Missa Communi Confessoris Pontificis
Ó vós, que contemplais os exemplos dos santos como estrelas guias no firmamento da Igreja, considerai a vida de Santo Ubaldo, cuja memória celebramos hoje, 16 de maio. Nascido por volta de 1085 em Gubbio, na Itália, foi ordenado sacerdote em 1114 e elevado ao episcopado de sua cidade natal em 1128. Partiu para a glória celeste em 16 de maio de 1160. Sua vida, marcada por milagres e zelo, tornou-se farol para os fiéis, sendo ele invocado contra os espíritos malignos.
Que coração ardente possuía Ubaldo, pastor que, com a lâmpada da fé, iluminou as trevas de seu tempo! Desde jovem, renunciou às riquezas de sua nobre família, distribuindo seus bens aos pobres e abraçando a ascese aos 15 anos. Como sacerdote e prior da catedral de Gubbio, reformou o clero com mão firme e coração compassivo, extirpando os vícios e plantando virtudes. Tornando-se bispo, defendeu sua cidade não com espadas, mas com a força da oração e da penitência, apaziguando conflitos e até mesmo o imperador Frederico Barba-Roxa. Sua alma, abrasada pelo amor divino, era um templo de humildade, pois, mesmo elevado à cátedra episcopal, mantinha-se servo dos humildes, guiando-os ao porto da salvação com paciência e caridade.
Entre as obras atribuídas à santidade de Ubaldo, destaca-se sua influência espiritual, cujos ecos ressoam nas tradições de Gubbio, embora não nos tenham chegado textos diretos de sua pena. Contudo, sua vida mesma é um texto vivo, gravado nos corações dos fiéis. Um relato tradicional, que poderíamos imaginar como reflexo de suas exortações, seria: “Ó fiéis, não temais os rugidos do maligno, pois a cruz de Cristo é vossa fortaleza; vivei em penitência, amai vossos inimigos e confiai na misericórdia do Altíssimo, que jamais abandona os que O buscam.” Tal ensino, enraizado em sua prática de exorcismos e milagres, manifesta a força de sua fé, que, como um rio, regava a Igreja com a água viva da graça.