Scio, cui crédidi, et certus sum, quia potens est depósitum meum servare in illum diem, iustus judex... Eu sei em quem acreditei, e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito [a recompensa por meus a trabalhos], até aquele dia, Ele, o justo Juiz. Sl. Senhor, Vós me provais e me conheceis. E sabeis a minha morte e a minha ressurreição.
Epístola (Gal 1, 11-20)
Irmãos: Eu vos digo que o Evangelho que eu vos anunciei nada tem de humano, porque não o recebi de um homem, nem aprendi de outro modo, porém por uma revelação de Jesus Cristo. Aprendestes com efeito, qual foi minha conduta no judaísmo; como eu perseguia a Igreja de Deus e a arruinava. Eu ultrapassava no judaísmo muitos daqueles de minha idade e minha nação, tendo um zelo mais ardente pelas tradições de meus pais. Quando porém, aprouve Aquele que me escolheu no seio de minha mãe e me chamou por sua graça a revelar seu Filho em mim, para que eu fosse evangelizar as nações, imediatamente, sem tomar conselho nem de carne nem de sangue, sem ir, outrossim, a Jerusalém, àqueles que eram Apóstolos antes de mim, eu fui à Arábia e voltei ainda a Damasco. Em seguida, depois de três anos, vim a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias; mas não vi nenhum outro dos Apóstolos, a não ser Tiago, o irmão [primo] do Senhor. Nisto que vos escrevo, diante de Deus, não há mentira.
Evangelho (Mt 10, 16-22)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como serpentes, e simples como pombas. Preveni-vos contra os homens. Eles vos entregarão a seus tribunais e em suas sinagogas vos açoitarão; e sereis conduzidos ante os governadores e os reis, para lhes servir de testemunha e às nações. Quando vos entregarem, não vos inquieteis da maneira de vosso falar, nem do que haveis de dizer, porque vos será inspirado no momento oportuno o que tereis de falar. Não sois vós quem fala; é porém o Espirito de vosso Pai, quem fala em vós. O irmão entregará o seu irmão à morte e o pai, o filho; os filhos se insurgirão contra os pais e os farão morrer; sereis odiados por todos, por causa de meu Nome; o que perseverar, no entanto, até o fim, será salvo.
Homilias e Explicações Teológicas
A vocação de Paulo, manifestada por divina revelação, não se origina em méritos humanos, mas na graça soberana de Deus, que o escolheu para ser vaso de eleição, destacando que a verdadeira conversão nasce do encontro com a verdade divina, não de esforços terrenos (Santo Agostinho, Sermo 279). A missão apostólica, como a de Paulo, é marcada pela humildade de reconhecer a própria fraqueza, pois é na dependência de Deus que o apóstolo encontra força para suportar perseguições, como as descritas no Evangelho, onde a prudência e a simplicidade se unem para enfrentar as adversidades (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 17). A perseverança no testemunho, mesmo diante de tribulações, reflete a caridade perfeita, que não busca glória própria, mas a glória de Deus, unindo o apóstolo ao martírio espiritual de quem vive para Cristo (Santo Ambrósio, De Officiis, 1.36). A transformação de Paulo, de perseguidor a pregador, ilustra que a graça divina pode reorientar até os corações mais endurecidos, mostrando que a Igreja é edificada não por justiça humana, mas pela misericórdia que renova (Santo Atanásio, Contra Arianos, 3.25).
Comparação com os Demais Evangelhos
O Evangelho de Mateus (Mt 10, 16-22) enfatiza a prudência e simplicidade dos discípulos enviados como ovelhas entre lobos, um tema que encontra eco em Lucas 10, 3, mas este último amplia a instrução com a imagem do envio de setenta discípulos, destacando a urgência da missão e a confiança na providência divina para suprir suas necessidades. Marcos 13, 9-13 complementa Mateus ao sublinhar que o Espírito Santo falará pelos discípulos em meio a julgamentos, reforçando a assistência divina em momentos de perseguição, um aspecto menos detalhado em Mateus. João 15, 18-20, por sua vez, aprofunda a origem do ódio do mundo aos discípulos, ligando-o diretamente ao ódio a Cristo, o que confere uma dimensão teológica mais explícita à resistência exigida dos apóstolos, enquanto Mateus foca na perseverança prática diante das tribulações.
