PRÓPRIO DO DIA
Evangelho (Jo 7, 32-39)Naquele tempo, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus enviaram servos para prenderem a Jesus. Disse-lhes, pois, Jesus: Estou ainda por pouco tempo no meio de vós, depois vou para Aquele que me enviou. Vós me procurareis e não me haveis de achar e onde eu estiver, vós n ã o podereis ir. Disseram entre si os judeus: Aonde irá Ele que não O possamos achar? Irá porventura àqueles que estão espalhados entre os gentios para instruir os pagãos? Que significará esta palavra que disse: Vós me procurareis e não me haveis de achar; e lá onde eu estiver, vós não podereis ir. No último grande dia da festa, estava Jesus de pé e clamava, dizendo: Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Do seio de quem crer em mim, como diz a Escritura, brotarão torrentes de água viva. Ele disse isto, referindo-se ao Espírito receber os que n’Ele cressem.
São Tomás de Aquino – Comentário à Suma Teológica, Secunda Secundae, Q. 124, a. 5 - A ida de Cristo ao Pai revela a ordem da redenção: o Verbo encarnado, após cumprir sua missão, retorna à origem divina, mostrando que a salvação não se completa na terra, mas na visão beatífica. Os homens não o encontram porque a razão natural, sem a luz da fé, é insuficiente para atingir o sobrenatural. Sua promessa de água viva aponta para a virtude teologal da caridade, infundida pelo Espírito Santo, que é o vínculo da perfeição entre Deus e a alma. Este Espírito, dado após a glorificação, é a causa eficiente da santificação, pois a humanidade de Cristo, elevada, torna-se o canal da graça. A sede da alma é um desejo ordenado para Deus, e a fé, como ato intelectual iluminado, prepara o homem para receber esse dom. A glorificação de Cristo é a condição necessária para a comunicação do Espírito, pois a natureza humana, unida ao Verbo, precisava ser exaltada para mediar a vida divina aos fiéis.
São Boaventura – Sermão sobre o Espírito Santo - A partida de Cristo para o Pai é o prelúdio da vinda do Consolador, pois o mistério da Trindade se desdobra na economia da salvação. Ele se retira para que os corações sejam provados, mas sua ausência é aparente, pois permanece presente na graça. A água viva que promete é o Espírito Santo, a chama que aquece e ilumina, derramado sobre os que creem para uni-los ao Filho e ao Pai. Este rio interior é a vida mística, que brota da cruz gloriosa e flui para a eternidade. A glorificação de Cristo marca o início de uma nova criação, onde o Espírito renova a face da terra, transformando os fiéis em templos vivos. A sede da humanidade é um clamor por Deus, e o convite de Cristo é universal, mas exige a resposta da fé para que o dom seja recebido. Antes de sua Páscoa, o Espírito não podia ser plenamente dado, pois o sacrifício reconciliador era o preço da redenção.
Introito (Sl 55, 2 | ib., 3)
Miserére mihi, Dómine, quóniam conculcávit me homo... Tende piedade de mim, Senhor, pois o adversário me calca aos pés e procura oprimir-me todo o dia. Sl. Meus inimigos calcaram-me aos pés, o dia todo; porque são muitos os que combatem contra mim. — Tende piedade…Epístola (Jn 3, 1-10)
Leitura do Profeta Jonas.Naqueles dias, falou o Senhor pela segunda vez ao profeta Jonas, dizendo-lhe: Levanta-te e vai à grande cidade de Nínive; e faze ouvir ali a pregação- que eu te inspirar. Jonas ergueu-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive era uma grande cidade, a três dias de caminho. Tendo Jonas entrado na cidade, andou durante um dia, e clamou, dizendo: Daqui a quarenta dias será Nínive destruída. E os homens de Nínive acreditaram em Deus; e ordenaram um jejum, cobrindo-se, desde o maior ao menor, com sacos. Chegando isto ao conhecimento do rei de Nínive, ergueu-se ele do trono, despiu as vestes reais, revestiu-se com um saco e assentou-se na cinza. Em seguida fez publicar em Nínive esta ordem, como vinda do rei e dos grandes do reino: Nem homens, nem animais, nem bois ou ovelhas comam, pastem ou bebam água. Os homens e os animais cubram-se com sacos e clamem ao Senhor com força, e cada qual. se converta e abandone o mau caminho e a iniquidade que haja em suas mãos. Quem sabe se Deus não se voltará para nos perdoar, se não aplacará o furor de sua cólera, de sorte que não pereçamos? Viu Deus as suas boas obras e que se convertiam de seus maus, caminhos e teve piedade de seu povo, o Senhor nosso Deus.Evangelho (Jo 7, 32-39)Naquele tempo, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus enviaram servos para prenderem a Jesus. Disse-lhes, pois, Jesus: Estou ainda por pouco tempo no meio de vós, depois vou para Aquele que me enviou. Vós me procurareis e não me haveis de achar e onde eu estiver, vós n ã o podereis ir. Disseram entre si os judeus: Aonde irá Ele que não O possamos achar? Irá porventura àqueles que estão espalhados entre os gentios para instruir os pagãos? Que significará esta palavra que disse: Vós me procurareis e não me haveis de achar; e lá onde eu estiver, vós não podereis ir. No último grande dia da festa, estava Jesus de pé e clamava, dizendo: Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Do seio de quem crer em mim, como diz a Escritura, brotarão torrentes de água viva. Ele disse isto, referindo-se ao Espírito receber os que n’Ele cressem.
