Santa Catarina de Sena, nascida em 25 de março de 1347 em Siena, Itália, e falecida em 29 de abril de 1380 em Roma, foi uma mística, doutora da Igreja e uma das figuras mais influentes do século XIV. Filha de uma numerosa família de artesãos, ingressou na Ordem Terceira Dominicana aos 16 anos, dedicando-se a uma vida de oração, penitência e serviço aos pobres. Conhecida por suas visões místicas, incluindo o "casamento místico" com Cristo, Catarina também se destacou por sua atuação política, mediando conflitos entre cidades italianas e convencendo o Papa Gregório XI a retornar de Avinhão para Roma em 1377. Sua espiritualidade, marcada por uma íntima união com Deus e zelo pela reforma da Igreja, a tornou patrona da Itália e da Europa. Foi canonizada em 1461 e declarada Doutora da Igreja em 1970. Uma das obras mais significativas de Santa Catarina é o Diálogo da Divina Providência, escrito por volta de 1378, no qual ela registra suas conversas místicas com Deus, abordando temas como a providência divina, a salvação e a reforma da Igreja. Um trecho representativo é: "Ó abismo, ó Trindade eterna, ó Divindade, ó mar profundo! Que mais podias dar-me além de ti mesma? Tu és o fogo que sempre arde sem se consumir; és o fogo que consome todo o amor-próprio da alma."
Introito.
Salmo 44, 8. Dilexísti justítiam, et odísti iniquitátem... Amaste a justiça e odiaste a iniquidade: por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo da alegria acima dos teus companheiros. (T.P. Aleluia, aleluia.) Salmo 44, 2. Meu coração exsultou com uma boa palavra: eu dedico as minhas obras ao Rei.
Leitura Coríntios. 10, 17-18; 11, 1-2.
Irmãos: Quem se gloria, glorie-se no Senhor. Pois não é aprovado aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele que Deus recomenda. Oxalá suportásseis um pouco da minha insensatez; mas, ainda assim, tolerai-me. Pois eu vos celo com o zelo de Deus. Desposei-vos a um único esposo, para vos apresentar a Cristo como virgem casta.
Evangelho segundo Mateus 25, 1-13.
Naquele tempo, Jesus propôs aos seus discípulos esta parábola: O Reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo e da esposa. Cinco delas, porém, eram néscias, e cinco eram prudentes. As néscias, tendo tomado as lâmpadas, não levaram consigo azeite; as prudentes, porém, levaram azeite em seus vasos com as lâmpadas. Demorando-se o esposo, todas adormeceram e dormiram. Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Eis que vem o esposo, saí ao seu encontro. Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam suas lâmpadas. As néscias disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque nossas lâmpadas se apagam. Responderam as prudentes, dizendo: Para que não nos falte, nem a vós, ide antes aos que vendem e comprai para vós. Enquanto, porém, foram comprar, veio o esposo; e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e a porta foi fechada. Por fim, vieram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. Mas ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo, não vos conheço. Vigiai, portanto, porque não sabeis o dia nem a hora.
Homilias e Explicações Teológicas
A parábola das virgens prudentes e imprudentes revela a necessidade de uma vigilância espiritual constante, pois a vinda do Esposo é imprevisível, exigindo uma preparação interior que não se improvisa no último momento; assim, a alma deve estar adornada com a caridade, que é o óleo da lâmpada, pois sem ela nenhuma virtude brilha na presença de Deus (Santo Agostinho, Sermão 93). A autocomplacência, condenada por São Paulo em 2Cor 10,17-18, encontra eco na imprudência das virgens que, confiando em sua própria suficiência, negligenciaram a graça divina, ensinando que a glória pertence a Deus e não ao homem, cuja justiça depende da humildade diante do Criador (São João Crisóstomo, Homilia sobre 2 Coríntios 10). A imagem da Igreja como noiva, apresentada por Paulo em 2Cor 11,1-2, reflete a pureza exigida das virgens sábias, que, por sua fidelidade, são dignas de entrar no banquete nupcial, simbolizando a união mística com Cristo, que São Paulo defende com zelo apostólico (Santo Ambrósio, Sobre as Virgens, Livro I). Santa Catarina de Sena, cuja vida exemplifica a vigilância e a entrega total ao Esposo divino, ilustra que a verdadeira sabedoria consiste em consumir-se pelo amor de Deus, mantendo a lâmpada da fé acesa através da oração e da penitência, mesmo em meio às provações (Santa Catarina de Sena, Diálogo da Divina Providência, Cap. 13).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
A parábola das dez virgens em Mateus 25,1-13, única neste evangelho, enfatiza a vigilância para a vinda imprevisível do Reino, um tema que encontra complementos distintos nos outros evangelhos. Em Marcos 13,33-37, a exortação à vigilância é ampliada com a imagem do servo que deve permanecer alerta, pois o mestre da casa pode retornar a qualquer hora, destacando a responsabilidade ativa de todos os discípulos, não apenas de um grupo específico como as virgens. Lucas 12,35-40 reforça a prontidão com a metáfora dos servos que mantêm as lâmpadas acesas, mas adiciona a recompensa divina, onde o Senhor, ao retornar, servirá os vigilantes, um aspecto ausente em Mateus. João, em 14,2-3, complementa a parábola com a promessa de Cristo de preparar um lugar na casa do Pai, sugerindo que o banquete nupcial das virgens prudentes simboliza a comunhão eterna com Deus, um desfecho escatológico mais explícito que em Mateus.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
A parábola das virgens em Mateus 25,1-13, com seu foco na vigilância e preparação para o encontro com o Esposo, é enriquecida por textos paulinos que aprofundam a dimensão espiritual e eclesiológica. Em 1Tessalonicenses 5,4-6, Paulo exorta os cristãos a serem “filhos da luz”, permanecendo sóbrios e vigilantes, um chamado que ecoa a prudência das virgens sábias, mas com ênfase na identidade coletiva da comunidade cristã diante da vinda do Senhor. Em Efésios 5,25-27, a imagem da Igreja como noiva de Cristo, purificada e santa, complementa o simbolismo nupcial da parábola, destacando o sacrifício redentor de Cristo que torna a Igreja digna do banquete escatológico. Filipenses 2,15-16 reforça a necessidade de brilhar como luzes no mundo, sustentando a palavra da vida, uma metáfora que se alinha ao óleo das lâmpadas das virgens prudentes, mas aplicada à missão evangelizadora dos cristãos.
Inoperância da autoridade do magistério diante da rejeição à encíclica Humanae Vitae
A encíclica Humanae Vitae
(1968), promulgada por Paulo VI, reafirmou a doutrina católica
contra a contracepção, declarando-a intrinsecamente má e defendendo a santidade
do matrimônio. Contudo, a falta de medidas práticas para corrigir os dissidentes
que rejeitaram abertamente seus ensinamentos contribuiu para uma crise moral e
doutrinária na Igreja Católica, cujos efeitos persistem até hoje. Este texto,
baseado no artigo de Robert Lazu Kmita (The Remnant Newspaper, 21 de abril de
2025) e enriquecido por outras fontes críticas, analisa como a omissão de Paulo
VI em disciplinar os opositores da encíclica permitiu a disseminação de uma
mentalidade contraceptiva e agravou o declínio pós-conciliar.
Publicada em 25 de julho de 1968, a Humanae Vitae foi um ato de coragem doutrinária em um contexto de crescente secularismo e revolução cultural. Paulo VI, apoiado por figuras como o Cardeal Ottaviani e o futuro São João Paulo II, reafirmou que o ato conjugal deve permanecer aberto à procriação, condenando métodos artificiais de controle de natalidade. O documento, porém, enfrentou resistência imediata, não apenas de leigos influenciados pela mídia secular, mas também de teólogos, clérigos e até bispos que, sob a bandeira do progressismo, desafiaram publicamente a autoridade do magistério.
O cerne da crítica à abordagem de Paulo VI reside na ausência de ações disciplinares contra aqueles que rejeitaram a Humanae Vitae. Como destaca Kmita, o papa optou por uma postura pastoral inspirada pelo Concílio Vaticano II, que renunciou a anátemas e condenações formais de erros doutrinários. Essa mudança, segundo o autor, enfraqueceu a autoridade da Igreja e permitiu que teólogos liberais e clérigos dissidentes promovessem interpretações contrárias à encíclica sem consequências. Por exemplo, a chamada "Declaração de Winnipeg" (1968), assinada por bispos canadenses, sugeriu que os fiéis poderiam dissentir da encíclica em consciência, um precedente que minou a ortodoxia.
Outras fontes reforçam essa crítica. O teólogo Ralph McInerny, em What Went Wrong with Vatican II (1998), argumenta que a falta de clareza e firmeza na implementação de ensinamentos pós-conciliares criou um vácuo onde heresias modernas prosperaram. Ele aponta que Paulo VI, embora ortodoxo em suas proclamações, hesitou em usar sua autoridade para excomungar ou censurar dissidentes, temendo alienar setores da Igreja. Da mesma forma, o historiador Roberto de Mattei, em O Concílio Vaticano II: Uma História Nunca Escrita (2010), observa que a omissão disciplinar sob Paulo VI permitiu que teólogos como Hans Küng e Charles Curran desafiassem abertamente a Humanae Vitae, semeando confusão entre os fiéis.
A falta de correção dos dissidentes teve efeitos devastadores. Kmita destaca que a mentalidade contraceptiva se enraizou profundamente, mesmo entre católicos praticantes, contribuindo para o colapso demográfico em nações católicas, como a Polônia, e para a aceitação de práticas como o aborto. A mídia secular, aproveitando-se da fraqueza pastoral da Igreja, amplificou narrativas que marginalizaram a doutrina católica. George Weigel, em The Courage to Be Catholic (2002), reforça que a crise pós-conciliar não foi apenas uma reação externa, mas uma subversão interna, facilitada por pastores que falharam em defender a fé com vigor.
A análise de Philip Trower em The Church and the Counterfaith (2000) complementa essa visão, argumentando que a relutância de Paulo VI em confrontar dissidentes reflete uma confiança ingênua na autorregulação da Igreja. Essa abordagem, segundo Trower, permitiu que a "heresia modernista" se infiltrasse nas instituições católicas, com seminários e universidades promovendo ideias contrárias à Humanae Vitae. Como resultado, a encíclica, embora profética, tornou-se um símbolo de resistência ignorado por muitos dentro da própria Igreja.
A Humanae Vitae permanece um marco na defesa da moral católica, mas sua eficácia foi comprometida pela inação de Paulo VI frente aos dissidentes. A crise resultante, marcada pela aceitação da contracepção e pelo enfraquecimento da família, é um sintoma do que Kmita chama de "desastre pós-conciliar". Para reverter esse cenário, é necessário que hierarchas e sacerdotes retomem a ortodoxia com coragem, promovendo uma catequese robusta sobre o matrimônio e a moral, conforme a tradição da Igreja. Como alerta McInerny, a Igreja só recuperará sua vitalidade quando os pastores exercerem sua autoridade para corrigir erros, em vez de tolerá-los em nome de uma falsa unidade.
Referências
Kmita, Robert Lazu. "The Encyclical Humanae Vitae and the Symptoms of the Post-Conciliar Disaster." The Remnant Newspaper, 21 de abril de 2025. Disponível em: https://remnantnewspaper.com/web/index.php/fetzen-fliegen/item/7706-the-encyclical-humanae-vitae-and-the-symptoms-of-the-post-conciliar-disaster.
McInerny, Ralph. What Went Wrong with Vatican II: The Catholic Crisis Explained. Manchester, NH: Sophia Institute Press, 1998.
Mattei, Roberto de. O Concílio Vaticano II: Uma História Nunca Escrita. Tradução para o português. Lisboa: Caminhos Romanos, 2010. (Original: Il Concilio Vaticano II: Una storia mai scritta. Torino: Lindau, 2010).
Weigel, George. The Courage to Be Catholic: Crisis, Reform, and the Future of the Church. New York: Basic Books, 2002.
Trower, Philip. The Church and the Counterfaith. Huntington, IN: Our Sunday Visitor, 2000.
Publicada em 25 de julho de 1968, a Humanae Vitae foi um ato de coragem doutrinária em um contexto de crescente secularismo e revolução cultural. Paulo VI, apoiado por figuras como o Cardeal Ottaviani e o futuro São João Paulo II, reafirmou que o ato conjugal deve permanecer aberto à procriação, condenando métodos artificiais de controle de natalidade. O documento, porém, enfrentou resistência imediata, não apenas de leigos influenciados pela mídia secular, mas também de teólogos, clérigos e até bispos que, sob a bandeira do progressismo, desafiaram publicamente a autoridade do magistério.
O cerne da crítica à abordagem de Paulo VI reside na ausência de ações disciplinares contra aqueles que rejeitaram a Humanae Vitae. Como destaca Kmita, o papa optou por uma postura pastoral inspirada pelo Concílio Vaticano II, que renunciou a anátemas e condenações formais de erros doutrinários. Essa mudança, segundo o autor, enfraqueceu a autoridade da Igreja e permitiu que teólogos liberais e clérigos dissidentes promovessem interpretações contrárias à encíclica sem consequências. Por exemplo, a chamada "Declaração de Winnipeg" (1968), assinada por bispos canadenses, sugeriu que os fiéis poderiam dissentir da encíclica em consciência, um precedente que minou a ortodoxia.
Outras fontes reforçam essa crítica. O teólogo Ralph McInerny, em What Went Wrong with Vatican II (1998), argumenta que a falta de clareza e firmeza na implementação de ensinamentos pós-conciliares criou um vácuo onde heresias modernas prosperaram. Ele aponta que Paulo VI, embora ortodoxo em suas proclamações, hesitou em usar sua autoridade para excomungar ou censurar dissidentes, temendo alienar setores da Igreja. Da mesma forma, o historiador Roberto de Mattei, em O Concílio Vaticano II: Uma História Nunca Escrita (2010), observa que a omissão disciplinar sob Paulo VI permitiu que teólogos como Hans Küng e Charles Curran desafiassem abertamente a Humanae Vitae, semeando confusão entre os fiéis.
A falta de correção dos dissidentes teve efeitos devastadores. Kmita destaca que a mentalidade contraceptiva se enraizou profundamente, mesmo entre católicos praticantes, contribuindo para o colapso demográfico em nações católicas, como a Polônia, e para a aceitação de práticas como o aborto. A mídia secular, aproveitando-se da fraqueza pastoral da Igreja, amplificou narrativas que marginalizaram a doutrina católica. George Weigel, em The Courage to Be Catholic (2002), reforça que a crise pós-conciliar não foi apenas uma reação externa, mas uma subversão interna, facilitada por pastores que falharam em defender a fé com vigor.
A análise de Philip Trower em The Church and the Counterfaith (2000) complementa essa visão, argumentando que a relutância de Paulo VI em confrontar dissidentes reflete uma confiança ingênua na autorregulação da Igreja. Essa abordagem, segundo Trower, permitiu que a "heresia modernista" se infiltrasse nas instituições católicas, com seminários e universidades promovendo ideias contrárias à Humanae Vitae. Como resultado, a encíclica, embora profética, tornou-se um símbolo de resistência ignorado por muitos dentro da própria Igreja.
A Humanae Vitae permanece um marco na defesa da moral católica, mas sua eficácia foi comprometida pela inação de Paulo VI frente aos dissidentes. A crise resultante, marcada pela aceitação da contracepção e pelo enfraquecimento da família, é um sintoma do que Kmita chama de "desastre pós-conciliar". Para reverter esse cenário, é necessário que hierarchas e sacerdotes retomem a ortodoxia com coragem, promovendo uma catequese robusta sobre o matrimônio e a moral, conforme a tradição da Igreja. Como alerta McInerny, a Igreja só recuperará sua vitalidade quando os pastores exercerem sua autoridade para corrigir erros, em vez de tolerá-los em nome de uma falsa unidade.
Referências
Kmita, Robert Lazu. "The Encyclical Humanae Vitae and the Symptoms of the Post-Conciliar Disaster." The Remnant Newspaper, 21 de abril de 2025. Disponível em: https://remnantnewspaper.com/web/index.php/fetzen-fliegen/item/7706-the-encyclical-humanae-vitae-and-the-symptoms-of-the-post-conciliar-disaster.
McInerny, Ralph. What Went Wrong with Vatican II: The Catholic Crisis Explained. Manchester, NH: Sophia Institute Press, 1998.
Mattei, Roberto de. O Concílio Vaticano II: Uma História Nunca Escrita. Tradução para o português. Lisboa: Caminhos Romanos, 2010. (Original: Il Concilio Vaticano II: Una storia mai scritta. Torino: Lindau, 2010).
Weigel, George. The Courage to Be Catholic: Crisis, Reform, and the Future of the Church. New York: Basic Books, 2002.
Trower, Philip. The Church and the Counterfaith. Huntington, IN: Our Sunday Visitor, 2000.
A Corrupção no Vaticano: Peña Parra, Farrell e a Crise do Conclave
O post do bispo Viganó aponta para uma rede de corrupção e encobrimento envolvendo figuras de alto escalão da Igreja Católica, com foco em dois personagens: Edgar Peña Parra, Substituto da Secretaria de Estado, e o Cardeal Camerlengo Kevin Farrell. Abaixo, desenvolvo essas ideias, aprofundando os elementos mencionados e mantendo a coerência com a narrativa original:
1. Edgar Peña Parra: Uma figura central na corrupção vaticana
O texto sugere que Edgar Peña Parra, Substituto da Secretaria de Estado, é uma figura profundamente envolvida em atividades criminosas, cuja gravidade já foi amplamente denunciada. Para desenvolver essa ideia, podemos considerar o papel estratégico que Peña Parra ocupa no Vaticano, uma posição que lhe confere influência direta sobre decisões administrativas e financeiras da Santa Sé. A Secretaria de Estado é o coração burocrático da Igreja, gerenciando desde relações diplomáticas até operações financeiras sensíveis. As acusações contra Peña Parra poderiam envolver desvio de fundos, manipulação de contratos ou favorecimento ilícito, práticas que, segundo o texto, já foram objeto de denúncias públicas. Sua permanência no cargo, apesar dessas alegações, reforça a narrativa de uma estrutura que protege figuras corruptas, seja por interesses políticos ou por chantagem mútua entre membros da hierarquia.
A denúncia de Peña Parra como "corruptíssimo" pode ser ampliada ao explorar como sua posição lhe permite atuar como um "guardião" de segredos financeiros e políticos do Vaticano. Por exemplo, ele poderia estar envolvido em operações para encobrir escândalos financeiros, como os relacionados a investimentos imobiliários em Londres ou à gestão de fundos do Óbolo de São Pedro, que já foram alvo de investigações. Sua influência, portanto, não se limitaria a atos isolados, mas a um sistema mais amplo de proteção e favorecimento, onde denúncias contra ele seriam abafadas para preservar a estabilidade da instituição.
2. Kevin Farrell: Um passado comprometido e uma ascensão suspeita
O Cardeal Kevin Farrell é apresentado como uma figura igualmente comprometida, com um histórico que o liga a escândalos graves e a redes de encobrimento. Sua trajetória, conforme descrita, começa com sua associação aos Legionários de Cristo, uma congregação religiosa marcada pelos crimes de seu fundador, Marcial Maciel, que incluíam abusos sexuais e desvios financeiros. Farrell, como responsável pela gestão das "enormes recursos financeiros" da congregação, teria, segundo o texto, convenientemente ignorado as "aberrantes deviações" de Maciel. Essa negligência (ou cumplicidade tácita) é um ponto central para desenvolver a ideia de que Farrell foi moldado por um ambiente onde o encobrimento era a norma.
A omissão de Farrell sobre seu passado com os Legionários de Cristo sugere uma tentativa deliberada de apagar rastros comprometedores. Essa ocultação pode ser interpretada como uma estratégia para ascender na hierarquia eclesiástica sem que seu nome fosse associado diretamente aos escândalos de Maciel. Sua escolha por Theodore McCarrick como colaborador próximo reforça a narrativa de uma rede de proteção mútua entre figuras controversas. A convivência de seis anos com McCarrick, no mesmo apartamento em Washington, e sua incapacidade de "notar" os abusos de McCarrick (que mais tarde seriam confirmados) pintam Farrell como alguém que, no mínimo, fechava os olhos para crimes graves, ou, no pior cenário, participava ativamente de sua ocultação.
3. A gestão financeira e a influência de Farrell
O texto destaca a habilidade de Farrell em gerir grandes somas de dinheiro, especialmente através da Papal Foundation, que, sob a tutela de McCarrick, arrecadou 215 milhões de dólares em apenas dois anos. Essa capacidade de angariar fundos é apresentada como uma ferramenta para comprar silêncios e garantir promoções dentro do Vaticano. A Papal Foundation, fundada em 1988 em um momento de crise financeira após o escândalo do Banco Ambrosiano, teria se tornado um instrumento para consolidar o poder de figuras como McCarrick e Farrell. A ideia aqui é que o dinheiro arrecadado não apenas estabilizava as finanças da Santa Sé, mas também servia como moeda de troca em um sistema de favores e chantagens.
A ascensão de Farrell — de bispo auxiliar em Washington a bispo de Dallas, e posteriormente a prefeito de um superdicastério em Roma e Camerlengo — pode ser vista como um reflexo de sua utilidade para esse sistema. Sua nomeação como Camerlengo, uma posição que lhe confere influência significativa em um eventual conclave, é particularmente alarmante no contexto das acusações. O Camerlengo tem o poder de administrar a Igreja durante a vacância da Sé Apostólica, e Farrell, segundo o texto, poderia usar seu conhecimento sobre os "cúmplices dos crimes de McCarrick" para manipular o processo de escolha do próximo papa, seja por meio de promessas ou chantagens.
4. Farrell como ameaça ao conclave e à credibilidade da Igreja
O texto propõe que Farrell representa um escândalo para a Igreja, especialmente para as vítimas de McCarrick e para os católicos americanos, que veem nele uma figura indigna de exercer papéis de liderança. Sua suposta dependência do álcool, mencionada no texto, adiciona uma camada de descrédito pessoal, sugerindo que sua nomeação como Camerlengo foi feita apesar de falhas morais e comportamentais evidentes. A comparação com o Cardeal Keith O’Brien, que renunciou ao conclave de 2013 após denúncias de má conduta, é um apelo para que Farrell siga o mesmo caminho, retirando-se voluntariamente para evitar maior escândalo.