O Evangelho de Mateus (Mt 10, 16-22) enfatiza a prudência e simplicidade dos discípulos enviados como ovelhas entre lobos, um tema que encontra eco em Lucas 10, 3, mas este último amplia a instrução com a imagem do envio de setenta discípulos, destacando a urgência da missão e a confiança na providência divina para suprir suas necessidades. Marcos 13, 9-13 complementa Mateus ao sublinhar que o Espírito Santo falará pelos discípulos em meio a julgamentos, reforçando a assistência divina em momentos de perseguição, um aspecto menos detalhado em Mateus. João 15, 18-20, por sua vez, aprofunda a origem do ódio do mundo aos discípulos, ligando-o diretamente ao ódio a Cristo, o que confere uma dimensão teológica mais explícita à resistência exigida dos apóstolos, enquanto Mateus foca na perseverança prática diante das tribulações.
Comparação com Textos de São Paulo
A Epístola (Gál 1, 11-20) apresenta Paulo defendendo a origem divina de sua vocação, um tema que ressoa em 1 Coríntios 15, 8-10, onde ele se descreve como “nascido fora de tempo”, enfatizando a graça que o transformou de perseguidor em apóstolo, um aspecto menos narrativo em Gálatas. Em Filipenses 1, 12-14, Paulo complementa a ideia de perseverança do Evangelho (Mt 10, 16-22) ao mostrar que suas próprias prisões avançaram o Evangelho, destacando o impacto positivo das tribulações, não abordado diretamente em Mateus ou Gálatas. Em 2 Coríntios 11, 23-28, Paulo detalha suas aflições, como prisões e naufrágios, que ilustram vividamente o “ser odiado por causa do meu nome” de Mateus, oferecendo uma concretização pessoal das perseguições previstas no Evangelho.
A Epístola (Gál 1, 11-20) apresenta Paulo defendendo a origem divina de sua vocação, um tema que ressoa em 1 Coríntios 15, 8-10, onde ele se descreve como “nascido fora de tempo”, enfatizando a graça que o transformou de perseguidor em apóstolo, um aspecto menos narrativo em Gálatas. Em Filipenses 1, 12-14, Paulo complementa a ideia de perseverança do Evangelho (Mt 10, 16-22) ao mostrar que suas próprias prisões avançaram o Evangelho, destacando o impacto positivo das tribulações, não abordado diretamente em Mateus ou Gálatas. Em 2 Coríntios 11, 23-28, Paulo detalha suas aflições, como prisões e naufrágios, que ilustram vividamente o “ser odiado por causa do meu nome” de Mateus, oferecendo uma concretização pessoal das perseguições previstas no Evangelho.
Comparação com Documentos da Igreja
O Evangelho (Mt 10, 16-22) e a Epístola (Gál 1, 11-20), com ênfase na missão e na vocação divina de Paulo, encontram ressonância na encíclica Rerum Novarum (1891) de Leão XIII, que, ao abordar a missão da Igreja, destaca a necessidade de prudência e coragem dos apóstolos modernos para enfrentar as hostilidades do mundo, um paralelo à prudência e simplicidade exigidas em Mateus. O Decreto de Graciano (séc. XII) complementa a ideia de Gálatas sobre a autoridade divina do apostolado, afirmando que a verdadeira missão eclesiástica deriva da graça divina, não de instituições humanas, reforçando a vocação sobrenatural de Paulo. A Constituição Dogmática Pastor Aeternus (1870) do Concílio Vaticano I, ao tratar da autoridade apostólica, ecoa a perseverança mencionada em Mateus, sublinhando que a Igreja, como os apóstolos, é sustentada pela promessa divina de assistência contra as forças do mal, um aspecto implícito, mas não explicitado, nos textos litúrgicos do-dia.
O Evangelho (Mt 10, 16-22) e a Epístola (Gál 1, 11-20), com ênfase na missão e na vocação divina de Paulo, encontram ressonância na encíclica Rerum Novarum (1891) de Leão XIII, que, ao abordar a missão da Igreja, destaca a necessidade de prudência e coragem dos apóstolos modernos para enfrentar as hostilidades do mundo, um paralelo à prudência e simplicidade exigidas em Mateus. O Decreto de Graciano (séc. XII) complementa a ideia de Gálatas sobre a autoridade divina do apostolado, afirmando que a verdadeira missão eclesiástica deriva da graça divina, não de instituições humanas, reforçando a vocação sobrenatural de Paulo. A Constituição Dogmática Pastor Aeternus (1870) do Concílio Vaticano I, ao tratar da autoridade apostólica, ecoa a perseverança mencionada em Mateus, sublinhando que a Igreja, como os apóstolos, é sustentada pela promessa divina de assistência contra as forças do mal, um aspecto implícito, mas não explicitado, nos textos litúrgicos do-dia.