Repleátur os meum laude tua, allelúia... Transborde de minha boca o vosso louvor, aleluia; assim poderei cantar, aleluia. Alegrem-se os meus lábios, ao cantar os vossos louvores, aleluia, aleluia. Ps. Em Vós, Senhor, espero: não serei confundido para sempre. Em vossa justiça, lívraí-me e salvaíme.
Epístola (Joel 2, 23-24 e 26-27)
Assim fala Deus, o Senhor: Exultai, filhos de Sião, e alegrai-vos no Senhor, vosso Deus, porque vos dará o Mestre da justiça [o Espírito Santo] e fará descer sobre vós, como outrora, chuvas da manhã e da tarde. As vossas eiras encher-se-ão de trigo e os vossos lagares transbordarão de vinho e de azeite. Vós comereis com fartura e vos saciareis destes bens e louvareis o Nome do Senhor, vosso Deus, que fez em vosso favor tantas maravilhas. Meu povo não será confundido para sempre. Vós sabereis que eu estou no meio de Israel. Eu sou o Senhor, vosso Deus, e não há outro senão eu; e o meu povo não será confundido para sempre. Assim diz o Senhor, o Onipotente.
Evangelho (Lc 5, 17-26)
Naquele tempo, aconteceu estar Jesus sentado certo dia a ensinar. E estavam igualmente sentados ali, fariseus e doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. O poder do Senhor mostrava-se nas curas dos enfermos. E eis que alguns homens, levando sobre um leito um homem paralítico, procuravam introduzi-lo dentro da casa e pô-lo diante d’Ele. E não encontrando por onde o introduzir por causa da multidão, subiram ao telhado, levantaram as telhas, e o desceram com o seu leito, no meio de todos, diante de Jesus. Vendo a fé destes homens, disse: Homem, os teus pecados te são perdoados. Então começaram os escribas e os fariseus a apensa r e a dizer: Quem é Este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? Mas Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, respondeu-lhes: Que pensais em vossos corações? Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e caminha? Pois para que saibais que o Filho do homem tem poder de perdoar pecados na terra (disse ao paralítico): Eu te digo, levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. E ele levantou-se logo, em presença deles, tomou o leito em que jazia, e foi para a sua casa, glorificando a Deus. E ficaram todos admirados e glorificavam a Deus. E cheios vimos coisas maravilhosas.
Homilias e Explicações Teológicas
A solenidade de Pentecostes, iluminada pelos textos litúrgicos, revela a ação divina que restaura e vivifica a criação. A alma, abrasada pelo Espírito Santo, encontra sua voz para louvar incessantemente, pois o dom celestial não apenas purifica, mas eleva a mente humana à contemplação das verdades eternas, transformando o coração em um altar de adoração (Santo Agostinho, Sermão 267, 4). O Espírito, descendo como fogo, não consome, mas ilumina, unindo os povos dispersos pela soberba de Babel em uma só Igreja, cuja unidade é selada pela caridade divina (São Gregório Magno, Homilia 30 sobre os Evangelhos). A cura do paralítico, narrada no Evangelho, simboliza a humanidade prostrada pelo pecado, que, pelo poder do Verbo encarnado, é erguida para caminhar em novidade de vida, mostrando que a graça divina opera tanto no corpo quanto na alma (Santo Ambrósio, Comentário sobre Lucas, 5, 17-26). A promessa de Joel, cumprida em Pentecostes, aponta para a abundância espiritual que sacia a fome da alma, pois o Senhor, habitando no meio de seu povo, faz dele um testemunho vivo de sua presença salvífica (São Cirilo de Alexandria, Comentário sobre Joel, 2, 23-27). O introito, ao clamar por proteção e exultação, reflete a confiança do justo que, sustentado pelo Espírito, enfrenta as provações com esperança, pois a fidelidade divina é sua fortaleza (Santo Hilário de Poitiers, Comentário sobre os Salmos, 70, 8-23). Assim, Pentecostes não é apenas um evento passado, mas a contínua efusão do Espírito que renova a Igreja, capacitando-a a proclamar a glória de Deus até os confins da terra (São Leão Magno, Sermão 75 sobre Pentecostes).
Comparação com os Demais Evangelhos
O Evangelho de Lucas (5, 17-26), ao narrar a cura do paralítico descido pelo telhado, enfatiza a fé coletiva dos que o carregaram e a autoridade de Jesus para perdoar pecados, aspectos menos explícitos nos paralelos. Mateus (9, 1-8) destaca a controvérsia com os escribas, sublinhando a divindade de Jesus ao perdoar pecados, mas omite o detalhe do telhado, que em Lucas simboliza a superação de barreiras pela fé. Marcos (2, 1-12) adiciona a multidão que bloqueia o acesso à casa, reforçando a determinação dos amigos do paralítico, e detalha a reação de espanto da multidão, que glorifica Deus, um elemento mais resumido em Lucas. João não apresenta um paralelo direto, mas a cura do paralítico em Bethesda (Jo 5, 1-9) complementa ao mostrar Jesus agindo por iniciativa própria, sem menção ao perdão de pecados, destacando sua soberania divina. Assim, Lucas tece a interação entre fé comunitária, autoridade divina e a manifestação visível do poder de Cristo.
