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Fraternidade ou Concessão? Uma Crítica à Campanha da CNBB em 2025

Mais uma vez, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança sua Campanha da Fraternidade, agora em 2025, sob o tema "Fraternidade e Ecologia Integral". E, como já se tornou tradição, a iniciativa desperta indignação em inúmeros católicos que, ano após ano, esperam da Igreja um posicionamento claro e firme contra o pecado, especialmente no tempo da Quaresma — um período que, por sua própria natureza, convida à introspecção, ao arrependimento e à conversão pessoal. No entanto, o que se observa é uma CNBB que, distante desse chamado essencial, prefere abraçar as narrativas do mundo, vestindo-as com uma fina camada de verniz católico que mal disfarça sua submissão aos modismos contemporâneos.

O tema deste ano, com sua ênfase em "pecado ecológico" e "conversão ecológica", não foge à regra. Tais expressões, longe de ressoar com a tradição da Igreja, ecoam os discursos de uma sociedade secularizada que, em sua fuga de Deus, substitui a transcendência por uma idolatria da natureza. Não se trata aqui de negar a importância do cuidado com a criação — um princípio que a própria doutrina católica reconhece como parte da stewardship cristã. O problema está na inversão de prioridades: em vez de colocar o homem em relação com seu Criador, a campanha parece elevá-lo a mero coadjuvante de um planeta que assume o papel central. A Quaresma, tempo de combate ao pecado e de busca pela santidade, é reduzida a uma plataforma para agendas que agradam mais aos fóruns internacionais do que às almas sedentas de redenção.

Pior ainda, ao perscrutar os materiais da campanha, percebe-se uma aproximação perigosa com ideias que a Igreja historicamente condenou. Termos como "ecologia integral" — emprestados de documentos como a encíclica Laudato Si’, mas reinterpretados de forma ambígua — flertam com um panteísmo sutil, onde a distinção entre Criador e criatura se dilui. A natureza, em vez de ser vista como reflexo da glória divina, corre o risco de ser endeusada, um eco das doutrinas pagãs que o cristianismo combateu desde seus primórdios. Essa tendência não é nova na CNBB: há décadas, suas campanhas têm sido acusadas de diluir a fé em prol de um diálogo com o mundo que, na prática, se traduz em concessões teológicas e morais.

O resultado é uma Igreja que, em vez de desafiar a cultura contemporânea, curva-se a ela. Enquanto o mundo se afasta de Deus, imerso em relativismo e materialismo, a CNBB opta por temas que, embora palatáveis à opinião pública, pouco dizem sobre a salvação eterna. A Quaresma de 2025, assim, torna-se mais um capítulo dessa triste trajetória: em lugar de um chamado vigoroso à penitência e à reconciliação com Deus, oferece-se uma cartilha ecológica que, sob o pretexto de fraternidade, distancia-se do Evangelho. Aos fiéis resta o desalento de ver a hierarquia eclesiástica brasileira mais preocupada em agradar do que em santificar, mais alinhada aos ventos do século do que à cruz de Cristo.