Introito (Sl 104, 43 | ib., 1)
Edúxit Dóminus pópulum suum in exsultatióne, allelúia... O Senhor libertou o seu povo com regozijo, aleluia; e os seus eleitos na alegria, aleluia, aleluia. Sl. Louvai ao Senhor e invocai o seu Nome; anunciai entre as nações as suas obras.
Epístola (I Pe 2, 1-10)
Leitura da Epístola de São Pedro Apóstolo.Caríssimos: Despi-vos de toda malícia e qualquer dolo, dissimulação, inveja e qualquer maledicência. Como meninos recém-nascidos, desejai ardentemente o leite espiritual [a Doutrina e a Eucaristia] que é puro, para que, por ele, façais progressos para a salvação. Porque já provastes, quanto o Senhor é amável. Aproximai-vos d’Ele, Pedra viva desprezada pelos homens, mas preferida e glorificada por Deus. Vós mesmos, como pedras vivas, deixai-vos erguer em edifício espiritual, em sacerdócio santo para ofertar hóstias espirituais,, agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isto está contido na Escritura: Eis que coloco em Sião a pedra principal, angular, escolhida, valiosa. Aquele que nela tiver fé não será confundido. Assim pois, a vós que acreditais, seja dada a glória; mas aos incrédulos, a pedra rejeitada pelos que construíam tornou-se a pedra angular e um tropeço [uma pedra de escândalo] para aqueles que se chocam contra a palavra e não creem no fim para que foram destinados. Vós, porém, sois uma estirpe escolhida, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo resgatado, a fim de que anuncieis as ações poderosas d’Aquele que vos tirou das trevas para sua luz maravilhosa. Vós, que outrora não éreis povo [longe de Deus], porém, já agora, sois o povo de Deus; vós, que não haveis recebido misericórdia, mas agora obtivestes misericórdia.
Evangelho (Jo 20, 1-9)
Naquele tempo, no primeiro dia da semana, Maria Madalena dirigiu-se de manhã cedo, ainda com as trevas, ao sepulcro; e viu a lápide levantada do túmulo. Correu, pois, e foi a Simão Pedro e ao outro discípulo que Jesus amava, dizendo-lhes : Levaram o Senhor do sepulcro e ignoramos onde O puseram. Pedro e o outro discípulo partiram então e foram ao lugar da sepultura. Corriam os dois juntos, mas aquele discípulo [João] correu mais depressa que Pedro e alcançou primeiro o sepulcro. E tendo-se inclinado viu que os lençóis estavam no chão; no entanto, não entrou. Veio então Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, vendo os lençóis colocados no chão e o sudário que haviam posto na cabeça do Mestre, não colocado entre os lençóis, porém dobrado à parte em outro lugar. Então entrou também o discípulo que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e acreditou. Porque eles não sabiam ainda que, segundo as Escrituras, era necessário que Jesus ressuscitasse dentre os mortos.
Edúxit Dóminus pópulum suum in exsultatióne, allelúia... O Senhor libertou o seu povo com regozijo, aleluia; e os seus eleitos na alegria, aleluia, aleluia. Sl. Louvai ao Senhor e invocai o seu Nome; anunciai entre as nações as suas obras.
Epístola (I Pe 2, 1-10)
Leitura da Epístola de São Pedro Apóstolo.Caríssimos: Despi-vos de toda malícia e qualquer dolo, dissimulação, inveja e qualquer maledicência. Como meninos recém-nascidos, desejai ardentemente o leite espiritual [a Doutrina e a Eucaristia] que é puro, para que, por ele, façais progressos para a salvação. Porque já provastes, quanto o Senhor é amável. Aproximai-vos d’Ele, Pedra viva desprezada pelos homens, mas preferida e glorificada por Deus. Vós mesmos, como pedras vivas, deixai-vos erguer em edifício espiritual, em sacerdócio santo para ofertar hóstias espirituais,, agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isto está contido na Escritura: Eis que coloco em Sião a pedra principal, angular, escolhida, valiosa. Aquele que nela tiver fé não será confundido. Assim pois, a vós que acreditais, seja dada a glória; mas aos incrédulos, a pedra rejeitada pelos que construíam tornou-se a pedra angular e um tropeço [uma pedra de escândalo] para aqueles que se chocam contra a palavra e não creem no fim para que foram destinados. Vós, porém, sois uma estirpe escolhida, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo resgatado, a fim de que anuncieis as ações poderosas d’Aquele que vos tirou das trevas para sua luz maravilhosa. Vós, que outrora não éreis povo [longe de Deus], porém, já agora, sois o povo de Deus; vós, que não haveis recebido misericórdia, mas agora obtivestes misericórdia.