Homilias
Santo Agostinho – Sermão 103, sobre João 7 - A multidão murmura e os líderes tramam, mas a verdade permanece firme: o Filho do Homem anuncia sua partida para o Pai, um mistério que transcende a compreensão carnal. Ele não se submete ao tempo dos homens, mas ao desígnio eterno de Deus. Sua ausência será um convite à busca, mas os corações endurecidos não o encontrarão, pois procuram com olhos terrenos o que só o espírito pode alcançar. Onde ele vai, os injustos não entram, porque o lugar do Filho é junto ao Pai, na glória inacessível à incredulidade. No grande dia da festa, ele clama como a fonte eterna, prometendo saciar a sede da alma. Esta água viva é o dom do Espírito Santo, que brota no íntimo do fiel, um rio de graça que purifica e renova. Só os que creem participam dessa corrente divina, pois a fé é a porta para o Espírito. Antes da glorificação, o Espírito aguardava, pois o sacrifício do Cordeiro devia preceder a efusão da vida nova. Assim, a cruz é o fundamento da promessa, e a ressurreição, a abertura das comportas celestiais.São Tomás de Aquino – Comentário à Suma Teológica, Secunda Secundae, Q. 124, a. 5 - A ida de Cristo ao Pai revela a ordem da redenção: o Verbo encarnado, após cumprir sua missão, retorna à origem divina, mostrando que a salvação não se completa na terra, mas na visão beatífica. Os homens não o encontram porque a razão natural, sem a luz da fé, é insuficiente para atingir o sobrenatural. Sua promessa de água viva aponta para a virtude teologal da caridade, infundida pelo Espírito Santo, que é o vínculo da perfeição entre Deus e a alma. Este Espírito, dado após a glorificação, é a causa eficiente da santificação, pois a humanidade de Cristo, elevada, torna-se o canal da graça. A sede da alma é um desejo ordenado para Deus, e a fé, como ato intelectual iluminado, prepara o homem para receber esse dom. A glorificação de Cristo é a condição necessária para a comunicação do Espírito, pois a natureza humana, unida ao Verbo, precisava ser exaltada para mediar a vida divina aos fiéis.
São Boaventura – Sermão sobre o Espírito Santo - A partida de Cristo para o Pai é o prelúdio da vinda do Consolador, pois o mistério da Trindade se desdobra na economia da salvação. Ele se retira para que os corações sejam provados, mas sua ausência é aparente, pois permanece presente na graça. A água viva que promete é o Espírito Santo, a chama que aquece e ilumina, derramado sobre os que creem para uni-los ao Filho e ao Pai. Este rio interior é a vida mística, que brota da cruz gloriosa e flui para a eternidade. A glorificação de Cristo marca o início de uma nova criação, onde o Espírito renova a face da terra, transformando os fiéis em templos vivos. A sede da humanidade é um clamor por Deus, e o convite de Cristo é universal, mas exige a resposta da fé para que o dom seja recebido. Antes de sua Páscoa, o Espírito não podia ser plenamente dado, pois o sacrifício reconciliador era o preço da redenção.