Desenvolver essa ideia implica enfatizar o impacto de sua permanência no cargo. Farrell, como Camerlengo, não apenas simboliza a continuidade de um sistema corrupto, mas também pode comprometer a legitimidade do próximo conclave. Sua capacidade de "manobrar" o processo, usando informações privilegiadas sobre outros cardeais, reforça a percepção de que a escolha do papa poderia ser influenciada por interesses escusos, em vez de critérios espirituais ou éticos. A denúncia pública de sua "indignidade" é apresentada como um meio de pressioná-lo a renunciar, restaurando, ao menos em parte, a confiança dos fiéis na Igreja.
1. Edgar Peña Parra: Uma figura central na corrupção vaticana
O texto sugere que Edgar Peña Parra, Substituto da Secretaria de Estado, é uma figura profundamente envolvida em atividades criminosas, cuja gravidade já foi amplamente denunciada. Para desenvolver essa ideia, podemos considerar o papel estratégico que Peña Parra ocupa no Vaticano, uma posição que lhe confere influência direta sobre decisões administrativas e financeiras da Santa Sé. A Secretaria de Estado é o coração burocrático da Igreja, gerenciando desde relações diplomáticas até operações financeiras sensíveis. As acusações contra Peña Parra poderiam envolver desvio de fundos, manipulação de contratos ou favorecimento ilícito, práticas que, segundo o texto, já foram objeto de denúncias públicas. Sua permanência no cargo, apesar dessas alegações, reforça a narrativa de uma estrutura que protege figuras corruptas, seja por interesses políticos ou por chantagem mútua entre membros da hierarquia.
A denúncia de Peña Parra como "corruptíssimo" pode ser ampliada ao explorar como sua posição lhe permite atuar como um "guardião" de segredos financeiros e políticos do Vaticano. Por exemplo, ele poderia estar envolvido em operações para encobrir escândalos financeiros, como os relacionados a investimentos imobiliários em Londres ou à gestão de fundos do Óbolo de São Pedro, que já foram alvo de investigações. Sua influência, portanto, não se limitaria a atos isolados, mas a um sistema mais amplo de proteção e favorecimento, onde denúncias contra ele seriam abafadas para preservar a estabilidade da instituição.
2. Kevin Farrell: Um passado comprometido e uma ascensão suspeita
O Cardeal Kevin Farrell é apresentado como uma figura igualmente comprometida, com um histórico que o liga a escândalos graves e a redes de encobrimento. Sua trajetória, conforme descrita, começa com sua associação aos Legionários de Cristo, uma congregação religiosa marcada pelos crimes de seu fundador, Marcial Maciel, que incluíam abusos sexuais e desvios financeiros. Farrell, como responsável pela gestão das "enormes recursos financeiros" da congregação, teria, segundo o texto, convenientemente ignorado as "aberrantes deviações" de Maciel. Essa negligência (ou cumplicidade tácita) é um ponto central para desenvolver a ideia de que Farrell foi moldado por um ambiente onde o encobrimento era a norma.
A omissão de Farrell sobre seu passado com os Legionários de Cristo sugere uma tentativa deliberada de apagar rastros comprometedores. Essa ocultação pode ser interpretada como uma estratégia para ascender na hierarquia eclesiástica sem que seu nome fosse associado diretamente aos escândalos de Maciel. Sua escolha por Theodore McCarrick como colaborador próximo reforça a narrativa de uma rede de proteção mútua entre figuras controversas. A convivência de seis anos com McCarrick, no mesmo apartamento em Washington, e sua incapacidade de "notar" os abusos de McCarrick (que mais tarde seriam confirmados) pintam Farrell como alguém que, no mínimo, fechava os olhos para crimes graves, ou, no pior cenário, participava ativamente de sua ocultação.
3. A gestão financeira e a influência de Farrell
O texto destaca a habilidade de Farrell em gerir grandes somas de dinheiro, especialmente através da Papal Foundation, que, sob a tutela de McCarrick, arrecadou 215 milhões de dólares em apenas dois anos. Essa capacidade de angariar fundos é apresentada como uma ferramenta para comprar silêncios e garantir promoções dentro do Vaticano. A Papal Foundation, fundada em 1988 em um momento de crise financeira após o escândalo do Banco Ambrosiano, teria se tornado um instrumento para consolidar o poder de figuras como McCarrick e Farrell. A ideia aqui é que o dinheiro arrecadado não apenas estabilizava as finanças da Santa Sé, mas também servia como moeda de troca em um sistema de favores e chantagens.
A ascensão de Farrell — de bispo auxiliar em Washington a bispo de Dallas, e posteriormente a prefeito de um superdicastério em Roma e Camerlengo — pode ser vista como um reflexo de sua utilidade para esse sistema. Sua nomeação como Camerlengo, uma posição que lhe confere influência significativa em um eventual conclave, é particularmente alarmante no contexto das acusações. O Camerlengo tem o poder de administrar a Igreja durante a vacância da Sé Apostólica, e Farrell, segundo o texto, poderia usar seu conhecimento sobre os "cúmplices dos crimes de McCarrick" para manipular o processo de escolha do próximo papa, seja por meio de promessas ou chantagens.
4. Farrell como ameaça ao conclave e à credibilidade da Igreja
O texto propõe que Farrell representa um escândalo para a Igreja, especialmente para as vítimas de McCarrick e para os católicos americanos, que veem nele uma figura indigna de exercer papéis de liderança. Sua suposta dependência do álcool, mencionada no texto, adiciona uma camada de descrédito pessoal, sugerindo que sua nomeação como Camerlengo foi feita apesar de falhas morais e comportamentais evidentes. A comparação com o Cardeal Keith O’Brien, que renunciou ao conclave de 2013 após denúncias de má conduta, é um apelo para que Farrell siga o mesmo caminho, retirando-se voluntariamente para evitar maior escândalo.
Desenvolver essa ideia implica enfatizar o impacto de sua permanência no cargo. Farrell, como Camerlengo, não apenas simboliza a continuidade de um sistema corrupto, mas também pode comprometer a legitimidade do próximo conclave. Sua capacidade de "manobrar" o processo, usando informações privilegiadas sobre outros cardeais, reforça a percepção de que a escolha do papa poderia ser influenciada por interesses escusos, em vez de critérios espirituais ou éticos. A denúncia pública de sua "indignidade" é apresentada como um meio de pressioná-lo a renunciar, restaurando, ao menos em parte, a confiança dos fiéis na Igreja.
29 ABRIL - S. PEDRO DE VERONA, Mártir
São Pedro de Verona (1205 – 6 de abril de 1252), também conhecido como São Pedro Mártir, foi um frade dominicano e inquisidor italiano, célebre por sua luta contra as heresias, especialmente o catarismo, no norte da Itália. Nascido em Verona em uma família cátara, converteu-se ao catolicismo ainda jovem, estudou na Universidade de Bolonha e ingressou na Ordem dos Dominicanos, recebendo o hábito diretamente de São Domingos de Gusmão. Nomeado Inquisidor Geral pelo Papa Gregório IX em 1234, destacou-se como pregador eloquente, convertendo muitos hereges com sua oratória e vida de austeridade. Sua fé inabalável e coragem o levaram ao martírio em 1252, quando foi assassinado por cátaros em uma emboscada entre Como e Milão. Antes de morrer, escreveu “Credo” com seu sangue no chão, simbolizando sua fidelidade à fé. Canonizado em 1253, apenas 11 meses após sua morte, é considerado o primeiro mártir dominicano. Uma obra significativa relacionada a São Pedro de Verona é a biografia escrita por Thomas Agni de Leontino, arcebispo dominicano que conviveu com o santo. Esta biografia, uma das primeiras sobre Pedro, destaca sua santidade, pureza e dedicação à pregação. Um texto representativo da vida espiritual de São Pedro é narrado em sua hagiografia: durante uma pregação em Milão, ele declarou: “Sei que os hereges empenharam muito dinheiro para se verem livres de mim. Sei que os assassinos já estão contratados. Saibam, porém, que maior felicidade não poderiam proporcionar-me do que esta, de eu poder dar a vida em testemunho de minha fé em Jesus Cristo.”
Introito (Sl 63, 3 | ib., 2)
Protexísti me, Deus, a convéntu malignántium, allelúia... Vós me protegestes, ó Deus, contra a conspiração dos malignos, aleluia, e da multidão dos que praticam a iniquidade. Aleluia, aleluia. Sl. Ouvi, ó Deus, a minha oração, assim Vos imploro: livrai a minha alma do temor do inimigo.
Epístola (II Tim 2, 8-10; 3, 10-12)
Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo a Timóteo.Caríssimo: Lembra-te que o Senhor Jesus Cristo, da estirpe de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu Evangelho pelo qual sofro ao ponto de ser algemado, como se fora um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Eis porque, tudo suporto pelos escolhidos, para que também eles consigam a salvação que está no Cristo Jesus, com a glória celeste. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, o meu modo de viver, as minhas resoluções, a fé, a longanimidade, a caridade, a paciência: as perseguições, os vexames que me fizeram em Antioquia, Icônio e Listria. Grandes foram as perseguições que sofri, mas de todas me livrou o Senhor. E assim todos os que querem viver piamente no Cristo Jesus padecerão perseguições.
Evangelho (Jo 15, 1-7)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Eu sou a verdadeira vide e meu Pai o agricultor. Ele cortará toda vara que em mim não der fruto, e toda a que der fruto, podá-la-á para que dê mais abundante fruto. Vós já estais limpos em virtude da palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Assim como a vara não pode por si mesma dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a vide e vós sois as varas. O que permanece em mim e eu nele, dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora como a vara, e secará, e será colhido para ser lançado no fogo, em que arderá. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedíreis o que quiserdes e vos será concedido.
Homilias e Explicações Teológicas
A imagem da videira em João 15 revela a união mística entre Cristo e os fiéis, onde a permanência em Cristo é a fonte da verdadeira vida espiritual, pois, como ensina Santo Agostinho, “o ramo não pode viver sem a videira, assim como a alma não pode frutificar sem a graça divina que a sustenta” (Santo Agostinho, Tratado sobre o Evangelho de João, 81.1). Para São Tomás de Aquino, a poda dos ramos simboliza a purificação através das tribulações, que, longe de serem castigos, são meios pelos quais Deus conforma os fiéis à imagem de Cristo, especialmente nos mártires como São Pedro de Verona, cuja vida reflete a glória do sofrimento por amor (São Tomás de Aquino, Comentário ao Evangelho de João, 15.2). Sobre 2 Timóteo, São João Crisóstomo destaca que o apóstolo Paulo, ao suportar cadeias por Cristo, mostra que o sofrimento não é obstáculo, mas um caminho para a ressurreição, pois “o Evangelho não é pregado sem cruz, e a cruz não é suportada sem esperança na glória” (São João Crisóstomo, Homilia sobre 2 Timóteo, 5). Já São Bernardo de Claraval conecta a perseverança de Paulo à vida de mártires como São Pedro, afirmando que “a verdadeira discípula de Cristo é aquela que, unida à videira, não teme ser cortada pelo mundo, pois sua força vem da seiva divina” (São Bernardo de Claraval, Sermão sobre os Mártires, 3).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O Evangelho de João 15,1-7, com a metáfora da videira, enfatiza a dependência absoluta dos discípulos em permanecerem unidos a Cristo para produzir frutos, um aspecto menos explícito nos outros Evangelhos. Em Mateus 7,16-20, a imagem de árvores e frutos foca na qualidade moral dos atos como reflexo da interioridade, sem a ênfase joanina na união ontológica com Cristo. Marcos 4,3-9 (parábola do semeador) destaca o crescimento do Reino mediante a receptividade à Palavra, mas não explora a relação mística de permanência em Cristo como fonte de vida. Lucas 13,6-9, com a figueira estéril, acentua a paciência divina e a necessidade de conversão, mas carece da profundidade teológica da videira como símbolo de comunhão trinitária. Assim, João se distingue por sua visão de intimidade espiritual, onde a frutificação depende da graça divina operando na alma unida a Cristo.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O Evangelho de João 15,1-7 centra-se na união vital com Cristo como condição para a frutificação espiritual, um tema que ressoa, mas é complementado, em textos paulinos. Em Romanos 6,5, Paulo descreve a união com Cristo na morte e ressurreição pelo batismo, enfatizando a transformação ontológica do cristão, um aspecto implícito, mas não desenvolvido em João. Em Gálatas 2,20, a afirmação “já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim” aprofunda a ideia joanina de permanência, destacando a substituição da vida humana pela vida divina. Em Filipenses 1,21-23, Paulo expressa o desejo de estar com Cristo, sugerindo uma comunhão escatológica que complementa a permanência temporal descrita em João. Enquanto João usa a imagem orgânica da videira, Paulo foca na participação existencial e escatológica na vida de Cristo, enriquecendo a compreensão da união mística.
Introito (Sl 63, 3 | ib., 2)
Protexísti me, Deus, a convéntu malignántium, allelúia... Vós me protegestes, ó Deus, contra a conspiração dos malignos, aleluia, e da multidão dos que praticam a iniquidade. Aleluia, aleluia. Sl. Ouvi, ó Deus, a minha oração, assim Vos imploro: livrai a minha alma do temor do inimigo.
Epístola (II Tim 2, 8-10; 3, 10-12)
Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo a Timóteo.Caríssimo: Lembra-te que o Senhor Jesus Cristo, da estirpe de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu Evangelho pelo qual sofro ao ponto de ser algemado, como se fora um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Eis porque, tudo suporto pelos escolhidos, para que também eles consigam a salvação que está no Cristo Jesus, com a glória celeste. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, o meu modo de viver, as minhas resoluções, a fé, a longanimidade, a caridade, a paciência: as perseguições, os vexames que me fizeram em Antioquia, Icônio e Listria. Grandes foram as perseguições que sofri, mas de todas me livrou o Senhor. E assim todos os que querem viver piamente no Cristo Jesus padecerão perseguições.
Evangelho (Jo 15, 1-7)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Eu sou a verdadeira vide e meu Pai o agricultor. Ele cortará toda vara que em mim não der fruto, e toda a que der fruto, podá-la-á para que dê mais abundante fruto. Vós já estais limpos em virtude da palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Assim como a vara não pode por si mesma dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a vide e vós sois as varas. O que permanece em mim e eu nele, dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora como a vara, e secará, e será colhido para ser lançado no fogo, em que arderá. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedíreis o que quiserdes e vos será concedido.
Homilias e Explicações Teológicas
A imagem da videira em João 15 revela a união mística entre Cristo e os fiéis, onde a permanência em Cristo é a fonte da verdadeira vida espiritual, pois, como ensina Santo Agostinho, “o ramo não pode viver sem a videira, assim como a alma não pode frutificar sem a graça divina que a sustenta” (Santo Agostinho, Tratado sobre o Evangelho de João, 81.1). Para São Tomás de Aquino, a poda dos ramos simboliza a purificação através das tribulações, que, longe de serem castigos, são meios pelos quais Deus conforma os fiéis à imagem de Cristo, especialmente nos mártires como São Pedro de Verona, cuja vida reflete a glória do sofrimento por amor (São Tomás de Aquino, Comentário ao Evangelho de João, 15.2). Sobre 2 Timóteo, São João Crisóstomo destaca que o apóstolo Paulo, ao suportar cadeias por Cristo, mostra que o sofrimento não é obstáculo, mas um caminho para a ressurreição, pois “o Evangelho não é pregado sem cruz, e a cruz não é suportada sem esperança na glória” (São João Crisóstomo, Homilia sobre 2 Timóteo, 5). Já São Bernardo de Claraval conecta a perseverança de Paulo à vida de mártires como São Pedro, afirmando que “a verdadeira discípula de Cristo é aquela que, unida à videira, não teme ser cortada pelo mundo, pois sua força vem da seiva divina” (São Bernardo de Claraval, Sermão sobre os Mártires, 3).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O Evangelho de João 15,1-7, com a metáfora da videira, enfatiza a dependência absoluta dos discípulos em permanecerem unidos a Cristo para produzir frutos, um aspecto menos explícito nos outros Evangelhos. Em Mateus 7,16-20, a imagem de árvores e frutos foca na qualidade moral dos atos como reflexo da interioridade, sem a ênfase joanina na união ontológica com Cristo. Marcos 4,3-9 (parábola do semeador) destaca o crescimento do Reino mediante a receptividade à Palavra, mas não explora a relação mística de permanência em Cristo como fonte de vida. Lucas 13,6-9, com a figueira estéril, acentua a paciência divina e a necessidade de conversão, mas carece da profundidade teológica da videira como símbolo de comunhão trinitária. Assim, João se distingue por sua visão de intimidade espiritual, onde a frutificação depende da graça divina operando na alma unida a Cristo.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O Evangelho de João 15,1-7 centra-se na união vital com Cristo como condição para a frutificação espiritual, um tema que ressoa, mas é complementado, em textos paulinos. Em Romanos 6,5, Paulo descreve a união com Cristo na morte e ressurreição pelo batismo, enfatizando a transformação ontológica do cristão, um aspecto implícito, mas não desenvolvido em João. Em Gálatas 2,20, a afirmação “já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim” aprofunda a ideia joanina de permanência, destacando a substituição da vida humana pela vida divina. Em Filipenses 1,21-23, Paulo expressa o desejo de estar com Cristo, sugerindo uma comunhão escatológica que complementa a permanência temporal descrita em João. Enquanto João usa a imagem orgânica da videira, Paulo foca na participação existencial e escatológica na vida de Cristo, enriquecendo a compreensão da união mística.
28 ABRIL - S. PAULO DA CRUZ, Confessor
Nascido em Piemonte, fundou a Congregação dos Passionistas, que tem por fim particular propagar nas pregações a devoção à Paixão de Nosso Senhor.
Introito (Gal 2, 19-20 | Sl 40, 2)
Christo confíxus sum Cruci... Com o Cristo estou pregado na Cruz; vivo, mas não sou eu que vivo; o Cristo vive em mim. Eu vivo na fé do Filho de Deus, que me amou, e por mim se entregou, aleluia, aleluia. Sl. Feliz aquele que tem piedade do indigente e do pobre; no dia mau o Senhor o livrará.
Epístola (I Cor 1, 17-25)
São Paulo Apóstolo a Coríntios. Irmãos: Cristo não me enviou para batizar e sim para anunciar o Evangelho; não com sabedoria de palavra para que não seja diminuída a força da Cruz de Cristo. Porque a pregação da Cruz é uma loucura para aqueles que perecem, porém para os que são salvos, isto é, para nós, ela é poder de Deus. Pois está escrito: “Eu destruirei a sabedoria dos sábios e reprovarei a prudência dos prudentes”. Onde está o sábio? Onde o escriba? O investigador deste século? Não chamou Deus de loucura à sabedoria deste mundo? Porque uma vez que o mundo com sua sabedoria não conheceu a Deus, em sua sabedoria divina agradou a Deus salvar aos que creem pela loucura da pregação. Em verdade, os judeus pedem milagres e os Gregos procuram a ciência; porém nós pregamos o Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos; mas para os que são chamados, judeus ou Gregos, o Cristo é poder de Deus, é sabedoria de Deus. Porque o que parece estultícia em Deus, é mais sábio que os homens e o que parece fraqueza em Deus, é mais forte que os homens.
Evangelho (Lc 10, 1-9)
Naquele tempo, designou o Senhor outros setenta e dois discípulos e mandou-os, dois a dois, em sua frente, por todas as cidades e lugares onde Ele próprio devia ir. Ele lhes dizia: A messe é grande, mas os operários são poucos. Rogai, pois, ao dono da seara que mande operários para sua messe. Ide, eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem calçado e pelo caminho a ninguém saudeis. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: A paz seja nesta casa. E se aí houver um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não, voltará ela para vós. Na mesma casa ficai, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois o operário merece seu salário. Não andeis de casa em casa. E se entrardes em alguma cidade e vos receberem, comei o que vos derem. Curai os enfermos que aí houver e dizei-lhes: Aproximou-se de vós o Reino de Deus.
Homilias e Explicações Teológicas
A cruz, que aos olhos humanos parece fraqueza e loucura, é o ápice da sabedoria divina, pois nela se revela o amor que transcende a justiça e a razão humanas, escolhendo os humildes para confundir os sábios, de modo que a salvação não se baseia em méritos próprios, mas na graça de Deus (Santo Agostinho, Sermões sobre a Primeira Carta aos Coríntios, 1,18). A missão dos setenta e dois discípulos, enviados como cordeiros entre lobos, manifesta a confiança na providência divina, que capacita os fracos para anunciar a paz e o Reino, mostrando que a força do evangelho não reside na persuasão humana, mas na ação do Espírito (São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, 17). A escolha dos discípulos, enviados sem bens materiais, sublinha que a pregação do Reino exige desapego e humildade, para que o pregador seja um reflexo da pobreza de Cristo, cuja cruz é o verdadeiro tesouro (São Tomás de Aquino, Comentário ao Evangelho de Lucas, 10,1-9). A cura dos enfermos e a proclamação da proximidade do Reino revelam que a missão cristã não é apenas verbal, mas encarnada em atos de caridade, que tornam visível a presença de Deus no mundo (São João Crisóstomo, Homilias sobre Lucas, 10,4-9).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O envio dos setenta e dois em Lucas 10,1-9 é único por sua escala e simbolismo, sugerindo a missão universal que abrange todas as nações, um aspecto não enfatizado em Mateus ou Marcos. Em Mateus 10,5-15, o envio é restrito aos doze apóstolos e às “ovelhas perdidas de Israel”, com instruções mais detalhadas sobre rejeição, enquanto Lucas foca na urgência e na confiança na providência, sem menção explícita a limites geográficos. Marcos 6,7-13 descreve o envio dos doze com ênfase na autoridade sobre espíritos impuros e na simplicidade (sem pão ou dinheiro), mas omite a proclamação da paz e a cura como sinais do Reino, centrais em Lucas. João não apresenta um envio coletivo análogo, mas em João 20,21-23, Jesus envia os discípulos com o Espírito Santo, destacando a autoridade de perdoar pecados, um elemento ausente em Lucas 10,1-9. Assim, Lucas amplia a missão, sublinhando sua universalidade e a paz como marca do Reino.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de Lucas 10,1-9, com sua ênfase na missão dos setenta e dois enviados como cordeiros entre lobos, encontra complementos nos textos paulinos que aprofundam a natureza da missão cristã. Em 2 Coríntios 12,9-10, Paulo destaca que a força de Deus se aperfeiçoa na fraqueza, ecoando a vulnerabilidade dos discípulos enviados sem recursos, mas confiantes na providência. Em Romanos 10,14-15, Paulo sublinha a necessidade de pregadores para que a fé seja despertada, complementando a urgência da proclamação do Reino em Lucas, ao explicar como a mensagem chega aos corações. Em Efésios 6,15, a imagem dos pés calçados com a “prontidão do evangelho da paz” reforça a paz proclamada pelos discípulos em Lucas, mas a situa no contexto da armadura espiritual contra forças malignas, um aspecto não explicitado no evangelho. Finalmente, em Filipenses 2,15-16, Paulo exorta os cristãos a brilharem como luzes no mundo, segurando a palavra da vida, o que amplia a ideia lucana de curar e anunciar, destacando o impacto transformador da missão na sociedade.
