas sociais, políticas e religiosas. Ele também argumenta que o ethos igualitário e democrático promovido pela maçonaria derivava de um ideal protestante de liberdade individual e de interpretação pessoal das Escrituras, que foi reinterpretado no século XVIII em um contexto secular.

A Revolução Francesa como Consequência

Faÿ associou a Revolução Francesa a uma espécie de "golpe cultural" orquestrado por forças maçônicas e protestantes. Ele via a Revolução como uma tentativa de desmantelar a ordem social tradicional baseada no trono e no altar, substituindo-a por uma nova estrutura ideológica que privilegiasse o racionalismo, o secularismo e a liberdade individual. Na visão de Faÿ, isso não apenas debilitou a Igreja Católica, mas também instaurou um modelo político que minava os valores cristãos e favorecia o individualismo exacerbado.