São João e São Paulo, irmãos de sangue, viveram no século IV, durante o reinado do imperador Juliano, o Apóstata (361-363 d.C.). Não há registros precisos de suas datas de nascimento, mas sabe-se que sofreram o martírio em Roma, por volta do ano 362, por se recusarem a oferecer sacrifícios pagãos e a renunciar à fé cristã. Sua memória é celebrada no dia 26 de junho, conforme o rito tridentino, e sua veneração é atestada desde tempos antigos, com seus nomes inscritos no Cânon da Missa e na Ladainha de Todos os Santos. Ó quão gloriosa é a coragem dos mártires que, por amor a Cristo, desprezam as glórias deste mundo! João e Paulo, unidos não apenas pelo laço do sangue, mas pela fé ardente, enfrentaram a tirania de Juliano com coração resoluto. Negando-se a dobrar os joelhos diante de ídolos, escolheram a morte em vez da apostasia, oferecendo suas vidas como sacrifício vivo ao Deus verdadeiro. Sua firmeza inspira os fiéis a permanecerem inabaláveis na verdade, mostrando que a verdadeira vitória está na fidelidade até o fim. A antiguidade de sua veneração reflete o impacto de seu testemunho, que ressoa na Igreja como exemplo de amor supremo por Cristo.
Introito (Sl 33, 20-21 |ib., 2)
Multæ tribulationes iustórum, et de his ómnibus liberávit eos Dóminus: Dóminus custodit ómnia ossa eórum... Muitas são as tribulações dos Justos e de todas elas o Senhor os livra. O Senhor preserva todos os ossos dos Justos e nem um só será quebrado. Sl. Bendirei o Senhor em todo o tempo; esteja sempre em minha boca o seu louvor.
Epístola (Eclo 44, 10-15)
Estes eram homens de misericórdia, cujas obras de piedade subsistem para sempre. Os bens que deixaram permanecem para sua posteridade; seus descendentes são uma santa herança e sua raça ficou fiel à aliança. Por causa deles, seus filhos permanecem eternamente e sua glória não terá fim. Seus corpos foram sepultados em paz e seus nomes viverão de geração em geração. Exaltem os povos sua sabedoria e a Igreja proclame os seus louvores.
Evangelho (Lc 12, 1-8)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é hipocrisia. Porque nada há tão oculto que se não venha a descobrir, e nada escondido, que se mão venha a saber. Por isso as coisas que dissestes nas trevas, serão ditas às claras: e o que falastes ao ouvido, no recôndito de vossos cubículos, será apregoado de cima dos tetos. Digo-vos, porém, a vós, que sois meus amigos: Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, e depois nada mais podem fazer. Eu vos mostrarei entretanto a quem haveis de temer: temei Aquele, que depois de matar, tem poder de lançar no inferno. Sim, eu vos digo, temei a Este. Porventura não se vendem cinco passarinhos por dois vinténs? E todavia, nem um só deles está em esquecimento diante de Deus. Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois vós valeis mais que muitos pássaros. Ora, eu vos digo: Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos Anjos de Deus.
Homilias e Explicações Teológicas
A coragem dos mártires João e Paulo, que enfrentaram a morte por amor a Cristo, reflete a verdadeira liberdade do coração que se desprende do temor humano para abraçar a confiança em Deus, pois o martírio não é apenas um ato de resistência, mas uma entrega total à providência divina, que guarda a alma dos justos para a eternidade (Santo Agostinho, Sermão 296). A vigilância contra a hipocrisia, advertida no Evangelho, é um chamado à pureza interior, pois o Senhor, que vê o coração, recompensa a sinceridade dos que O confessam sem medo, enquanto a duplicidade dos fariseus é um veneno que corrói a fé verdadeira (Santo Ambrósio, Comentário sobre Lucas, Livro 8). A memória dos justos, como exaltada na Epístola, não se limita à fama terrena, mas é eternizada na assembleia celeste, onde seus nomes são inscritos no livro da vida, um testemunho perene de sua fidelidade (Santo Hilário de Poitiers, Tratado sobre os Salmos, Salmo 33). O temor reverente a Deus, que supera o medo da morte, é a sabedoria que guia os mártires a oferecerem suas vidas como sacrifício vivo, pois o Espírito Santo os fortalece para proclamar a verdade sem vacilar, mesmo diante da perseguição (Santo Basílio Magno, Homilia sobre o Martírio).
Comparação com os Demais Evangelhos
O Evangelho de Lucas 12, 1-8 enfatiza a advertência contra a hipocrisia dos fariseus e o chamado à confissão corajosa de Cristo, com a promessa de que Deus cuida até dos pardais e conhece os cabelos da cabeça. Mateus 10, 26-33 complementa ao explicitar que o que é dito em segredo será proclamado publicamente, reforçando a necessidade de testemunho aberto, mesmo sob ameaça. Marcos 8, 34-38 adiciona a exigência de tomar a cruz e perder a vida por Cristo, conectando a confissão de fé ao sacrifício pessoal, um aspecto implícito em Lucas. João 15, 18-20 aprofunda a ideia de perseguição, destacando que o mundo odiará os discípulos como odiou Cristo, oferecendo uma perspectiva sobre a origem do conflito enfrentado pelos mártires, que Lucas não detalha.
