Comemoração de S. Félix, Papa e Mártir - Missa Communi Summi Pontificis
Santa Joana d’Arc, celebrada no dia 30 de maio, recordando o dia de seu martírio em 1431. Nascida por volta de 1412 em Domrémy, na França, Joana viveu uma vida breve, mas intensa, sendo canonizada em 16 de maio de 1920 pelo Papa Bento XV. Sua festa litúrgica exalta sua coragem e fidelidade à missão divina, que a levou a guiar exércitos e a sofrer a morte na fogueira aos 19 anos, após um julgamento injusto. A alma de Joana d’Arc foi forjada na simplicidade da vida camponesa, mas inflamada por uma fé ardente e uma confiança inabalável na Providência. Desde jovem, guiada por visões e vozes celestiais, que ela atribuía a São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, dedicou-se inteiramente à vontade de Deus, abraçando sua missão de salvar a França com humildade e ousadia. Sua espiritualidade, marcada pela oração constante e pela obediência às inspirações divinas, revela uma alma que, embora iletrada, era profundamente unida a Deus, vivendo para a glória do Reino Celeste acima de qualquer honra terrena. Mesmo diante da traição e da morte, sua confiança no Salvador permaneceu inquebrantável, sendo um exemplo de virtude heroica e abandono à graça.
Embora Santa Joana d’Arc não tenha deixado obras
escritas, seus testemunhos durante o processo de Rouen (1431), registrados nos
atos do julgamento, são um reflexo de sua fé e determinação. Um texto
representativo de sua voz é sua resposta aos juízes que a questionavam sobre
sua missão: “Eu fui enviada por Deus, e a Ele me entrego; não temo, pois sei
que meu Salvador me conduzirá.” Essas palavras, extraídas dos registros
históricos do julgamento, ecoam a força de uma alma que, mesmo sob pressão,
proclamava sua confiança na divina providência, desafiando a injustiça com a
serenidade dos justos.
Introito
Êxodo 15, 1-2 Cantémus Dómino... Cantemos ao Senhor, pois gloriosamente Se exaltou. O Senhor é minha força e meu louvor, e tornou-se minha salvação. Salmo 97, 1 Cantai ao Senhor um cântico novo, porque Ele fez maravilhas.
Leitura do Livro Sabedoria 8, 9-15
Resolvi tomar a sabedoria comigo para viver em comum, sabendo que ela partilhará comigo os bens, e será conversa em meus pensamentos e tédios. Por causa dela, terei glória entre as multidões e honra diante dos anciãos, ainda jovem; e serei achado perspicaz no julgamento e admirável à vista dos poderosos, e os rostos dos príncipes se admirarão de mim: esperarão que eu cale, e ao falar me observarão, e ao discursar longamente, porão a mão sobre a boca. Além disso, terei por ela a imortalidade e deixarei uma memória eterna para os que vierem depois de mim. Governarei os povos, e as nações me serão submissas. Reis terríveis, ao me ouvirem, terão medo; aparecerei bom no meio das multidões, e forte na guerra.
Evangelho segundo Mateus 16, 24-27
Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me. Pois quem quiser salvar sua vida, a perderá; mas quem perder sua vida por causa de Mim, a encontrará. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma? Ou que poderá o homem dar em troca da sua alma? Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com os seus Anjos, e então retribuirá a cada um segundo as suas obras.
Homilias e Explicações Teológicas
A sabedoria divina, que transcende a compreensão humana, guia o coração para buscar a verdadeira justiça, não aquela que perece com os bens terrenos, mas a que conduz à vida eterna, pois o homem, ao renunciar a si mesmo, encontra a Deus como seu fim último; assim, a cruz, longe de ser um peso, é o caminho para a conformidade com a vontade divina, como exemplificado pela vida de Santa Joana d’Arc, que, inflamada pelo amor a Deus, enfrentou o martírio com coragem sobrenatural (Santo Agostinho, Sermões sobre o Evangelho de Mateus, 16). A renúncia exigida por Cristo não é uma perda, mas uma transformação da alma, que, ao se desapegar das vaidades do mundo, descobre a verdadeira riqueza na comunhão com o Criador, pois a sabedoria do mundo é loucura perante Deus, e só na humildade se encontra a verdadeira glória (Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de Mateus, cap. 16). A recompensa prometida àqueles que seguem a Cristo não é um tesouro corruptível, mas a visão beatífica, onde a alma, purificada pelo sacrifício, contempla a Deus em sua essência, como a virgem Joana, que, por sua fidelidade, tornou-se um reflexo da graça divina (São Tomás de Aquino, Suma Teológica, I-II, q. 3, a. 8). A cruz, portanto, é o sinal da vitória espiritual, pois, ao carregar os sofrimentos por amor a Deus, o homem participa da redenção de Cristo, unindo-se à sua paixão e glória (São Bernardo de Claraval, Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, 61).