Introito (Gal 2, 19-20 | Sl 40, 2)
Christo confíxus sum Cruci... Com o Cristo estou pregado na Cruz; vivo, mas não sou eu que vivo; o Cristo vive em mim. Eu vivo na fé do Filho de Deus, que me amou, e por mim se entregou, aleluia, aleluia. Sl. Feliz aquele que tem piedade do indigente e do pobre; no dia mau o Senhor o livrará.
Epístola (I Cor 1, 17-25)
São Paulo Apóstolo a Coríntios. Irmãos: Cristo não me enviou para batizar e sim para anunciar o Evangelho; não com sabedoria de palavra para que não seja diminuída a força da Cruz de Cristo. Porque a pregação da Cruz é uma loucura para aqueles que perecem, porém para os que são salvos, isto é, para nós, ela é poder de Deus. Pois está escrito: “Eu destruirei a sabedoria dos sábios e reprovarei a prudência dos prudentes”. Onde está o sábio? Onde o escriba? O investigador deste século? Não chamou Deus de loucura à sabedoria deste mundo? Porque uma vez que o mundo com sua sabedoria não conheceu a Deus, em sua sabedoria divina agradou a Deus salvar aos que creem pela loucura da pregação. Em verdade, os judeus pedem milagres e os Gregos procuram a ciência; porém nós pregamos o Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos; mas para os que são chamados, judeus ou Gregos, o Cristo é poder de Deus, é sabedoria de Deus. Porque o que parece estultícia em Deus, é mais sábio que os homens e o que parece fraqueza em Deus, é mais forte que os homens.
Evangelho (Lc 10, 1-9)
Naquele tempo, designou o Senhor outros setenta e dois discípulos e mandou-os, dois a dois, em sua frente, por todas as cidades e lugares onde Ele próprio devia ir. Ele lhes dizia: A messe é grande, mas os operários são poucos. Rogai, pois, ao dono da seara que mande operários para sua messe. Ide, eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem calçado e pelo caminho a ninguém saudeis. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: A paz seja nesta casa. E se aí houver um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não, voltará ela para vós. Na mesma casa ficai, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois o operário merece seu salário. Não andeis de casa em casa. E se entrardes em alguma cidade e vos receberem, comei o que vos derem. Curai os enfermos que aí houver e dizei-lhes: Aproximou-se de vós o Reino de Deus.
Homilias e Explicações Teológicas
A cruz, que aos olhos humanos parece fraqueza e loucura, é o ápice da sabedoria divina, pois nela se revela o amor que transcende a justiça e a razão humanas, escolhendo os humildes para confundir os sábios, de modo que a salvação não se baseia em méritos próprios, mas na graça de Deus (Santo Agostinho, Sermões sobre a Primeira Carta aos Coríntios, 1,18). A missão dos setenta e dois discípulos, enviados como cordeiros entre lobos, manifesta a confiança na providência divina, que capacita os fracos para anunciar a paz e o Reino, mostrando que a força do evangelho não reside na persuasão humana, mas na ação do Espírito (São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, 17). A escolha dos discípulos, enviados sem bens materiais, sublinha que a pregação do Reino exige desapego e humildade, para que o pregador seja um reflexo da pobreza de Cristo, cuja cruz é o verdadeiro tesouro (São Tomás de Aquino, Comentário ao Evangelho de Lucas, 10,1-9). A cura dos enfermos e a proclamação da proximidade do Reino revelam que a missão cristã não é apenas verbal, mas encarnada em atos de caridade, que tornam visível a presença de Deus no mundo (São João Crisóstomo, Homilias sobre Lucas, 10,4-9).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O envio dos setenta e dois em Lucas 10,1-9 é único por sua escala e simbolismo, sugerindo a missão universal que abrange todas as nações, um aspecto não enfatizado em Mateus ou Marcos. Em Mateus 10,5-15, o envio é restrito aos doze apóstolos e às “ovelhas perdidas de Israel”, com instruções mais detalhadas sobre rejeição, enquanto Lucas foca na urgência e na confiança na providência, sem menção explícita a limites geográficos. Marcos 6,7-13 descreve o envio dos doze com ênfase na autoridade sobre espíritos impuros e na simplicidade (sem pão ou dinheiro), mas omite a proclamação da paz e a cura como sinais do Reino, centrais em Lucas. João não apresenta um envio coletivo análogo, mas em João 20,21-23, Jesus envia os discípulos com o Espírito Santo, destacando a autoridade de perdoar pecados, um elemento ausente em Lucas 10,1-9. Assim, Lucas amplia a missão, sublinhando sua universalidade e a paz como marca do Reino.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de Lucas 10,1-9, com sua ênfase na missão dos setenta e dois enviados como cordeiros entre lobos, encontra complementos nos textos paulinos que aprofundam a natureza da missão cristã. Em 2 Coríntios 12,9-10, Paulo destaca que a força de Deus se aperfeiçoa na fraqueza, ecoando a vulnerabilidade dos discípulos enviados sem recursos, mas confiantes na providência. Em Romanos 10,14-15, Paulo sublinha a necessidade de pregadores para que a fé seja despertada, complementando a urgência da proclamação do Reino em Lucas, ao explicar como a mensagem chega aos corações. Em Efésios 6,15, a imagem dos pés calçados com a “prontidão do evangelho da paz” reforça a paz proclamada pelos discípulos em Lucas, mas a situa no contexto da armadura espiritual contra forças malignas, um aspecto não explicitado no evangelho. Finalmente, em Filipenses 2,15-16, Paulo exorta os cristãos a brilharem como luzes no mundo, segurando a palavra da vida, o que amplia a ideia lucana de curar e anunciar, destacando o impacto transformador da missão na sociedade.
Livro - Pastoral Coletiva de 1915, um documento histórico da Igreja Católica no Brasil
A nova edição da Pastoral Coletiva de 1915, adaptada ao Código de Direito Canônico de 1917, ao Concílio Plenário Brasileiro e às decisões das Congregações Romanas, é um documento histórico da Igreja Católica no Brasil, originalmente elaborado pelos bispos das Províncias Eclesiásticas Meridionais (Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre) durante as conferências episcopais realizadas em Nova Friburgo, de 12 a 17 de janeiro de 1915.
A Pastoral Coletiva de 1915 foi publicada em um momento de reestruturação da Igreja Católica no Brasil após a separação entre Igreja e Estado, instaurada pela Proclamação da República em 1889. O documento reflete o esforço do episcopado para consolidar a identidade e a autonomia da Igreja em um contexto republicano e laico, promovendo a romanização (alinhamento com as diretrizes de Roma) e a europeização do catolicismo brasileiro. Buscava reformular costumes do clero e dos fiéis, além de padronizar rituais e práticas religiosas, adaptando-se às novas realidades sociais e eclesiásticas.
Conferências Episcopais: O documento detalha as discussões realizadas em Nova Friburgo, abordando a organização eclesiástica, a formação do clero e a pastoral dos fiéis. Inclui as Constituições Diocesanas, que representam um marco na autonomia das dioceses brasileiras.
Reforma Eclesiástica: A Pastoral enfatiza a necessidade de alinhar o catolicismo brasileiro às normas do Vaticano, promovendo:
Disciplina clerical, com foco na formação e conduta do clero.
Uniformização de práticas litúrgicas e catequéticas.
Combate a costumes considerados inadequados, buscando um catolicismo mais "puro" e europeizado.
Adaptação ao Código de Direito Canônico (1917): A segunda edição, destacada em 2024 por Dom Rodrigo Ribeiro da Silva, incorpora ajustes ao Código de 1917, que trouxe regulamentações mais rígidas para a Igreja. Também reflete decisões do Concílio Plenário Brasileiro e orientações das Congregações Romanas, reforçando a autoridade eclesiástica.
Importância Histórica: Antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), a Pastoral de 1915 era um documento de referência para os católicos brasileiros, guiando a prática religiosa e a organização da Igreja. Suas decisões foram convertidas em decretos no Primeiro Concílio Plenário de 1941, influenciando a legislação eclesiástica no Brasil por décadas.
Condenação de Erros Modernos: O documento critica ideologias contemporâneas como o liberalismo, o indiferentismo religioso, o racionalismo, o naturalismo e o socialismo, consideradas ameaças à fé católica e à ordem social. Alerta contra a secularização, a perda de valores cristãos e a negligência espiritual, como a falta de prática religiosa e a busca por prazeres materiais. Condena práticas como o espiritismo, a maçonaria e o protestantismo, vistas como contrárias à doutrina católica.
Orientações para a Vida Cristã: Reforça a importância da obediência à Igreja, da educação católica e da prática dos sacramentos para a formação moral e espiritual dos fiéis. Enfatiza a necessidade de combater vícios e costumes imorais, promovendo uma vida alinhada aos princípios da fé cristã.
Exorta os padres a instruírem os fiéis sobre os perigos das "falsas doutrinas" e a importância da verdade católica para a salvação.
Defesa da Fé e da Igreja: Insiste na autoridade da Igreja como única fonte de verdade e na necessidade de resistir às ideias que promovem a separação entre Igreja e Estado ou que relativizam a fé.
Critica a "liberdade de consciência" mal entendida, que leva à rejeição da autoridade eclesiástica e à desordem moral.
Autonomia e Identidade: A Pastoral marcou a transição da Igreja de uma instituição vinculada ao Estado (padroado) para uma entidade autônoma, capaz de se organizar e responder aos desafios do novo regime republicano.
Romanização: Reforçou a centralização da Igreja sob a autoridade de Roma, alinhando o Brasil às diretrizes globais do catolicismo.
Legado: O documento é valorizado por setores tradicionalistas, como destacado na divulgação de sua cópia digital em 2024, por representar um catolicismo pré-Vaticano II, visto como mais ortodoxo por alguns grupos.
A Pastoral Coletiva foi escrita em um período de transição, quando a Igreja no Brasil enfrentava os desafios da modernidade, como a laicização do Estado e a influência de ideias liberais e racionalistas. Seu objetivo era unificar a ação pastoral dos bispos, orientar o clero e os fiéis, e reafirmar a doutrina católica como base para a sociedade, em oposição às tendências secularizantes da época. O documento reflete a preocupação da Igreja em manter sua influência espiritual e social, oferecendo diretrizes práticas para a vida cristã e alertando contra os "erros modernos" que poderiam desviar os fiéis do caminho da fé.
Uma cópia digital da segunda edição foi disponibilizada em 2024 por Dom Rodrigo Ribeiro da Silva, acessível em formato PDF no site Controvérsia Católica. Esta versão é considerada rara e foi celebrada por sua relevância histórica e doutrinária. Link para o arquivo: Pastoral Coletiva de 1915 - Segunda Edição.
A Pastoral Coletiva de 1915 foi publicada em um momento de reestruturação da Igreja Católica no Brasil após a separação entre Igreja e Estado, instaurada pela Proclamação da República em 1889. O documento reflete o esforço do episcopado para consolidar a identidade e a autonomia da Igreja em um contexto republicano e laico, promovendo a romanização (alinhamento com as diretrizes de Roma) e a europeização do catolicismo brasileiro. Buscava reformular costumes do clero e dos fiéis, além de padronizar rituais e práticas religiosas, adaptando-se às novas realidades sociais e eclesiásticas.
Conferências Episcopais: O documento detalha as discussões realizadas em Nova Friburgo, abordando a organização eclesiástica, a formação do clero e a pastoral dos fiéis. Inclui as Constituições Diocesanas, que representam um marco na autonomia das dioceses brasileiras.
Reforma Eclesiástica: A Pastoral enfatiza a necessidade de alinhar o catolicismo brasileiro às normas do Vaticano, promovendo:
Disciplina clerical, com foco na formação e conduta do clero.
Uniformização de práticas litúrgicas e catequéticas.
Combate a costumes considerados inadequados, buscando um catolicismo mais "puro" e europeizado.
Adaptação ao Código de Direito Canônico (1917): A segunda edição, destacada em 2024 por Dom Rodrigo Ribeiro da Silva, incorpora ajustes ao Código de 1917, que trouxe regulamentações mais rígidas para a Igreja. Também reflete decisões do Concílio Plenário Brasileiro e orientações das Congregações Romanas, reforçando a autoridade eclesiástica.
Importância Histórica: Antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), a Pastoral de 1915 era um documento de referência para os católicos brasileiros, guiando a prática religiosa e a organização da Igreja. Suas decisões foram convertidas em decretos no Primeiro Concílio Plenário de 1941, influenciando a legislação eclesiástica no Brasil por décadas.
Condenação de Erros Modernos: O documento critica ideologias contemporâneas como o liberalismo, o indiferentismo religioso, o racionalismo, o naturalismo e o socialismo, consideradas ameaças à fé católica e à ordem social. Alerta contra a secularização, a perda de valores cristãos e a negligência espiritual, como a falta de prática religiosa e a busca por prazeres materiais. Condena práticas como o espiritismo, a maçonaria e o protestantismo, vistas como contrárias à doutrina católica.
Orientações para a Vida Cristã: Reforça a importância da obediência à Igreja, da educação católica e da prática dos sacramentos para a formação moral e espiritual dos fiéis. Enfatiza a necessidade de combater vícios e costumes imorais, promovendo uma vida alinhada aos princípios da fé cristã.
Exorta os padres a instruírem os fiéis sobre os perigos das "falsas doutrinas" e a importância da verdade católica para a salvação.
Defesa da Fé e da Igreja: Insiste na autoridade da Igreja como única fonte de verdade e na necessidade de resistir às ideias que promovem a separação entre Igreja e Estado ou que relativizam a fé.
Critica a "liberdade de consciência" mal entendida, que leva à rejeição da autoridade eclesiástica e à desordem moral.
Autonomia e Identidade: A Pastoral marcou a transição da Igreja de uma instituição vinculada ao Estado (padroado) para uma entidade autônoma, capaz de se organizar e responder aos desafios do novo regime republicano.
Romanização: Reforçou a centralização da Igreja sob a autoridade de Roma, alinhando o Brasil às diretrizes globais do catolicismo.
Legado: O documento é valorizado por setores tradicionalistas, como destacado na divulgação de sua cópia digital em 2024, por representar um catolicismo pré-Vaticano II, visto como mais ortodoxo por alguns grupos.
A Pastoral Coletiva foi escrita em um período de transição, quando a Igreja no Brasil enfrentava os desafios da modernidade, como a laicização do Estado e a influência de ideias liberais e racionalistas. Seu objetivo era unificar a ação pastoral dos bispos, orientar o clero e os fiéis, e reafirmar a doutrina católica como base para a sociedade, em oposição às tendências secularizantes da época. O documento reflete a preocupação da Igreja em manter sua influência espiritual e social, oferecendo diretrizes práticas para a vida cristã e alertando contra os "erros modernos" que poderiam desviar os fiéis do caminho da fé.
Uma cópia digital da segunda edição foi disponibilizada em 2024 por Dom Rodrigo Ribeiro da Silva, acessível em formato PDF no site Controvérsia Católica. Esta versão é considerada rara e foi celebrada por sua relevância histórica e doutrinária. Link para o arquivo: Pastoral Coletiva de 1915 - Segunda Edição.
27 ABRIL - DOMINGO IN ALBIS
Introito (I Pe 2, 2 | Sl 80, 2)
(Áudio)
Quasi modo géniti infántes, allelúia... Como meninos recém-nascidos, aleluia, razoáveis todavia, desejai sinceramente o leite [espiritual], aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Cantai alegremente a Deus, nosso auxílio; cantai jubilosos ao Deus de Jacó. ℣. Glória ao Pai…
Epístola (I Jo 5, 4-10)
Leitura da Epístola de São João Apóstolo.Caríssimos: Tudo o que nasceu de Deus vence o mundo; e a vitória que vence o mundo, é a nossa fé. Quem é que vence o mundo senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus ? Ele é O que veio pela água e pelo sangue, Jesus Cristo; não só pela água, senão pela água e pelo sangue [batismo e morte na cruz]. Também o Espírito é o que dá testemunho que Cristo é a Verdade. Porque três são os que testemunham no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo; e estes três são um só [testemunho]. E são três os que testemunham na terra: o Espírito, a água e o sangue; e estes três são um só [testemunho]. Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é o maior; ora, este é o testemunho de Deus, que é maior, porque Ele o deu de seu Filho. Quem crê no Filho de Deus tem em si o testemunho de Deus.
Evangelho (Jo 20, 19-31)
Naquele tempo, chegada já a tarde daquele dia, que era o primeiro dia da semana, e estando fechadas as portas do lugar onde se achavam reunidos os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, e pondo-se no meio deles, disse-lhes : A paz seja convosco. E dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se muito os discípulos, vendo o Senhor. Disse-lhes Jesus outra vez: A paz seja convosco! Assim como meu Pai me enviou, assim também eu vos envio. Ditas estas palavras, soprou sobre eles, dizendo-lhes : Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados: e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles, quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos : Vimos o Senhor! Ele porém lhes disse: Se eu não vir em suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o meu dedo no lugar dos cravos, e se não meter minha mão em seu lado, não acreditarei. Oito dias depois, estavam os discípulos de Jesus outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Veio Jesus, estando fechadas as portas. E pondo-se no meio deles, disse: A paz seja convosco! Depois disse a Tomé: Mete aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e mete-a em meu lado; não sejas incrédulo, mas fiel. Respondeu Tomé e disse-Lhe: Meu Senhor e meu Deus! Disse-lhe Jesus: Tu creste, ó Tomé, porque me viste; bem-aventurados os que não viram e todavia creram. Jesus fez ainda em presença dos discípulos, muitos outros milagres, que não foram escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus Cristo é o Cristo, Filho de Deus; e para que, crendo, tenhais a vida em seu Nome.
Quasi modo géniti infántes, allelúia... Como meninos recém-nascidos, aleluia, razoáveis todavia, desejai sinceramente o leite [espiritual], aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Cantai alegremente a Deus, nosso auxílio; cantai jubilosos ao Deus de Jacó. ℣. Glória ao Pai…
Epístola (I Jo 5, 4-10)
Leitura da Epístola de São João Apóstolo.Caríssimos: Tudo o que nasceu de Deus vence o mundo; e a vitória que vence o mundo, é a nossa fé. Quem é que vence o mundo senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus ? Ele é O que veio pela água e pelo sangue, Jesus Cristo; não só pela água, senão pela água e pelo sangue [batismo e morte na cruz]. Também o Espírito é o que dá testemunho que Cristo é a Verdade. Porque três são os que testemunham no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo; e estes três são um só [testemunho]. E são três os que testemunham na terra: o Espírito, a água e o sangue; e estes três são um só [testemunho]. Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é o maior; ora, este é o testemunho de Deus, que é maior, porque Ele o deu de seu Filho. Quem crê no Filho de Deus tem em si o testemunho de Deus.
Evangelho (Jo 20, 19-31)
Naquele tempo, chegada já a tarde daquele dia, que era o primeiro dia da semana, e estando fechadas as portas do lugar onde se achavam reunidos os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, e pondo-se no meio deles, disse-lhes : A paz seja convosco. E dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se muito os discípulos, vendo o Senhor. Disse-lhes Jesus outra vez: A paz seja convosco! Assim como meu Pai me enviou, assim também eu vos envio. Ditas estas palavras, soprou sobre eles, dizendo-lhes : Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados: e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles, quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos : Vimos o Senhor! Ele porém lhes disse: Se eu não vir em suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o meu dedo no lugar dos cravos, e se não meter minha mão em seu lado, não acreditarei. Oito dias depois, estavam os discípulos de Jesus outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Veio Jesus, estando fechadas as portas. E pondo-se no meio deles, disse: A paz seja convosco! Depois disse a Tomé: Mete aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e mete-a em meu lado; não sejas incrédulo, mas fiel. Respondeu Tomé e disse-Lhe: Meu Senhor e meu Deus! Disse-lhe Jesus: Tu creste, ó Tomé, porque me viste; bem-aventurados os que não viram e todavia creram. Jesus fez ainda em presença dos discípulos, muitos outros milagres, que não foram escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus Cristo é o Cristo, Filho de Deus; e para que, crendo, tenhais a vida em seu Nome.
Homilias e Explicações Teológicas
A fé, que é a vitória sobre o mundo, não é um mero assentimento intelectual, mas um dom divino que nos une ao testemunho do Espírito, da água e do sangue, pois estes três convergem para revelar a verdade do Filho de Deus encarnado, cuja divindade é confirmada pela sua humanidade redentora (Santo Agostinho, Comentário à Primeira Carta de João, 10.1). A dúvida de Tomé, longe de ser uma fraqueza, é um caminho pedagógico ordenado por Cristo, que, ao permitir o toque em suas chagas, ensina que a fé verdadeira nasce da humildade de reconhecer a verdade divina manifestada na carne, elevando a confissão de Tomé a um ato de adoração que transcende a visão (São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, 26.7). O testemunho do Espírito, que procede do Pai e do Filho, é o fundamento da certeza da fé, pois, como o amor de Deus se manifesta na entrega do Filho, a confiança do crente repousa na unidade da Trindade, que autentica a missão salvífica de Cristo (Santo Tomás de Aquino, Comentário à Primeira Carta de João, 5.7). A aparição de Jesus aos discípulos, com portas fechadas, simboliza a entrada do Verbo na alma, que, mesmo encerrada pelo medo ou pecado, é penetrada pela graça divina, oferecendo paz e missão aos que creem sem ver, pois a fé é o olhar interior que contempla o Ressuscitado (São Bernardo de Claraval, Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, 28.9).
