19 JULHO - S. VICENTE DE PAULO, Confessor


  1. Nascido em 1581, em Pouy, França, Vicente de Paulo dedicou sua vida ao serviço dos pobres e à renovação espiritual da Igreja.
  2. Ordenado sacerdote, inicialmente buscou segurança material, mas uma conversão profunda o levou a abraçar a caridade radical.
  3. Fundou a Congregação da Missão (Lazaristas) para formar clérigos e pregar aos camponeses.
  4. Com Santa Luísa de Marillac, estabeleceu as Filhas da Caridade, dedicadas aos enfermos e necessitados.
  5. Sua espiritualidade centrava-se na humildade, no serviço desinteressado e na confiança na Providência divina.
  6. Organizou obras de caridade, como hospitais e assistência aos escravizados, transformando a vida de muitos.
  7. Faleceu em 1660, sendo canonizado em 1737, exemplo vivo de amor aos marginalizados.

Introito (Sl 91, 13-14 | ib., 2 )
Justus ut palma florébit... O Justo floresce como a palmeira, na plenitude da força, como o cedro do Líbano, plantado, na casa do Senhor e nos átrios da casa de nosso Deus. Sl. É bom louvar o Senhor e cantar salmos em honra de vosso Nome, ó Altíssimo. ℣. Glória ao Pai.

Epístola (I Cor 4, 9-14)
Irmãos: Somos dados em espetáculo ao mundo, aos Anjos e aos homens. Somos néscios por amor do Cristo, mas vós sois sábios no Cristo; nós somos fracos, e vós fortes; vós estimados e nós desprezados. Até esta hora padecemos fome e sede, e estamos nus; somos esbofeteados e não temos morada certa. Fatigamo-nos a trabalhar com as nossas mãos. Amaldiçoam-nos, e bendizemos; perseguem-nos, e sofremos; blasfemam contra nós, e rezamos. Somos tratados como a imundície deste mundo, a escória de todos, até agora. Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas admoesto-vos como a filhos muito amados em Jesus Cristo, Senhor nosso.

Gradual (Sl 36, 30-31 | Sl 111, 1)
A boca do Justo fala a sabedoria e a sua língua profere a equidade. ℣. A lei de seu Deus está em seu coração e os seus passos não resvalarão. Aleluia, aleluia. ℣. Bem-aventurado o homem que teme o Senhor, e se alegra em cumprir os seus mandamentos. Aleluia.

Evangelho (Lc 10, 1-9)
Naquele tempo, designou o Senhor outros setenta e dois discípulos e mandou-os, dois a dois, em suai frente, por todas as cidades e lugares onde Ele próprio devia ir. Ele lhes dizia: A messe é grande, mas os operários são poucos. Rogai, pois, ao dono da seara que mande operários para sua messe. Ide, eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem calçado e pelo caminho a ninguém saudeis. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: A paz seja nesta casa. E se aí houver um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não, voltará ela para vós. Na mesma casa ficai, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois o operário merece seu salário. Não andeis de casa em casa. E se entrardes em alguma cidade e vos receberem, comei o que vos derem. Curai os enfermos que aí houver e dizei-lhes: Aproximou-se de vós o Reino de Deus.

Reflexões 
  1. A missão dos apóstolos exige desprendimento total, pois o Reino de Deus não se constrói com seguranças humanas, mas com a entrega confiante à vontade divina (Santo Agostinho, Sermões sobre o Evangelho de Lucas, 10).
  2. A humildade dos enviados reflete a fraqueza de Cristo, que, sendo Deus, se fez servo, ensinando que a verdadeira grandeza está no serviço aos menores (São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, 17).
  3. O apóstolo suporta injúrias e perseguições, pois sua força não vem de si, mas da graça que o sustenta na tribulação (Santo Ambrósio, Comentário à Primeira Carta aos Coríntios, 4).
  4. A caridade é a essência da missão, pois aquele que ama verdadeiramente carrega a paz de Cristo e a oferece aos outros sem esperar recompensa (Santo Tomás de Aquino, Comentário ao Evangelho de Lucas, 10).
  5. O envio dos setenta e dois em Lucas 10, 1-9 enfatiza a urgência da missão, um aspecto menos destacado em Mateus 10, 5-15, que foca nas instruções práticas aos doze apóstolos.
  6. Marcos 6, 7-13 sublinha a autoridade sobre os espíritos impuros, enquanto Lucas destaca a proclamação da paz como sinal do Reino.
  7. João 20, 21-23 conecta a missão à entrega do Espírito Santo, complementando Lucas ao mostrar que a paz oferecida pelos apóstolos é dom divino, não apenas mensagem.
  8. Lucas, ao mencionar os setenta e dois, sugere uma missão universal, diferente da restrição inicial aos judeus em Mateus 10, 5.
  9. Em 2 Coríntios 12, 9-10, Paulo exalta a força na fraqueza, complementando a humildade dos enviados em Lucas 10, que dependem da Providência sem levar bens.
  10. Romanos 10, 14-15 reforça a beleza dos pés dos que anunciam a paz, ecoando a missão de Lucas, mas destacando a necessidade da fé para receber a mensagem.
  11. Em Filipenses 2, 5-8, Paulo descreve a kénosis de Cristo, que ilumina a pobreza e o desprendimento exigidos dos setenta e dois em Lucas.
  12. 1 Tessalonicenses 2, 8 mostra Paulo compartilhando não apenas o Evangelho, mas sua própria vida, um aspecto mais pessoal que complementa a missão coletiva de Lucas.
  13. O Concílio de Trento (Sessão 5, Decreto sobre a Reforma, 1546) enfatiza a formação de clérigos para a pregação, ecoando a missão de ensinar em Lucas 10, mas focando na disciplina eclesiástica.
  14. A encíclica Rerum Novarum (1891) destaca a dignidade dos pobres, complementando a escolha de Lucas pelos marginalizados como primeiros destinatários da paz.
  15. O Catecismo Romano (1566) sublinha a obediência à vontade divina, reforçando a confiança dos apóstolos na Providência, como em Lucas 10, 3-4.
  16. A bula Cum Occasionem (1737), que canonizou Vicente de Paulo, exalta sua caridade prática, conectando-a à missão de curar e servir em Lucas 10, 9.