Missa do domingo depois da ascensão
Ss. Marcelino, Pedro e Erasmo, Mártires
No início do século IV, selaram sua fé com o sangue durante a perseguição de Diocleciano. Marcelino, presbítero, e Pedro, exorcista, foram decapitados por volta de 304 em Roma, na Selva Negra, que passou a ser chamada Selva Branca em sua honra. Erasmo, bispo de Formia, também sofreu martírio por volta de 303, enfrentando tormentos cruéis. Suas relíquias, trasladadas por devoção, repousam em locais como a Via Labicana e Gaeta, onde são veneradas. A basílica de São Marcelino e São Pedro, construída por Constantino e restaurada em 1751, perpetua sua memória, enquanto o culto a Erasmo, patrono dos marinheiros, se espalhou pela cristandade. Esses santos, em meio às chamas da perseguição, brilharam como lâmpadas ardentes de amor a Cristo, cuja luz não se extingue. Marcelino e Pedro viveram para a glória de Deus, guiando almas à verdade com zelo incansável. Mesmo na prisão, converteram o guarda Artêmio e sua família, mostrando que o Espírito de Deus opera milagres onde há fé ardente. Erasmo enfrentou tormentos indizíveis, mas sua alma, ancorada na esperança celestial, permaneceu inabalável. Como estrelas no firmamento da Igreja, eles ensinaram que a verdadeira vida é aquela que se entrega por amor ao Salvador, preferindo a morte à traição da fé. Um texto representativo, extraído do epitáfio composto por São Dâmaso para Marcelino e Pedro, reflete seu triunfo: “Marcelino e Pedro, vós, triunfantes, com as próprias mãos preparastes a sepultura onde agora descansais. Após breve repouso na Selva Branca, revelastes a Lucila o lugar do vosso descanso.”
Introito
(Sl 33, 18) Clamavérunt justi, et Dóminus exaudívit eos... Os justos clamaram, e o Senhor os ouviu; e de todas as suas tribulações os livrou. (Sl 33, 2) Bendirei o Senhor em todo tempo: o Seu louvor estará sempre em minha boca.
Leitura Apóstolo Paulo aos Romanos Rm 8, 18-23
Irmãos: Entendo que os sofrimentos do tempo presente não são dignos de comparação com a glória futura que há de se revelar em nós. Pois a criação espera ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação foi submetida à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou na esperança; pois também a própria criação será libertada da escravidão da corrupção, para a liberdade gloriosa dos filhos de Deus. Sabemos, de fato, que toda a criação geme e sofre dores de parto até agora. E não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a adoção como filhos, a redenção do nosso corpo: em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Evangelho segundo São Lucas Lc 21, 9-19
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: "Quando ouvirdes falar de guerras e sedições, não vos assusteis; é necessário que isso aconteça primeiro, mas ainda não será o fim." Então lhes dizia: "Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino. Haverá grandes terremotos em vários lugares, pestes e fomes, coisas espantosas e grandes sinais do céu. Mas, antes de tudo isso, lançarão as mãos sobre vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, arrastando-vos diante de reis e governadores por causa do meu nome. Isso vos acontecerá para que deis testemunho. Colocai, pois, em vossos corações, que não deveis premeditar como respondereis. Pois eu vos darei palavras e sabedoria, às quais todos os vossos adversários não poderão resistir nem contradizer. Sereis entregues até por pais, irmãos, parentes e amigos; e alguns de vós matarão. Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas não perecerá um só cabelo da vossa cabeça. Com a vossa perseverança salvareis as vossas almas."
Homilias e Explicações Teológicas
No início do século IV, selaram sua fé com o sangue durante a perseguição de Diocleciano. Marcelino, presbítero, e Pedro, exorcista, foram decapitados por volta de 304 em Roma, na Selva Negra, que passou a ser chamada Selva Branca em sua honra. Erasmo, bispo de Formia, também sofreu martírio por volta de 303, enfrentando tormentos cruéis. Suas relíquias, trasladadas por devoção, repousam em locais como a Via Labicana e Gaeta, onde são veneradas. A basílica de São Marcelino e São Pedro, construída por Constantino e restaurada em 1751, perpetua sua memória, enquanto o culto a Erasmo, patrono dos marinheiros, se espalhou pela cristandade. Esses santos, em meio às chamas da perseguição, brilharam como lâmpadas ardentes de amor a Cristo, cuja luz não se extingue. Marcelino e Pedro viveram para a glória de Deus, guiando almas à verdade com zelo incansável. Mesmo na prisão, converteram o guarda Artêmio e sua família, mostrando que o Espírito de Deus opera milagres onde há fé ardente. Erasmo enfrentou tormentos indizíveis, mas sua alma, ancorada na esperança celestial, permaneceu inabalável. Como estrelas no firmamento da Igreja, eles ensinaram que a verdadeira vida é aquela que se entrega por amor ao Salvador, preferindo a morte à traição da fé. Um texto representativo, extraído do epitáfio composto por São Dâmaso para Marcelino e Pedro, reflete seu triunfo: “Marcelino e Pedro, vós, triunfantes, com as próprias mãos preparastes a sepultura onde agora descansais. Após breve repouso na Selva Branca, revelastes a Lucila o lugar do vosso descanso.”
Introito
(Sl 33, 18) Clamavérunt justi, et Dóminus exaudívit eos... Os justos clamaram, e o Senhor os ouviu; e de todas as suas tribulações os livrou. (Sl 33, 2) Bendirei o Senhor em todo tempo: o Seu louvor estará sempre em minha boca.