A fé, que é a vitória sobre o mundo, não é um mero assentimento intelectual, mas um dom divino que nos une ao testemunho do Espírito, da água e do sangue, pois estes três convergem para revelar a verdade do Filho de Deus encarnado, cuja divindade é confirmada pela sua humanidade redentora (Santo Agostinho, Comentário à Primeira Carta de João, 10.1). A dúvida de Tomé, longe de ser uma fraqueza, é um caminho pedagógico ordenado por Cristo, que, ao permitir o toque em suas chagas, ensina que a fé verdadeira nasce da humildade de reconhecer a verdade divina manifestada na carne, elevando a confissão de Tomé a um ato de adoração que transcende a visão (São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, 26.7). O testemunho do Espírito, que procede do Pai e do Filho, é o fundamento da certeza da fé, pois, como o amor de Deus se manifesta na entrega do Filho, a confiança do crente repousa na unidade da Trindade, que autentica a missão salvífica de Cristo (Santo Tomás de Aquino, Comentário à Primeira Carta de João, 5.7). A aparição de Jesus aos discípulos, com portas fechadas, simboliza a entrada do Verbo na alma, que, mesmo encerrada pelo medo ou pecado, é penetrada pela graça divina, oferecendo paz e missão aos que creem sem ver, pois a fé é o olhar interior que contempla o Ressuscitado (São Bernardo de Claraval, Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, 28.9).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O relato de João 20,19-31, com a aparição de Jesus aos discípulos e a dúvida de Tomé, apresenta elementos únicos quando comparado aos outros evangelhos. Em Mateus 28,16-20, a aparição de Jesus na Galileia enfatiza a missão universal de fazer discípulos, sem referência ao toque nas chagas ou à dúvida de um apóstolo, destacando a autoridade de Cristo sobre céu e terra. Marcos 16,14-18 menciona a incredulidade dos discípulos como grupo, mas não individualiza Tomé, focando na ordem de pregar e nos sinais que acompanharão os crentes, como curas e exorcismos. Lucas 24,36-49 complementa João ao descrever Jesus comendo com os discípulos, reforçando a corporeidade da ressurreição, e explicando as Escrituras, um aspecto ausente em João, que prioriza a paz e a fé gerada pelo encontro pessoal. Esses evangelhos, ao omitirem a confissão explícita de Tomé (“Meu Senhor e meu Deus”), destacam menos a dimensão adoracional da fé e mais a missão e a continuidade da obra de Cristo.
O relato de João 20,19-31, com a aparição de Jesus aos discípulos e a dúvida de Tomé, apresenta elementos únicos quando comparado aos outros evangelhos. Em Mateus 28,16-20, a aparição de Jesus na Galileia enfatiza a missão universal de fazer discípulos, sem referência ao toque nas chagas ou à dúvida de um apóstolo, destacando a autoridade de Cristo sobre céu e terra. Marcos 16,14-18 menciona a incredulidade dos discípulos como grupo, mas não individualiza Tomé, focando na ordem de pregar e nos sinais que acompanharão os crentes, como curas e exorcismos. Lucas 24,36-49 complementa João ao descrever Jesus comendo com os discípulos, reforçando a corporeidade da ressurreição, e explicando as Escrituras, um aspecto ausente em João, que prioriza a paz e a fé gerada pelo encontro pessoal. Esses evangelhos, ao omitirem a confissão explícita de Tomé (“Meu Senhor e meu Deus”), destacam menos a dimensão adoracional da fé e mais a missão e a continuidade da obra de Cristo.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de João 20,19-31, com sua ênfase na fé em Cristo Ressuscitado e na paz concedida aos discípulos, encontra complementos significativos nas epístolas paulinas. Em Romanos 5,1-5, Paulo explica que a paz com Deus vem pela justificação através da fé, um processo que aprofunda a “paz” oferecida por Jesus em João, vinculando-a à esperança e à perseverança nas tribulações, aspectos não abordados no evangelho. Em 1 Coríntios 15,12-19, Paulo argumenta que a ressurreição de Cristo é o fundamento da fé cristã, complementando a experiência de Tomé ao afirmar que, sem a ressurreição, a fé seria vã, um raciocínio teológico ausente em João. Em Gálatas 2,20, a ideia de viver pela fé no Filho de Deus, que se entregou por amor, ecoa a confissão de Tomé, mas Paulo a universaliza, descrevendo a fé como uma vida nova em Cristo, não limitada ao momento do encontro físico.
O evangelho de João 20,19-31, com sua ênfase na fé em Cristo Ressuscitado e na paz concedida aos discípulos, encontra complementos significativos nas epístolas paulinas. Em Romanos 5,1-5, Paulo explica que a paz com Deus vem pela justificação através da fé, um processo que aprofunda a “paz” oferecida por Jesus em João, vinculando-a à esperança e à perseverança nas tribulações, aspectos não abordados no evangelho. Em 1 Coríntios 15,12-19, Paulo argumenta que a ressurreição de Cristo é o fundamento da fé cristã, complementando a experiência de Tomé ao afirmar que, sem a ressurreição, a fé seria vã, um raciocínio teológico ausente em João. Em Gálatas 2,20, a ideia de viver pela fé no Filho de Deus, que se entregou por amor, ecoa a confissão de Tomé, mas Paulo a universaliza, descrevendo a fé como uma vida nova em Cristo, não limitada ao momento do encontro físico.
Ecumenismo e sincretismo religioso em Medjugorje
As supostas aparições marianas em Medjugorje, na Bósnia-Herzegovina, iniciadas
em 1981, têm atraído milhões de peregrinos católicos em busca de
espiritualidade, conversão e paz. Contudo, o fenômeno também gerou intensos
debates teológicos e críticas, especialmente por parte de setores católicos
tradicionalistas, que questionam a autenticidade das aparições e apontam para um
possível sincretismo religioso nas mensagens atribuídas à Virgem Maria.
As mensagens de Medjugorje, transmitidas por seis videntes, são frequentemente descritas como chamadas à paz, à oração (especialmente o Rosário), à conversão espiritual e à reconciliação. Embora muitas mensagens sejam compatíveis com a piedade católica, elas raramente enfatizam elementos doutrinários centrais, como a necessidade de adesão exclusiva à Igreja Católica, a primazia dos sacramentos ou a rejeição de outras crenças religiosas. Essa abordagem genérica tem sido interpretada por críticos como uma abertura ao sincretismo religioso, especialmente em um contexto global de crescente diálogo interreligioso.
Por exemplo, uma mensagem atribuída à Virgem Maria em 25 de outubro de 1988 diz: “Queridos filhos, meu convite é que vocês vivam as mensagens que eu lhes dou, especialmente a paz, porque a paz é um presente de Deus.” Outra, de 25 de fevereiro de 1988, afirma: “Deus quer salvar todas as almas através de mim.” Essas mensagens, embora espiritualmente edificantes, não explicitam a necessidade de conversão ao catolicismo ou a rejeição de outras religiões, o que levanta preocupações entre críticos sobre uma possível relativização da fé.
Diversos autores e teólogos católicos têm expressado preocupações sobre o tom ecumênico das mensagens de Medjugorje, sugerindo que elas podem promover um sincretismo religioso.
As mensagens de Medjugorje, transmitidas por seis videntes, são frequentemente descritas como chamadas à paz, à oração (especialmente o Rosário), à conversão espiritual e à reconciliação. Embora muitas mensagens sejam compatíveis com a piedade católica, elas raramente enfatizam elementos doutrinários centrais, como a necessidade de adesão exclusiva à Igreja Católica, a primazia dos sacramentos ou a rejeição de outras crenças religiosas. Essa abordagem genérica tem sido interpretada por críticos como uma abertura ao sincretismo religioso, especialmente em um contexto global de crescente diálogo interreligioso.
Por exemplo, uma mensagem atribuída à Virgem Maria em 25 de outubro de 1988 diz: “Queridos filhos, meu convite é que vocês vivam as mensagens que eu lhes dou, especialmente a paz, porque a paz é um presente de Deus.” Outra, de 25 de fevereiro de 1988, afirma: “Deus quer salvar todas as almas através de mim.” Essas mensagens, embora espiritualmente edificantes, não explicitam a necessidade de conversão ao catolicismo ou a rejeição de outras religiões, o que levanta preocupações entre críticos sobre uma possível relativização da fé.
Diversos autores e teólogos católicos têm expressado preocupações sobre o tom ecumênico das mensagens de Medjugorje, sugerindo que elas podem promover um sincretismo religioso.
O teólogo Manfred Hauke, em um artigo publicado na revista Theologisches
(2007), argumenta que as mensagens de Medjugorje carecem de um enfoque claro
na doutrina católica tradicional. Ele observa que, ao contrário de aparições
aprovadas como Fátima ou Lourdes, que reforçam a centralidade da Igreja e dos
sacramentos, Medjugorje apresenta mensagens genéricas sobre paz e oração que
poderiam ser aceitas por membros de outras religiões ou até por não cristãos.
Hauke aponta que essa universalidade pode ser interpretada como um convite ao
sincretismo, especialmente em um contexto cultural que valoriza o diálogo
interreligioso acima da evangelização. Hauke cita uma mensagem de 1984,
na qual a Virgem teria dito que “todas as religiões são queridas por Deus” se
vividas com sinceridade, uma afirmação que, segundo ele, contradiz o
ensinamento católico de que a Igreja é o único caminho pleno para a salvação
(Extra Ecclesiam nulla salus). Embora essa mensagem específica seja objeto de
debate quanto à sua autenticidade, ela reflete o tipo de interpretação que
críticos associam a Medjugorje.
O bispo de Mostar, Pavao Žanić, que inicialmente apoiou Medjugorje, tornou-se um de seus maiores críticos, publicando um relatório em 1987 que questionava a autenticidade das aparições. Žanić argumentava que as mensagens promoviam uma espiritualidade vaga, com ênfase excessiva na paz inter-religiosa em um contexto multiétnico e multirreligioso como a ex-Iugoslávia. Ele sugeria que essa abordagem poderia ser explorada para fins políticos ou ecumênicos, diluindo a identidade católica em favor de uma coexistência religiosa que não desafiasse outras crenças, como o islamismo ou o cristianismo ortodoxo predominantes na região. Žanić também criticou a conduta dos frades franciscanos locais, que administravam a paróquia de Medjugorje, acusando-os de fomentar um movimento que priorizava a devoção popular sobre a obediência eclesiástica. Ele via o ecumenismo implícito nas mensagens como um desvio da missão evangelizadora da Igreja.
Em um artigo publicado no National Catholic Register (2020), o padre Raymond J. de Souza analisa Medjugorje no contexto do diálogo interreligioso promovido pelo Vaticano nas últimas décadas. Ele sugere que a hesitação da Igreja em declarar a autenticidade das aparições reflete preocupações com o impacto de mensagens que, embora piedosas, podem ser interpretadas como endossando uma visão relativista da religião. De Souza aponta que o chamado à paz em Medjugorje, especialmente em mensagens que não distinguem claramente entre catolicismo e outras fés, alinha-se com a tendência contemporânea de enfatizar a unidade religiosa em detrimento da exclusividade da verdade católica. Ele cita o documento do Dicastério para a Doutrina da Fé de 2024, que concede o nihil obstat para peregrinações a Medjugorje, mas evita afirmar a origem sobrenatural das aparições. Para de Souza, essa cautela indica que o Vaticano reconhece o risco de interpretações sincretistas, especialmente quando as mensagens são disseminadas globalmente em um ambiente cultural que favorece o pluralismo religioso.
Sites católicos tradicionalistas, como The Remnant e OnePeterFive, frequentemente publicam artigos que associam Medjugorje a uma agenda ecumênica que enfraquece a doutrina católica. Um artigo de The Remnant (2019) argumenta que as mensagens de Medjugorje, ao enfatizarem a paz e a conversão sem mencionar a necessidade de adesão à Igreja, ecoam o espírito do documento Nostra Aetate do Concílio Vaticano II, que explicita a necessidade de respeito e colaboração entre religiões, mas que, segundo os autores, abriu espaço para um relativismo religioso. Esses autores veem Medjugorje como um fenômeno que amplifica essa tendência, promovendo uma espiritualidade que apela a cristãos e não cristãos sem exigir uma conversão formal ao catolicismo.
Enfim, as críticas ao sincretismo religioso em Medjugorje giram em torno de várias implicações teológicas e pastorais. Relativismo Religioso: Críticos argumentam que as mensagens, ao evitarem afirmações exclusivistas sobre a Igreja Católica, podem levar fiéis a acreditar que todas as religiões são igualmente válidas. Isso contradiz o ensinamento tradicional da Igreja, reforçado pelo documento Dominus Iesus (2000), que reafirma a unicidade de Cristo e da Igreja como meios de salvação. Confusão Doutrinária: A falta de clareza nas mensagens pode gerar confusão entre os fiéis, especialmente em um contexto global onde o diálogo interreligioso é promovido por figuras como o Papa Francisco. Por exemplo, suas declarações em 2024 sobre todas as religiões como “caminhos para Deus” foram vistas por alguns como ecoando o tom ecumênico de Medjugorje, intensificando preocupações sobre sincretismo. Impacto na Evangelização: A ênfase na paz e na convivência religiosa pode, segundo críticos, desviar a Igreja de sua missão de proclamar Cristo como único Salvador, substituindo-a por uma espiritualidade genérica que não desafia outras crenças. Exploração Política: Na ex-Iugoslávia, um caldeirão de tensões étnicas e religiosas, as mensagens de Medjugorje sobre paz foram, por vezes, interpretadas como apoio a uma coexistência inter-religiosa que serviu a interesses políticos locais, em vez de reforçar a identidade católica.
Referências
Hauke, M. (2007). [Artigo sobre Medjugorje]. Theologisches.
Žanić, P. (1987). Relatório oficial sobre Medjugorje. Diocese de Mostar-Duvno.
De Souza, R. J. (2020). [Artigo sobre Medjugorje e diálogo interreligioso]. National Catholic Register.
The Remnant. (2019). [Artigo crítico sobre Medjugorje]. The Remnant Newspaper.
OnePeterFive. (s.d.). [Artigos sobre Medjugorje]. OnePeterFive.
Dicastério para a Doutrina da Fé. (2024). Nota sobre a devoção e fenômenos espirituais em Medjugorje.
Congregação para a Doutrina da Fé. (2000). Dominus Iesus: Declaração sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja.
O bispo de Mostar, Pavao Žanić, que inicialmente apoiou Medjugorje, tornou-se um de seus maiores críticos, publicando um relatório em 1987 que questionava a autenticidade das aparições. Žanić argumentava que as mensagens promoviam uma espiritualidade vaga, com ênfase excessiva na paz inter-religiosa em um contexto multiétnico e multirreligioso como a ex-Iugoslávia. Ele sugeria que essa abordagem poderia ser explorada para fins políticos ou ecumênicos, diluindo a identidade católica em favor de uma coexistência religiosa que não desafiasse outras crenças, como o islamismo ou o cristianismo ortodoxo predominantes na região. Žanić também criticou a conduta dos frades franciscanos locais, que administravam a paróquia de Medjugorje, acusando-os de fomentar um movimento que priorizava a devoção popular sobre a obediência eclesiástica. Ele via o ecumenismo implícito nas mensagens como um desvio da missão evangelizadora da Igreja.
Em um artigo publicado no National Catholic Register (2020), o padre Raymond J. de Souza analisa Medjugorje no contexto do diálogo interreligioso promovido pelo Vaticano nas últimas décadas. Ele sugere que a hesitação da Igreja em declarar a autenticidade das aparições reflete preocupações com o impacto de mensagens que, embora piedosas, podem ser interpretadas como endossando uma visão relativista da religião. De Souza aponta que o chamado à paz em Medjugorje, especialmente em mensagens que não distinguem claramente entre catolicismo e outras fés, alinha-se com a tendência contemporânea de enfatizar a unidade religiosa em detrimento da exclusividade da verdade católica. Ele cita o documento do Dicastério para a Doutrina da Fé de 2024, que concede o nihil obstat para peregrinações a Medjugorje, mas evita afirmar a origem sobrenatural das aparições. Para de Souza, essa cautela indica que o Vaticano reconhece o risco de interpretações sincretistas, especialmente quando as mensagens são disseminadas globalmente em um ambiente cultural que favorece o pluralismo religioso.
Sites católicos tradicionalistas, como The Remnant e OnePeterFive, frequentemente publicam artigos que associam Medjugorje a uma agenda ecumênica que enfraquece a doutrina católica. Um artigo de The Remnant (2019) argumenta que as mensagens de Medjugorje, ao enfatizarem a paz e a conversão sem mencionar a necessidade de adesão à Igreja, ecoam o espírito do documento Nostra Aetate do Concílio Vaticano II, que explicita a necessidade de respeito e colaboração entre religiões, mas que, segundo os autores, abriu espaço para um relativismo religioso. Esses autores veem Medjugorje como um fenômeno que amplifica essa tendência, promovendo uma espiritualidade que apela a cristãos e não cristãos sem exigir uma conversão formal ao catolicismo.
Enfim, as críticas ao sincretismo religioso em Medjugorje giram em torno de várias implicações teológicas e pastorais. Relativismo Religioso: Críticos argumentam que as mensagens, ao evitarem afirmações exclusivistas sobre a Igreja Católica, podem levar fiéis a acreditar que todas as religiões são igualmente válidas. Isso contradiz o ensinamento tradicional da Igreja, reforçado pelo documento Dominus Iesus (2000), que reafirma a unicidade de Cristo e da Igreja como meios de salvação. Confusão Doutrinária: A falta de clareza nas mensagens pode gerar confusão entre os fiéis, especialmente em um contexto global onde o diálogo interreligioso é promovido por figuras como o Papa Francisco. Por exemplo, suas declarações em 2024 sobre todas as religiões como “caminhos para Deus” foram vistas por alguns como ecoando o tom ecumênico de Medjugorje, intensificando preocupações sobre sincretismo. Impacto na Evangelização: A ênfase na paz e na convivência religiosa pode, segundo críticos, desviar a Igreja de sua missão de proclamar Cristo como único Salvador, substituindo-a por uma espiritualidade genérica que não desafia outras crenças. Exploração Política: Na ex-Iugoslávia, um caldeirão de tensões étnicas e religiosas, as mensagens de Medjugorje sobre paz foram, por vezes, interpretadas como apoio a uma coexistência inter-religiosa que serviu a interesses políticos locais, em vez de reforçar a identidade católica.
Referências
Hauke, M. (2007). [Artigo sobre Medjugorje]. Theologisches.
Žanić, P. (1987). Relatório oficial sobre Medjugorje. Diocese de Mostar-Duvno.
De Souza, R. J. (2020). [Artigo sobre Medjugorje e diálogo interreligioso]. National Catholic Register.
The Remnant. (2019). [Artigo crítico sobre Medjugorje]. The Remnant Newspaper.
OnePeterFive. (s.d.). [Artigos sobre Medjugorje]. OnePeterFive.
Dicastério para a Doutrina da Fé. (2024). Nota sobre a devoção e fenômenos espirituais em Medjugorje.
Congregação para a Doutrina da Fé. (2000). Dominus Iesus: Declaração sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja.
26 ABRIL - SÁBADO IN ALBIS
Introito (Sl 104, 43 | ib., 1)
Edúxit Dóminus pópulum suum in exsultatióne, allelúia... O Senhor libertou o seu povo com regozijo, aleluia; e os seus eleitos na alegria, aleluia, aleluia. Sl. Louvai ao Senhor e invocai o seu Nome; anunciai entre as nações as suas obras.
Epístola (I Pe 2, 1-10)
Leitura da Epístola de São Pedro Apóstolo.Caríssimos: Despi-vos de toda malícia e qualquer dolo, dissimulação, inveja e qualquer maledicência. Como meninos recém-nascidos, desejai ardentemente o leite espiritual [a Doutrina e a Eucaristia] que é puro, para que, por ele, façais progressos para a salvação. Porque já provastes, quanto o Senhor é amável. Aproximai-vos d’Ele, Pedra viva desprezada pelos homens, mas preferida e glorificada por Deus. Vós mesmos, como pedras vivas, deixai-vos erguer em edifício espiritual, em sacerdócio santo para ofertar hóstias espirituais,, agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isto está contido na Escritura: Eis que coloco em Sião a pedra principal, angular, escolhida, valiosa. Aquele que nela tiver fé não será confundido. Assim pois, a vós que acreditais, seja dada a glória; mas aos incrédulos, a pedra rejeitada pelos que construíam tornou-se a pedra angular e um tropeço [uma pedra de escândalo] para aqueles que se chocam contra a palavra e não creem no fim para que foram destinados. Vós, porém, sois uma estirpe escolhida, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo resgatado, a fim de que anuncieis as ações poderosas d’Aquele que vos tirou das trevas para sua luz maravilhosa. Vós, que outrora não éreis povo [longe de Deus], porém, já agora, sois o povo de Deus; vós, que não haveis recebido misericórdia, mas agora obtivestes misericórdia.
Evangelho (Jo 20, 1-9)
Naquele tempo, no primeiro dia da semana, Maria Madalena dirigiu-se de manhã cedo, ainda com as trevas, ao sepulcro; e viu a lápide levantada do túmulo. Correu, pois, e foi a Simão Pedro e ao outro discípulo que Jesus amava, dizendo-lhes : Levaram o Senhor do sepulcro e ignoramos onde O puseram. Pedro e o outro discípulo partiram então e foram ao lugar da sepultura. Corriam os dois juntos, mas aquele discípulo [João] correu mais depressa que Pedro e alcançou primeiro o sepulcro. E tendo-se inclinado viu que os lençóis estavam no chão; no entanto, não entrou. Veio então Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, vendo os lençóis colocados no chão e o sudário que haviam posto na cabeça do Mestre, não colocado entre os lençóis, porém dobrado à parte em outro lugar. Então entrou também o discípulo que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e acreditou. Porque eles não sabiam ainda que, segundo as Escrituras, era necessário que Jesus ressuscitasse dentre os mortos.
Edúxit Dóminus pópulum suum in exsultatióne, allelúia... O Senhor libertou o seu povo com regozijo, aleluia; e os seus eleitos na alegria, aleluia, aleluia. Sl. Louvai ao Senhor e invocai o seu Nome; anunciai entre as nações as suas obras.
