16 JULHO - FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO


A festa de hoje tem por fim agradecer a Nossa Senhora as extraordinárias graças que ela concedeu à Ordem do Carmelo e a todos os que, usando o escapulário, se confessam dedicados servos de Nossa Senhora. A festa foi prescrita para toda a Igreja em 1726 por Bento XIII.

Introito (- |Sl 44, 2)
Gaudeámus omnes in Dómino, diem festum celebrántes sub honóre beátæ Maríæ Vírginis... Alegremo-nos todos no Senhor, festejando este dia em honra da Bem-aventurada Virgem Maria; por esta solenidade se alegram os Anjos e louvam o Filho de Deus. Sl. Exulta o meu coração em alegre canto; ao Rei dedico as minhas obras. ℣. Glória ao Pai…

Leitura (Eclo 24, 23-31)
Assim como a vinha, eu produzia flores de suave odor e minhas flores dão frutos de glória e abundância. Eu sou a mãe do belo amor, do temor, da ciência e da santa esperança. Em mim está a graça do caminho e da verdade: em mim toda a promessa de vida e de virtude. Vinde a mim, vós: todos que me desejais e saciai-vos com meus frutos. Meu espírito é mais doce que o mel e minha herança mais suave que o mel e o favo. Minha memória se conservará nas gerações através dos séculos. Os que me comem me desejam ainda mais e os que me bebem terão de mim mais sede ainda. O que me escuta não será confundido e os que agem por mim não pecarão. Os que me glorificam, terão a vida eterna.

Evangelho (Lc 11, 27-28)
Naquele tempo, falava Jesus ao povo, quando uma mulher elevando a voz, do meio da multidão, Lhe disse: Bem-aventurado o seio que Vos trouxe e os peitos que Vos amamentaram. Ele porém disse: Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a põem em prática.

Reflexão 
A Virgem Maria, celebrada na Festa do Carmo, é a vinha fecunda que, irrigada pela graça divina, produz frutos de santidade, como exalta o introito (Sl 44, 2), que louva a efusão do coração em cânticos ao Rei, refletindo a alegria da Igreja ao contemplar Maria como Mãe do Salvador (Bernardo de Claraval, Sermão sobre o Cântico dos Cânticos, 47). A leitura de Eclesiástico (24, 23-31) apresenta a Sabedoria como um rio que transborda bênçãos, figura que aponta para Maria como canal da graça divina, cuja maternidade espiritual nutre a Igreja com os dons do Espírito, guiando os fiéis à obediência à Palavra, conforme o Evangelho (Lc 11, 27-28) exalta aqueles que ouvem e guardam a vontade de Deus (Agostinho de Hipona, Sermão 25 sobre o Evangelho de Lucas). Comparando o Evangelho de Lucas com outros, Mateus (12, 46-50) amplia a ideia de família espiritual, declarando que os discípulos que cumprem a vontade do Pai são a verdadeira família de Jesus, enfatizando a universalidade da filiação divina mediada por Maria. Marcos (3, 31-35) reforça que a obediência à vontade divina transcende laços carnais, apontando para a missão de Maria como modelo de discipulado. João (19, 25-27) complementa ao revelar Maria como Mãe da Igreja, confiada ao discípulo amado, unindo os fiéis em sua maternidade espiritual. Nos textos paulinos, Gálatas (4, 4-7) destaca que Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, para nos tornar filhos adotivos, sublinhando o papel de Maria como Mãe na economia da salvação. Filipenses (2, 5-11) exalta a humildade de Cristo, que Maria imita perfeitamente, sendo serva obediente que conduz os fiéis à imitação de seu Filho. Nos documentos da Igreja, a encíclica Ad Caeli Reginam (Pio XII, 1954) proclama Maria como Rainha, cuja intercessão, simbolizada no escapulário, guia os fiéis à santificação, enquanto a encíclica Mystici Corporis Christi (Pio XII, 1943) a reconhece como Mãe do Corpo Místico, unindo a Igreja por sua caridade e obediência, ecoando a bem-aventurança de ouvir e guardar a Palavra de Deus.