Evangelho (Jo 20, 1-9)
Naquele tempo, no primeiro dia da semana, Maria Madalena dirigiu-se de manhã cedo, ainda com as trevas, ao sepulcro; e viu a lápide levantada do túmulo. Correu, pois, e foi a Simão Pedro e ao outro discípulo que Jesus amava, dizendo-lhes : Levaram o Senhor do sepulcro e ignoramos onde O puseram. Pedro e o outro discípulo partiram então e foram ao lugar da sepultura. Corriam os dois juntos, mas aquele discípulo [João] correu mais depressa que Pedro e alcançou primeiro o sepulcro. E tendo-se inclinado viu que os lençóis estavam no chão; no entanto, não entrou. Veio então Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, vendo os lençóis colocados no chão e o sudário que haviam posto na cabeça do Mestre, não colocado entre os lençóis, porém dobrado à parte em outro lugar. Então entrou também o discípulo que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e acreditou. Porque eles não sabiam ainda que, segundo as Escrituras, era necessário que Jesus ressuscitasse dentre os mortos.
Homilias e Explicações Teológicas
A ressurreição de Cristo, como narrada em João, revela a vitória da luz sobre as trevas, um mistério que São Gregório de Nazianzo interpreta como a restauração da humanidade à sua vocação divina, pois, ao ressurgir, Cristo não apenas triunfa sobre a morte, mas eleva a natureza humana à comunhão com a glória divina, unindo-nos como pedras vivas no templo espiritual descrito por Pedro (Oratio 45, In Sanctum Pascha, 23). Para Santo Agostinho, a pressa de Maria Madalena ao sepulcro reflete a alma que busca ardentemente a verdade, mas só a encontra quando o Ressuscitado a chama pelo nome, indicando que a fé nasce do chamado pessoal de Deus, que transforma o coração em altar do sacerdócio real mencionado em 1 Pedro (Sermo 229, In Vigilia Paschae). São Tomás de Aquino conecta a pedra removida do sepulcro à abertura das Escrituras, que, como as pedras vivas de Pedro, formam a Igreja ao revelar o Cristo vivo, cuja ressurreição é o fundamento da esperança cristã (Super Ioannem, cap. 20, lect. 1). São Leão Magno enfatiza que a visão do túmulo vazio por Pedro e João simboliza a passagem da fé incipiente à certeza, um processo que edifica a Igreja como nação santa, livre das sombras da antiga lei (Sermo 71, De Resurrectione Domini). São Bernardo de Claraval vê na corrida dos discípulos ao sepulcro uma imagem da alma que, inflamada pelo amor, busca a Cristo e, ao encontrá-lo vivo, torna-se parte do povo eleito, proclamando sua glória com obras de luz (Sermo in Resurrectione Domini, 1). Santo Ambrósio interpreta as vestes deixadas de lado no sepulcro como um sinal da ressurreição, pois, ao abandonar os panos mortuários, Cristo demonstra que sua humanidade, agora glorificada, não está mais sujeita à corrupção, convidando os fiéis a se despojar do velho homem para viver como pedras vivas no templo espiritual (Expositio Evangelii secundum Lucam, 10, 10).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O relato de João 20,1-9 sobre a ressurreição difere dos outros evangelhos por sua ênfase no túmulo vazio e na fé incipiente dos discípulos, mas é complementado por detalhes únicos nos sinóticos. Em Mateus 28,1-10, a narrativa inclui um terremoto e a aparição de um anjo que rola a pedra, explicitando a intervenção divina, ausente em João, e a ordem do anjo às mulheres para anunciar a ressurreição aos discípulos. Marcos 16,1-8 adiciona a presença de um jovem vestido de branco no sepulcro, que instrui as mulheres a informar os discípulos, especialmente Pedro, sobre a ida de Jesus para a Galileia, um detalhe geográfico não mencionado em João. Lucas 24,1-12 complementa com a presença de dois homens em vestes brilhantes e a lembrança das palavras de Jesus sobre sua ressurreição, o que reforça a conexão com as profecias, enquanto João foca na descoberta espontânea de Maria Madalena e na reação dos discípulos. Esses elementos dos sinóticos enriquecem o relato joanino ao destacar a ação angelical e a ligação com as predições de Jesus, aspectos que João omite para enfatizar a experiência pessoal da fé.