Epístola (I Pe 2, 1-10)
Leitura da Epístola de São Pedro Apóstolo.Caríssimos: Despi-vos de toda malícia e qualquer dolo, dissimulação, inveja e qualquer maledicência. Como meninos recém-nascidos, desejai ardentemente o leite espiritual [a Doutrina e a Eucaristia] que é puro, para que, por ele, façais progressos para a salvação. Porque já provastes, quanto o Senhor é amável. Aproximai-vos d’Ele, Pedra viva desprezada pelos homens, mas preferida e glorificada por Deus. Vós mesmos, como pedras vivas, deixai-vos erguer em edifício espiritual, em sacerdócio santo para ofertar hóstias espirituais,, agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isto está contido na Escritura: Eis que coloco em Sião a pedra principal, angular, escolhida, valiosa. Aquele que nela tiver fé não será confundido. Assim pois, a vós que acreditais, seja dada a glória; mas aos incrédulos, a pedra rejeitada pelos que construíam tornou-se a pedra angular e um tropeço [uma pedra de escândalo] para aqueles que se chocam contra a palavra e não creem no fim para que foram destinados. Vós, porém, sois uma estirpe escolhida, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo resgatado, a fim de que anuncieis as ações poderosas d’Aquele que vos tirou das trevas para sua luz maravilhosa. Vós, que outrora não éreis povo [longe de Deus], porém, já agora, sois o povo de Deus; vós, que não haveis recebido misericórdia, mas agora obtivestes misericórdia.
Evangelho (Jo 20, 1-9)
Naquele tempo, no primeiro dia da semana, Maria Madalena dirigiu-se de manhã cedo, ainda com as trevas, ao sepulcro; e viu a lápide levantada do túmulo. Correu, pois, e foi a Simão Pedro e ao outro discípulo que Jesus amava, dizendo-lhes : Levaram o Senhor do sepulcro e ignoramos onde O puseram. Pedro e o outro discípulo partiram então e foram ao lugar da sepultura. Corriam os dois juntos, mas aquele discípulo [João] correu mais depressa que Pedro e alcançou primeiro o sepulcro. E tendo-se inclinado viu que os lençóis estavam no chão; no entanto, não entrou. Veio então Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, vendo os lençóis colocados no chão e o sudário que haviam posto na cabeça do Mestre, não colocado entre os lençóis, porém dobrado à parte em outro lugar. Então entrou também o discípulo que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e acreditou. Porque eles não sabiam ainda que, segundo as Escrituras, era necessário que Jesus ressuscitasse dentre os mortos.
Homilias e Explicações Teológicas
A ressurreição de Cristo, como narrada em João, revela a vitória da luz sobre as trevas, um mistério que São Gregório de Nazianzo interpreta como a restauração da humanidade à sua vocação divina, pois, ao ressurgir, Cristo não apenas triunfa sobre a morte, mas eleva a natureza humana à comunhão com a glória divina, unindo-nos como pedras vivas no templo espiritual descrito por Pedro (Oratio 45, In Sanctum Pascha, 23). Para Santo Agostinho, a pressa de Maria Madalena ao sepulcro reflete a alma que busca ardentemente a verdade, mas só a encontra quando o Ressuscitado a chama pelo nome, indicando que a fé nasce do chamado pessoal de Deus, que transforma o coração em altar do sacerdócio real mencionado em 1 Pedro (Sermo 229, In Vigilia Paschae). São Tomás de Aquino conecta a pedra removida do sepulcro à abertura das Escrituras, que, como as pedras vivas de Pedro, formam a Igreja ao revelar o Cristo vivo, cuja ressurreição é o fundamento da esperança cristã (Super Ioannem, cap. 20, lect. 1). São Leão Magno enfatiza que a visão do túmulo vazio por Pedro e João simboliza a passagem da fé incipiente à certeza, um processo que edifica a Igreja como nação santa, livre das sombras da antiga lei (Sermo 71, De Resurrectione Domini). São Bernardo de Claraval vê na corrida dos discípulos ao sepulcro uma imagem da alma que, inflamada pelo amor, busca a Cristo e, ao encontrá-lo vivo, torna-se parte do povo eleito, proclamando sua glória com obras de luz (Sermo in Resurrectione Domini, 1). Santo Ambrósio interpreta as vestes deixadas de lado no sepulcro como um sinal da ressurreição, pois, ao abandonar os panos mortuários, Cristo demonstra que sua humanidade, agora glorificada, não está mais sujeita à corrupção, convidando os fiéis a se despojar do velho homem para viver como pedras vivas no templo espiritual (Expositio Evangelii secundum Lucam, 10, 10).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O relato de João 20,1-9 sobre a ressurreição difere dos outros evangelhos por sua ênfase no túmulo vazio e na fé incipiente dos discípulos, mas é complementado por detalhes únicos nos sinóticos. Em Mateus 28,1-10, a narrativa inclui um terremoto e a aparição de um anjo que rola a pedra, explicitando a intervenção divina, ausente em João, e a ordem do anjo às mulheres para anunciar a ressurreição aos discípulos. Marcos 16,1-8 adiciona a presença de um jovem vestido de branco no sepulcro, que instrui as mulheres a informar os discípulos, especialmente Pedro, sobre a ida de Jesus para a Galileia, um detalhe geográfico não mencionado em João. Lucas 24,1-12 complementa com a presença de dois homens em vestes brilhantes e a lembrança das palavras de Jesus sobre sua ressurreição, o que reforça a conexão com as profecias, enquanto João foca na descoberta espontânea de Maria Madalena e na reação dos discípulos. Esses elementos dos sinóticos enriquecem o relato joanino ao destacar a ação angelical e a ligação com as predições de Jesus, aspectos que João omite para enfatizar a experiência pessoal da fé.
O relato de João 20,1-9 sobre a ressurreição difere dos outros evangelhos por sua ênfase no túmulo vazio e na fé incipiente dos discípulos, mas é complementado por detalhes únicos nos sinóticos. Em Mateus 28,1-10, a narrativa inclui um terremoto e a aparição de um anjo que rola a pedra, explicitando a intervenção divina, ausente em João, e a ordem do anjo às mulheres para anunciar a ressurreição aos discípulos. Marcos 16,1-8 adiciona a presença de um jovem vestido de branco no sepulcro, que instrui as mulheres a informar os discípulos, especialmente Pedro, sobre a ida de Jesus para a Galileia, um detalhe geográfico não mencionado em João. Lucas 24,1-12 complementa com a presença de dois homens em vestes brilhantes e a lembrança das palavras de Jesus sobre sua ressurreição, o que reforça a conexão com as profecias, enquanto João foca na descoberta espontânea de Maria Madalena e na reação dos discípulos. Esses elementos dos sinóticos enriquecem o relato joanino ao destacar a ação angelical e a ligação com as predições de Jesus, aspectos que João omite para enfatizar a experiência pessoal da fé.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de João 20,1-9, centrado no túmulo vazio e na fé inicial dos discípulos, encontra complementos significativos nas epístolas paulinas, que aprofundam o significado teológico da ressurreição. Em 1 Coríntios 15,3-8, Paulo enumera as aparições do Ressuscitado a diversos discípulos, incluindo ele próprio, fornecendo um testemunho coletivo que contrasta com a narrativa intimista de João, focada em Maria Madalena, Pedro e João. Romanos 6,4-5 apresenta a ressurreição como a base para a nova vida do cristão, que, pelo batismo, participa da morte e ressurreição de Cristo, um aspecto soteriológico não explicitado em João 20. Em Filipenses 3,10-11, Paulo expressa o desejo de conhecer o poder da ressurreição, ligando-a à participação nos sofrimentos de Cristo, uma dimensão espiritual que complementa a descoberta inicial do túmulo vazio. Finalmente, Colossenses 3,1-4 exorta os cristãos a viverem como ressuscitados com Cristo, orientando a vida para as realidades celestes, um chamado ético que amplia a narrativa joanina ao conectar a ressurreição à transformação moral do crente.
O evangelho de João 20,1-9, centrado no túmulo vazio e na fé inicial dos discípulos, encontra complementos significativos nas epístolas paulinas, que aprofundam o significado teológico da ressurreição. Em 1 Coríntios 15,3-8, Paulo enumera as aparições do Ressuscitado a diversos discípulos, incluindo ele próprio, fornecendo um testemunho coletivo que contrasta com a narrativa intimista de João, focada em Maria Madalena, Pedro e João. Romanos 6,4-5 apresenta a ressurreição como a base para a nova vida do cristão, que, pelo batismo, participa da morte e ressurreição de Cristo, um aspecto soteriológico não explicitado em João 20. Em Filipenses 3,10-11, Paulo expressa o desejo de conhecer o poder da ressurreição, ligando-a à participação nos sofrimentos de Cristo, uma dimensão espiritual que complementa a descoberta inicial do túmulo vazio. Finalmente, Colossenses 3,1-4 exorta os cristãos a viverem como ressuscitados com Cristo, orientando a vida para as realidades celestes, um chamado ético que amplia a narrativa joanina ao conectar a ressurreição à transformação moral do crente.
25 ABRIL - S MARCOS, Evangelista
Introito.
Salmo 63, 3. Tu me protegeste, ó Deus, da assembleia dos malignos, aleluia; da multidão dos que praticam a iniquidade, aleluia, aleluia. Salmo 63, 2. Ouve, ó Deus, a minha oração quando suplico; livra minha alma do temor do inimigo.
Ezequiel 1, 10-14.
A semelhança do rosto dos quatro seres viventes: havia o rosto de homem e o rosto de leão à direita dos quatro; o rosto de boi à esquerda dos quatro, e o rosto de águia acima dos quatro. Seus rostos e suas asas estavam estendidos para o alto; duas asas de cada um se uniam, e duas cobriam seus corpos. Cada um caminhava diante de seu rosto; para onde o impulso do espírito os levava, ali iam, sem se voltarem ao caminhar. A aparência dos seres viventes era como brasas de fogo ardente e como tochas. Essa era a visão que corria no meio dos seres viventes, um esplendor de fogo, e do fogo saíam relâmpagos. E os seres viventes iam e voltavam como o brilho de um relâmpago.
Lucas 10, 1-9.
Naquele tempo, o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a dois diante de si a toda cidade e lugar aonde ele próprio iria. E lhes dizia: “A messe é grande, mas os operários são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe. Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias; e não saudeis ninguém pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa.’ Se houver ali um filho da paz, a vossa paz repousará sobre ele; do contrário, voltará para vós. Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois o operário é digno do seu salário. Não passeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que vos for oferecido, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘O Reino de Deus se aproximou de vós.’”
Salmo 63, 3. Tu me protegeste, ó Deus, da assembleia dos malignos, aleluia; da multidão dos que praticam a iniquidade, aleluia, aleluia. Salmo 63, 2. Ouve, ó Deus, a minha oração quando suplico; livra minha alma do temor do inimigo.
Ezequiel 1, 10-14.
A semelhança do rosto dos quatro seres viventes: havia o rosto de homem e o rosto de leão à direita dos quatro; o rosto de boi à esquerda dos quatro, e o rosto de águia acima dos quatro. Seus rostos e suas asas estavam estendidos para o alto; duas asas de cada um se uniam, e duas cobriam seus corpos. Cada um caminhava diante de seu rosto; para onde o impulso do espírito os levava, ali iam, sem se voltarem ao caminhar. A aparência dos seres viventes era como brasas de fogo ardente e como tochas. Essa era a visão que corria no meio dos seres viventes, um esplendor de fogo, e do fogo saíam relâmpagos. E os seres viventes iam e voltavam como o brilho de um relâmpago.
Lucas 10, 1-9.
Naquele tempo, o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a dois diante de si a toda cidade e lugar aonde ele próprio iria. E lhes dizia: “A messe é grande, mas os operários são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe. Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias; e não saudeis ninguém pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa.’ Se houver ali um filho da paz, a vossa paz repousará sobre ele; do contrário, voltará para vós. Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois o operário é digno do seu salário. Não passeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que vos for oferecido, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘O Reino de Deus se aproximou de vós.’”
25 ABRIL - 6A-FEIRA DE PÁSCOA
Introito (Sl 77, 53 | ib., 1)
Edúxit eos Dóminus in spe, allelúia... O Senhor os conduziu cheios de confiança, aleluia, e sepultou no mar os seus inimigos, aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Escuta, povo meu, a minha lei; inclina os teus ouvidos às palavras de minha boca.
Epístola (I Pe 3, 18-22)
Leitura da Epístola de São Pedro Apóstolo.Caríssimos: O Cristo morreu, uma vez por todas, por nossos pecados, Ele, o Justo, pelos injustos, para nos conduzir a Deus. Sendo de fato morto na carne, recebeu a vida eterna segundo o Espírito. Por esse Espirito também Ele veio pregar às almas que estavam na prisão. Estas eram outrora incrédulas, quando confiavam na paciência de Deus. Isto foi no tempo de Noé, enquanto se construía a arca na qual poucas pessoas, oito apenas, foram salvas pela água. De modo semelhante vos salva agora o Batismo, não purificando das manchas da carne, porém implorando boa consciência diante de Deus, em virtude da Ressurreição de Jesus Cristo Nosso Senhor, que está sentado à direita de Deus.
Evangelho (Mt 28, 16-20)
Naquele tempo, os onze discípulos dirigiram-se à Galileia, ao monte que Jesus lhes indicara. E quando O viram, eles O adoraram; no entanto alguns tinham dúvidas ainda. E aproximando-se, Jesus lhes falou, dizendo: Todo poder me foi dado no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todos os povos; batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinai-lhes a observar tudo que vos ordenei. E eis que estou convosco, todos os dias até o fim do mundo.
Edúxit eos Dóminus in spe, allelúia... O Senhor os conduziu cheios de confiança, aleluia, e sepultou no mar os seus inimigos, aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Escuta, povo meu, a minha lei; inclina os teus ouvidos às palavras de minha boca.
Epístola (I Pe 3, 18-22)
Leitura da Epístola de São Pedro Apóstolo.Caríssimos: O Cristo morreu, uma vez por todas, por nossos pecados, Ele, o Justo, pelos injustos, para nos conduzir a Deus. Sendo de fato morto na carne, recebeu a vida eterna segundo o Espírito. Por esse Espirito também Ele veio pregar às almas que estavam na prisão. Estas eram outrora incrédulas, quando confiavam na paciência de Deus. Isto foi no tempo de Noé, enquanto se construía a arca na qual poucas pessoas, oito apenas, foram salvas pela água. De modo semelhante vos salva agora o Batismo, não purificando das manchas da carne, porém implorando boa consciência diante de Deus, em virtude da Ressurreição de Jesus Cristo Nosso Senhor, que está sentado à direita de Deus.
Evangelho (Mt 28, 16-20)
Naquele tempo, os onze discípulos dirigiram-se à Galileia, ao monte que Jesus lhes indicara. E quando O viram, eles O adoraram; no entanto alguns tinham dúvidas ainda. E aproximando-se, Jesus lhes falou, dizendo: Todo poder me foi dado no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todos os povos; batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinai-lhes a observar tudo que vos ordenei. E eis que estou convosco, todos os dias até o fim do mundo.
Homilias e Explicações Teológicas
A missão universal confiada por Cristo aos apóstolos em Mt 28,16-20 manifesta a autoridade divina que transcende toda criação, sendo um reflexo da vitória pascal que São Pedro descreve em 1Pe 3,18-22, onde o sofrimento de Cristo conduz à redenção e ao domínio sobre os poderes espirituais. Santo Agostinho ensina que o mandato de batizar todas as nações não é apenas um chamado à pregação, mas um ato de incorporar todos os povos na unidade do Corpo de Cristo, que é a Igreja, revelando a extensão do sacrifício redentor que submete até os espíritos rebeldes à obediência divina (Santo Agostinho, Sermão sobre o Evangelho de Mateus, 28). São Tomás de Aquino aprofunda que a fórmula trinitária do batismo, ordenada por Cristo, é um sinal sacramental que imprime o caráter divino na alma, unindo o fiel à vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, como Pedro indica ao falar do batismo que salva pela ressurreição (São Tomás de Aquino, Suma Teológica, III, q. 66, a. 6). São João Crisóstomo destaca que a pregação de Cristo aos espíritos em prisão, mencionada por Pedro, revela a universalidade da salvação, que não se limita aos vivos, mas alcança até os que estavam nas trevas, prefigurando a missão apostólica de levar a luz do Evangelho a todos os confins da terra (São João Crisóstomo, Homilia sobre a Primeira Epístola de Pedro, 3). São Gregório Magno complementa que a ascensão de Cristo ao céu, implícita no mandato missionário, é o fundamento da esperança cristã, pois a sua glorificação assegura que os fiéis, purificados pelo batismo, também serão elevados, como Pedro sugere ao ligar a ressurreição à exaltação de Cristo à destra de Deus (São Gregório Magno, Homilia sobre a Ascensão, 29).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O mandato missionário de Mt 28,16-20, com sua ênfase na autoridade de Cristo e na fórmula trinitária do batismo, apresenta aspectos únicos quando comparado aos outros Evangelhos. Em Marcos, a missão apostólica (Mc 16,15-18) foca na pregação do Evangelho a toda criatura, acompanhada de sinais milagrosos como expulsão de demônios e curas, que não são mencionados em Mateus, destacando a manifestação visível do poder divino. Lucas, em Lc 24,46-49, enfatiza que a pregação deve começar em Jerusalém, após os discípulos serem revestidos do poder do Espírito Santo, um detalhe cronológico e pneumatológico ausente em Mateus, que não especifica o local de início nem a necessidade de espera pelo Espírito. João, em Jo 20,21-23, complementa Mateus ao ligar a missão ao envio pelo Pai e ao poder de perdoar pecados, conferindo aos apóstolos uma autoridade sacramental que vai além do batismo e da pregação, aspectos centrais em Mateus. Esses textos, portanto, enriquecem o mandato mateano ao adicionarem sinais, contexto geográfico, dependência do Espírito e autoridade sobre o pecado.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de Mt 28,16-20 encontra complementos significativos nos escritos paulinos, que aprofundam a missão universal e a autoridade de Cristo. Em Rm 10,13-15, Paulo destaca a necessidade de pregadores serem enviados para que todos invoquem o nome do Senhor, enfatizando a vocação missionária como um processo ordenado, algo não detalhado em Mateus. Em 1Cor 12,12-13, ele desenvolve a ideia do batismo como incorporação ao único Corpo de Cristo, unindo judeus e gentios pelo Espírito, o que amplia a compreensão da fórmula trinitária mateana como um ato de unidade eclesial. Em Ef 4,5-6, Paulo reforça a unicidade do batismo e da fé em um só Deus, conectando a missão de Mateus a uma visão teológica de unidade espiritual que transcende divisões culturais. Finalmente, em Cl 1,15-20, Paulo exalta a primazia de Cristo sobre toda a criação, ecoando a autoridade universal de Mateus, mas a situa em um contexto cósmico, onde Cristo reconcilia todas as coisas, um escopo redentivo mais amplo que o mandato missionário. Esses textos paulinos complementam Mateus ao detalhar a estrutura da missão, a unidade eclesial e a dimensão cósmica da autoridade de Cristo.
O evangelho de Mt 28,16-20 encontra complementos significativos nos escritos paulinos, que aprofundam a missão universal e a autoridade de Cristo. Em Rm 10,13-15, Paulo destaca a necessidade de pregadores serem enviados para que todos invoquem o nome do Senhor, enfatizando a vocação missionária como um processo ordenado, algo não detalhado em Mateus. Em 1Cor 12,12-13, ele desenvolve a ideia do batismo como incorporação ao único Corpo de Cristo, unindo judeus e gentios pelo Espírito, o que amplia a compreensão da fórmula trinitária mateana como um ato de unidade eclesial. Em Ef 4,5-6, Paulo reforça a unicidade do batismo e da fé em um só Deus, conectando a missão de Mateus a uma visão teológica de unidade espiritual que transcende divisões culturais. Finalmente, em Cl 1,15-20, Paulo exalta a primazia de Cristo sobre toda a criação, ecoando a autoridade universal de Mateus, mas a situa em um contexto cósmico, onde Cristo reconcilia todas as coisas, um escopo redentivo mais amplo que o mandato missionário. Esses textos paulinos complementam Mateus ao detalhar a estrutura da missão, a unidade eclesial e a dimensão cósmica da autoridade de Cristo.
24 ABRIL - 5A-FEIRA DE PÁSCOA
Introito (Sab 10, 20-21 | Sl 97, 1)
Victrícem manum tuam, Dómine, laudavérunt páriter, allelúia... Todos juntos louvaram, ó Senhor, a vossa mão vitoriosa, aleluia: porque a Sabedoria abriu a boca dos mudos e tornou eloquentes as línguas das crianças, aleluia, aleluia. Sl. Cantai ao Senhor um cântico novo; porque fez coisas admiráveis.
Epístola (At 8, 26-40)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.Naqueles dias, disse um Anjo do Senhor a Filipe: Levanta-te e vai em direção ao sul, no caminho que leva de Jerusalém até Gaza pelo deserto. E ele levantou-se e partiu. E eis que um homem etíope, camareiro e favorito de Candace, rainha da Etiópia e administrador de todos os seus tesouros, viera adorar em Jerusalém. Ele voltava sentado no seu carro e lia o profeta Isaías. Disse pois, o Espírito a Filipe: Aproxima-te e vai junto a esse carro. Correu então Filipe, e ouviu o etíope ler o profeta Isaías. E disse-lhe: Podes tu compreender o que lês? Ele respondeu: Como o poderia, se ninguém mo explica? E pediu a Filipe para subir e se assentar a seu lado. Ora, o trecho da Escritura que lia era este: Assim como a ovelha é levada ao matadouro e como um cordeiro, mudo ante Aquele que o tosquia, Ele não abriu a boca. Por sua humilhação, consumou-se o seu julgamento. Quem poderá descrever sua geração, pois sua vida será ceifada da terra? O camareiro, respondendo a Filipe, disse: Por favor, ensina-me: De quem o Profeta fala isto? De si mesmo ou de algum outro? Então Filipe, abrindo a boca e começando por essa passagem da Escritura, anunciou-lhe o Evangelho de Jesus. E indo pelo caminho encontraram água, dizendo o camareiro: Eis aqui água; que impede seja eu batizado? Disse então Filipe: Se crês de todo o coração, isto é possível. Ele respondeu: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E fez o carro parar; e descendo ambos à água, Filipe batizou o camareiro. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o camareiro não mais o viu. Continuou, porém, cheio de alegria, o seu caminho. Filipe achou-se em Azot, e por onde passava, ensinava o Evangelho em todas as cidades (até chegar a Cesareia ), tornando conhecido o Nome de N. S. Jesus Cristo.