Leitura Apóstolo Paulo aos Romanos Rm 8, 18-23
Irmãos: Entendo que os sofrimentos do tempo presente não são dignos de comparação com a glória futura que há de se revelar em nós. Pois a criação espera ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação foi submetida à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou na esperança; pois também a própria criação será libertada da escravidão da corrupção, para a liberdade gloriosa dos filhos de Deus. Sabemos, de fato, que toda a criação geme e sofre dores de parto até agora. E não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a adoção como filhos, a redenção do nosso corpo: em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Evangelho segundo São Lucas Lc 21, 9-19
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: "Quando ouvirdes falar de guerras e sedições, não vos assusteis; é necessário que isso aconteça primeiro, mas ainda não será o fim." Então lhes dizia: "Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino. Haverá grandes terremotos em vários lugares, pestes e fomes, coisas espantosas e grandes sinais do céu. Mas, antes de tudo isso, lançarão as mãos sobre vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, arrastando-vos diante de reis e governadores por causa do meu nome. Isso vos acontecerá para que deis testemunho. Colocai, pois, em vossos corações, que não deveis premeditar como respondereis. Pois eu vos darei palavras e sabedoria, às quais todos os vossos adversários não poderão resistir nem contradizer. Sereis entregues até por pais, irmãos, parentes e amigos; e alguns de vós matarão. Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas não perecerá um só cabelo da vossa cabeça. Com a vossa perseverança salvareis as vossas almas."
Homilias e Explicações Teológicas
A criação geme em dores de parto, aguardando a redenção, pois o sofrimento presente não se compara à glória futura, que se manifesta na vitória dos mártires como Marcelino, Pedro e Erasmo, cuja entrega total ao Cristo revela a esperança da ressurreição, mostrando que a dor temporal é um caminho para a eternidade (Santo Agostinho, Sermão 280). A perseverança dos mártires, enfrentando perseguições com coragem, ilustra a confiança na providência divina, que transforma a tribulação em testemunho da verdade eterna, unindo o fiel à cruz de Cristo (Santo Ambrósio, De Virginitate, 2.4). A paciência diante das provações, como ensina o Evangelho, é um reflexo da caridade perfeita, que suporta tudo por amor a Deus, sendo os mártires exemplos vivos dessa virtude que transcende o temor humano (Santo Tomás de Aquino, Summa Theologiae, II-II, q. 136, a. 3). A vitória dos santos mártires sobre a morte demonstra que a verdadeira vida está na comunhão com Deus, que renova todas as coisas, libertando a criação da corrupção e elevando-a à glória dos filhos de Deus (Santo Basílio, Homilia sobre os Salmos, 32.5).
Comparação com os Demais Evangelhos
Comparação com os Demais Evangelhos
O Evangelho de Lucas 21, 9-19 enfatiza a perseverança dos discípulos em meio a perseguições, guerras e catástrofes, com a promessa de que "nenhum cabelo de vossa cabeça perecerá". Mateus 24, 6-14 complementa ao destacar a necessidade de pregar o Evangelho a todas as nações antes do fim, algo não explicitado em Lucas, sublinhando a missão universal dos discípulos. Marcos 13, 9-13 adiciona que o Espírito Santo falará pelos perseguidos, detalhando a assistência divina durante os testemunhos, um aspecto menos desenvolvido em Lucas. João 16, 33, por sua vez, reforça a paz interior concedida por Cristo em meio às tribulações, oferecendo uma dimensão espiritual de confiança que complementa a exortação à paciência de Lucas.
Comparação com Textos de São Paulo
Comparação com Textos de São Paulo
Romanos 8, 18-23 apresenta a criação em expectativa pela redenção, sofrendo em dores de parto, um tema que ecoa em 2 Coríntios 4, 16-18, onde Paulo destaca que as aflições momentâneas preparam uma glória eterna, complementando a visão de Romanos com a ideia de renovação interior do fiel. Em Filipenses 1, 29-30, Paulo enfatiza o privilégio de sofrer por Cristo, uma perspectiva que enriquece a exortação à perseverança de Lucas 21, 9-19, conectando o sofrimento dos mártires como Marcelino, Pedro e Erasmo à participação na paixão de Cristo. Gálatas 6, 14 reforça a glória da cruz como único motivo de orgulho, oferecendo uma base teológica para a vitória dos mártires, que em Lucas é implícita na promessa de salvação pela paciência.
Comparação com Documentos da Igreja
Comparação com Documentos da Igreja
O Evangelho de Lucas 21, 9-19 e Romanos 8, 18-23 encontram ressonância na Encíclica Quod Iam Diu (1918), de Bento XV, que exorta os fiéis a enfrentarem as tribulações do mundo com esperança na vitória final de Cristo, complementando a promessa lucana de preservação divina com um chamado à oração pela paz. O Breviário Romano (edição pré-Vaticano II, Festa dos Mártires) celebra a coragem dos mártires como um reflexo da glória futura descrita por Paulo, enfatizando sua intercessão celestial, um aspecto não explicitado nos textos bíblicos. A Encíclica Rerum Novarum (1891), de Leão XIII, ao tratar da dignidade do sofrimento humano em união com Cristo, reforça a ideia de Romanos sobre a redenção da criação, aplicando-a à luta por justiça social, um tema ausente nas passagens bíblicas.