O Evangelho de Lucas (5, 17-26), ao narrar a cura do paralítico descido pelo telhado, enfatiza a fé coletiva dos que o carregaram e a autoridade de Jesus para perdoar pecados, aspectos menos explícitos nos paralelos. Mateus (9, 1-8) destaca a controvérsia com os escribas, sublinhando a divindade de Jesus ao perdoar pecados, mas omite o detalhe do telhado, que em Lucas simboliza a superação de barreiras pela fé. Marcos (2, 1-12) adiciona a multidão que bloqueia o acesso à casa, reforçando a determinação dos amigos do paralítico, e detalha a reação de espanto da multidão, que glorifica Deus, um elemento mais resumido em Lucas. João não apresenta um paralelo direto, mas a cura do paralítico em Bethesda (Jo 5, 1-9) complementa ao mostrar Jesus agindo por iniciativa própria, sem menção ao perdão de pecados, destacando sua soberania divina. Assim, Lucas tece a interação entre fé comunitária, autoridade divina e a manifestação visível do poder de Cristo.
Comparação com Textos de São Paulo
Em Romanos 8, 11, Paulo ensina que o Espírito que ressuscitou Cristo habita nos fiéis, vivificando seus corpos mortais, um complemento à cura física e espiritual do paralítico em Lucas, que prefigura essa regeneração. Em 1 Coríntios 12, 4-11, a diversidade de dons espirituais concedidos pelo mesmo Espírito ressoa com a efusão de Pentecostes, mas Paulo detalha a unidade do corpo de Cristo, não explicitada em Joel, onde a promessa é mais coletiva. Gálatas 5, 22-23 lista os frutos do Espírito, como amor e alegria, que amplificam o louvor exultante do introito (Sl 70), mostrando como a presença divina transforma o interior do homem. Efésios 2, 17-22, ao descrever Cristo como a paz que une judeus e gentios em um só templo, reforça a promessa de Joel sobre Deus habitando no meio de seu povo, mas enfatiza a Igreja como edificação espiritual, um aspecto menos desenvolvido nos textos litúrgicos. Assim, Paulo ilumina a dimensão eclesial e interior da obra do Espírito celebrada em Pentecostes.
Em Romanos 8, 11, Paulo ensina que o Espírito que ressuscitou Cristo habita nos fiéis, vivificando seus corpos mortais, um complemento à cura física e espiritual do paralítico em Lucas, que prefigura essa regeneração. Em 1 Coríntios 12, 4-11, a diversidade de dons espirituais concedidos pelo mesmo Espírito ressoa com a efusão de Pentecostes, mas Paulo detalha a unidade do corpo de Cristo, não explicitada em Joel, onde a promessa é mais coletiva. Gálatas 5, 22-23 lista os frutos do Espírito, como amor e alegria, que amplificam o louvor exultante do introito (Sl 70), mostrando como a presença divina transforma o interior do homem. Efésios 2, 17-22, ao descrever Cristo como a paz que une judeus e gentios em um só templo, reforça a promessa de Joel sobre Deus habitando no meio de seu povo, mas enfatiza a Igreja como edificação espiritual, um aspecto menos desenvolvido nos textos litúrgicos. Assim, Paulo ilumina a dimensão eclesial e interior da obra do Espírito celebrada em Pentecostes.
Comparação com Documentos da Igreja
O Missal Romano (edição típica de 1962, Oração Coletiva de Pentecostes) invoca o Espírito como fonte de unidade e santificação, complementando Joel 2, 23-27 ao destacar a Igreja como recipiente da abundância espiritual prometida. O Breviário Romano (Hino Veni Creator Spiritus) exalta o Espírito como dedo de Deus que guia e consola, ecoando o introito (Sl 70) e acrescentando a ideia de direção divina na vida do fiel, não explicitada no salmo. A Encíclica Divinum Illud Munus (Leão XIII, 1897, n. 8-9) ensina que o Espírito renova a criação e habita nos fiéis, ampliando a cura do paralítico em Lucas 5, 17-26 ao mostrar que a graça divina opera universalmente na Igreja. O Catecismo Romano (Parte I, Art. 8, n. 3) descreve Pentecostes como o nascimento da Igreja, onde o Espírito confere coragem aos apóstolos, um aspecto que complementa a manifestação pública do poder de Cristo no Evangelho, mas com foco na missão apostólica. Esses documentos reforçam a centralidade do Espírito na vida e missão da Igreja, iluminando os textos litúrgicos com uma perspectiva eclesial e doutrinal.
O Missal Romano (edição típica de 1962, Oração Coletiva de Pentecostes) invoca o Espírito como fonte de unidade e santificação, complementando Joel 2, 23-27 ao destacar a Igreja como recipiente da abundância espiritual prometida. O Breviário Romano (Hino Veni Creator Spiritus) exalta o Espírito como dedo de Deus que guia e consola, ecoando o introito (Sl 70) e acrescentando a ideia de direção divina na vida do fiel, não explicitada no salmo. A Encíclica Divinum Illud Munus (Leão XIII, 1897, n. 8-9) ensina que o Espírito renova a criação e habita nos fiéis, ampliando a cura do paralítico em Lucas 5, 17-26 ao mostrar que a graça divina opera universalmente na Igreja. O Catecismo Romano (Parte I, Art. 8, n. 3) descreve Pentecostes como o nascimento da Igreja, onde o Espírito confere coragem aos apóstolos, um aspecto que complementa a manifestação pública do poder de Cristo no Evangelho, mas com foco na missão apostólica. Esses documentos reforçam a centralidade do Espírito na vida e missão da Igreja, iluminando os textos litúrgicos com uma perspectiva eclesial e doutrinal.
Calendário