Evangelho (Jo 20, 11-18)
Naquele tempo, Maria [Madalena] permanecia na parte de fora do sepulcro, chorando. Por entre lágrimas, ela curvou-se e olhou para dentro do sepulcro. E viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira, e outro aos pés do sítio onde fora depositado o corpo de Jesus. Eles lhe disseram: Mulher, por que choras? Respondeu-lhes: Porque levaram meu Senhor e não sei onde O puseram. Dizendo isto, ela voltou-se e viu Jesus de pé, Amas não conheceu que era Ele. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Julgando que era o jardineiro, disse ela: Senhor, se tu O levaste, dize-me onde O puseste; e eu O irei buscar. Jesus lhe disse: Maria! Voltando-se, ela exclamou: Rabboni (isto é, Mestre)! Disse-lhe Jesus: Não me toques, porque eu ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos, e dize-lhes: Eu subo para o meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. Saiu Maria Madalena a anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor e eis as palavras que Ele me disse.
Homilias e Explicações Teológicas
A narrativa do encontro de Filipe com o eunuco etíope revela a ação do Espírito Santo que guia a Igreja na missão de proclamar a Cristo, mesmo aos que estão fora do povo eleito, mostrando que a salvação é universal e que a Escritura encontra seu cumprimento em Jesus; já o encontro de Maria Madalena com o Ressuscitado sublinha a transformação do luto em alegria pela vitória sobre a morte, onde Cristo, ao chamá-la pelo nome, estabelece uma relação pessoal que a impulsiona a ser testemunha da ressurreição. São Gregório Magno ensina que a obediência de Filipe ao Espírito, mesmo sem compreender plenamente o propósito, é um modelo de humildade e confiança na providência divina, que conduz à conversão de corações distantes (Homiliae in Evangelia, 29). Santo Agostinho destaca que o eunuco, ao ler Isaías sem entender, representa a humanidade que busca a verdade, mas necessita da Igreja, simbolizada por Filipe, para revelar Cristo como o Cordeiro que tira o pecado do mundo (Sermo 315). São João Crisóstomo observa que a prontidão do eunuco em aceitar o batismo ilustra a força da graça divina, que não depende da origem ou condição social, mas da disposição do coração (Homiliae in Acta Apostolorum, 19). Sobre Maria Madalena, São Bernardo de Claraval afirma que seu encontro com Cristo ressuscitado é o ápice da intimidade espiritual, onde o reconhecimento pessoal por parte de Jesus transforma o discípulo em apóstolo, enviando-o a proclamar a Boa Nova (Sermo in Resurrectione Domini, 7). Santo Tomás de Aquino sublinha que a ressurreição de Cristo, manifestada a Maria, é o fundamento da esperança cristã, pois demonstra que a vida nova em Cristo transcende a morte e o pecado, chamando todos à comunhão com Deus (Summa Theologiae, III, q. 55, a. 2).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O relato de João 20,11-18 sobre Maria Madalena difere dos demais evangelhos por enfatizar o encontro pessoal e íntimo com Jesus, que a chama pelo nome, destacando sua eleição como a primeira testemunha da ressurreição. Em Mateus 28,1-10, Maria Madalena e outra Maria encontram um anjo que anuncia a ressurreição, e Jesus aparece a elas com uma saudação coletiva, sem o diálogo pessoal presente em João. Marcos 16,1-8 menciona Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, mas o relato termina com elas fugindo do sepulcro em temor, sem um encontro direto com Jesus no texto principal. Lucas 24,1-12 relata que as mulheres, incluindo Maria Madalena, recebem a notícia da ressurreição por dois anjos, e embora informem os discípulos, não há menção de um encontro com Jesus no sepulcro, apenas uma aparição posterior aos discípulos de Emaús. João, portanto, singulariza Maria Madalena como a primeira a ver e dialogar com o Ressuscitado, destacando a relação pessoal e sua missão de anunciar a ressurreição aos discípulos, um papel não explicitado nos outros evangelhos.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de João 20,11-18, centrado no encontro de Maria Madalena com o Ressuscitado, encontra complementos significativos nos escritos paulinos, que aprofundam os efeitos teológicos da ressurreição. Em 1 Coríntios 15,12-20, Paulo enfatiza que a ressurreição de Cristo é a base da fé cristã, garantindo a ressurreição dos mortos, um aspecto não abordado diretamente no relato de João, que foca na experiência pessoal de Maria. Em Romanos 6,4-11, Paulo explica que os cristãos, pelo batismo, participam da morte e ressurreição de Cristo, vivendo uma nova vida em Deus, conectando-se à transformação implícita na missão de Maria como anunciadora. Em Filipenses 3,10-11, Paulo expressa o desejo de conhecer o poder da ressurreição de Cristo, um tema que ressoa com a intimidade do encontro de Maria, mas que Paulo estende à participação nos sofrimentos de Cristo, algo não explicitado em João. Assim, os textos paulinos ampliam a compreensão da ressurreição como um evento cósmico e transformador, enquanto João destaca sua manifestação pessoal e missionária.
Victrícem manum tuam, Dómine, laudavérunt páriter, allelúia... Todos juntos louvaram, ó Senhor, a vossa mão vitoriosa, aleluia: porque a Sabedoria abriu a boca dos mudos e tornou eloquentes as línguas das crianças, aleluia, aleluia. Sl. Cantai ao Senhor um cântico novo; porque fez coisas admiráveis.
Epístola (At 8, 26-40)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.Naqueles dias, disse um Anjo do Senhor a Filipe: Levanta-te e vai em direção ao sul, no caminho que leva de Jerusalém até Gaza pelo deserto. E ele levantou-se e partiu. E eis que um homem etíope, camareiro e favorito de Candace, rainha da Etiópia e administrador de todos os seus tesouros, viera adorar em Jerusalém. Ele voltava sentado no seu carro e lia o profeta Isaías. Disse pois, o Espírito a Filipe: Aproxima-te e vai junto a esse carro. Correu então Filipe, e ouviu o etíope ler o profeta Isaías. E disse-lhe: Podes tu compreender o que lês? Ele respondeu: Como o poderia, se ninguém mo explica? E pediu a Filipe para subir e se assentar a seu lado. Ora, o trecho da Escritura que lia era este: Assim como a ovelha é levada ao matadouro e como um cordeiro, mudo ante Aquele que o tosquia, Ele não abriu a boca. Por sua humilhação, consumou-se o seu julgamento. Quem poderá descrever sua geração, pois sua vida será ceifada da terra? O camareiro, respondendo a Filipe, disse: Por favor, ensina-me: De quem o Profeta fala isto? De si mesmo ou de algum outro? Então Filipe, abrindo a boca e começando por essa passagem da Escritura, anunciou-lhe o Evangelho de Jesus. E indo pelo caminho encontraram água, dizendo o camareiro: Eis aqui água; que impede seja eu batizado? Disse então Filipe: Se crês de todo o coração, isto é possível. Ele respondeu: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E fez o carro parar; e descendo ambos à água, Filipe batizou o camareiro. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o camareiro não mais o viu. Continuou, porém, cheio de alegria, o seu caminho. Filipe achou-se em Azot, e por onde passava, ensinava o Evangelho em todas as cidades (até chegar a Cesareia ), tornando conhecido o Nome de N. S. Jesus Cristo.
Evangelho (Jo 20, 11-18)
Naquele tempo, Maria [Madalena] permanecia na parte de fora do sepulcro, chorando. Por entre lágrimas, ela curvou-se e olhou para dentro do sepulcro. E viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira, e outro aos pés do sítio onde fora depositado o corpo de Jesus. Eles lhe disseram: Mulher, por que choras? Respondeu-lhes: Porque levaram meu Senhor e não sei onde O puseram. Dizendo isto, ela voltou-se e viu Jesus de pé, Amas não conheceu que era Ele. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Julgando que era o jardineiro, disse ela: Senhor, se tu O levaste, dize-me onde O puseste; e eu O irei buscar. Jesus lhe disse: Maria! Voltando-se, ela exclamou: Rabboni (isto é, Mestre)! Disse-lhe Jesus: Não me toques, porque eu ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos, e dize-lhes: Eu subo para o meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. Saiu Maria Madalena a anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor e eis as palavras que Ele me disse.
Homilias e Explicações Teológicas
A narrativa do encontro de Filipe com o eunuco etíope revela a ação do Espírito Santo que guia a Igreja na missão de proclamar a Cristo, mesmo aos que estão fora do povo eleito, mostrando que a salvação é universal e que a Escritura encontra seu cumprimento em Jesus; já o encontro de Maria Madalena com o Ressuscitado sublinha a transformação do luto em alegria pela vitória sobre a morte, onde Cristo, ao chamá-la pelo nome, estabelece uma relação pessoal que a impulsiona a ser testemunha da ressurreição. São Gregório Magno ensina que a obediência de Filipe ao Espírito, mesmo sem compreender plenamente o propósito, é um modelo de humildade e confiança na providência divina, que conduz à conversão de corações distantes (Homiliae in Evangelia, 29). Santo Agostinho destaca que o eunuco, ao ler Isaías sem entender, representa a humanidade que busca a verdade, mas necessita da Igreja, simbolizada por Filipe, para revelar Cristo como o Cordeiro que tira o pecado do mundo (Sermo 315). São João Crisóstomo observa que a prontidão do eunuco em aceitar o batismo ilustra a força da graça divina, que não depende da origem ou condição social, mas da disposição do coração (Homiliae in Acta Apostolorum, 19). Sobre Maria Madalena, São Bernardo de Claraval afirma que seu encontro com Cristo ressuscitado é o ápice da intimidade espiritual, onde o reconhecimento pessoal por parte de Jesus transforma o discípulo em apóstolo, enviando-o a proclamar a Boa Nova (Sermo in Resurrectione Domini, 7). Santo Tomás de Aquino sublinha que a ressurreição de Cristo, manifestada a Maria, é o fundamento da esperança cristã, pois demonstra que a vida nova em Cristo transcende a morte e o pecado, chamando todos à comunhão com Deus (Summa Theologiae, III, q. 55, a. 2).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O relato de João 20,11-18 sobre Maria Madalena difere dos demais evangelhos por enfatizar o encontro pessoal e íntimo com Jesus, que a chama pelo nome, destacando sua eleição como a primeira testemunha da ressurreição. Em Mateus 28,1-10, Maria Madalena e outra Maria encontram um anjo que anuncia a ressurreição, e Jesus aparece a elas com uma saudação coletiva, sem o diálogo pessoal presente em João. Marcos 16,1-8 menciona Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, mas o relato termina com elas fugindo do sepulcro em temor, sem um encontro direto com Jesus no texto principal. Lucas 24,1-12 relata que as mulheres, incluindo Maria Madalena, recebem a notícia da ressurreição por dois anjos, e embora informem os discípulos, não há menção de um encontro com Jesus no sepulcro, apenas uma aparição posterior aos discípulos de Emaús. João, portanto, singulariza Maria Madalena como a primeira a ver e dialogar com o Ressuscitado, destacando a relação pessoal e sua missão de anunciar a ressurreição aos discípulos, um papel não explicitado nos outros evangelhos.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de João 20,11-18, centrado no encontro de Maria Madalena com o Ressuscitado, encontra complementos significativos nos escritos paulinos, que aprofundam os efeitos teológicos da ressurreição. Em 1 Coríntios 15,12-20, Paulo enfatiza que a ressurreição de Cristo é a base da fé cristã, garantindo a ressurreição dos mortos, um aspecto não abordado diretamente no relato de João, que foca na experiência pessoal de Maria. Em Romanos 6,4-11, Paulo explica que os cristãos, pelo batismo, participam da morte e ressurreição de Cristo, vivendo uma nova vida em Deus, conectando-se à transformação implícita na missão de Maria como anunciadora. Em Filipenses 3,10-11, Paulo expressa o desejo de conhecer o poder da ressurreição de Cristo, um tema que ressoa com a intimidade do encontro de Maria, mas que Paulo estende à participação nos sofrimentos de Cristo, algo não explicitado em João. Assim, os textos paulinos ampliam a compreensão da ressurreição como um evento cósmico e transformador, enquanto João destaca sua manifestação pessoal e missionária.
Francisco e sua proximidade com ideais maçônicos
O pontificado do Papa Francisco, encerrado em 2025, tem sido objeto de intensos debates, especialmente entre setores tradicionalistas da Igreja Católica. Um artigo publicado em 23 de abril de 2025 no InfoVaticana, intitulado “Cuando la Logia aplaude: el Papa que hizo las delicias de la masonería” (InfoVaticana, 2025), oferece uma perspectiva contundente sobre a relação entre Francisco e a maçonaria, com base em um comunicado laudatório da Gran Loggia d’Italia após sua morte.
O artigo da InfoVaticana destaca o comunicado da Gran Loggia d’Italia, que celebra Francisco como um líder cuja visão ressoa com os princípios maçônicos de liberdade, igualdade e fraternidade. A encíclica Fratelli Tutti é descrita como um “manifiesto” que ecoa esses valores, enquanto o Gran Maestro Luciano Romoli louva Francisco por superar divisões ideológicas (InfoVaticana, 2025). Essa homenagem é interpretada como um “diagnóstico” preocupante, dado o histórico de condenações da Igreja à maçonaria, desde a bula In Eminenti (1738) de Clemente XII até a encíclica Humanum Genus (1884) de Leão XIII, que denunciou a maçonaria como promotora do indiferentismo religioso e do relativismo moral.
Essa afinidade percebida não é um evento isolado. Em 2023, o Catholic Family News publicou um artigo intitulado “Freemasonry and the Catholic Church: A Growing Convergence?” (2023), que questionava gestos de Francisco, como sua ênfase em um ecumenismo amplo e sua relutância em condenar abertamente ideologias seculares. O texto apontava que a ausência de críticas explícitas à maçonaria durante seu pontificado contrastava com a postura firme de papas anteriores. A aproximação de figuras eclesiásticas, como o Cardeal Gianfranco Ravasi, que defendeu o diálogo com os “irmãos maçons” (InfoVaticana, 2025), reforça a percepção de uma ruptura com a tradição.
As encíclicas Laudato Si e Fratelli Tutti são frequentemente citadas como pontos de convergência com ideais maçônicos, especialmente por sua ênfase na fraternidade universal e na cooperação inter-religiosa. Embora esses documentos abordem questões legítimas, como a crise ambiental e a desigualdade social, críticos argumentam que sua linguagem ambígua permite interpretações que diluem a especificidade da fé católica. O artigo da InfoVaticana sugere que Fratelli Tutti, ao promover uma fraternidade desvinculada da centralidade de Cristo, ressoa com o universalismo maçônico, que historicamente rejeita dogmas em favor de uma ética humanista (InfoVaticana, 2025).
Um artigo de 2020 da The Remnant, “Fratelli Tutti: A Masonic Blueprint for a New World Order?” (2020), aprofunda essa crítica, argumentando que a encíclica reflete uma visão de mundo alinhada com foros globalistas, como o Fórum Econômico Mundial, que Francisco frequentemente endossou. A ausência de referências explícitas à salvação em Cristo e a ênfase em valores seculares são vistas como um afastamento do magistério tradicional, ecoando as preocupações do InfoVaticana sobre a recepção positiva da maçonaria.
A Igreja Católica sempre manteve uma postura de desconfiança em relação à maçonaria, considerando-a uma ameaça à fé. A Congregação para a Doutrina da Fé, em 1983, sob o Cardeal Joseph Ratzinger, reafirmou que a filiação à maçonaria é incompatível com a pertença à Igreja, devido às suas raízes no racionalismo e no indiferentismo religioso. O pontificado de Francisco, no entanto, é percebido por críticos como uma tentativa de reconciliar a Igreja com a modernidade, muitas vezes às custas da ortodoxia.
O InfoVaticana aponta que Francisco buscou aplausos do “mundo” – incluindo elites globalistas e organizações seculares – em detrimento da fidelidade à tradição (InfoVaticana, 2025). Essa crítica é corroborada por um artigo de 2024 da Crisis Magazine, “The Bergoglian Legacy: A Church Divided” (2024), que argumenta que as ambiguidades doutrinárias de Francisco, como sua abordagem em relação à moral sexual e ao diálogo inter-religioso, criaram uma Igreja fragmentada, com setores tradicionalistas sentindo-se alienados.
O artigo da InfoVaticana observa a ausência de multidões espontâneas na Praça de São Pedro durante o rosário por Francisco, interpretando isso como um sinal de indiferença tanto dos fiéis quanto do “mundo” que ele buscou agradar (InfoVaticana, 2025). Essa solidão é vista como o resultado de um pontificado que, segundo críticos, priorizou a popularidade midiática em vez da clareza doutrinal. A Crisis Magazine (2024) reforça essa ideia, sugerindo que a popularidade inicial de Francisco com a mídia secular não se traduziu em um fortalecimento da fé católica, mas sim em uma percepção de concessões excessivas ao espírito do tempo.
Além disso, a nomeação de cardeais alinhados com sua visão pastoral levanta preocupações sobre o próximo conclave. O InfoVaticana expressa temor de que um colégio cardinalício “heterodoxo” perpetue os erros de Francisco (InfoVaticana, 2025). Essa preocupação é compartilhada por um artigo de 2025 da OnePeterFive, “The Conclave of 2025: A Battle for the Soul of the Church” (2025), que alerta para a possibilidade de um Papa ainda mais progressista, caso a influência de Francisco prevaleça.
Referências
InfoVaticana. (2025). “Cuando la Logia aplaude: el Papa que hizo las delicias de la masonería”. Disponível em: https://infovaticana.com/2025/04/23/cuando-la-logia-aplaude-el-papa-que-hizo-las-delicias-de-la-masoneria/.
Catholic Family News. (2023). “Freemasonry and the Catholic Church: A Growing Convergence?”.
The Remnant. (2020). “Fratelli Tutti: A Masonic Blueprint for a New World Order?”.
Crisis Magazine. (2024). “The Bergoglian Legacy: A Church Divided”.
OnePeterFive. (2025). “The Conclave of 2025: A Battle for the Soul of the Church”.
O artigo da InfoVaticana destaca o comunicado da Gran Loggia d’Italia, que celebra Francisco como um líder cuja visão ressoa com os princípios maçônicos de liberdade, igualdade e fraternidade. A encíclica Fratelli Tutti é descrita como um “manifiesto” que ecoa esses valores, enquanto o Gran Maestro Luciano Romoli louva Francisco por superar divisões ideológicas (InfoVaticana, 2025). Essa homenagem é interpretada como um “diagnóstico” preocupante, dado o histórico de condenações da Igreja à maçonaria, desde a bula In Eminenti (1738) de Clemente XII até a encíclica Humanum Genus (1884) de Leão XIII, que denunciou a maçonaria como promotora do indiferentismo religioso e do relativismo moral.
Essa afinidade percebida não é um evento isolado. Em 2023, o Catholic Family News publicou um artigo intitulado “Freemasonry and the Catholic Church: A Growing Convergence?” (2023), que questionava gestos de Francisco, como sua ênfase em um ecumenismo amplo e sua relutância em condenar abertamente ideologias seculares. O texto apontava que a ausência de críticas explícitas à maçonaria durante seu pontificado contrastava com a postura firme de papas anteriores. A aproximação de figuras eclesiásticas, como o Cardeal Gianfranco Ravasi, que defendeu o diálogo com os “irmãos maçons” (InfoVaticana, 2025), reforça a percepção de uma ruptura com a tradição.
As encíclicas Laudato Si e Fratelli Tutti são frequentemente citadas como pontos de convergência com ideais maçônicos, especialmente por sua ênfase na fraternidade universal e na cooperação inter-religiosa. Embora esses documentos abordem questões legítimas, como a crise ambiental e a desigualdade social, críticos argumentam que sua linguagem ambígua permite interpretações que diluem a especificidade da fé católica. O artigo da InfoVaticana sugere que Fratelli Tutti, ao promover uma fraternidade desvinculada da centralidade de Cristo, ressoa com o universalismo maçônico, que historicamente rejeita dogmas em favor de uma ética humanista (InfoVaticana, 2025).
Um artigo de 2020 da The Remnant, “Fratelli Tutti: A Masonic Blueprint for a New World Order?” (2020), aprofunda essa crítica, argumentando que a encíclica reflete uma visão de mundo alinhada com foros globalistas, como o Fórum Econômico Mundial, que Francisco frequentemente endossou. A ausência de referências explícitas à salvação em Cristo e a ênfase em valores seculares são vistas como um afastamento do magistério tradicional, ecoando as preocupações do InfoVaticana sobre a recepção positiva da maçonaria.
A Igreja Católica sempre manteve uma postura de desconfiança em relação à maçonaria, considerando-a uma ameaça à fé. A Congregação para a Doutrina da Fé, em 1983, sob o Cardeal Joseph Ratzinger, reafirmou que a filiação à maçonaria é incompatível com a pertença à Igreja, devido às suas raízes no racionalismo e no indiferentismo religioso. O pontificado de Francisco, no entanto, é percebido por críticos como uma tentativa de reconciliar a Igreja com a modernidade, muitas vezes às custas da ortodoxia.
O InfoVaticana aponta que Francisco buscou aplausos do “mundo” – incluindo elites globalistas e organizações seculares – em detrimento da fidelidade à tradição (InfoVaticana, 2025). Essa crítica é corroborada por um artigo de 2024 da Crisis Magazine, “The Bergoglian Legacy: A Church Divided” (2024), que argumenta que as ambiguidades doutrinárias de Francisco, como sua abordagem em relação à moral sexual e ao diálogo inter-religioso, criaram uma Igreja fragmentada, com setores tradicionalistas sentindo-se alienados.
O artigo da InfoVaticana observa a ausência de multidões espontâneas na Praça de São Pedro durante o rosário por Francisco, interpretando isso como um sinal de indiferença tanto dos fiéis quanto do “mundo” que ele buscou agradar (InfoVaticana, 2025). Essa solidão é vista como o resultado de um pontificado que, segundo críticos, priorizou a popularidade midiática em vez da clareza doutrinal. A Crisis Magazine (2024) reforça essa ideia, sugerindo que a popularidade inicial de Francisco com a mídia secular não se traduziu em um fortalecimento da fé católica, mas sim em uma percepção de concessões excessivas ao espírito do tempo.
Além disso, a nomeação de cardeais alinhados com sua visão pastoral levanta preocupações sobre o próximo conclave. O InfoVaticana expressa temor de que um colégio cardinalício “heterodoxo” perpetue os erros de Francisco (InfoVaticana, 2025). Essa preocupação é compartilhada por um artigo de 2025 da OnePeterFive, “The Conclave of 2025: A Battle for the Soul of the Church” (2025), que alerta para a possibilidade de um Papa ainda mais progressista, caso a influência de Francisco prevaleça.
