📜A Fraude de Traditionis Custodes: Bergoglio Exposto


Em 1º de julho de 2025, a jornalista Diane Montagna, através de sua plataforma Substack, publicou um relatório exclusivo que expõe a falsidade fundamental sobre a qual se assenta o motu proprio Traditionis Custodes. O documento, intitulado "Avaliação Geral" (Giudizio Complessivo), é parte integrante do relatório oficial da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) de 2021, que sintetizou os resultados da consulta aos bispos do mundo sobre a aplicação do Summorum Pontificum de Bento XVI.

A revelação é devastadora para a narrativa oficial. Contrariamente ao que Jorge Bergoglio afirmou em sua carta de acompanhamento de Traditionis Custodes — onde alegou estar "constrangido" pelos "pedidos" do episcopado para intervir —, o relatório da CDF revela que "a maioria dos bispos que responderam [...] afirma que fazer alterações legislativas ao .

O documento vazado não apenas contradiz a justificativa pública para a supressão da Missa Tradicional, mas confirma que a "situação que preocupa e entristece" Bergoglio deriva menos dos fiéis apegados à liturgia tradicional e mais da "nesciência, preconceito e resistência de uma minoria de bispos" ao motu proprio de Bento XVI. Além disso, o relatório da CDF destaca que, onde o Summorum Pontificum foi aplicado com generosidade, a situação tornou-se "completamente pacificada" e que uma "observação constante" dos bispos era a atração de jovens à fé católica através desta forma litúrgica.

Em suma, a nova evidência demonstra que a hierarquia modernista não apenas ignorou a opinião majoritária do episcopado que dizia consultar, mas agiu em direta oposição a ela, fabricando uma crise para justificar um ato de tirania legislativa cuja intenção era patentemente destrutiva.
Crítica: A Lógica Inexorável da Religião do Homem

Para qualquer católico que ainda possua o sensus fidei e alguma familiaridade com os métodos da seita modernista que ocupa o Vaticano, as revelações contidas no relatório de Diane Montagna não causam surpresa, mas apenas uma confirmação melancólica. A discrepância entre a realidade (os fatos contidos no relatório da CDF) e a ficção (a justificativa pública de Bergoglio) não é um acidente ou um erro de cálculo; é a manifestação da própria essência da religião conciliar.

O episódio de Traditionis Custodes não pode ser analisado como um ato isolado de má gestão ou de autoritarismo pessoal. Ele é, antes, um passo lógico e necessário no projeto de longo prazo inaugurado pelo Concílio Vaticano II: a substituição da Religião de Deus pela Religião do Homem. Como um certo e perspicaz autor observou em seu ensaio sobre a hermenêutica do Concílio, toda a obra do Vaticano II pode ser resumida em um "giro antropocêntrico" (CALDERÓN, 2010, p. 13), onde o homem, e não Deus, se torna o fim último da religião.

A Missa Romana Tradicional é a mais perfeita expressão da Religião de Deus. É teocêntrica. Seu foco é o sacrifício propiciatório de Cristo na Cruz, oferecido a Deus Pai para a remissão dos pecados. Ela expressa adoração, reverência e a realidade da hierarquia sagrada. Ela é, em sua essência, o "culto do publicano" (CALDERÓN, 2010, p. 132), que reconhece a majestade de Deus e a miséria do homem pecador. Por isso mesmo, ela é um anátema para a nova religião.

A nova religião humanista, por sua vez, exige uma nova liturgia. O Novus Ordo Missae de 1969 é a sua expressão perfeita: uma liturgia antropocêntrica, centrada na comunidade, no "banquete" e na celebração do homem. É a "liturgia do Fariseu" (CALDERÓN, 2010, p. 122), que se compraz em si mesmo e agradece a um "deus" que existe apenas para ratificar a sua própria grandeza.

Neste contexto, a supressão da Missa Tradicional não é uma opção, mas uma necessidade para os modernistas. A existência contínua e crescente do rito antigo representa um perigo mortal para o projeto conciliar por várias razões:

Representa uma Contradição Doutrinária Viva: A coexistência das duas formas litúrgicas expõe, de maneira visível e palpável, a ruptura radical entre a fé católica e a religião conciliar. Enquanto a Missa antiga ensina a fé católica, a nova missa ensina a nova religião humanista. A mera presença da primeira serve como uma refutação silenciosa e contínua da segunda.
Representa um Foco de Resistência: O relatório vazado confirma o que todos já sabiam: a Missa Tradicional atrai jovens, famílias e vocações. Ela cria um ecossistema católico imune ao veneno do modernismo. Para uma hierarquia cuja religião é estéril e cujas igrejas estão vazias, este crescimento é intolerável. Não se trata de um problema de "divisão"; trata-se de um problema de concorrência, no qual a verdade demonstra sua superioridade sobre o erro.
Representa um Obstáculo ao Ecumenismo: A religião do homem é, por definição, ecumênica e inclusivista. Ela busca a unidade não na verdade de Cristo, mas num vago sentimento de fraternidade humana. Como o autor de Prometeo explica, a estratégia do Vaticano II é criar uma "Igreja Sacramento" que sirva a uma "Humanidade-Reino" (CALDERÓN, 2010, p. 56). A Missa Tradicional, com sua clareza dogmática e sua afirmação implícita da única e verdadeira Igreja, é um obstáculo fundamental a este projeto de "diálogo" e "comunhão" universal.

A desonestidade intelectual do processo que levou a Traditionis Custodes é, portanto, sintomática. O Concílio e seus sucessores operam com base numa "ambiguidade maquiavélica" (CALDERÓN, 2010, p. 33), usando a linguagem da tradição para destruir a Tradição. Eles promovem o "diálogo" e a "colegialidade" não como meios de encontrar a verdade, mas como táticas para neutralizar a oposição e impor uma agenda pré-determinada. A consulta aos bispos foi uma farsa, um teatro encenado para dar um verniz de legitimidade a uma decisão que já havia sido tomada com base em imperativos ideológicos.

A alegação de Bergoglio de que foi "constrangido" pelos bispos é, agora, uma mentira publicamente documentada. Um verdadeiro Papa, como Vigário de Cristo, é o guardião da Tradição, não seu destruidor. Um ato legislativo que visa privar os fiéis de um tesouro litúrgico que santificou a Igreja por séculos, e que o faz com base em premissas falsas e com manifesta má-fé, não pode ser considerado um ato de autoridade papal legítima. É, antes, um ato de tirania que revela uma vontade contrária ao bem da Igreja, o que é um sinal clássico da perda de ofício por heresia.

O documento vazado, portanto, não revela meras "rachaduras" na fundação de Traditionis Custodes. Ele revela que o decreto não tem fundação alguma, exceto a areia movediça do engano e da agenda modernista. Ele demonstra, para quem tem olhos para ver, que a autoridade que o promulgou não é a autoridade da Igreja Católica, mas a de uma seita inimiga que a ocupa.

Referências

CALDERÓN, Álvaro. Prometeo: La Religión del Hombre. Ensayo de una Hermenéutica del Concilio Vaticano II. La Reja: Ediciones Río Reconquista, 2010.
MONTAGNA, Diane. EXCLUSIVE: Official Vatican Report Exposes Major Cracks in Foundation of Traditionis Custodes. Diane Montagna's Substack, 1 jul. 2025. Disponível em: https://substack.com/home/post/p-167259174