O relato de João 20,1-9 sobre a ressurreição difere dos outros evangelhos por sua ênfase no túmulo vazio e na fé incipiente dos discípulos, mas é complementado por detalhes únicos nos sinóticos. Em Mateus 28,1-10, a narrativa inclui um terremoto e a aparição de um anjo que rola a pedra, explicitando a intervenção divina, ausente em João, e a ordem do anjo às mulheres para anunciar a ressurreição aos discípulos. Marcos 16,1-8 adiciona a presença de um jovem vestido de branco no sepulcro, que instrui as mulheres a informar os discípulos, especialmente Pedro, sobre a ida de Jesus para a Galileia, um detalhe geográfico não mencionado em João. Lucas 24,1-12 complementa com a presença de dois homens em vestes brilhantes e a lembrança das palavras de Jesus sobre sua ressurreição, o que reforça a conexão com as profecias, enquanto João foca na descoberta espontânea de Maria Madalena e na reação dos discípulos. Esses elementos dos sinóticos enriquecem o relato joanino ao destacar a ação angelical e a ligação com as predições de Jesus, aspectos que João omite para enfatizar a experiência pessoal da fé.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de João 20,1-9, centrado no túmulo vazio e na fé inicial dos discípulos, encontra complementos significativos nas epístolas paulinas, que aprofundam o significado teológico da ressurreição. Em 1 Coríntios 15,3-8, Paulo enumera as aparições do Ressuscitado a diversos discípulos, incluindo ele próprio, fornecendo um testemunho coletivo que contrasta com a narrativa intimista de João, focada em Maria Madalena, Pedro e João. Romanos 6,4-5 apresenta a ressurreição como a base para a nova vida do cristão, que, pelo batismo, participa da morte e ressurreição de Cristo, um aspecto soteriológico não explicitado em João 20. Em Filipenses 3,10-11, Paulo expressa o desejo de conhecer o poder da ressurreição, ligando-a à participação nos sofrimentos de Cristo, uma dimensão espiritual que complementa a descoberta inicial do túmulo vazio. Finalmente, Colossenses 3,1-4 exorta os cristãos a viverem como ressuscitados com Cristo, orientando a vida para as realidades celestes, um chamado ético que amplia a narrativa joanina ao conectar a ressurreição à transformação moral do crente.
O evangelho de João 20,1-9, centrado no túmulo vazio e na fé inicial dos discípulos, encontra complementos significativos nas epístolas paulinas, que aprofundam o significado teológico da ressurreição. Em 1 Coríntios 15,3-8, Paulo enumera as aparições do Ressuscitado a diversos discípulos, incluindo ele próprio, fornecendo um testemunho coletivo que contrasta com a narrativa intimista de João, focada em Maria Madalena, Pedro e João. Romanos 6,4-5 apresenta a ressurreição como a base para a nova vida do cristão, que, pelo batismo, participa da morte e ressurreição de Cristo, um aspecto soteriológico não explicitado em João 20. Em Filipenses 3,10-11, Paulo expressa o desejo de conhecer o poder da ressurreição, ligando-a à participação nos sofrimentos de Cristo, uma dimensão espiritual que complementa a descoberta inicial do túmulo vazio. Finalmente, Colossenses 3,1-4 exorta os cristãos a viverem como ressuscitados com Cristo, orientando a vida para as realidades celestes, um chamado ético que amplia a narrativa joanina ao conectar a ressurreição à transformação moral do crente.