Referências
InfoVaticana. (2025). “Cuando la Logia aplaude: el Papa que hizo las delicias de la masonería”. Disponível em: https://infovaticana.com/2025/04/23/cuando-la-logia-aplaude-el-papa-que-hizo-las-delicias-de-la-masoneria/.
Catholic Family News. (2023). “Freemasonry and the Catholic Church: A Growing Convergence?”.
The Remnant. (2020). “Fratelli Tutti: A Masonic Blueprint for a New World Order?”.
Crisis Magazine. (2024). “The Bergoglian Legacy: A Church Divided”.
OnePeterFive. (2025). “The Conclave of 2025: A Battle for the Soul of the Church”.
23 ABRIL - 4A-FEIRA DE PÁSCOA
Introito (Mt 25, 34 | Sl 95, 1)
Veníte, benedícti Patris mei, percípite regnum, allelúia... Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino, aleluia, que vos está preparado desde o princípio do mundo. Aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Cantai ao Senhor um cântico novo; cantai ao Senhor, toda a terra.
Epístola (At 3, 13-15 e 17-19)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.Naqueles dias, Pedro, tomando a palavra, disse: Homens de Israel e vós, tementes a Deus, ouvi: O Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó, o Deus de nossos país, glorificou a seu Filho Jesus, que vós entregastes e renegastes diante de Pilatos, quando este O julgava e O queria livrar. Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que concedessem a liberdade ao homicida. Fizestes morrer o Autor da vida a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que somos testemunhas. Agora, porém, irmãos, sei que o fizestes por ignorância, assim como vossos magistrados. Deus, no entanto, que havia predito pela voz de todos os Profetas que o seu Cristo devia sofrer, assim o executou. Fazei, pois, penitência e convertei-vos para que os vossos pecados sejam apagados.
Evangelho (Jo 21, 1-14)
Naquele tempo, manifestou-se Jesus novamente a seus discípulos, junto ao mar de Tiberíades. E apareceu-lhes dessa maneira: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo e Natanael, que era de Caná de Galileia, os filhos de Zebedeu e dois outros de seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Eu vou pescar. Responderam-lhe eles: nós vamos contigo. E foram e subiram a uma barca, mas nesta noite, nada pescaram. De madrugada, estava Jesus em terra; porém os discípulos não reconheceram que era Jesus. Disse-lhes pois, Jesus: Moços, tendes porventura, alguma coisa para comer? Responderam-Lhe: Não. Disse-lhes Jesus: Lançai a rede à direita da barca e a achareis. Eles o fizeram e já nem podiam retirá-la, pela grande quantidade de peixes. Disse então o discípulo que Jesus amava, a Pedro: É o Senhor. Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, cingiu-se com uma túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. Vieram os outros discípulos com a barca (pois não estavam muito afastados da terra: apenas duzentos côvados), puxando a rede de peixes. Desembarcando em terra, viram brasas preparadas e nelas, um peixe e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei-me do peixe que acabais de pescar. Subiu Simão Pedro à barca e puxou para terra a rede com cento e cinquenta e três peixes grandes. E embora fossem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde e comei. E nenhum dos que tomavam parte na refeição, ousava perguntar-Lhe: Quem és Tu? convencidos de que era o Senhor. E veio Jesus, e tomando o pão, deu-o a todos, assim como o peixe. Era essa a terceira vez que Jesus se mostrava a seus discípulos, depois que ressuscitou dentre os mortos.
Homilias e Explicações Teológicas
A ressurreição de Cristo, manifestada na aparição aos discípulos junto ao mar de Tiberíades, revela a continuidade da missão confiada aos apóstolos, onde o chamado à pesca simboliza a pregação do Evangelho para reunir as nações, com Pedro sendo restaurado em sua primazia após sua tríplice negação, um ato de misericórdia divina que sublinha a fraqueza humana superada pela graça (Santo Agostinho, Sermão 252). A abundante pesca, guiada por Cristo, aponta para a eficácia da Igreja quando orientada pela Palavra divina, contrastando com a esterilidade dos esforços humanos sem a presença do Ressuscitado (São Gregório Magno, Homilia 24 sobre os Evangelhos). Em Atos, a proclamação de Pedro exalta a glorificação do Servo Sofredor, cuja ressurreição valida a promessa messiânica e convoca à conversão, mostrando que o poder do Nome de Jesus é o fundamento da cura e da salvação (Santo Ambrósio, Comentário sobre Atos). A ignorância dos que crucificaram Cristo, mencionada por Pedro, é superada pelo chamado ao arrependimento, que transforma a culpa em oportunidade de redenção, um tema que ecoa a paciência divina revelada na restauração de Pedro em João (São João Crisóstomo, Homilia sobre Atos 3). A unidade entre os textos reside na centralidade de Cristo ressuscitado como fonte de missão, perdão e renovação, com João enfatizando a intimidade do encontro com o Ressuscitado e Atos destacando a proclamação pública de sua vitória.
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O relato de João 21,1-14, com a pesca milagrosa e a refeição à beira do mar de Tiberíades, apresenta elementos únicos ausentes em Mateus, Marcos e Lucas. Diferentemente de Mateus 28,16-20, que foca na Grande Comissão na Galileia sem detalhes de um encontro cotidiano, João destaca a intimidade do Ressuscitado com os discípulos em um contexto de trabalho e refeição, enfatizando a restauração de Pedro através do diálogo sobre o amor. Marcos 16,7 menciona um encontro na Galileia, mas o texto canônico termina abruptamente sem narrá-lo, deixando João como o único a detalhar uma aparição galileia com a pesca milagrosa. Lucas 24,36-49 apresenta uma refeição com os discípulos em Jerusalém, mas foca na explicação das Escrituras e na prova física da ressurreição, sem o simbolismo da pesca ou a restauração de Pedro. João, portanto, complementa os outros evangelhos ao oferecer uma narrativa que une a missão eclesial (a pesca) com a reconciliação pessoal (Pedro) e a presença eucarística (o pão e o peixe).
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de João 21,1-14, com sua ênfase na presença do Ressuscitado guiando a missão dos discípulos, encontra complementos significativos nas epístolas paulinas. Em 1 Coríntios 15,4-8, Paulo lista as aparições de Cristo, mas sem detalhar encontros específicos como o de João, focando na ressurreição como fundamento da fé e da pregação apostólica, o que reforça a autoridade da missão simbolizada pela pesca milagrosa. Em Gálatas 2,7-9, Paulo menciona a missão de Pedro aos judeus, um aspecto que João 21 implicitamente prepara ao restaurar Pedro, mas Paulo explicita a divisão de tarefas missionárias, complementando o chamado universal sugerido pela pesca abundante. Filipenses 3,10-11 destaca a participação no sofrimento e na ressurreição de Cristo como meta da vida cristã, um tema que ecoa a transformação de Pedro, de sua negação à liderança, mas que Paulo aplica a todos os crentes. Assim, Paulo amplia o alcance teológico de João, conectando a experiência dos discípulos com a vocação universal da Igreja.
Veníte, benedícti Patris mei, percípite regnum, allelúia... Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino, aleluia, que vos está preparado desde o princípio do mundo. Aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Cantai ao Senhor um cântico novo; cantai ao Senhor, toda a terra.
Epístola (At 3, 13-15 e 17-19)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.Naqueles dias, Pedro, tomando a palavra, disse: Homens de Israel e vós, tementes a Deus, ouvi: O Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó, o Deus de nossos país, glorificou a seu Filho Jesus, que vós entregastes e renegastes diante de Pilatos, quando este O julgava e O queria livrar. Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que concedessem a liberdade ao homicida. Fizestes morrer o Autor da vida a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que somos testemunhas. Agora, porém, irmãos, sei que o fizestes por ignorância, assim como vossos magistrados. Deus, no entanto, que havia predito pela voz de todos os Profetas que o seu Cristo devia sofrer, assim o executou. Fazei, pois, penitência e convertei-vos para que os vossos pecados sejam apagados.
Evangelho (Jo 21, 1-14)
Naquele tempo, manifestou-se Jesus novamente a seus discípulos, junto ao mar de Tiberíades. E apareceu-lhes dessa maneira: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo e Natanael, que era de Caná de Galileia, os filhos de Zebedeu e dois outros de seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Eu vou pescar. Responderam-lhe eles: nós vamos contigo. E foram e subiram a uma barca, mas nesta noite, nada pescaram. De madrugada, estava Jesus em terra; porém os discípulos não reconheceram que era Jesus. Disse-lhes pois, Jesus: Moços, tendes porventura, alguma coisa para comer? Responderam-Lhe: Não. Disse-lhes Jesus: Lançai a rede à direita da barca e a achareis. Eles o fizeram e já nem podiam retirá-la, pela grande quantidade de peixes. Disse então o discípulo que Jesus amava, a Pedro: É o Senhor. Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, cingiu-se com uma túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. Vieram os outros discípulos com a barca (pois não estavam muito afastados da terra: apenas duzentos côvados), puxando a rede de peixes. Desembarcando em terra, viram brasas preparadas e nelas, um peixe e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei-me do peixe que acabais de pescar. Subiu Simão Pedro à barca e puxou para terra a rede com cento e cinquenta e três peixes grandes. E embora fossem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde e comei. E nenhum dos que tomavam parte na refeição, ousava perguntar-Lhe: Quem és Tu? convencidos de que era o Senhor. E veio Jesus, e tomando o pão, deu-o a todos, assim como o peixe. Era essa a terceira vez que Jesus se mostrava a seus discípulos, depois que ressuscitou dentre os mortos.
Homilias e Explicações Teológicas
A ressurreição de Cristo, manifestada na aparição aos discípulos junto ao mar de Tiberíades, revela a continuidade da missão confiada aos apóstolos, onde o chamado à pesca simboliza a pregação do Evangelho para reunir as nações, com Pedro sendo restaurado em sua primazia após sua tríplice negação, um ato de misericórdia divina que sublinha a fraqueza humana superada pela graça (Santo Agostinho, Sermão 252). A abundante pesca, guiada por Cristo, aponta para a eficácia da Igreja quando orientada pela Palavra divina, contrastando com a esterilidade dos esforços humanos sem a presença do Ressuscitado (São Gregório Magno, Homilia 24 sobre os Evangelhos). Em Atos, a proclamação de Pedro exalta a glorificação do Servo Sofredor, cuja ressurreição valida a promessa messiânica e convoca à conversão, mostrando que o poder do Nome de Jesus é o fundamento da cura e da salvação (Santo Ambrósio, Comentário sobre Atos). A ignorância dos que crucificaram Cristo, mencionada por Pedro, é superada pelo chamado ao arrependimento, que transforma a culpa em oportunidade de redenção, um tema que ecoa a paciência divina revelada na restauração de Pedro em João (São João Crisóstomo, Homilia sobre Atos 3). A unidade entre os textos reside na centralidade de Cristo ressuscitado como fonte de missão, perdão e renovação, com João enfatizando a intimidade do encontro com o Ressuscitado e Atos destacando a proclamação pública de sua vitória.
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O relato de João 21,1-14, com a pesca milagrosa e a refeição à beira do mar de Tiberíades, apresenta elementos únicos ausentes em Mateus, Marcos e Lucas. Diferentemente de Mateus 28,16-20, que foca na Grande Comissão na Galileia sem detalhes de um encontro cotidiano, João destaca a intimidade do Ressuscitado com os discípulos em um contexto de trabalho e refeição, enfatizando a restauração de Pedro através do diálogo sobre o amor. Marcos 16,7 menciona um encontro na Galileia, mas o texto canônico termina abruptamente sem narrá-lo, deixando João como o único a detalhar uma aparição galileia com a pesca milagrosa. Lucas 24,36-49 apresenta uma refeição com os discípulos em Jerusalém, mas foca na explicação das Escrituras e na prova física da ressurreição, sem o simbolismo da pesca ou a restauração de Pedro. João, portanto, complementa os outros evangelhos ao oferecer uma narrativa que une a missão eclesial (a pesca) com a reconciliação pessoal (Pedro) e a presença eucarística (o pão e o peixe).
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de João 21,1-14, com sua ênfase na presença do Ressuscitado guiando a missão dos discípulos, encontra complementos significativos nas epístolas paulinas. Em 1 Coríntios 15,4-8, Paulo lista as aparições de Cristo, mas sem detalhar encontros específicos como o de João, focando na ressurreição como fundamento da fé e da pregação apostólica, o que reforça a autoridade da missão simbolizada pela pesca milagrosa. Em Gálatas 2,7-9, Paulo menciona a missão de Pedro aos judeus, um aspecto que João 21 implicitamente prepara ao restaurar Pedro, mas Paulo explicita a divisão de tarefas missionárias, complementando o chamado universal sugerido pela pesca abundante. Filipenses 3,10-11 destaca a participação no sofrimento e na ressurreição de Cristo como meta da vida cristã, um tema que ecoa a transformação de Pedro, de sua negação à liderança, mas que Paulo aplica a todos os crentes. Assim, Paulo amplia o alcance teológico de João, conectando a experiência dos discípulos com a vocação universal da Igreja.
O Desastre do Fim do Pontificado de Francisco
A morte do Papa Francisco, em 21 de abril
de 2025, marcou o fim de um pontificado de 12 anos que mergulhou a Igreja
Católica em uma crise sem precedentes, cujas consequências desastrosas
reverberam no caos que agora engolfa o Vaticano. Como apontado por Roberto de
Mattei em Rorate Caeli (31 de março de 2025), o pontificado de Francisco,
caracterizado por improvisações, autoritarismo e uma mundanização do papado, não
apenas comprometeu a dignidade da Sé de Pedro, mas também deixou um legado de
divisões e confusão. Complementando essa análise, o artigo de "The Wanderer" (23
de abril de 2025) descreve o Vaticano como um "ninho de vespas", onde a desordem
logística e institucional reflete as decisões caprichosas de Francisco.
Francisco, o primeiro a adotar o nome do santo de Assis, prometeu simplicidade, mas entregou uma secularização que corroeu a sacralidade do papado. Como destacou de Mattei, desde seu primeiro "Boa noite" informal até sua última aparição em 9 de abril de 2025, envolto em uma manta listrada em uma cadeira de rodas, Francisco abandonou o decoro esperado do Vigário de Cristo. Seus gestos midiáticos — lavar os pés de muçulmanos, participar do Festival de Sanremo, ou proferir o infame "Quem sou eu para julgar?" — foram vendidos como "humanização", mas, na verdade, trivializaram o papado, transformando-o em um espetáculo populista. Pior ainda, eventos como o culto à Pachamama nos Jardins do Vaticano, descrito como paganismo por de Mattei, revelam uma traição aos fundamentos da fé católica. Esse estilo personalista, desprovido de um projeto ideológico claro, mas impregnado de contradições, deixou a Igreja fraturada, com fiéis e clérigos divididos entre perplexidade e revolta.
O desastre do pontificado de Francisco não se limita à sua imagem pública; suas decisões administrativas e nomeações foram igualmente catastróficas. Conforme "The Wanderer" relata, o Vaticano está em "caos absoluto" devido à nomeação de figuras ineptas por puro "capricho tirânico". A escolha de residir na Domus Sanctae Marthae, em vez do Palácio Apostólico, por uma suposta humildade, transformou o local em um centro de fofocas e negociações escusas, comprometendo sua função original como residência dos cardeais durante o conclave. A reforma da Cúria, instituída pela constituição Praedicate Evangelium, gerou complicações logísticas, com a Domus incapaz de acomodar todos os cardeais e o Governatorato sob a liderança inadequada de uma freira, Raffaella Petrini, nomeada contra as normas vaticanas.
As nomeações de Francisco, como a da teóloga feminista Emilce Cuda ou do "presunçoso" arcebispo Diego Ravelli como mestre de cerimônias, são exemplos de uma gestão que privilegiou lealdades pessoais em detrimento da competência. Ravelli, acusado de semear confusão nas liturgias, agora enfrenta a tarefa hercúlea de coordenar um conclave que promete ser um "caos dramático". Essas escolhas, combinadas com reformas improvisadas e a ausência de uma legislação clara para o conclave, transformaram o Vaticano em um campo minado, onde até as funções mais básicas estão comprometidas.
O conclave de 2025, que decidirá o sucessor de Francisco, será, nas palavras de "The Wanderer", um dos mais complexos da história. A Igreja, "fraturada, desorientada e forçada a enfrentar suas contradições mais profundas", reflete o impacto de um pontificado que aprofundou divisões internas. As tensões acumuladas, conforme previsto por de Mattei, explodirão em um conclave prolongado, sob a liderança questionável do Cardeal Giovanni Battista Re. A falta de um legado ideológico sólido — o chamado "bergoglianismo" sendo apenas um estilo autoritário e errático — garante que o próximo papa não seguirá os passos de Francisco, mas terá a tarefa árdua de reparar os danos deixados por ele.
O pontificado de Francisco foi um desastre que desmantelou a dignidade do papado, enfraqueceu a autoridade da Igreja e lançou o Vaticano no caos. Suas ações, desde gestos midiáticos que secularizaram a fé até nomeações que sabotaram a governança, deixaram um rastro de confusão e desordem. Como de Mattei e "The Wanderer" argumentam, o preço de suas improvisações está sendo pago agora, com um conclave iminente marcado por incertezas e uma Igreja dividida. Enquanto oramos pela alma de Jorge Mario Bergoglio, é impossível ignorar o legado de ruínas que ele deixou, desafiando a Igreja a encontrar um caminho de restauração em meio ao colapso que ele engendrou.
Francisco, o primeiro a adotar o nome do santo de Assis, prometeu simplicidade, mas entregou uma secularização que corroeu a sacralidade do papado. Como destacou de Mattei, desde seu primeiro "Boa noite" informal até sua última aparição em 9 de abril de 2025, envolto em uma manta listrada em uma cadeira de rodas, Francisco abandonou o decoro esperado do Vigário de Cristo. Seus gestos midiáticos — lavar os pés de muçulmanos, participar do Festival de Sanremo, ou proferir o infame "Quem sou eu para julgar?" — foram vendidos como "humanização", mas, na verdade, trivializaram o papado, transformando-o em um espetáculo populista. Pior ainda, eventos como o culto à Pachamama nos Jardins do Vaticano, descrito como paganismo por de Mattei, revelam uma traição aos fundamentos da fé católica. Esse estilo personalista, desprovido de um projeto ideológico claro, mas impregnado de contradições, deixou a Igreja fraturada, com fiéis e clérigos divididos entre perplexidade e revolta.
O desastre do pontificado de Francisco não se limita à sua imagem pública; suas decisões administrativas e nomeações foram igualmente catastróficas. Conforme "The Wanderer" relata, o Vaticano está em "caos absoluto" devido à nomeação de figuras ineptas por puro "capricho tirânico". A escolha de residir na Domus Sanctae Marthae, em vez do Palácio Apostólico, por uma suposta humildade, transformou o local em um centro de fofocas e negociações escusas, comprometendo sua função original como residência dos cardeais durante o conclave. A reforma da Cúria, instituída pela constituição Praedicate Evangelium, gerou complicações logísticas, com a Domus incapaz de acomodar todos os cardeais e o Governatorato sob a liderança inadequada de uma freira, Raffaella Petrini, nomeada contra as normas vaticanas.
As nomeações de Francisco, como a da teóloga feminista Emilce Cuda ou do "presunçoso" arcebispo Diego Ravelli como mestre de cerimônias, são exemplos de uma gestão que privilegiou lealdades pessoais em detrimento da competência. Ravelli, acusado de semear confusão nas liturgias, agora enfrenta a tarefa hercúlea de coordenar um conclave que promete ser um "caos dramático". Essas escolhas, combinadas com reformas improvisadas e a ausência de uma legislação clara para o conclave, transformaram o Vaticano em um campo minado, onde até as funções mais básicas estão comprometidas.
O conclave de 2025, que decidirá o sucessor de Francisco, será, nas palavras de "The Wanderer", um dos mais complexos da história. A Igreja, "fraturada, desorientada e forçada a enfrentar suas contradições mais profundas", reflete o impacto de um pontificado que aprofundou divisões internas. As tensões acumuladas, conforme previsto por de Mattei, explodirão em um conclave prolongado, sob a liderança questionável do Cardeal Giovanni Battista Re. A falta de um legado ideológico sólido — o chamado "bergoglianismo" sendo apenas um estilo autoritário e errático — garante que o próximo papa não seguirá os passos de Francisco, mas terá a tarefa árdua de reparar os danos deixados por ele.
O pontificado de Francisco foi um desastre que desmantelou a dignidade do papado, enfraqueceu a autoridade da Igreja e lançou o Vaticano no caos. Suas ações, desde gestos midiáticos que secularizaram a fé até nomeações que sabotaram a governança, deixaram um rastro de confusão e desordem. Como de Mattei e "The Wanderer" argumentam, o preço de suas improvisações está sendo pago agora, com um conclave iminente marcado por incertezas e uma Igreja dividida. Enquanto oramos pela alma de Jorge Mario Bergoglio, é impossível ignorar o legado de ruínas que ele deixou, desafiando a Igreja a encontrar um caminho de restauração em meio ao colapso que ele engendrou.
22 ABRIL - 3A-FEIRA DE PÁSCOA
Introito (Sl 138, 18 e 5-6 | Sl 104, 1)
Aqua sapiéntiæ potávit eos, allelúia: firmábitur in illis et non flectétur, allelúia... O Senhor os saciou com a água da sabedoria, aleluia; neles ela se firmará e não os deixará, aleluia; e os exaltará eternamente, aleluia, aleluia. Sl. Louvai ao Senhor e invocai o seu Nome; anunciai as suas obras entre as nações.