Comparação com os Demais Evangelhos
O chamado de Cristo em Mateus 16, 24-27, para que o discípulo renuncie a si mesmo e tome sua cruz, encontra eco em Marcos 8, 34-37, que enfatiza a universalidade do convite, dirigido não apenas aos discípulos, mas à multidão, destacando que a renúncia é um chamado a todos os que desejam seguir a Cristo, independentemente de sua vocação. Lucas 9, 23-25 complementa ao especificar que tomar a cruz é uma ação diária, sugerindo uma constância no sacrifício que Mateus não explicita, reforçando a ideia de uma entrega contínua e não apenas momentânea. João 12, 24-26 adiciona a imagem do grão de trigo que deve morrer para dar fruto, conectando a renúncia pessoal à fecundidade espiritual, um aspecto ausente em Mateus, onde o foco está na recompensa futura e na perda da alma por apego ao mundo.
Comparação com Textos de São Paulo
A exortação de Mateus 16, 24-27 para renunciar a si mesmo ressoa em 1 Coríntios 1, 18-25, onde São Paulo exalta a loucura da cruz como sabedoria divina, contrastando com a sabedoria humana mencionada no Livro da Sabedoria 8, 9-15, e destacando que a cruz é o poder de Deus para os que são salvos, um aspecto que aprofunda a necessidade de humildade perante o sacrifício. Em Gálatas 2, 20, Paulo afirma que “já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim”, complementando Mateus ao mostrar que a renúncia ao eu é uma união mística com Cristo, indo além do chamado à ação prática. Filipenses 3, 7-11 reforça a ideia de que tudo é perda diante do ganho de conhecer a Cristo, ecoando a advertência de Mateus sobre perder a alma por bens terrenos, mas enfatizando a participação na ressurreição como meta final do sofrimento.
Comparação com Documentos da Igreja
O convite à renúncia em Mateus 16, 24-27 encontra ressonância na Imitação de Cristo (livro pré-Vaticano II atribuído a Tomás de Kempis), que exorta o fiel a desprezar as consolações humanas e abraçar a cruz como meio de purificação interior, um tema que complementa a ideia de Mateus ao destacar a necessidade de mortificação contínua para alcançar a santidade. O Missal Romano de 1920, na commemoratio de Santa Joana d’Arc, sublinha sua vida como exemplo de obediência à vontade divina, mesmo sob perseguição, enriquecendo o texto de Mateus ao ilustrar a cruz como um chamado concreto à fidelidade em meio às provações. A encíclica Rerum Novarum (1891) de Leão XIII, ao tratar da dignidade do trabalho e da justiça social, conecta-se ao Livro da Sabedoria ao enfatizar que a verdadeira sabedoria reside em ordenar a vida segundo os princípios divinos, um aspecto que amplia a visão de Mateus sobre a recompensa eterna para aqueles que vivem justamente.
Introito
Êxodo 15, 1-2 Cantémus Dómino... Cantemos ao Senhor, pois gloriosamente Se exaltou. O Senhor é minha força e meu louvor, e tornou-se minha salvação. Salmo 97, 1 Cantai ao Senhor um cântico novo, porque Ele fez maravilhas.
Leitura do Livro Sabedoria 8, 9-15
Resolvi tomar a sabedoria comigo para viver em comum, sabendo que ela partilhará comigo os bens, e será conversa em meus pensamentos e tédios. Por causa dela, terei glória entre as multidões e honra diante dos anciãos, ainda jovem; e serei achado perspicaz no julgamento e admirável à vista dos poderosos, e os rostos dos príncipes se admirarão de mim: esperarão que eu cale, e ao falar me observarão, e ao discursar longamente, porão a mão sobre a boca. Além disso, terei por ela a imortalidade e deixarei uma memória eterna para os que vierem depois de mim. Governarei os povos, e as nações me serão submissas. Reis terríveis, ao me ouvirem, terão medo; aparecerei bom no meio das multidões, e forte na guerra.
Evangelho segundo Mateus 16, 24-27
Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me. Pois quem quiser salvar sua vida, a perderá; mas quem perder sua vida por causa de Mim, a encontrará. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma? Ou que poderá o homem dar em troca da sua alma? Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com os seus Anjos, e então retribuirá a cada um segundo as suas obras.