O Evangelho de Lucas 12, 1-8 enfatiza a advertência contra a hipocrisia dos fariseus e o chamado à confissão corajosa de Cristo, com a promessa de que Deus cuida até dos pardais e conhece os cabelos da cabeça. Mateus 10, 26-33 complementa ao explicitar que o que é dito em segredo será proclamado publicamente, reforçando a necessidade de testemunho aberto, mesmo sob ameaça. Marcos 8, 34-38 adiciona a exigência de tomar a cruz e perder a vida por Cristo, conectando a confissão de fé ao sacrifício pessoal, um aspecto implícito em Lucas. João 15, 18-20 aprofunda a ideia de perseguição, destacando que o mundo odiará os discípulos como odiou Cristo, oferecendo uma perspectiva sobre a origem do conflito enfrentado pelos mártires, que Lucas não detalha.
Comparação com Textos de São Paulo
O Evangelho de Lucas 12, 1-8, com sua exortação à coragem na confissão de Cristo e ao desprezo pelo temor humano, encontra eco em 2 Timóteo 1, 7-8, onde Paulo exorta Timóteo a não se envergonhar do testemunho do Senhor, pois Deus concede um espírito de fortaleza, não de covardia. Em Romanos 8, 35-39, Paulo amplia a confiança expressa em Lucas, afirmando que nada, nem mesmo a morte, pode separar os fiéis do amor de Cristo, um consolo que reforça a promessa divina de proteção aos mártires como João e Paulo. Em 1 Coríntios 4, 9-13, Paulo descreve os apóstolos como espetáculo ao mundo, enfrentando perseguições com paciência, o que complementa a ideia lucana de testemunho público sob pressão. Filipenses 1, 20-21 adiciona a visão de que a morte por Cristo é ganho, oferecendo uma perspectiva escatológica sobre o martírio não explicitada em Lucas.
O Evangelho de Lucas 12, 1-8, com sua exortação à coragem na confissão de Cristo e ao desprezo pelo temor humano, encontra eco em 2 Timóteo 1, 7-8, onde Paulo exorta Timóteo a não se envergonhar do testemunho do Senhor, pois Deus concede um espírito de fortaleza, não de covardia. Em Romanos 8, 35-39, Paulo amplia a confiança expressa em Lucas, afirmando que nada, nem mesmo a morte, pode separar os fiéis do amor de Cristo, um consolo que reforça a promessa divina de proteção aos mártires como João e Paulo. Em 1 Coríntios 4, 9-13, Paulo descreve os apóstolos como espetáculo ao mundo, enfrentando perseguições com paciência, o que complementa a ideia lucana de testemunho público sob pressão. Filipenses 1, 20-21 adiciona a visão de que a morte por Cristo é ganho, oferecendo uma perspectiva escatológica sobre o martírio não explicitada em Lucas.
Comparação com Documentos da Igreja
A mensagem de Lucas 12, 1-8, que condena a hipocrisia e exalta a confiança em Deus, é enriquecida pela Encíclica Quod Apostolici Muneris (1878) de Leão XIII, que adverte contra a falsidade dos socialistas que, como os fariseus, escondem intenções destrutivas sob discursos de igualdade, chamando os fiéis a uma fé autêntica. O Breviário Romano (edição pré-1911), na festa dos mártires João e Paulo, destaca a glória dos que confessam Cristo com sua vida, ecoando a promessa lucana de recompensa divina, mas enfatizando a vitória celestial dos mártires como modelo de santidade. A Constituição Dogmática Pastor Aeternus (1870) reforça a necessidade de proclamar a verdade sem temor, comparando a coragem dos mártires à firmeza da Igreja em defender a fé contra erros, um aspecto que complementa a exortação de Lucas contra a hipocrisia.
A mensagem de Lucas 12, 1-8, que condena a hipocrisia e exalta a confiança em Deus, é enriquecida pela Encíclica Quod Apostolici Muneris (1878) de Leão XIII, que adverte contra a falsidade dos socialistas que, como os fariseus, escondem intenções destrutivas sob discursos de igualdade, chamando os fiéis a uma fé autêntica. O Breviário Romano (edição pré-1911), na festa dos mártires João e Paulo, destaca a glória dos que confessam Cristo com sua vida, ecoando a promessa lucana de recompensa divina, mas enfatizando a vitória celestial dos mártires como modelo de santidade. A Constituição Dogmática Pastor Aeternus (1870) reforça a necessidade de proclamar a verdade sem temor, comparando a coragem dos mártires à firmeza da Igreja em defender a fé contra erros, um aspecto que complementa a exortação de Lucas contra a hipocrisia.