Epístola (At 13, 16 e 26-33)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.Naqueles dias, levantou-se Paulo e fazendo sinal com a mão para pedir silêncio, disse: Meus irmãos, descendentes da estirpe de Abraão e os que entre vós temem a Deus, a vós é que foi enviada esta palavra de salvação. Porque os habitantes de Jerusalém e os seus príncipes, não conhecendo a Jesus, nem as vozes dos Profetas que em cada sábado se leem, condenando-O, as cumpriram. Não encontrando n’Ele nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que Lhe tirasse a vida. Depois, tendo consumado todas as coisas que estavam escritas acerca de Jesus, desceram-No do madeiro, e O puseram em um sepulcro. Deus, porém, O ressuscitou dos mortos ao terceiro dia; e Jesus foi visto muitos dias por aqueles que tinham ido juntamente com Ele da Galileia a Jerusalém. Estes até agora são suas testemunhas ao povo. E nós vos anunciamos que aquela promessa feita a nossos país, Deus a cumpriu para os nossos filhos, pela ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Evangelho (Lc 24, 36-47)
Naquele tempo, apareceu Jesus no meio de seus discípulos e disse-lhes: A paz seja convosco. Sou eu, não temais. Perturbados porém, e espantados, eles julgaram ver um espírito. E Ele lhes disse: Por que estais perturbados e que pensamentos são esses que vos surgem nos corações? Olhai as minhas mãos e os meus pés, pois sou eu mesmo. Apalpai e vede, porque um espirito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. Como porém, eles não acreditassem ainda, cheios de alegria e admiração, Jesus disse-lhes: Tende aqui alguma coisa que se coma? Apresentaram-Lhe uma posta de peixe assado e um favo de mel. E tendo comido, à vista deles, tomando as sobras, deu-lhas. Disse-lhes depois: Estas são as palavras que vos disse quando ainda estava convosco, porque era preciso que se cumprisse tudo o que de Mim estava escrito na lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim era necessário que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos ao terceiro dia: e em seu Nome deve ser pregada a penitência e remissão dos pecados a todas as nações.
Aqua sapiéntiæ potávit eos, allelúia: firmábitur in illis et non flectétur, allelúia... O Senhor os saciou com a água da sabedoria, aleluia; neles ela se firmará e não os deixará, aleluia; e os exaltará eternamente, aleluia, aleluia. Sl. Louvai ao Senhor e invocai o seu Nome; anunciai as suas obras entre as nações.
Epístola (At 13, 16 e 26-33)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.Naqueles dias, levantou-se Paulo e fazendo sinal com a mão para pedir silêncio, disse: Meus irmãos, descendentes da estirpe de Abraão e os que entre vós temem a Deus, a vós é que foi enviada esta palavra de salvação. Porque os habitantes de Jerusalém e os seus príncipes, não conhecendo a Jesus, nem as vozes dos Profetas que em cada sábado se leem, condenando-O, as cumpriram. Não encontrando n’Ele nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que Lhe tirasse a vida. Depois, tendo consumado todas as coisas que estavam escritas acerca de Jesus, desceram-No do madeiro, e O puseram em um sepulcro. Deus, porém, O ressuscitou dos mortos ao terceiro dia; e Jesus foi visto muitos dias por aqueles que tinham ido juntamente com Ele da Galileia a Jerusalém. Estes até agora são suas testemunhas ao povo. E nós vos anunciamos que aquela promessa feita a nossos país, Deus a cumpriu para os nossos filhos, pela ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Evangelho (Lc 24, 36-47)
Naquele tempo, apareceu Jesus no meio de seus discípulos e disse-lhes: A paz seja convosco. Sou eu, não temais. Perturbados porém, e espantados, eles julgaram ver um espírito. E Ele lhes disse: Por que estais perturbados e que pensamentos são esses que vos surgem nos corações? Olhai as minhas mãos e os meus pés, pois sou eu mesmo. Apalpai e vede, porque um espirito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. Como porém, eles não acreditassem ainda, cheios de alegria e admiração, Jesus disse-lhes: Tende aqui alguma coisa que se coma? Apresentaram-Lhe uma posta de peixe assado e um favo de mel. E tendo comido, à vista deles, tomando as sobras, deu-lhas. Disse-lhes depois: Estas são as palavras que vos disse quando ainda estava convosco, porque era preciso que se cumprisse tudo o que de Mim estava escrito na lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim era necessário que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos ao terceiro dia: e em seu Nome deve ser pregada a penitência e remissão dos pecados a todas as nações.
Homilias e Explicações Teológicas
A ressurreição de Cristo, proclamada por Paulo em Atos e manifesta em Lucas, revela a consumação da promessa divina, pois o Verbo encarnado, ao vencer a morte, não apenas cumpre as Escrituras, mas estabelece a Igreja como testemunha perene de sua vitória, chamando todos à conversão pela pregação do Evangelho (Santo Agostinho, Sermões sobre a Ressurreição, 234). A paz oferecida por Jesus aos discípulos, segundo Lucas, é o dom escatológico que reconcilia a humanidade com Deus, superando o temor e a dúvida, e esta paz é a mesma que Paulo anuncia em Antioquia como fruto da justificação pela fé no Ressuscitado (Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de Lucas, 10.171). A abertura das Escrituras por Cristo aos discípulos, como narrado em Lucas, é um ato de iluminação divina que capacita a Igreja a compreender a unidade do Antigo e Novo Testamento, enquanto Paulo, em Atos, exemplifica essa exegese ao mostrar que o Messias prometido é o Crucificado glorificado (Santo Tomás de Aquino, Catena Aurea, sobre Lucas 24). A missão confiada aos apóstolos em Lucas, de serem testemunhas do perdão dos pecados, ecoa na pregação de Paulo, que não apenas anuncia a salvação, mas a vincula à necessidade de uma resposta ética e espiritual, pois a graça exige a conversão do coração (São João Crisóstomo, Homilias sobre Atos dos Apóstolos, 28).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O relato de Lucas 24,36-47 destaca aspectos únicos em relação aos outros evangelhos. Diferentemente de Mateus 28,16-20, onde a aparição de Jesus ocorre na Galileia com ênfase na autoridade universal do Ressuscitado e no mandato missionário, Lucas foca na Jerusalém, na paz oferecida aos discípulos e na explicação das Escrituras como base para a missão. Em João 20,19-29, há semelhança na saudação de paz e na aparição em um ambiente fechado, mas João adiciona o dom do Espírito Santo e a missão de perdoar pecados, que em Lucas é implícita na pregação do arrependimento. Marcos 16,14-18, em sua versão longa, menciona a incredulidade dos discípulos, mas não detalha a explicação das Escrituras, centrando-se mais nos sinais que acompanharão os missionários. Lucas, portanto, é singular ao enfatizar a compreensão das Escrituras como fundamento da pregação e ao ligar a ressurreição à proclamação do perdão a todas as nações, começando por Jerusalém.
O relato de Lucas 24,36-47 destaca aspectos únicos em relação aos outros evangelhos. Diferentemente de Mateus 28,16-20, onde a aparição de Jesus ocorre na Galileia com ênfase na autoridade universal do Ressuscitado e no mandato missionário, Lucas foca na Jerusalém, na paz oferecida aos discípulos e na explicação das Escrituras como base para a missão. Em João 20,19-29, há semelhança na saudação de paz e na aparição em um ambiente fechado, mas João adiciona o dom do Espírito Santo e a missão de perdoar pecados, que em Lucas é implícita na pregação do arrependimento. Marcos 16,14-18, em sua versão longa, menciona a incredulidade dos discípulos, mas não detalha a explicação das Escrituras, centrando-se mais nos sinais que acompanharão os missionários. Lucas, portanto, é singular ao enfatizar a compreensão das Escrituras como fundamento da pregação e ao ligar a ressurreição à proclamação do perdão a todas as nações, começando por Jerusalém.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de Lucas 24,36-47 encontra complementos significativos nas epístolas paulinas. Em Romanos 10,9-15, Paulo reforça a centralidade da ressurreição, declarando que a confissão de Jesus como Senhor e a crença em sua ressurreição são condições para a salvação, detalhando a fé como resposta à pregação, algo que Lucas apenas implica na missão dos apóstolos. Em 1 Coríntios 15,3-8, Paulo oferece uma lista de testemunhas da ressurreição, incluindo sua própria experiência, o que amplia o relato de Lucas, que se limita aos discípulos em Jerusalém. Em Gálatas 3,13-14, Paulo explica teologicamente a redenção pela cruz e ressurreição como o meio pelo qual a bênção de Abraão alcança os gentios, um aspecto missionário que Lucas menciona, mas não desenvolve. Finalmente, em Efésios 2,17-18, a paz proclamada por Jesus em Lucas é interpretada por Paulo como a reconciliação entre judeus e gentios, formando um só povo em Cristo, um tema ausente no relato lucano.
O evangelho de Lucas 24,36-47 encontra complementos significativos nas epístolas paulinas. Em Romanos 10,9-15, Paulo reforça a centralidade da ressurreição, declarando que a confissão de Jesus como Senhor e a crença em sua ressurreição são condições para a salvação, detalhando a fé como resposta à pregação, algo que Lucas apenas implica na missão dos apóstolos. Em 1 Coríntios 15,3-8, Paulo oferece uma lista de testemunhas da ressurreição, incluindo sua própria experiência, o que amplia o relato de Lucas, que se limita aos discípulos em Jerusalém. Em Gálatas 3,13-14, Paulo explica teologicamente a redenção pela cruz e ressurreição como o meio pelo qual a bênção de Abraão alcança os gentios, um aspecto missionário que Lucas menciona, mas não desenvolve. Finalmente, em Efésios 2,17-18, a paz proclamada por Jesus em Lucas é interpretada por Paulo como a reconciliação entre judeus e gentios, formando um só povo em Cristo, um tema ausente no relato lucano.
21 ABRIL - 2A-FEIRA DE PÁSCOA
Introito (Sl 138, 18 e 5-6 |Sl 104, 1)
Introdúxit vos Dóminus in terram fluéntem lac et mel, allelúia... O Senhor vos introduziu na terra onde corre o leite e o mel, aleluia; a lei do Senhor esteja pois, sempre em vossa boca, aleluia, aleluia. Sl. Louvai ao Senhor e invocai o seu Nome; anunciai as suas obras entre as nações.
Epístola (At 10, 37-43)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.Naqueles dias, levantou-se Pedro, no meio do povo, e disse: Meus irmãos, vós sabeis o que aconteceu por toda a Judeia, começando pela Galileia, depois do batismo que João pregou. Sabeis, como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o dom dos milagres a Jesus de Nazaré, e como Este andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do demônio, porque Deus era com Ele, E nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. Eles O mataram, pregando-O no madeiro. Deus, porém, O ressuscitou ao terceiro dia, e fez com que Ele se mostrasse não a todo o povo, mas às testemunhas previamente escolhidas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois que ressurgiu dos mortos. E mandou-nos pregar ao povo e dar testemunho de que Ele é O que por Deus foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos. Dão testemunho d’Ele todos os Profetas, que todos os que n’Ele creem recebem por seu Nome a remissão dos pecados.
Evangelho (Lc 24, 13-35)
Naquele tempo, caminhavam dois discípulos de Jesus, no mesmo dia [da Ressurreição] para uma aldeia, chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. E falavam entre si de tudo aquilo que se havia passado. Ora, sucedeu que, enquanto conversavam e discutiam entre si, o mesmo Jesus se aproximou, indo com eles; mas os olhos deles estavam como que velados, de modo que não O reconheceram. E Ele lhes perguntou: Que conversas são essas que trocais pelo caminho, e por que estais tristes? Respondeu-Lhe um deles, chamado Cléofas: Só tu és forasteiro em Jerusalém e não soubeste do que ali se passou nestes dias? E Ele disse: Que foi? E responderam: Acerca de Jesus de Nazaré, que foi um Profeta poderoso em obras e em palavras, diante de Deus e de todo o povo; e da maneira pela qual os sumos sacerdotes e os nossos magistrados O entregaram para ser condenado à morte e O crucificaram. Ora, nós esperávamos que Ele fosse O que resgataria Israel, e agora, hoje, estamos no terceiro dia depois destes acontecimentos! É verdade que algumas mulheres, que são dos nossos, nos assustaram, pois, ao amanhecer, foram ao sepulcro e não tendo encontrado o seu Corpo, voltaram, dizendo que tinham tido uma aparição de Anjos, os quais afirmavam que Ele vive. E alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam-no tal como as mulheres haviam dito, porém a Ele não encontraram. Então disse-lhes Jesus: Ó insensatos, como sois vagarosos em crer tudo o que anunciaram os Profetas! Porventura, não era necessário que o Cristo padecesse estas coisas e que assim entrasse em sua glória? E começando por Moisés e por todos os Profetas, explicava-lhes o que a Ele se referia em todas as Escrituras. Entretanto eles se aproximaram da aldeia para onde se dirigiam; e Jesus fez como se quisesse ir para mais longe. Eles porém insistiram com Ele, dizendo: Ficai conosco porque já se faz tarde e o dia está em declínio. E Jesus entrou com eles. E aconteceu, que estando sentado com eles à mesa, tomou o pão, abençoou-o e partiu-o e o dava a eles. Então abriram-se-lhes os olhos e O reconheceram. Ele porém desapareceu aos seus olhos. E disseram entre si: Não estava o nosso coração a arder, enquanto Ele falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? E levantaram-se na mesma hora, voltando para Jerusalém onde acharam reunidos os onze e os que estavam com eles. E os discípulos lhes disseram: Verdadeiramente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão. E eles contaram o que lhes sucedera no caminho e como O haviam reconhecido no partir do pão.
Introdúxit vos Dóminus in terram fluéntem lac et mel, allelúia... O Senhor vos introduziu na terra onde corre o leite e o mel, aleluia; a lei do Senhor esteja pois, sempre em vossa boca, aleluia, aleluia. Sl. Louvai ao Senhor e invocai o seu Nome; anunciai as suas obras entre as nações.
Epístola (At 10, 37-43)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.Naqueles dias, levantou-se Pedro, no meio do povo, e disse: Meus irmãos, vós sabeis o que aconteceu por toda a Judeia, começando pela Galileia, depois do batismo que João pregou. Sabeis, como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o dom dos milagres a Jesus de Nazaré, e como Este andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do demônio, porque Deus era com Ele, E nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. Eles O mataram, pregando-O no madeiro. Deus, porém, O ressuscitou ao terceiro dia, e fez com que Ele se mostrasse não a todo o povo, mas às testemunhas previamente escolhidas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois que ressurgiu dos mortos. E mandou-nos pregar ao povo e dar testemunho de que Ele é O que por Deus foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos. Dão testemunho d’Ele todos os Profetas, que todos os que n’Ele creem recebem por seu Nome a remissão dos pecados.
Evangelho (Lc 24, 13-35)
Naquele tempo, caminhavam dois discípulos de Jesus, no mesmo dia [da Ressurreição] para uma aldeia, chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. E falavam entre si de tudo aquilo que se havia passado. Ora, sucedeu que, enquanto conversavam e discutiam entre si, o mesmo Jesus se aproximou, indo com eles; mas os olhos deles estavam como que velados, de modo que não O reconheceram. E Ele lhes perguntou: Que conversas são essas que trocais pelo caminho, e por que estais tristes? Respondeu-Lhe um deles, chamado Cléofas: Só tu és forasteiro em Jerusalém e não soubeste do que ali se passou nestes dias? E Ele disse: Que foi? E responderam: Acerca de Jesus de Nazaré, que foi um Profeta poderoso em obras e em palavras, diante de Deus e de todo o povo; e da maneira pela qual os sumos sacerdotes e os nossos magistrados O entregaram para ser condenado à morte e O crucificaram. Ora, nós esperávamos que Ele fosse O que resgataria Israel, e agora, hoje, estamos no terceiro dia depois destes acontecimentos! É verdade que algumas mulheres, que são dos nossos, nos assustaram, pois, ao amanhecer, foram ao sepulcro e não tendo encontrado o seu Corpo, voltaram, dizendo que tinham tido uma aparição de Anjos, os quais afirmavam que Ele vive. E alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam-no tal como as mulheres haviam dito, porém a Ele não encontraram. Então disse-lhes Jesus: Ó insensatos, como sois vagarosos em crer tudo o que anunciaram os Profetas! Porventura, não era necessário que o Cristo padecesse estas coisas e que assim entrasse em sua glória? E começando por Moisés e por todos os Profetas, explicava-lhes o que a Ele se referia em todas as Escrituras. Entretanto eles se aproximaram da aldeia para onde se dirigiam; e Jesus fez como se quisesse ir para mais longe. Eles porém insistiram com Ele, dizendo: Ficai conosco porque já se faz tarde e o dia está em declínio. E Jesus entrou com eles. E aconteceu, que estando sentado com eles à mesa, tomou o pão, abençoou-o e partiu-o e o dava a eles. Então abriram-se-lhes os olhos e O reconheceram. Ele porém desapareceu aos seus olhos. E disseram entre si: Não estava o nosso coração a arder, enquanto Ele falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? E levantaram-se na mesma hora, voltando para Jerusalém onde acharam reunidos os onze e os que estavam com eles. E os discípulos lhes disseram: Verdadeiramente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão. E eles contaram o que lhes sucedera no caminho e como O haviam reconhecido no partir do pão.
Homilias e Explicações Teológicas
A narrativa de Atos 10,37-43 e Lucas 24,13-35 revela a centralidade da Ressurreição como fundamento da pregação apostólica e da experiência cristã, unindo o testemunho público de Pedro com o encontro íntimo dos discípulos de Emaús. Santo Agostinho ensina que a pregação de Pedro reflete a universalidade da salvação, pois o chamado aos gentios, como Cornélio, manifesta que Cristo é o juiz dos vivos e dos mortos, unindo todos os povos sob sua misericórdia, não por méritos próprios, mas pela graça divina (Santo Agostinho, Sermões sobre Atos dos Apóstolos, 10). São Gregório Magno interpreta o caminho de Emaús como uma alegoria da alma que, inicialmente cega pela dúvida, é iluminada pelo Cristo que se revela na fração do pão, significando a Eucaristia como o ápice do reconhecimento da presença divina (São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, Homilia 23). São Tomás de Aquino destaca que a Ressurreição, proclamada por Pedro e experimentada em Emaús, é a causa eficiente da remissão dos pecados, pois Cristo, ao morrer e ressuscitar, restaura a justiça original, permitindo que a fé no Ressuscitado seja o princípio da vida nova (São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, III, q. 56, a. 2). São João Crisóstomo sublinha que a humildade de Cristo, que se apresenta como peregrino em Emaús, ensina que a glória da Ressurreição não elimina a proximidade do Salvador, que se adapta à fraqueza humana para elevar a alma à verdade (São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de Lucas, 24). São Beda, o Venerável, conecta os textos ao afirmar que a pregação de Pedro e o encontro de Emaús ilustram a dupla missão da Igreja: proclamar publicamente a fé e nutrir os corações dos fiéis na intimidade do mistério pascal (São Beda, Comentário aos Atos dos Apóstolos, 10).
Síntese Comparativa com os Demais Evangelhos
O relato de Lucas 24,13-35, o encontro dos discípulos de Emaús, apresenta elementos únicos e complementares em relação aos outros Evangelhos. Diferentemente de Mateus 28,16-20, que foca na missão universal dada aos Onze na Galileia, Lucas enfatiza a experiência pessoal e gradual dos discípulos, cuja fé é reacendida pelo diálogo com o Ressuscitado e culmina na fração do pão, um claro simbolismo eucarístico ausente em Mateus. Em Marcos 16,12-13, uma versão abreviada do mesmo episódio aparece, mas sem detalhes sobre a conversa ou o reconhecimento na fração do pão, destacando apenas a incredulidade inicial dos discípulos. João 20,19-29, por sua vez, narra aparições em Jerusalém, com ênfase no corpo glorioso de Cristo e na fé de Tomé, mas não menciona o contexto de uma jornada ou a hospitalidade dos discípulos, aspectos centrais em Lucas. Além disso, João 21,1-14 apresenta um encontro à beira do mar com uma refeição, mas o foco está na missão de Pedro, enquanto Lucas prioriza a transformação interior dos discípulos de Emaús. Assim, Lucas 24,13-35 se distingue pela narrativa de um processo de reconhecimento espiritual mediado pela Escritura e pela Eucaristia, complementando as aparições mais missionárias ou apologéticas dos outros Evangelhos.
Síntese Comparativa com Textos de São Paulo
O evangelho de Lucas 24,13-35 encontra ecos complementares nas epístolas paulinas, que aprofundam teologicamente a experiência da Ressurreição. Em 1 Coríntios 15,3-8, Paulo lista as aparições do Ressuscitado, incluindo a si mesmo, mas, ao contrário de Lucas, foca na continuidade da tradição apostólica e na Ressurreição como fundamento da fé, sem narrar o aspecto relacional do encontro com Cristo. Em Romanos 6,4-11, Paulo explora a Ressurreição como participação mística dos fiéis, que morrem e ressuscitam com Cristo no batismo, um tema não explicitado em Lucas, onde o foco é o reconhecimento de Cristo vivo na Eucaristia. Filipenses 3,10-11 destaca a comunhão com os sofrimentos de Cristo para alcançar a Ressurreição, contrastando com a ênfase de Lucas na alegria e na surpresa dos discípulos ao encontrar o Ressuscitado. Em Gálatas 2,20, Paulo fala de Cristo vivendo no fiel, um aspecto que complementa a intimidade do encontro de Emaús, mas com uma perspectiva mais interior e existencial. Assim, enquanto Lucas 24,13-35 narra a experiência concreta de reconhecer Cristo na Escritura e no pão, as epístolas de Paulo oferecem uma reflexão teológica sobre a Ressurreição como transformação espiritual e fundamento da vida cristã.
O evangelho de Lucas 24,13-35 encontra ecos complementares nas epístolas paulinas, que aprofundam teologicamente a experiência da Ressurreição. Em 1 Coríntios 15,3-8, Paulo lista as aparições do Ressuscitado, incluindo a si mesmo, mas, ao contrário de Lucas, foca na continuidade da tradição apostólica e na Ressurreição como fundamento da fé, sem narrar o aspecto relacional do encontro com Cristo. Em Romanos 6,4-11, Paulo explora a Ressurreição como participação mística dos fiéis, que morrem e ressuscitam com Cristo no batismo, um tema não explicitado em Lucas, onde o foco é o reconhecimento de Cristo vivo na Eucaristia. Filipenses 3,10-11 destaca a comunhão com os sofrimentos de Cristo para alcançar a Ressurreição, contrastando com a ênfase de Lucas na alegria e na surpresa dos discípulos ao encontrar o Ressuscitado. Em Gálatas 2,20, Paulo fala de Cristo vivendo no fiel, um aspecto que complementa a intimidade do encontro de Emaús, mas com uma perspectiva mais interior e existencial. Assim, enquanto Lucas 24,13-35 narra a experiência concreta de reconhecer Cristo na Escritura e no pão, as epístolas de Paulo oferecem uma reflexão teológica sobre a Ressurreição como transformação espiritual e fundamento da vida cristã.