Homilias e Explicações Teológicas
A sabedoria divina, que transcende a compreensão humana, guia o coração para buscar a verdadeira justiça, não aquela que perece com os bens terrenos, mas a que conduz à vida eterna, pois o homem, ao renunciar a si mesmo, encontra a Deus como seu fim último; assim, a cruz, longe de ser um peso, é o caminho para a conformidade com a vontade divina, como exemplificado pela vida de Santa Joana d’Arc, que, inflamada pelo amor a Deus, enfrentou o martírio com coragem sobrenatural (Santo Agostinho, Sermões sobre o Evangelho de Mateus, 16). A renúncia exigida por Cristo não é uma perda, mas uma transformação da alma, que, ao se desapegar das vaidades do mundo, descobre a verdadeira riqueza na comunhão com o Criador, pois a sabedoria do mundo é loucura perante Deus, e só na humildade se encontra a verdadeira glória (Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de Mateus, cap. 16). A recompensa prometida àqueles que seguem a Cristo não é um tesouro corruptível, mas a visão beatífica, onde a alma, purificada pelo sacrifício, contempla a Deus em sua essência, como a virgem Joana, que, por sua fidelidade, tornou-se um reflexo da graça divina (São Tomás de Aquino, Suma Teológica, I-II, q. 3, a. 8). A cruz, portanto, é o sinal da vitória espiritual, pois, ao carregar os sofrimentos por amor a Deus, o homem participa da redenção de Cristo, unindo-se à sua paixão e glória (São Bernardo de Claraval, Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, 61).
Comparação com os Demais Evangelhos
O chamado de Cristo em Mateus 16, 24-27, para que o discípulo renuncie a si mesmo e tome sua cruz, encontra eco em Marcos 8, 34-37, que enfatiza a universalidade do convite, dirigido não apenas aos discípulos, mas à multidão, destacando que a renúncia é um chamado a todos os que desejam seguir a Cristo, independentemente de sua vocação. Lucas 9, 23-25 complementa ao especificar que tomar a cruz é uma ação diária, sugerindo uma constância no sacrifício que Mateus não explicita, reforçando a ideia de uma entrega contínua e não apenas momentânea. João 12, 24-26 adiciona a imagem do grão de trigo que deve morrer para dar fruto, conectando a renúncia pessoal à fecundidade espiritual, um aspecto ausente em Mateus, onde o foco está na recompensa futura e na perda da alma por apego ao mundo.
Comparação com Textos de São Paulo
A exortação de Mateus 16, 24-27 para renunciar a si mesmo ressoa em 1 Coríntios 1, 18-25, onde São Paulo exalta a loucura da cruz como sabedoria divina, contrastando com a sabedoria humana mencionada no Livro da Sabedoria 8, 9-15, e destacando que a cruz é o poder de Deus para os que são salvos, um aspecto que aprofunda a necessidade de humildade perante o sacrifício. Em Gálatas 2, 20, Paulo afirma que “já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim”, complementando Mateus ao mostrar que a renúncia ao eu é uma união mística com Cristo, indo além do chamado à ação prática. Filipenses 3, 7-11 reforça a ideia de que tudo é perda diante do ganho de conhecer a Cristo, ecoando a advertência de Mateus sobre perder a alma por bens terrenos, mas enfatizando a participação na ressurreição como meta final do sofrimento.
Comparação com Documentos da Igreja
O convite à renúncia em Mateus 16, 24-27 encontra ressonância na Imitação de Cristo (livro pré-Vaticano II atribuído a Tomás de Kempis), que exorta o fiel a desprezar as consolações humanas e abraçar a cruz como meio de purificação interior, um tema que complementa a ideia de Mateus ao destacar a necessidade de mortificação contínua para alcançar a santidade. O Missal Romano de 1920, na commemoratio de Santa Joana d’Arc, sublinha sua vida como exemplo de obediência à vontade divina, mesmo sob perseguição, enriquecendo o texto de Mateus ao ilustrar a cruz como um chamado concreto à fidelidade em meio às provações. A encíclica Rerum Novarum (1891) de Leão XIII, ao tratar da dignidade do trabalho e da justiça social, conecta-se ao Livro da Sabedoria ao enfatizar que a verdadeira sabedoria reside em ordenar a vida segundo os princípios divinos, um aspecto que amplia a visão de Mateus sobre a recompensa eterna para aqueles que vivem justamente.