Desde 1970, houve uma redução significativa no número de católicos brasileiros, que passaram de 91,8% para 64,6% da população em 2010, enquanto os evangélicos cresceram de 5,2% para 22,2%. Esta tendência não se limita ao Brasil - nos Estados Unidos, por exemplo, o catolicismo passou de 25% para 22% da população desde 1960.
Refutam-se explicações sociológicas comuns para este fenômeno, como migrações internas ou maior agilidade evangélica em atender demandas religiosas. Argumenta-se que estas justificativas tratam erroneamente a religião como uma commodity, ignorando as profundas diferenças doutrinárias entre católicos e protestantes.
A análise aponta para uma crise institucional global do catolicismo após o Vaticano II. Citando dados do Center for Applied Research in the Apostolate (CARA), mostra-se que nos EUA o número de sacerdotes caiu de 59.192 em 1970 para 35.513 em 2020, enquanto globalmente houve redução de 419.728 para 414.065 no mesmo período, apesar do número de católicos ter dobrado.
Segundo Diogo Rafael Moreira a causa fundamental desta crise é a adoção pelo Vaticano II das doutrinas da liberdade religiosa e do ecumenismo, que contradiriam ensinamentos anteriores da Igreja, especialmente a encíclica Quanta Cura (1864) do Papa Pio IX, que condenava estas ideias. Cita-se diretamente a declaração Dignitatis Humanae do Vaticano II: "Este Concílio Vaticano declara que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa [...] todos os homens devem estar livres de coação [...] em matéria religiosa."
Conclui-se que esta mudança doutrinária, caracterizada como "liberalismo", enfraqueceu a identidade católica e sua capacidade de resistir ao proselitismo protestante, levando ao atual declínio institucional. Argumenta-se que a única solução seria o retorno à doutrina católica tradicional anterior ao Concílio Vaticano II.
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